Acho que foi por volta de 1979, quando eu tinha 10 para 11 anos de idade, que ouvi no rádio "Sultans of Swing" pela primeira vez. A música causou-me, de cara, um tremendo impacto: senti-me em um oásis no meio do deserto, ao ouvir aquela guitarra limpa e vigorosa em plena onda “Disco”. Afinal, para um pré-adolescente roqueiro, aquela febre Dancin’ Days era um tremendo pé-no-saco. Por causa da voz e do jeito de cantar do Mark Knopfler, achei, a princípio, que era uma música nova do Bob Dylan – que eu conhecia e curtia por influência de meu irmão mais velho -, mas descobri logo que se tratava de uma banda sobre a qual eu nunca tinha ouvido falar chamada Dire Straits. Com a grana da mesada, comprei o compacto simples – putz, como eu estou velho! – e aquela música começou a tocar sem parar na minha vitrola Philco (realmente sou uma criatura jurássica!). Lembro-me da minha mãe – uma portuguesa típica cujas grandes referências musicais eram o Fado, Roberto Leal e Roberto Carlos e que achava que rock e barulho eram a mesma coisa – rendendo-se ao talento de Mr. Knopfler e comentando: “Nossa, esta guitarra parece que está chorando”. Depois de quase furar o compacto, acabei comprando o LP que continuou a tocar sem parar (agora já em um “Três em Um” da National!) no meu quarto. Desde então, ouvi milhares de vezes essa canção - tanto a versão original, quanto as inúmeras gravações ao vivo - em todas as novas mídias que foram aparecendo ao longo desses anos. Ontem, quando eu voltava para casa, “Sultans of Swing” começou a tocar no rádio do carro. Percebi, então, que mais de três décadas depois, eu continuo a ter – logo que escuto os seus primeiros acordes - as mesmas sensações e o mesmo sentimento que tive, lá no final da minha infância, ao ouvi-la pela primeira vez...
Curta aqui uma gravação ao vivo de “Sultans of Swing”, em um programa da TV britânica, no ano de seu lançamento (1978):
Curta aqui uma gravação ao vivo de “Sultans of Swing”, em um programa da TV britânica, no ano de seu lançamento (1978):