A mentira sobre a destruição de imagens

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  • quarta-feira, 26 de agosto de 2009
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  • A última tentativa de manter o assunto Lina-Dilma na mídia passa pela tese da oposição de que a presença de Lina Vieira no Planalto foi filmada, e o material destruído. O obediente cartel da mídia segue atrás, como advogados da promotoria, tentando provar o delito. Para esta patetice até Elio Gaspari foi convocado, e deu seus pitacos em último artigo, na quarta-feira, dia 26, em vários jornais:

    O GSI tem dezenas de câmeras espalhadas pelo Planalto. Supondo-se que elas sejam acionadas ao detectar movimentos e gravem 15 quadros por segundo, sua memória, comprimida, armazena 156 gigabytes por mês, ou 1,8 terabyte por ano.


    O jornalista é peremptório em seus cálculos, e segue em devaneio para explicar que o custo de um HD hoje é baixíssimo, investimento que o governo não fez por incompetência ou está mentindo sobre o seu sistema. Deveria ouvir um melhor especialista. Existe no Brasil o Guia do Circuito Fechado de Televisão, onde estão reunidos os que fabricam estes equipamentos e os usam. Seu fórum tem respostas mais precisas para a elucubração do jornalista. Lá, um comerciante pergunta sobre o tamanho do HD para seu sistema. O usuário Yogi dá uma resposta bastante técnica:

    Vejamos um cálculo aproximado com apenas uma câmera como este que tenho no salão comercial:
    -mini camera Topway 420L color ccd Day/Night

    Média de consumo por 1 min.= varia de 7 ~ 11 MB ( considerando média 9 MB)

    9 MB x 60min. = 540 MB/ h como expediente tem 12 horas:

    540 MB x 12 = 6480MB /12h ou seja aprox.= 6,5GB /dia

    Se optar gravação contínua ainda tem 160KB/min (média) na gravação de “escuro”, aqui considerando que após fechamento o ambiente fique escuro. No meu caso ao amanhecer ambiente fica um pouco claro devido a existência de janelas, isto consumiria mais.

    Se optar por detecção de mov. este gasto não terá desde que não ocorra nenhum movimento na área.

    Em resumo: com apenas uma câmera ,em questão tenho no mínimo 6,5Gb por dia e tenho 4 câmeras com iguais condições teríamos:
    26Gb por dia!
    E se tem espaço de 250Gb no HD caberia pouco menos de 10 dias de gravação!


    Uma aritmética simples mostra que 6,5 gigabytes ao dia é 2,4 terabytes ao ano. Se o Planalto usar 50 câmeras como imagina Gaspari (certamente seriam mais), chegamos a 118,6 terabytes. Agora vem a questão: como plugar mais de cem HDs em um sistema, falando com programa que busque e indexe todo este material? E isso é vendido facilmente no mercado?

    Para o jornal O Globo é. Estampou em manchete interna em sua edição de terça-feira, dia 25: “Destruição de imagens após 30 dias é criticada”. Por quem? Pelo DEM, Agripino principalmente e pelo filhote de César Maia, que todos os dias aparece na TV lendo a pauta para os jornais. A reportagem tentava justificar o título, talvez já pronto. Quem entrevistam e dão destaque? Um tal de Victor Saeta, vice-presidente do Sesvesp, o Sindicato das Empresas de Segurança Privada e Eletrônica do Estado de São Paulo, que diz que “30 dias é o prazo de retenção de uma padaria”. Este é o “técnico” que o Globo achou mais relevante. Outro, o especialista em segurança predial do Sindicato de Habitação do Rio, Raimundo Castro, ficou para o pé da reportagem, certamente por dizer algo que impediria a manchete: “Os equipamentos modernos guardam as imagens por até 45 dias”.

    Se o jornal desejasse fazer jornalismo, e conhecer melhor como funciona um desses sistemas, poderia pesquisar um que foi montado recentemente, o do Ministério Público da União. O contrato está na internet. O sistema, de 48 câmaras, tem vários recursos modernos, como ser acessado remotamente via TCP/IP. No contrato, o prazo de gravação é de 30 dias!

    Até quando vão conseguir sustentar esta farsa?
     
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