Para quem curte rock contemporâneo, psicodelia, acid jazz, mod e baratos afins, uma excelente pedida é o programa Geléia Moderna, que vai ao ao todos os sábados, das 17 às 19 h, pela Rádio Roquette-Pinto (FM 94,1 Mhz). Comandado pelos DJs Brant e Jorge Lz, o programa alterna uma excelente programação musical – em uma verdadeira (fazendo juz ao seu nome) “geléia” de estilos e gêneros – com ótimos papos com bandas e músicos convidados. Uma dica para quem não é do Rio (e também para quem é!): o último programa apresentado fica no ar durante toda a semana no site da rádio. Para um “viúvo” da velha Fluminense FM (a eterna “maldita) como eu, o “Geléia” foi um verdadeiro achado!
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A partir da segunda metade da década de 1960, algumas bandas e músicos de rock começaram a incorporar a sua música alguns elementos do jazz : sofisticação harmônica, improvisações, maior complexidade das coomposições e, também, maior riqueza melódica. Dentre estas incluem-se bandas como Blood, Sweat and Tears, Chicago, Soft Machine, Henry Cow e a própria Santana Band (do guitarrista Carlos Santana), com suas levadas de Latin Jazz. Por outro lado, músicos provenientes do Jazz como o lendário trompetista Miles Davis e o guitarrista John McLaughlin também começaram a dialogar com o rock – principalmente com o rock psicodélico – e com a soul music: surgia aí o Jazz Rock (ou Fusion), um dos mais criativos gêneros musicais surgidos naqueles anos. Se alguns desses músicos e bandas – como Davis, McLaughlin (com a sua Mahavishnu Orchestra), Frank Zappa e Soft Machine - mergulharam em geniais experimentações musicais, outros como os rapazes do Chicago (da deliciosa e swingada “Happy Man”) e o Blood, Sweat & Tears seguiram caminhos que os levaram para um som mais próximo da pop music, mas sem - em nenhum momento - perder a qualidade. Desta turma mais pop, gosto bastante do Blood, Sweat & Tears e incluo uma de suas canções - Hi-De-Ho, de 1970, que compartilho abaixo - no rol das minhas favoritas.
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Um dos CDs que não tenho tirado do Player do carro é o da banda “Dois em Um”. Formada pelo ex-guitarrista do Penélope, Luisão Pereira, e pela violoncelista e vocalista Fernanda Monteiro, a dupla combina o romantismo lírico das letras das canções, com um som que mescla psicodelia, influências do indie rock e música erudita (resultado da formação clássica de Fernanda), criando assim um clima onírico-viajante a la Portishead. Dentre estas canções, destaco a ótima “E se chover?”, cujo clip utiliza as belas imagens da animação "Father and Daughter", de Michael Dudok de Wit.
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"Vou tirar você deste lugar” é uma canção que faz parte da memória afetiva de milhares de brasileiros (inclusive da minha!). Pensei em postá-la aqui na (boa) gravação de uma certa banda carioca. Mas como as atividades da "Brigada Anti-Los Hermanos" andaram intensas no “Abobrinhas” nestes últimos dias, decidi compartilhar a versão original do único e inigualável Odair José. Por sinal, um dos melhores discos brasileiros dos últimos anos é o CD “Tributo a Odair José”, com releituras dos clássicos deste grande compositor (realmente) popular feitas por bandas de rock novas ou já consagradas.