LIQUIDA RIO GRANDE versão.2

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Chicago, RS



Adão Paiani (*)

Longe do Rio Grande, a notícia da execução do Secretário de Saúde de Porto Alegre, ex-Vice Prefeito da capital dos gaúchos, Eliseu Santos, choca, mas não surpreende. É somente mais um episódio de uma saga que vem assolando o Estado de forma avassaladora; em especial nos últimos quatro anos. Um desdobramento natural de tudo aquilo que temos presenciado e que muitos têm procurado alertar às cabeças ainda pensantes dessa terra, sem grande sucesso. Pelo menos por enquanto.

Uma coisa é certa: nunca, em momento algum da nossa história, os gaúchos puderam presenciar situações tão desavergonhadamente explícitas de banditismo político como as que vemos agora. Sejamos francos; ninguém, em sã consciência, pode ter a pretensão de encontrar, para o mais recente assassinato, outro motivo que não seja um acerto de contas típico de quadrilhas mafiosas; como as que assolavam Chicago, nos anos 30 do século passado. E a analogia não se resume a isso.

Vivemos um processo acelerado de degradação político-institucional que atacou as estruturas do Estado, através de uma quadrilha especializada e constituída empresarialmente para saquear os cofres públicos e que, consciente da impunidade, garantida pela extensa rede de relacionamento de seus agentes; hoje dá as cartas no Rio Grande. E não se preocupa mais em blefar.

Essa quadrilha, da qual fazem parte elementos facilmente identificados; onipresentes nas diferentes esferas de poder e em todos os episódios de sangria dos cofres públicos, denunciados nos últimos anos, têm a seu favor uma bem calculada morosidade na ação daqueles a quem caberia coibir esse tipo de prática.

Contam também com a apatia de parcela significativa da população, anestesiada por uma mídia cúmplice, que comprova seu grau de infiltração tentacular e invasiva. Uma verdadeira cleptocracia; com a qual poucos segmentos da sociedade riograndense não estão comprometidos. Essa é a realidade, a qual somente poderá ser superada na medida em que compreendermos seus mecanismos e, a partir daí, a combatermos.

As balas que vararam o corpo do Secretário da Saúde de Porto Alegre, na saída de uma Igreja, na frente de sua mulher e filha, são a versão cruenta de outras que tem atravessado, impunemente, o que resta da consciência cívica de um povo. Seja sob a forma de uma CPI da Corrupção, impedida de apurar denúncias graves de desvios de dinheiro público; na manutenção e prestigiamento, dentro da administração pública, de agentes notoriamente envolvidos com irregularidades e na impunidade generalizada observada em todas essas situações.

O crime da Rua Hoffmann somente se concebe num ambiente em que todos os limites foram ultrapassados. Onde se presencia a lentidão de uma Justiça em julgar e responsabilizar as aves de rapina do erário, que mesmo denunciados, continuam a flanar, solenes, tanto em cerimônias públicas quanto nas colunas sociais.

Onde dirigente de instituição financeira pública, apontado por irregularidades, aguarda o salvo conduto de uma indicação a vaga de Magistrado. Onde as estruturas da segurança pública são utilizadas com finalidades políticas, monitorando, perseguindo e coagindo tanto aliados de ocasião como adversários políticos. Onde as ações legislativas são pautadas pela cumplicidade com aqueles a quem deveria fiscalizar; e por uma covardia explícita, somente justificada pelo medo dos próprios pecados praticados.

Onde o dirigente máximo de Tribunal responsável por fiscalizar as contas do Estado, flagrado em conversas indecentemente comprometedoras, sai ileso para a aposentadoria. Onde membro do Legislativo, indicado ao mesmo Tribunal; mesmo tendo demonstrado tanto absoluta incapacidade técnica quanto falta de condições morais para tal, assume vaga de Consiglieri da mesma corte. Tutti in Famiglia.

Somente em um canto de mundo onde coisas assim sejam possíveis é que se admite o assassinato, em via pública de grande movimento, mesmo naquele horário, de uma autoridade. Somente a certeza absoluta de impunidade é capaz de justificar ato tão audacioso.

Às vésperas de um processo eleitoral, o que se espera, mais do que promessas vãs, típicas da politicagem tradicional, é quem vai ter a coragem suficiente de enfrentar e derrotar esse establishment criminoso e resgatar ao menos o pouco da vergonha que ainda nos resta. Sem o que, vamos continuar com a notória fanfarronice gaudéria, decantando nossas duvidosas virtudes, vestindo nossas pilchas esfarrapadas.

Ou encontramos alguém com coragem suficiente de ser nosso Eliot Ness, ou é melhor nos acostumarmos com execuções em via pública, restaurantes, barbearias. Como na Chicago de Al Capone.

(*) Advogado
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Grupo RBS – Obsessão pela mentira e manipulação!


Ato I

“Os brasileiros optaram inequivocamente pela democracia e pelo exercício pleno das liberdades individuais e coletivas quando saíram às ruas para exigir eleições diretas ou quando pintaram o rosto para repudiar a corrupção.”

Aqui, nós e a RBS concordamos em 101%. Qualquer pessoa que preze a democracia, em especial quem viveu o período da ditadura militar, deve concordar com o que está escrito nesta linha do editorial de ZH. Contudo, como é sabido até pelas emas que povoam nossa campanha, ZH não conta totalmente a verdade. Aliás, bem ao feitio da imprensa brasileira - misturar verdades e mentiras dão um toque realista aos desavisados!

A grande imprensa, e vamos usar o tom irônico, “deste país” esteve carnalmente engajada e alinhada a Ditadura Militar, tendo inclusive participação ativamente na repressão de idéias, sendo melhores do que o próprio rei. Há suspeitas de que alguns jornalões forneciam veículos para os órgãos repressores. Alguns posts abaixo se pode constatar de que lado estava Zero Hora e o Grupo RBS: da cidadania amparada pela constituição, ou da ditadura, amparada pela construção de um imaginário popular sendo distorcido pala imprensa golpista nacional – o PIG.


Um parêntese: Sobre o PIG e sua participação na ditadura militar implantada no Brasil em 1º de Abril de 1964.

Folha de São Paulo

Protesto contra o uso da palavra "ditabranda" na sede do Grupo Folha. No banner, uma referência à famosa foto de Vladimir Herzog morto após uma sessão de tortura, se lê: "A ditadura militar no Brasil, segundo a Folha de S. Paulo".

Em 17 de fevereiro de 2009, num editorial criticando o governo de Hugo Chávez na Venezuela, o jornal se referiu à ditadura militar brasileira como uma "ditabranda". Como a Folha de S. Paulo é o jornal de maior circulação do país, as reações ao uso da palavra foram quase imediatas.

Entre os primeiros a condenarem a utilização do termo estavam os leitores do próprio jornal e os professores da Universidade de São Paulo Maria Victória Benevides e Fábio Konder Comparato. O jornal respondeu que "respeita a opinião de leitores que discordam da qualificação aplicada em editorial ao regime militar brasileiro". Apesar disso, tentou desqualificar as cartas enviadas por Benevides e Comparto, pois eles alegadamente "até hoje não expressaram repúdio a ditaduras de esquerda, como aquela ainda vigente em Cuba". De acordo com a Folha de S. Paulo, a indignação deles era "cínica e mentirosa".

A utilização do termo "ditabranda" rendeu ao jornal duras críticas em fóruns de discussão na internet e em outros veículos de mídia, tais como as pequenas revistas de esquerda Fórum, Caros Amigos (que publicou matéria de capa sobre a utilização do termo), e Carta Capital.

Nenhuma dessas críticas, entretanto, teve tanta visibilidade quanto uma reportagem intitulada "O escândalo da ditabranda" exibida pela Rede Record no Domingo Espetacular. A reportagem exibiu provas de que o Grupo Folha mantinha ligações com os órgãos de repressão da ditadura, conforme já havia denunciado Gaspari em seu livro. A Folha de S. Paulo rechaçou as acusações e denunciou a ligação entre a Igreja Universal do Reino de Deus, o que fez com que a Record exibisse a reportagem de novo no Jornal da Record e a colocasse em seu canal oficial no YouTube. Wikipédia

Zero Hora

Foi fundado em 4 de maio de 1964 servindo de porta-voz do Regime Militar (1964-85). Sua antiga sede localizava-se na rua Sete de Setembro, centro de Porto Alegre. Em 1969, foi inaugurada a sede na avenida Ipiranga, bairro Azenha[1]. O edifício da Sete de Setembro passou a ser a sede do ZH Classificados e do Classidiário. Wikipédia .

Basta pesquisar os arquivos de jornais para se constatar a ativa participação na condução da opinião pública. Os primeiros posts do blog Zero Fora tratam exatamente disso.

Quanto a pintar rostos pelo fim da corrupção, parece que Zero Hora e o Grupo RBS só estão preocupados pela corrupção ao norte do Mampituba. Afinal, 92 milhões de Reais em verbas piblicitárias calam a boca de qualquer um; o que dizer da famiglia Sirostky!
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Editorial cínico de Zero Hora



24 de janeiro de 2010 - zero hora - grupo rbs

EDITORIAIS

OBSESSÃO PELO CONTROLE

Os brasileiros optaram inequivocamente pela democracia e pelo exercício pleno das liberdades individuais e coletivas quando saíram às ruas para exigir eleições diretas ou quando pintaram o rosto para repudiar a corrupção. Desde que passaram a exercer livremente o direito de escolher seus representantes, os eleitores deste país vêm praticando o saudável exercício da alternância no poder – ora optando por governantes mais conservadores, ora apostando em lideranças mais ousadas. Entre acertos e erros, porém, os cidadãos deste país jamais se livraram completamente das ameaças representadas por grupos localizados nos dois extremos do espectro ideológico, que sistematicamente tentam impor à nação suas ideias antidemocráticas. É o que se percebe agora por parte de alguns integrantes da administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ainda que o chefe da nação tenha demonstrado ao longo de sua carreira política total comprometimento com as liberdades democráticas.

Mas os adeptos do totalitarismo não desistem. Obcecados pelo controle do pensamento alheio, de vez em quando eles ressuscitam projetos autoritários disfarçados de avanços sociais. Foi assim com a frustrada tentativa de criação de um Conselho Nacional de Comunicação no primeiro mandato do presidente Lula, que ganhou nova versão na Conferência Nacional de Comunicação, realizada em dezembro do ano passado. Mais recentemente, o chamado “controle social” dos meios de comunicação foi outra vez contemplado num dos capítulos do polêmico Programa Nacional de Direitos Humanos, que conjuga boas intenções e inexplicáveis aberrações. Por fim, surge agora no texto-base da Conferência Nacional de Cultura, programada para março, a mesma ladainha autoritária afirmando que “o monopólio dos meios de comunicação representa uma ameaça à democracia e aos direitos humanos”.

Sensível às queixas dos setores ameaçados pelos rompantes autoritários de seus colaboradores, o presidente Lula tem procurado atenuar sistematicamente o radicalismo de alguns de seus assessores que, ao que tudo indica, gostariam de transformar os brasileiros em títeres de suas ideias. Querem controlar os meios de comunicação, a produção artística, a investigação científica e tecnológica, as opiniões e os meios de produção. Sob o falso pretexto de combate ao monopólio da comunicação – numa afronta à inteligência dos cidadãos que podem optar livremente pela escolha dos veículos de informação e entretenimento que melhor lhes satisfazem –, esses tiranos infiltrados no comando da nação tentam impor o pensamento único ao pluralismo de ideias e visões vigente atualmente no país.

O verdadeiro monopólio – e o mais nocivo, cruel e desumano – é o uso do poder para controlar as pessoas e restringir suas liberdades.
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Drops Musicais na Madrugada.

Para quem curte rock contemporâneo, psicodelia, acid jazz, mod e baratos afins, uma excelente pedida é o programa Geléia Moderna, que vai ao ao todos os sábados, das 17 às 19 h, pela Rádio Roquette-Pinto (FM 94,1 Mhz). Comandado pelos DJs Brant e Jorge Lz, o programa alterna uma excelente programação musical – em uma verdadeira (fazendo juz ao seu nome) “geléia” de estilos e gêneros – com ótimos papos com bandas e músicos convidados. Uma dica para quem não é do Rio (e também para quem é!): o último programa apresentado fica no ar durante toda a semana no site da rádio. Para um “viúvo” da velha Fluminense FM (a eterna “maldita) como eu, o “Geléia” foi um verdadeiro achado!

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A partir da segunda metade da década de 1960, algumas bandas e músicos de rock começaram a incorporar a sua música alguns elementos do jazz : sofisticação harmônica, improvisações, maior complexidade das coomposições e, também, maior riqueza melódica. Dentre estas incluem-se bandas como Blood, Sweat and Tears, Chicago, Soft Machine, Henry Cow e a própria Santana Band (do guitarrista Carlos Santana), com suas levadas de Latin Jazz. Por outro lado, músicos provenientes do Jazz como o lendário trompetista Miles Davis e o guitarrista John McLaughlin também começaram a dialogar com o rock – principalmente com o rock psicodélico – e com a soul music: surgia aí o Jazz Rock (ou Fusion), um dos mais criativos gêneros musicais surgidos naqueles anos. Se alguns desses músicos e bandas – como Davis, McLaughlin (com a sua Mahavishnu Orchestra), Frank Zappa e Soft Machine - mergulharam em geniais experimentações musicais, outros como os rapazes do Chicago (da deliciosa e swingada “Happy Man”) e o Blood, Sweat & Tears seguiram caminhos que os levaram para um som mais próximo da pop music, mas sem - em nenhum momento - perder a qualidade. Desta turma mais pop, gosto bastante do Blood, Sweat & Tears e incluo uma de suas canções - Hi-De-Ho, de 1970, que compartilho abaixo - no rol das minhas favoritas.











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Um dos CDs que não tenho tirado do Player do carro é o da banda “Dois em Um”. Formada pelo ex-guitarrista do Penélope, Luisão Pereira, e pela violoncelista e vocalista Fernanda Monteiro, a dupla combina o romantismo lírico das letras das canções, com um som que mescla psicodelia, influências do indie rock e música erudita (resultado da formação clássica de Fernanda), criando assim um clima onírico-viajante a la Portishead. Dentre estas canções, destaco a ótima “E se chover?”, cujo clip utiliza as belas imagens da animação "Father and Daughter", de Michael Dudok de Wit.




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"Vou tirar você deste lugar” é uma canção que faz parte da memória afetiva de milhares de brasileiros (inclusive da minha!). Pensei em postá-la aqui na (boa) gravação de uma certa banda carioca. Mas como as atividades da "Brigada Anti-Los Hermanos" andaram intensas no “Abobrinhas” nestes últimos dias, decidi compartilhar a versão original do único e inigualável Odair José. Por sinal, um dos melhores discos brasileiros dos últimos anos é o CD “Tributo a Odair José”, com releituras dos clássicos deste grande compositor (realmente) popular feitas por bandas de rock novas ou já consagradas.


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No coração da grande política


À memória de Gildo Marçal Brandão (1949-2010), cuja fibra generosa e combativa fazia com que rompesse fronteiras.


Quem se interessa pelas coisas associadas ao poder e à comunidade humana costuma distinguir duas formas dominantes de política.

A pequena política expressaria um lado mais demoníaco e mesquinho, concentrado no interesse imediato, na artimanha e no uso intensivo dos recursos de poder. Seria o reino dos políticos com “p” minúsculo, onde preponderariam a simulação e a dissimulação, a frieza, o cinismo e a manipulação.

A grande política, por sua vez, refletiria o lado nobre, grandioso e coletivo da política, focado na convivência e na busca de soluções para os problemas comunitários. Seria o reino dos políticos com “p” maiúsculo, onde o privilégio repousaria na construção do Estado e da vida coletiva, na aproximação, inclusão e agregação de iguais e diferentes.

A grande política sempre carregou as melhores esperanças e expectativas sociais. Não seria exagero dizer que os avanços históricos estiveram na dependência da ação de grandes políticos, de estadistas, e da prevalência de perspectivas capazes de fazer com que frutificassem projetos abrangentes de organização social. Sem pontes para unir os territórios e fronteiras em que vivem homens e mulheres – com seus problemas, idéias, sentimentos e interesses –, o futuro fica turvo demais, entregue ao imponderável.

Mas a grande política não é o oposto da pequena, nem tem potência para eliminá-la. De certo modo, é seu complemento necessário, que a impede de produzir somente o mal ou o inútil, aquele que lhe empresta utilidade e serventia. Toda operação de grande política traz em si um pouco de pequena política, que ela tenta domar e direcionar. Não há muralhas separando um tipo do outro, que se retro-alimentam. O estadista nem sempre veste luvas de pelica.

Há momentos em que a pequena política parece tomar conta de tudo. Em que faltam perspectivas e o chão duro dos interesses se distancia uma enormidade do céu dos princípios e valores que enriquecem e dão sentido à vida. Nesses momentos, a pequena política desloca a grande para a margem. Cai então sobre as sociedades uma névoa de pessimismo e desesperança, que se materializa ou numa adesão unilateral aos assuntos de cada um, ou no reaparecimento de uma fé fanática na ação providencial de algum herói. Os políticos – grandes ou pequenos que sejam – terminam assim por ser execrados e empurrados para a vala comum que deveria acomodar os dejetos sociais.

Existem também os que pensam e estudam a política. Hoje, costumamos chamá-los de cientistas políticos, abusando de um vocábulo, a ciência, que nos convida a eliminar o que existe de paixão e fantasia na explicação do mundo. Alguns desses cientistas, radicalizando o significado intrínseco da palavra, acreditam que só podem “fazer ciência” à custa do sacrifício da história, das circunstâncias, das ideologias, da própria política, e por extensão das pessoas apaixonadas, cheias de dúvidas e motivos não propriamente racionais. Fecham-se numa bolha e cortam a comunicação com o mundo, enredando-se numa fraseologia despojada de qualquer efeito magnético.

Muitas vezes, de tanto se concentrar em seu objeto, tentar recortá-lo e isolá-lo da vida social, os cientistas políticos se banalizam. Perdem o interesse em ligar a grande e a pequena política, por exemplo. Dividem-se em grupamentos mais especializados na dimensão sistêmica do Estado – competições eleitorais, governabilidade, reformas institucionais – ou mais dedicados a articular Estado e sociedade, ou seja, a encontrar as raízes sociais dos fenômenos do poder. Não são tribos estanques, e invariavelmente combinam-se entre si. Mas distinguem-se pelas apostas que fazem. Ao passo que uns investem tudo na lógica institucional, outros se inquietam na busca dos nexos mais explosivos e substantivos, que explicam porque as coisas são como são e como poderiam ser diferentes.

Nos momentos em que a pequena política prepondera, multiplicam-se os que se ocupam da dimensão sistêmica. Embalados pelos ventos a favor, tornam-se especialistas em soluções técnicas, quase indiferentes à opinião e à sorte das maiorias. Suas soluções, porém, não resolvem os problemas das pessoas. E como, além do mais, não se preocupam em construir pontes de aproximação ou romper fronteiras que separam e afastam, deixam de contribuir para que se afirmem diretrizes capazes de fornecer novo sentido ao convívio social.

Um belo dia, aqueles que vêem a política sistêmica como a quintessência da política esgotam seus arsenais. Tropeçam diante da abissal complexidade da vida, que escapa das fórmulas mais engenhosas. Nesse momento, as atenções se voltam para os que pensam a grande política. Que são capazes de injetar idéias e perspectivas à política, retirá-la da rotina e da mesmice, fazê-la falar a linguagem dos muitos, projetá-la para além de fronteiras e interesses parciais enrijecidos.

Um círculo então se fecha e a política se mostra por inteiro. Na face menor, revela a pequenez, a malícia e a vocação egoística de tantos que se aproximam do poder para usá-lo sem causas maiores. Na face grande, resplandece o ideal de que o futuro, por estar sempre em aberto, pode ser construído com ideais, instituições democráticas, bons governos e cidadãos ativos, dando expressão igualitária a desejos, esperanças e convicções de pessoas dispostas a viver coletivamente.

O cientista político surge então de corpo e alma. Sem olhar com desprezo para o pequeno mundo da política miúda, que ele sabe ser parte da vida, mas sem perder de vista o valor da grande política, que exige idéias e doses expressivas de criatividade e desprendimento.

Quando ele falta, ou desaparece, um vazio se abre. E fica mais difícil de ser preenchido. [Publicado em O Estado de S. Paulo, 27/02/2010. p. A2.]

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GLOBO PÕE JOGOS DE INVERNO NA GELADEIRA




Do Blog do Provocador
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O que mais a Globo esconde?
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Inúmeros colegas da imprensa já deram o recado: a audiência dos Jogos Olímpicos de Inverno foi surpreendente. Quem achava que a Record ia entrar numa fria se deu mal.
O povo não é bobo. É capaz de ligar seu televisor para conhecer e se encantar com novidades. O brasileiro é curioso e tem bom gosto. Não é o estúpido que alguns barões da mídia acham.
O que me interessa discutir aqui não são as estranhas regras do curling ou do skeleton, mas as entranhas de outro jogo. O de esconde-esconde. Não aquele da infância de todos nós. Mas a brincadeira que a Globo faz com seus telespectadores.
A Velha Senhora detinha os direitos de transmissão dos Jogos de Inverno há anos. Mas o escondeu de todos nós. Pagou para não exibir. Nem deixar que outros exibissem. Encastelada no Jardim Botânico, decidiu o que uma nação gostaria ou não de acompanhar. Talvez porque nos julgue estúpidos demais.
Mas tão estúpidos que a Globo resolveu simplesmente ignorar os Jogos de Vancouver. Não deram um segundo sequer sobre esse fenômeno que tomou conta das nossas telinhas. Esconderam de novo! Em resposta ao Estadão, que no último dia 19 publicou a pergunta óbvia (por que vocês não falaram dos Jogos de Inverno?), veio a arrogância.
Descreve o jornal: “a emissora alega que não falou sobre o evento porque não viu fato ‘relevante’ (um competidor morreu em uma prova), não possui os direitos de transmissão – que foram da Globo até 2006 e agora são da Record – e porque não possui ninguém de sua equipe lá cobrindo. Opa: e a turma do Sportv?”, conclui a colunista Keila Gimenez.
Traduzindo: em 2006 foram realizados os Jogos de Inverno de Turim, na Itália. Lembra? Não, ninguém pode lembrar, só os executivos mestres globais.
A morte do atleta georgiano, no luge, foi tão irrelevante que a imprensa mundial noticiou. Sobre a turma do Sportv, eles são da Globo, estão lá, dividem a cobertura de inúmeros outros eventos, vivem usando microfone com o logotipo das duas emissoras, mas neste caso… e agências de notícias? Coitada, a Globo não deve assinar nenhuma delas.
Esse esconderijo platinado é bem amplo, nele cabe um montão de coisas. Nesse esconde-esconde, ficamos sem ver as Diretas Já. Esconderam mais de um milhão de pessoas no comício do Anhangabaú. O Lula só apareceu quando virou presidente da República. Aí não dava mais pra esconder.
Leonel Brizola e Luís Carlos Prestes não tiveram a mesma sorte. Sumiram.
Precisaram morrer para aparecer. Aí já era tarde. Só de uma coisa eu não reclamo. A Glória Maria pode continuar escondida.
A Globo, pensando bem, escondeu o quanto pode a história do Brasil. Quem estudar nosso país pelos arquivos do Jornal Nacional nem vai saber que houve uma ditadura militar.
Por isso, temos que torcer para que a concorrência aumente. Para que não haja líder absoluto, concentração de poder, esconderijos.
Aí, sim, a Velha Senhora vai ter que se esconder. De vergonha.
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POR OUTRO LADO...
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Do blog de Luis Nassif
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Querido menino Nassif;

Este é meu primeiro comentário aqui, mas já venho com bronca. Minha filha falou que é melhor eu escrever aqui a ter pressão alta em meus 90 anos.
Acontece que está insuportável a transmissão da Olimpíada de Inverno pela Record. Nassif, eles estão mentindo desde o começo. Não estão transmitindo ao vivo coisa nenhuma, principalmente as provas de que mais gosto, a patinação no gelo.
Imagine, meu filho, que eles anunciam a cada momento “a seguir a patinação no gelo, valendo medalha”; “a seguir, inédito, a patinação no gelo, vamos saber quem ganhou medalhas”, “às 14:30, não perca, INÉDITO, a patinação no gelo”… e assim por diante. Só que as apresentações foram há muito tempo, pelo menos 24 horas antes. Eles estão apenas reprisando mas fazem parecer que estão ao vivo.
O mesmo acontece na Record News, no horário que poderiam mostrar ao vivo ficam passando coisas da igreja lá deles, depois reprisam. Ou ainda pior, eles começam a transmitir e na hora da limpeza do gelo mudam de esporte e nunca mais voltam.
Para quem não tem TV a cabo ou Internet fica parecendo que é tudo verdade. Mas eu tenho os dois, às 2 da manhã de hoje já se sabia quais meninas haviam ganhado as medalhas. Imediatamente os resultados já estavam no site da Olimpíada, como pode se ver em
http://www.vancouver2010.com/olympic-figure-skating/schedule-and-results/ladies-free-skating_fsw010101pB.html
A melhor transmissão a cabo é da SportTv, concorrente da Record. Foi nesse canal que assisti sempre, até porque o comentarista da Record só fala ” a fulana é sensacional, e não é pra menos…” e continua a frase com algo completamente sem nexo; esse “e não é pra menos” é uma loucura, repete, repete… Depois, ele grita muito também, não entendo o motivo. Também repete uma outra coisa que agora não me recordo.
Creio que isto está errado, muito errado. Estão enganando o público. Já cansei de explicar para minhas amigas, tão velhas quanto eu, que aquilo não é ao vivo. Daí elas me telefonam e perguntam “você está assistindo? Tão lindas, mas por que não mudaram as roupas ou as músicas?”
É isso, menino Nassif. Gostaria de começar aqui de maneira melhor, mas não foi possível. Quem sabe na próxima.
Soube o que te aconteceu ontem e quero te dizer que não se preocupe. Tua vitória ao final será ainda mais saborosa, meu filho. Estou rezando por você sempre. Agora chega que minha filha disse que vai me arrancar o teclado; como sou visita aqui, obedeço. Ela é muito brava, essa menina.

Grande beijo, meu filho.
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(ass: a mãe da NaMaria)
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Secretário de Saúde de Porto Alegre, assassinado na saída de um culto!



"Quatro homens teriam se aproximado do veículo em que estava o secretário e apenas um homem teria feito os disparos, segundo a polícia. Ainda está sendo investigado o motivo do assassinato." Sidnei Rezende
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“A melhor proposta foi a do Instituto Sollus”

O envolvimento do nome do prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (PMDB), nas investigações sobre a ação de uma organização criminosa especializada em desviar dinheiro público, especialmente na área da Saúde, poderia ter sido evitado se ele tivesse dado ouvido às advertências feitas em 2007, quando a Prefeitura anunciou a contratação do Instituto Sollus, até então um ilustre desconhecido no RS. Sediado em São Paulo, o referido instituto foi tornado de utilidade pública pelo ex-governador de São Paulo, Geraldo Alkmin (PSDB), pelo decreto 50.191/2005. O vice-presidente institucional do Sollus, Argemiro França Lopes, era, na época, primeiro-secretário do Secretariado do Terceiro Setor do PSDB de São Paulo.

Na época, o Conselho Municipal de Saúde de Porto Alegre fez uma representação ao Ministério Público Federal apontando irregularidades na contratação do instituto. Em nota oficial divulgada dia 29 de agosto de 2007, o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul disse que a Saúde estava de luto em Porto Alegre. “Desentendimentos jurídicos entre a prefeitura e a Faurgs e a contratação da pouco conhecida OSCIP Sollus deixam a saúde de Porto Alegre na UTI”, criticou o sindicato. Na Câmara de Vereadores, os partidos de oposição também contestaram a contratação feita sem licitação. Na época, o secretário municipal da Saúde e vice-prefeito, Eliseu Santos (PTB), defendeu a qualidade do Instituto Sollus para passar a gerir a terceirização do programa. O prefeito José Fogaça também defendeu a contratação, dizendo que o Sollus havia feito a melhor proposta. Em entrevista à rádio Gaúcha, dia 21 de agosto de 2007, Fogaça afirmou:

“Nós chamamos várias instituições daqui do Rio Grande do Sul e, inclusive se apresentou essa instituição de São Paulo. Entre todas as cinco que se apresentaram, esta apresentou os melhores documentos e evidentemente o preço mais baixo, entre todas as instituições que tinham os documentos completos e que atendiam a legislação, então, essa é a razão.”

Em agosto de 2009, a prefeitura rescindiu o contrato com instituto por “problemas na prestação de contas”. Antes disso, durante 24 meses, o Sollus faturou cerca de R$ 57,6 milhões em Porto Alegre. Por ocasião da rescisão do contrato com o instituto, Fogaça evitou comentar as razões da mudança: “O fim do convênio foi uma questão de escolha. Fizemos apenas uma decisão por algo novo”. Fogaça avaliou que o Sollus prestou um “excelente trabalho para a cidade”, ainda que a Prefeitura tenha decidido pelo fim da parceria.

Marco Weissheimer
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Isso cheira a queima de arquivo!
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O jeito Yeda Crusius (PSDB-RS) de governar é o mesmo de Teo Vilela (PSDB-AL) e provavelmente o de todo PSDB!

Foto de 25/02/2010 - Próximo ao Hotel Jatiuca

Repete-se de norte a sul do Brasil, a lógica de Segurança Pública do PSDB.
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EXCLUSIVO: A CAPA QUE A REVISTA MAD NÃO "CENSUROU"























Está chegando agora? Clique aqui para entender o caso.
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EDUCAÇÃO - RS

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ELEITORES BRASILEIROS!

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Banda Turva


Atuação de Dirceu expõe alianças entre empresas favorecidas pelo governo e grupos de interesse que se aninham no Estado

A CADA ENXADADA, uma minhoca. Natural da cidade de Passa-Quatro, no sul de Minas Gerais, José Dirceu certamente conhece esse dito popular, segundo o qual basta procurar para encontrar.
E minhocas não parecem faltar quando o assunto são os negócios de consultoria a que passou a se dedicar o ex-ministro do governo Lula. Desde que deixou a Casa Civil e teve o mandato de deputado cassado pela Câmara, em 2005, acusado de ser o mentor do mensalão, Dirceu tem se mostrado uma figura equívoca. A militância política e a atividade profissional, os contatos no mundo privado e as incursões pelos porões do poder público se misturam nebulosamente na vida deste personagem anfíbio.
O próprio Dirceu, vale dizer, alimenta uma certa mitologia em torno de seu personagem, sem que se saiba quanto disso é lobby de si próprio e quanto corresponde à influência que ainda exerceria sobre setores do Estado e da máquina petista.
Em 2007, numa longa entrevista à revista "Playboy", a certa altura ele explicava seu trabalho nos seguintes termos: "No fundo, o que eu faço é isso: analiso a situação, aconselho. Se eu fizesse lobby, o presidente saberia no outro dia. Porque, no governo, quando eu dou um telefonema, modéstia à parte, é um telefonema! As empresas que trabalham comigo estão satisfeitas. E eu procuro trabalhar mais com empresas privadas do que com empresas que têm relações com o governo".
Primeiro, há esses telefonemas com exclamação, que mais mereceriam pontos de interrogação. Segundo, há o fato incontestável de que Dirceu trabalha, sim, com empresas que têm relações com o governo. Como revelou esta Folha, é o caso da consultoria que prestou ao empresário Nelson Santos entre 2007 e 2009, pela qual recebeu R$ 620 mil.
Dono de uma "offshore" num paraíso fiscal, Santos adquiriu em 2005, por R$ 1, uma participação na Eletronet, empresa em processo de falência que o governo Lula planeja recuperar para usar seu principal ativo -uma rede de 16 mil km de fibras óticas- na oferta de internet a 68% dos domicílios até 2014.
É no mínimo uma coincidência sugestiva o fato de que a massa falimentar da Eletronet tenha sido convertida em ouro pelo governo meses depois da contratação de Dirceu por Santos.
Qualquer que seja o desfecho dessa história, ela constitui o mais recente capítulo do que se tem procurado ocultar sob a retórica do "Estado forte" lulo-petista: a aliança entre empresas privadas favorecidas pelo poder e grupos de interesse aninhados no Estado e no partido.
A operação de compra da Brasil Telecom pela Oi/Telemar, que demandou mudanças importantes na legislação e contou com forte injeção de dinheiro do Banco do Brasil e do BNDES, é um exemplo acabado do neopatrimonialismo em curso no país.
Com seu maquiavelismo de almanaque, Dirceu apenas mostra de maneira mais didática o que se tornou diretriz de governo.



Editorial

Folha de São Paulo

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O desemprego diminiu a expectativa de vida

Trecho:
A large and long-standing body of research shows that physical health tends to deteriorate during unemployment, most likely through a combination of fewer financial resources and a higher stress level. The most-recent research suggests that poor health is prevalent among the young, and endures for a lifetime. Till Von Wachter, an economist at Columbia University, and Daniel Sullivan, of the Federal Reserve Bank of Chicago, recently looked at the mortality rates of men who had lost their jobs in Pennsylvania in the 1970s and ’80s. They found that particularly among men in their 40s or 50s, mortality rates rose markedly soon after a layoff. But regardless of age, all men were left with an elevated risk of dying in each year following their episode of unemployment, for the rest of their lives. And so, the younger the worker, the more pronounced the effect on his lifespan: the lives of workers who had lost their job at 30, Von Wachter and Sullivan found, were shorter than those who had lost their job at 50 or 55—and more than a year and a half shorter than those who’d never lost their job at all.
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O apequenamento do RS, por Marcelo Soares

Pesquei vários trechos de uma postagem fundamental do Marcelo Soares, no seu blog, no site da MTV. O assunto é o sucesso do RS no quesito mediocridade:
Ontem, soube de uma notícia triste: fechou a sala de cinema Norberto Lubisco, que ficava na Casa de Cultura Mário Quintana, em Porto Alegre. A sala foi fechada pela secretária de Cultura, Mônica Leal. Pelo que entendi ao ler o blog da secretária, o fechamento da sala foi assinado depois que ela voltou de uma cavalgada gaudéria. Diz muito a respeito do que se passa no chamado Estado Mais Culto do Brasil.

Nunca fui um grande frequentador de cinema, mas foi lá que vi alguns dos melhores filmes a que assisti.

Todo janeiro, nos anos 90, a sala reprisava a Trilogia das Cores, do Krzystof Kieslowsky - permitindo que eu pudesse suspirar pela força da fragilidade da Juliette Binoche no azul e pela sensualidade felina da Julie Delpy no branco. [...]

Quando estava começando a namorar minha mulher, há quase oito anos, foi lá que assistimos "As Invasões Bárbaras", além de vários filmes do Fellini - incluindo "Roma" e "A Estrada". Minha mulher, editora do CENA e colaboradora da revista Movie, considera que toda sua formação cinematográfica passou por lá. Não é pouca coisa. [...]

A Cláudia Laitano acha que Porto Alegre está se apequenando. Ela vai direto na jugular do problema:

"Podemos colocar a culpa na Sedac, no fato de a secretária Monica Leal não ter intimidade com a Cultura ou na constatação óbvia de que o atual governo do Estado não considera a área cultural um assunto realmente relevante, mas é preciso levar em conta que boa parte da culpa desse marasmo é de todos nós que vamos ao cinema e frequentamos (ou gostaríamos de frequentar) centros culturais. Minha sensação é de que Porto Alegre está 'se apequenando', se conformando com o marasmo da cena cultural como um todo, com poucos cinemas com programação fora do mainstream, com poucos centros culturais atuantes, com pouca ou nenhuma política cultural pública. A cidade está encolhendo, e nós com ela. E a área cultural é o melhor indicador desse fenômeno."

Eu cheguei à mesma conclusão, também - e já faz dez anos. Meu sogro chegou à mesma conclusão também, depois de conhecer a oferta de programação cinematográfica de São Paulo e de ver que, por mais obscuro que seja o filme, sempre tem gente assistindo. E não é um ou dois.

O processo de apequenamento de Porto Alegre vem ocorrendo há anos, e é surpreendente que os remanescentes precisem do baque do fechamento da sala Norberto Lubisco para constatar isso. [...]

O problema fundamental é econômico - [...] as oportunidades estão em fazer concurso público. O pessoal que gosta do desafio de criar e empreender, como bem lembrou o Alexandre de Santi no primeiro comentário aí embaixo, acaba desistindo de dar murro em ponta de faca e vai embora. E é esse pessoal que movimenta bons cinemas, boas livrarias, boas bancas.

Enquanto a realidade não dá um tapa na cara deles, os gaúchos costumam se contentar com o velho discurso triunfalista: somos o Estado mais culto do Brasil, sirvam nossas façanhas de modelo a toda Terra etc. [...]

"Gaúcho" é a palavra mais comum nos títulos dos jornais locais, e vira festa quando se trata de desastres que repercutem mundialmente. Quando houve o terremoto do Haiti, eu apostei que a manchete da Zero Hora seria "Gaúchos morrem em terremoto no Haiti". Errei: não era a manchete, mas uma chamada na primeira página. No discurso superlativo padrão, o RS é o estado mais culto, mais politizado, mais educado, centro do universo, medida de todas as coisas.

Mas como é que um Estado que se considera o mais culto do Brasil tem a imprensa que tem, que não é conhecida exatamente pelo jornalismo crítico? Um grande amigo meu, correspondente da Folha de S.Paulo em Porto Alegre, rolava de rir durante o longo escândalo da Yeda Crusius. A coisa mais fácil que havia era dar notícias exclusivas, porque os jornais locais - onde ainda tenho grandes amigos, diga-se - faziam questão de se abster de serem os primeiros a dar. Depois que ele publicava, todo mundo (que certamente já tinha junto com ele as informações) publicava atribuindo a revelação à Folha de S.Paulo.

Mas como é que um Estado que se considera o mais culto do Brasil celebra todo ano a pujança de uma feira do livro onde os mais vendidos são indefectivelmente livros de culinária, pílulas pra sei lá o quê, agenda bruxa pascoalina e lançamentos das celebridades nativas?

Mas como é que um Estado que se considera o mais culto do Brasil consagra a autoridade moral de um tal Movimento Tradicionalista Gaúcho, que se arroga o privilégio de deitar regras sobre o que pode e o que não pode pra música ser regional? Outro dia, em pleno século 21, eles baniram a guitarra elétrica, como aquela passeata pré-tropicalista da qual os tropicalistas participaram. A música regional gaúcha, desse jeito, nunca vai gerar um Piazzolla, como a música regional argentina gerou.

Eu poderia continuar por horas e horas, e inclusive falar da disneylândia de bombachas do parque Harmonia, o grande evento cultural da cidade em setembro. Eu sei que meter a mão nesse vespeiro é pedir pra tomar pedra. Porque os gaúchos (eu prefiro me considerar ex-gaúcho) defendem com unhas e dentes a mediocridade que com denodo foram cultivando ao longo das décadas. Livres do peso dos substantivos, contentam-se com os adjetivos: o estado mais culto, o estado mais educado, o estado mais politizado etc etc etc. [...]

[...] vocês colhem o que plantaram. Não menos. Foi uma mediocridade arduamente conquistada com muito esforço da parte de cidadãos, governos, empresas e imprensa. Mérito é mérito. Sirvam suas façanhas de modelo a toda a Terra.
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FOGAÇA: NUNCA UM PREFEITO NÃO FEZ TANTO
















Envolvido em uma falcatrua de mais de 9,5 milhões de reais, o prefeito de Porto Alegre agora tem uma nova sarna para se coçar
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Se você leu o que publicamos aqui há um mês, já sabe que o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (PMDB), está envolvido até o pescoço em uma milionária bandalheira, que desviou da Saúde da cidade mais de 9,5 milhões de reais.
Agora, vem à tona algo igualmente estarrecedor: no ano passado, Fogaça utilizou menos de 20% dos recursos que recebeu do governo federal para o combate a AIDS. Para quem não sabe, Porto Alegre, estatisticamente, é o município com a maior incidência da doença no Brasil.
Estas - e outras - informações foram apresentadas nesta quinta-feira (25) pela coordenadora do Departamento de Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Mariângela Batista Galvão Simão, na audiência promovida pela Frente Parlamentar de Luta contra as DST, HIV e AIDS da Câmara Municipal de Porto Alegre.
Acredite: enquanto há pessoas morrendo por causa da moléstia, o governo de José Fogaça não está utilizando o saldo de mais de R$ 2 milhões que possui no Fundo Nacional de Saúde destinados ao tratamento dos pacientes. Durante 23 meses de repasses, a prefeitura aplicou, em 2009, apenas R$ 504 mil. O mesmo que nada.
Para se inteirar do escárnio e da desídia de José Fogaça, vá direto ao blog da Sofia Cavedon. E não esqueça que o homem quer ser o próximo governador do Rio Grande do Sul.
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Botânica Federal




Ruta graveolens L.


Nomes comuns:
Arruda, Arruda-comum, Arruda-dos-jardins, Arruda-das-boticas, Erva-das-bruxas, Erva-da-graça



Partes usadas: Folhas e caules tenros. Em fitoterapia é usada fresca, de preferência. Também pode ser usada seca mas é mais fraca. Em Magia utilizam-se todas as partes da planta, fresca ou seca. A colheita deve ser feita antes da floração.

Propriedades medicinais: estimulante, anti-espasmódica, anti-tússica, emenagoga, abortiva, rubefaciente.

Uso medicinal: Indicada para regulariza o fluxo menstrual. Serve também para tratar as dores de cabeça e as palpitações provocadas por ansiedade, baixa a tensão arterial, acalma a tosse e as cólicas. As folhas esmagadas e aplicadas sobre o corpo aliviam a dor ciática. As compressas embebidas numa infusão forte e eplicadas sobre o peito aliviam os sintomas da bronquite crónica.

Contra-indicações e cuidados: A planta é tóxica e só deve ser usada em tratamento quando acompanhado de um fitoterapeuta qualificado. Quando usada internamente, evitar tomá-la logo após as refeições. O óleo essencial é extremamente forte e não deverá ser usado para aromaterapia nem deverá ser posto em contacto com a pele. O seu uso e completamente interdito a grávidas.

Uso culinário: Tem um gosto amargo e deve ser usada com muita moderação. Ainda assim, fica bem em saladas e molhos, bem como na tradicional sopa de enguias de Hamburgo da qual faz parte.

Uso doméstico: A Arruda tem o dom de afastar toda a espécia de bicharada incómoda, desde moscas a formigas e traças, bem como às pulgas dos animais domésticos. No jardim consegue proteger as outras plantas de diversas pragas.

Usos mágico-religiosos: O seu nome deriva do grego reuo e significa "libertar" pois é, por excelência, uma erva que limpa e expurga de todos os males. O costume de utilizar esta planta para protecção energética é antigo e difundido por várias culturas. Na simbologia cristã é associada ao arrependimento e à purificação. Outro dos seus nomes "Erva-da-graça" deve-se ao facto de ter sido utilizada para aspergir a água-benta antes da missa dominical, bem como durante os exorcismos. Na tradição islâmica também é muito especial, pois foi a única erva que o profeta Maomé abençoou. A arruda entra na preparação de numerosos defumos, misturas e amuletos destinados a proteger pessoas e bens. Desde sempre tem sido usada para desfazer feitiços e repudiar o mau-olhado, sendo um dos ingredientes do famoso "Vinagre dos Quatro Ladrões", bem como de outras poções tradicionais. Na Europa medieval difundiu-se o seu uso em ramos dependurados e em lavagens para proteger da peste, de feitiçaria e de outros malefícios. A arruda também é usada para o amor, para consagração e boa sorte.

Planeta regente: Marte

Elemento: Fogo

Divindades associadas: Marte / Ares, Diana, Aradia

Indicações de cultivo: É uma planta nativa do Sul da Europa. Necessita de estar no exterior, apreciando o sol directo apesar de também tolerar a meia-sombra. Adapta-se bem a viver em vaso. A terra deve ser mantida húmida mas sem encharcamento (pode-se regar por baixo). Chegando ao Outono, a planta começa a secar e nessa altura deve-se podar para que ela ganhe força para a estação seguinte.

Sinónimos botânicos: Ruta hortensis Mill.

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curtura regional





Banana Song (I'm A Banana)
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Jabor fala sobre a morte de dissidente de Cubano




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Saúde - RS

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Paraolimpíadas - 2010

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Negócios de brasileiros em Cuba

The state-controlled Brazilian oil giant Petrobras is studying whether to drill for oil off Cuban shores, while the Odebrecht construction firm is heading a huge revamp of the port of Mariel, west of Havana, into the island's main commercial port.

Brazil's state-run National Development Bank has given $300m (£196m) to Odebrecht to build new roads, rail lines, wharves and warehouses at Mariel, best known as the site of a 1980 exodus in which thousands of Cubans fled to the US in boats.
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Uma carta de Descartes roubada no século 19 foi recuperada

Uma carta do filósofo René Descartes que havia sido roubada nos anos 1840s pelo matemático italiano Guglielmo Libri foi recuperada, e devolvida à França. A carta, datada de 27 de maio de 1641, dá indicações para que alguns textos não sejam incluídos na edição final das Meditações de filosofia primeira. A motivação para a publicação dos mesmos era responder a um suposto crítico, Pierre Petit. Mas, quando Descartes descobre que Petit fez as críticas de boa-fé, decide retirar a parafernália em resposta às suas supostas críticas da versão final das Meditações.

O conteúdo da carta, o qual era desconhecido até o momento, é importante por nos dar detalhes sobre a publicação de uma das maiores obras de filosofia de todos os tempos. E também por confirmar a teoria que o texto das Meditações está todo voltado ao diálogo com os filósofos da época, buscando responder às suas críticas, e fazê-los mudar de ideia. Esse tipo de leitura "externa" das Meditações tem sido defendido pelo comentador John Carriero. A carta confirma sua hipótese de leitura, a qual já contava com outras bases de sustentação bem sólidas.

A notícia me emocionou. Meu mestrado foi sobre Descartes, autor pelo qual tenho muito carinho e respeito, embora eu não concorde com quase nada do que ele pensa. A notícia também me trouxe satisfação, pois eu sempre defendi a ideia básica de John Carriero.


PS - Esta carta dá uma boa camiseta!
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Liberdade (Madrugada do Cão)

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ESTAMOS PEDINDO AJUDA AOS UNIVERSITÁRIOS

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De uma hora para outra, sem que encontrássemos o motivo, os que visitam este Cloaca News utilizando o navegador Internet Explorer não estão visualizando nossa barra lateral. Na verdade, a barra foi parar lá embaixo, após a última postagem desta página. Isso não se observa quando o navegador é o Firefox; com ele, a nossa barra lateral segue sendo visualizada à direita das postagens.
Alguém aí, por favor, poderia nos dar uma explicação para o estranho fenômeno? Desde já, agradecemos.
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ATUALIZAÇÃO - 18:30H
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Eureka!!! Problema resolvido. Nosso agradecimento aos "universitários".
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João Hélio e os Direitos Humanos


Há três anos o menino João Hélio entrava no carro dos seus pais sem saber que a sua breve vida de sete anos seria brutalmente, sangrentamente, criminosamente interrompida por cinco rapazes, entre os quais estava um adolescente de 16 anos.

Essa criança transformou-se num "mártir-mirim da vida" - assim o chamei num artigo que escrevi em forma de carta aberta dirigida a ela e publicado pelo jornal O Globo -, tamanha foi a reação de indignação e de comoção popular diante do modo como ela foi assassinada.

Infelizmente, hoje temos ecos dessa reação popular ao ler nos jornais a notícia de que a organização não-governamental (ONG) Projeto Legal quer mudar o rosto de um delinquente juvenil, réu do crime cometido contra esse pequeno mártir, para o rosto de uma vítima ameaçada de morte e, portanto, com o direito de ser incluída num Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente, podendo viajar para um Estado ou país diferente e assim viver mais seguro.

Mesmo com a imediata intervenção do Ministério Público pedindo a anulação desse ato impetrado pela referida ONG, mesmo com o acerto da decisão judicial de libertação desse delinquente, uma vez que ele cumpriu o prazo-limite de três anos de afastamento da sociedade, várias questões merecem ser consideradas diante do reaparecimento de menino João Hélio na mídia nacional.

Primeira questão: será que a ONG Projeto Legal tem o direito de aumentar a dor dos pais, favorecendo um rapaz que ainda é incapaz de viver em sociedade de forma civilizada, quando se sabe que na sua curta permanência na prisão cometeu mais três crimes, um dos quais foi a tentativa de homicídio de um agente de disciplina, usando tiras de pano e cordas?

Segunda questão: será que os direitos humanos fundamentais, no Brasil, não estarão sendo manipulados por certos grupos de pessoas, que acabam colocando-os num nível de igualdade com outros "direitos" criados e claramente contrários à dignidade da pessoa humana e ao bem comum da sociedade?

Terceira questão: será que não existe mais, na atual civilização, o direito de memória, que exige o dever de respeitar o sofrimento gravado a fogo na mente e no coração dos pais e dos familiares, dos amigos e dos concidadãos de João Hélio, pois no interior de toda essa gente nunca se apagarão as imagens da atrocidade cometida contra essa criança, e a infeliz iniciativa desse tipo só faz pisotear este direito humano?

Quarta questão: será que o nosso mundo, que se vangloria de ser pós-moderno, de ter progredido tanto nos costumes e na ciência, de ter avançado na defesa dos direitos humanos, tem ainda uma reserva de mentes claras e imunes a ideologias camufladas, capaz de falar dos reais direitos humanos e mais capaz ainda de proclamá-los corajosamente, até que o povo brasileiro se convença de que não precisa mais de ONGs que se vão instalando no nosso país somente para conturbar a ordem social e destruir valores culturais e religiosos indiscutíveis?

Queremos que o caso de João Hélio não seja mais um para preencher páginas dos meios de comunicação e tampouco que a sua pura figura de chorosa memória sirva para promoção de algumas entidades interessadas não sabemos em quê. Queremos, sim, que esse "mártir-mirim da vida" desperte a reserva de inteligências esclarecidas, crie ações de famílias preocupadas com a segurança e a paz dos seus membros, a fim de que haja na cultura brasileira uma valorização mais enfática da dignidade humana, que é a raiz profunda dos direitos humanos e o alicerce firme de um mundo mais fraterno e justo.

Nesse sentido, a Igreja Católica no Brasil resiste a ser empurrada para dentro das sacristias e, sempre que houver no País um ou vários atentados contra os direitos fundamentais da pessoa humana, ela terá a coragem de proclamá-los, defendê-los e promover debates purificados de ideologias impregnadas de ateísmo e relativismo.

Os direitos fundamentais que governam as relações sociais, tais como a inviolabilidade da vida humana, o respeito à natureza, a liberdade de imprensa, a informação objetiva na mídia, a propriedade privada, a liberdade religiosa, a educação das crianças e dos jovens isenta de ideologias desconstrutivas da pessoa humana, a verdadeira natureza e identidade do matrimônio e da família, a segurança pública, a saúde integral, o voto sem preço, etc., para citar alguns dos direitos humanos mencionados na encíclica Pacem in Terris, escrita em 1963, pelo beato papa João XXIII, são anteriores ao Estado, são próprios da natureza humana e, principalmente, são originários do próprio Deus.

Nem Estados, nem grupos de Estado, nem autoridades governamentais, nem integrantes de organismos não-governamentais, nem planos nacionais, nem pretensas nações planejadores do mundo têm o direito de impingir aos cidadãos de um país certas propostas que maculam e lesam a dignidade da pessoa humana, mesmo que utilizem a expressão "direitos humanos", sem afirmar quais a sua raiz e a fonte verdadeiras e originais.

João Hélio, eu lhe dizia há três anos que você seria a semente de um Brasil onde as crianças teriam respeito, consideração e muito amor desde o princípio de sua vida e, hoje, tenho de lhe pedir perdão, porque nós, os adultos, não soubemos, ou melhor dizendo, não quisemos regar essa semente neste intervalo de tempo e ela é minúscula, mas lhe prometemos que a sua vida e morte acabará germinando e produzirá os frutos de que o Brasil necessita.

Dom Antonio Augusto Dias Duarte, médico pela Universidade de São Paulo é bispo-auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro



Estadão
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