A DIGNIDADE PERDIDA

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  • domingo, 1 de novembro de 2009
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  • Hoje meu pai completaria 80 anos. Não choro a morte de ninguém, pois ela se faz necessária ao complexo ciclo da natureza e do próprio planeta.
    Muitas pessoas não entendem isso, eu apenas respondo que da natureza, nada se cria, nada se perde tudo se transforma. Pequeno teorema ginasial esquecido por religiosos e ecologistas.
    Minha indignação é a forma como se morre.
    Estamos vivendo em nosso país um clima de guerra, e até na guerra morre-se com mais dignidade.
    Não é possível que um trabalhador brasileiro, com suas aposentadorias carcomidas pelos governos corruptos, seja internado na emergência de um hospital público, sem funcionários, enfileirados em camas e macas, sem atendimento e alimentação decente.
    Acampamentos de guerra da segunda mundial, tinham melhores condições.
    Deixando de lado esse choro de filho, há os pais mortos no trânsito, nas balas perdidas, e nos assaltos da criminalidade.
    há os pais sequestrados, os filhos do crack e da cocaína.
    Os governos promovem a excelência do tratamento da Aids, mas não conseguimos obter o número de mortos pelo SUS em nosso cotidiano.
    Perdi meu pai, meu amigo assim como tantos outros filhos desta terra.
    A criminalidade e o trânsito matam cem mil por anos em nossa amada pátria.
    Eu teimaria em dizer que outro tanto são assassinados nos sistemas públicos de saúde.
    Sei que muitos aprovam subservientes o bolsa família, pois necessitamos urgentemente do bolsa saúde.

    Sei que muitos aprovam a indenização dos guerrilheiros de esquerda da revolução de 1964, pois necessitamos indenizar as vítimas das balas perdidas, dos policiais corruptos, da marginalidade que mata e têm leis complacentes com o crime.
    Damos bolsas de auxílio e indenizamos mais que qualquer país no mundo, e estamos morrendo como judeus no holocausto.
    O Brasil está doente, septcêmico, embolorado e podre.
    Bagdad era conhecida por suas 1001 noites, das festas e corrupções, hoje do povo faminto armado com tecnologia atômica.
    Hoje eu me sinto na Pérsia, Brasília é a nossa Bagdad.
    O Xá que reina, veio das 1001 e noites´, é o nosso alí gambá seus "???trocentos" ladrões.
    O povo persa que libertou-se uma ditadura e abraçou outra, assim como nós fizemos, libertamo-nos dos militares e abraçamos tudo aquilo que eles abominavam.
    Diferente da Pérsia aqui não houve revolução, houve conluios, aconchegos.
    Simplesmente pagaram o preço.
    A corrupção comprou uma ditadura por outra.
    Nunca conquistamos nada com suor e sangue, esta é a nossa dignidade perdida, nos acampamentos de guerra do SUS, nas balas perdidas das vielas suburbanas, e nas saídas de banco buscando parcas aposentadorias.
    bom dia
    In Memorium
     
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