A Internet nos deixa estúpidos


Para o americano Mark Bauerlein, é preciso tirar os jovens da rede para que passem mais tempo com os pais - e, assim, fiquem mais inteligentes

por Eduardo Szklarz

Será que a era digital faz bem aos nossos neurônios? Para o professor americano Mark Bauerlein, a resposta é não: se você tiver menos de 30 anos, considere-se membro da geração mais estúpida da história. É desse jeito, sem meias palavras e com altas doses de provocação, que ele descreve os estragos gerados pela era digital, em seu livro The Dumbest Generation (“A Geração Mais Burra”, inédito no Brasil). Bauerlein diz que os jovens andam tão distraídos com celulares, MSN e orkut que deixam de prestar atenção em assuntos importantes, como história e política. Encerrados em seu casulo tecnológico, onde só falam com pessoas da mesma idade, os jovens estão vivendo como Peter Pan – numa eterna adolescência alienada dos conhecimentos mais elementares. Professor de inglês da Universidade Emory, nos EUA, Bauerlein analisa essa transformação citando dados: em 2001, 52% dos teens americanos não sabiam que a União Soviética foi aliada dos EUA na 2ª Guerra Mundial. Ou: os jovens de 15 a 24 anos lêem só 8 minutos por dia, mas passam quase 4 horas vendo TV. “Nenhum grupo na história abriu tamanha fissura entre suas condições materiais e suas realizações intelectuais”, diz.

Como a internet piora a inteligência dos jovens?

Eu me refiro principalmente a 4 elementos: curiosidade intelectual, conhecimento histórico, consciência cívica e hábitos de leitura. Os jovens têm lido cada vez menos nos EUA. E estou dizendo livros, jornais e revistas, que ainda são o principal e o mais importante acesso ao conhecimento.

Mas a web não pode ser útil para o conhecimento?

Poderia, mas os garotos não se importam com essas coisas. Eles não visitam um site de um grande museu para ver as pinturas. Preferem visitar seu perfil pessoal na internet ou fazer upload das fotos da última festa, ou escrever em seu blog como odeiam a escola. Segundo o instituto Nielsen Media Research, 9 entre os 10 sites mais populares entre os adolescentes são redes de relacionamento. É isso que as ferramentas significam para eles: um meio social.

Como a internet está mudando nossa sociedade?

Para ser saudável, qualquer sociedade precisa ter uma forte interação entre jovens e adultos. Uma relação em que os adultos possam criticar os garotos por serem ignorantes, inexperientes e egoístas. Quando eu era adolescente, ia à escola, jogava basquete com meus amigos, evitava meus inimigos e, ao voltar para casa, a vida social terminava. Durante o resto do dia, eu tinha de estar junto dos meus pais e escutá-los conversar sobre dinheiro, responsabilidades da casa, a Guerra do Vietnã... Hoje, um garoto de 15 anos vai para casa e se fecha no quarto para falar pelo celular, entrar no blog e mandar mensagens de texto. Os adolescentes estão formando seu próprio universo, longe da realidade adulta.

Essa falta de convivência é falha dos pais?

Pais e professores deram muita liberdade e responsabilidade aos jovens. Muitos pais gostam de internet, TV e videogames porque eles servem de babás. Por isso, os adolescentes só se preocupam com eles mesmos. Se os pais não forem ativos e vigilantes, os garotos vão basear toda a sua realidade – suas idéias, valores e gostos – uns nos outros.

E qual seria a solução? Proibir a internet?

De forma nenhuma. O problema não é a tecnologia, e sim como a pessoa a utiliza. O desafio é quebrar o domínio de redes de relacionamento.

É possível tirar os jovens da internet?

É possível estabelecer um momento em que eles desliguem o celular, apaguem o computador e leiam um jornal, uma revista ou um livro. Nessa “hora da leitura”, os meninos podem ler o que quiserem. Não têm que ler Jorge Luis Borges ou Moby Dick. O importante é que possam ficar sentados, sem interrupção, e focar-se no texto. Depois disso, podem voltar a jogar videogame! A idéia é colocar um muro entre eles e os amigos durante uma pequena parte do dia.

Acha que isso vai dar certo?

Já vem dando certo com alunos meus. Quando lhes digo que precisam passar um tempo desplugados, ou não fazer o dever com a TV ligada, vejo que eles relaxam. Acho que muitos jovens já estão cheios de tantas conexões, celulares e e-mails. Realmente gostariam de dar um tempo. Mas pense no que aconteceria. Imagine que você está na faculdade e não tem orkut. Você está fora! A pressão é enorme. É como se tivesse 5 anos e ninguém quisesse brincar com você.

O filósofo David Weinberger diz que a internet incentiva o conhecimento compartilhado. Concorda?

Essa idéia de conhecimento como um processo coletivo é interessante, mas ainda existem muitas incertezas sobre ela. Por exemplo, no caso do conhecimento histórico. Muitos se perguntam qual o sentido de saber sobre dom Pedro 2º quando dá para procurá-lo na Wikipédia. Mas a questão é: estudamos dom Pedro 2º só para saber quando ele nasceu, as coisas que ele fez e o ano em que morreu? Ou estudamos figuras históricas como essa para desenvolver idéias sobre caráter, honra, inteligência e moral?

Como assim?

As informações devem remeter a algo mais profundo, que faça você pensar sobre quem é ou nas coisas em que acredita. Quem são os seus heróis? E os seus vilões? Portanto, as pessoas que defendem a idéia de conhecimento coletivo talvez não entendam o quanto é importante essa formação individual.

Weinberger também diz que mais importante do que o conhecimento é a compreensão dos fatos...

Sim, concordo, mas a compreensão é um processo bastante lento. E a internet agita tanto os garotos que muitos professores nos EUA já acham difícil mandar os alunos ler um livro com mais de 200 páginas. Os adolescentes não conseguem se concentrar por muito tempo. Um argumento complexo ou um poema difícil viraram coisas irritantes para ser assimiladas.

Na Antiguidade grega, as velhas gerações já criticavam o comportamento das mais novas. Há algo de novo nessa história?

É realmente uma história velha, mas acho que precisa ser repetida. Os adolescentes nunca cresceram com tanto dinheiro nem com tanto acesso a livrarias, museus, faculdades e entretenimento. Muitos deles pensam: “Nós somos os maiores!” Precisamos botar um freio nisso e mostrar que eles não são tão especiais, tão diferentes nem tão brilhantes assim. É natural que pensem dessa forma, faz parte da natureza humana – e a internet inclusive cultiva essa atitude.

Mark Bauerlein

• Tem 49 anos e vive com a família em Atlanta, EUA.

• Gosta de romances policiais de Raymond Chandler, John MacDonald e Jim Thompson. Para leitura “séria”, prefere Dostoiévski e Dante.

• Tem ficado mais tempo na internet do que gostaria, respondendo a e-mails de pessoas revoltadas com seu livro The Dumbest Generation. Mas ele leva o debate com humor. “Isso mostra que os jovens se importam”, diz.

• Está voltando a praticar artes marciais, depois de machucar o joelho treinando chutes de caratê.
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A crise internacional: as verdadeiras e as falsas questões

Valor Econômico - 31/08/2009

Estamos entrando no terço final de 2009 com uma visão mais clara sobre os fatores que levaram à crise financeira que nos atingiu a partir do colapso do banco Lehman Brothers. Um dos pontos centrais na sua construção foi certamente a questão da regulação e controle das instituições financeiras. Mesmo não sendo a origem propriamente dita da crise, a regulação falha permitiu que os elementos de fragilidade no sistema assumissem enormes proporções. Depois de termos vivido um longo período em que prevaleceu a ilusão da racionalidade intrínseca aos mercados financeiros, hoje há novamente o reconhecimento das fragilidades e dos riscos sistêmicos associados a seu funcionamento.

Não tenho dúvidas de que um novo entendimento sobre o controle da atividade financeira nascerá a partir das lições duramente aprendidas nestes dois últimos anos. Esta minha posição nasce também a partir do acompanhamento de fatos ocorridos recentemente. Cito ao leitor do Valor dois que me impressionaram nos últimos dias: o presidente da poderosa agência que regula os mercados futuros nos Estados Unidos - a CFTC - falando à imprensa revela que já há consenso nesse órgão de que os mercados de derivativos financeiros precisam ter uma regulação própria. Ele - que foi funcionário do Tesouro americano entre 1997 e 2001 - cita que, em 2000, no governo Clinton, essa mesma questão foi discutida no âmbito dessa agência federal e a decisão foi a de deixar o mercado totalmente livre de regulação externa, o que, em sua análise, foi um erro muito grave.

O outro fato que merece nossa atenção está estampado na edição de sexta-feira do site da Bloomberg. A SEC, outra agência regulatória do governo americano e responsável pelo mercado de títulos em geral, contratou um respeitado professor universitário para ser o responsável pela análise de risco nas operações sob sua supervisão. "Nós estamos criando um novo foco na análise de riscos para podermos identificar as áreas da indústria de títulos financeiros que podem representar riscos para os investidores" disse o presidente da SEC à agência de notícias. É preciso lembrar que, nos anos Bush, a SEC foi um dos centros do movimento pela liberdade total dos mercados.

Quem acompanha o dia a dia dos mercados financeiros sabe que o pensamento ultraliberal em relação à regulação dos mercados financeiros foi dominante desde a década de 1980, mas especialmente a partir do governo Clinton. Bush deu continuidade a essa visão. Os perigos associados a essa postura ficaram ainda maiores em função do aparecimento de uma série de inovações financeiras que criaram segmentos do mercado sem nenhum acompanhamento pelos órgãos reguladores. Além desses espaços sem lei, instrumentos legítimos de busca de eficiência das instituições financeiras e que funcionaram adequadamente durante muito tempo foram sendo desvirtuados. Como não havia a disposição das autoridades de acompanhar os movimentos das instituições financeiras, os riscos associados a essa evolução também não foram identificados com antecedência.

Tomemos o exemplo tão discutido do pagamento de bônus aos executivos das instituições financeiras. Essa prática, usada para estimular talentos, nasceu em instituições financeiras organizadas sob a forma de associação de sócios. Nesse tipo de instituição, a maioria dos funcionários que recebe bônus participa também no capital da empresa. Além disso, essas empresas não tinham ações colocadas no mercado junto a investidores. Elas funcionavam como uma grande cooperativa de funcionários, de maneira que o pagamento de bônus por performance a cada período não causava distorções em relação ao valor futuro dos lucros dos acionistas. Esse sistema funcionou de forma correta por décadas no mercado financeiro. Mas a partir do momento em que se aprofundou a separação entre beneficiários dos bônus e os detentores de ações, a racionalidade do sistema foi destruída e uma nova fonte de risco criada. Neste momento, os mecanismos que criavam estímulos positivos se tornaram instrumentos perigosos e destrutivos. O exemplo do ocorrido com o Citi e a Merrill Lynch, entre outros, é ilustrativo dessas mudanças.

Esse envelhecimento de todo um arcabouço institucional construído ao longo de muitos anos é o resultado direto de uma postura errada em relação à questão da regulação externa dos mercados. A interferência dos governos é a única forma capaz de equilibrar os interesses individuais, principalmente em função da assimetria de informações que existe no sistema financeiro moderno. No modelo ideal de regulação deveria haver a centralização das informações sobre as transações financeiras em um único órgão regulador. Mas isto certamente levaria à criação de uma burocracia enorme e que dificilmente conseguiria ser eficiente. Uma segunda alternativa seria a manutenção dos vários órgãos reguladores hoje existentes e a centralização apenas no caso das grandes unidades financeiras integradas e que representam riscos sistêmicos. Nesse caso o Banco Central assumiria esse papel.

Outra lição da crise atual e que será certamente incorporada no desenho de um novo sistema de regulação é que, no mundo integrado que existe hoje, o sistema de regulação e controle das operações financeiras não pode estar restrito às fronteiras nacionais. Uma das causas da crise recente foi exatamente a existência de espaços vazios de regulação entre um país e outro e que foi aproveitado por várias empresas para fugir da regulação. O exemplo mais claro dessa esperteza é o da AIG, que criou uma empresa em Londres para fugir da supervisão dos órgãos americanos no mercado de companhia de seguros.

Usando aqui a imagem dos movimentos de um pêndulo, podemos dizer que o risco agora passa a ser o de exagero na regulação. Os custos associados à liberdade excessiva dos mercados financeiros foram tão grandes que existe hoje um clima de caça às bruxas. Por isso o papel das cabeças mais lúcidas neste momento é o de evitar exageros, pois a liberdade legítima dos mercados precisa ser preservada para manter sua eficiência.

Luiz Carlos Mendonça de Barros, engenheiro e economista, é diretor-estrategista da Quest Investimentos. Foi presidente do BNDES e ministro das Comunicações.

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AVANÇO DE UM ABUSO


EDITORIAL
ZERO HORA (RS)
31/8/2009

A comissão especial da Câmara de Deputados que estuda a questão do número de vereadores aprovou a proposta de emenda constitucional que aumenta em mais de 7 mil o total de vereadores do país. Mesmo aprovada junto com uma proposta de reduzir o percentual de repasse de recursos às Câmaras Municipais, a ampliação do número de vereadores está fundamentada em argumentos que não se sustentam. A qualidade da representação não está vinculada ao número de representantes, mas guarda relação com outros fatores que levam ao aperfeiçoamento da democracia. Neste sentido, é evidente que o Congresso Nacional – primeiro no Senado, por onde a PEC já tramitou e foi aprovada, e agora na Câmara – submeteu-se a pressões municipais que não necessariamente respondem ao interesse da democracia e da sociedade brasileira.

Menos mal que o projeto de aumento de vereadores vem agora acompanhado de um outro, necessário, que define o percentual de repasse orçamentário às Câmaras e que, assim, corrige o erro cometido no Senado. Ao aprovar essa regra que aumenta o número de vereadores, o Senado retirou do texto a limitação de gastos, numa decisão que levou a um impasse que agora os deputados tentam sanar.

De qualquer maneira, a questão básica não está resolvida. Ao contrário. Aumentar o número de vereadores de maneira tão expressiva é uma demonstração de insensibilidade política que não se coaduna com o interesse público de ter instituições enxutas e eficientes. A realidade brasileira não comporta esses acenos demagógicos. A democracia do país, que precisa qualificar-se, em nada lucra com o inchaço das Câmaras Municipais. A quantidade é, muitas vezes, inimiga da qualidade e esta nunca se confunde com aquela.

É compreensível que haja pressão por parte de vereadores e de suplentes, é compreensível até mesmo que tal pressão tenha intensidade extra em anos pré-eleitorais, como agora. O que não pode ser tolerado é que uma decisão que os tribunais superiores tomaram há cinco anos e que a população aprova volte transformada numa espécie de trenzinho da alegria para exatos 7.343 suplentes que preencherão as vagas desse número que a emenda constitucional cria. A questão precisa ser reposta dentro de um projeto amplo de estruturação das instituições legislativas e no contexto de uma reforma política ampla e corajosa. Há pouco sentido em que cidades com 2 mil ou 3 mil habitantes tenham Câmaras compostas por nove vereadores, cujo trabalho muitíssimas vezes se resume a uma sessão por mês, à noite. Estes fatos precisam ser levados em consideração pelos deputados federais, a quem compete o próximo passo. O interesse do país precisa ser colocado em primeiro lugar.
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Os índices de produtividade, e o Golpe no direito à propriedade

O ESTADO DE S PAULO
O governo engajou-se num projeto ousado, se não temerário, de mudar os índices de produtividade do campo brasileiro. E trata-se bem do campo, pois nenhuma atividade empresarial está submetida a tal exigência, como se os produtores rurais e o agronegócio devessem sofrer uma espécie de punição por investirem e produzirem. São pecadores desde sempre! Tal temeridade é ainda mais perigosa por criar um clima de instabilidade num ano que já se apresenta como pré-eleitoral. Literalmente, o governo está brincando com fogo.

Essa iniciativa depende apenas de uma portaria interministerial, a ser assinada pelos ministros da Agricultura e da Reforma Agrária. O primeiro, numa situação de constrangimento, não teria estado presente à reunião em que foi decidido esse anúncio. Depois, procurou equilibrar-se. Contudo, se assinar essa portaria, perde condições de continuar no cargo, ficando completamente desprestigiado. Ressalte-se que o ex-ministro Roberto Rodrigues, quando titular da Pasta da Agricultura, recusou-se a assinar tal portaria, embora já estivesse pronta - atitude que teria sido a razão de sua renúncia ao cargo.

O MST obteve essa decisão presidencial ao cabo de várias manifestações, culminando com uma marcha em Brasília. Observe-se que o presidente já havia anunciado medida do mesmo tipo quando de sua eleição em 2006, como forma de retribuição pelo apoio recebido. O anúncio, no entanto, terminou não se concretizando numa portaria, provavelmente pelo risco de instabilidade institucional que a medida acarretaria. Se isso agora ocorrer, poderemos ter a certeza de que os próximos anos testemunharão uma recrudescência de invasões, com o MST aumentando a sua ingerência no campo brasileiro, com expansão possível de suas atividades às cidades.

Embora essa organização política tenha sido fortalecida financeiramente pelo atual governo, via concessão de recursos por intermédio de entidades de fachada, ela vinha perdendo fôlego perante a opinião pública. Financeiramente, nunca esse movimento gozou de tantos recursos, repassados por diferentes Ministérios, como os da Reforma Agrária, da Educação e do Desenvolvimento Social. Politicamente, porém, suas ações expuseram, cada vez mais, seu caráter arbitrário, com atos explícitos de violência em suas invasões e na ausência de objetivos concretos em suas demandas. Uma das razões disso consiste em que, sob os atuais índices de produtividade, não existem mais "latifúndios improdutivos" no Sul, no Sudeste e no Centro-Oeste do Brasil senão marginalmente. Ora, são essas regiões o foco das ações do MST. No Norte a questão é de regularização fundiária e no Nordeste há ainda algumas regiões que se situam abaixo dos índices atuais de produtividade.

Trata-se, portanto, de uma criação artificial de latifúndios improdutivos. Segundo estimativas do ministro Guilherme Cassel, da Reforma Agrária, o governo teria a criação "artificial" de 33 milhões de hectares de propriedades "improdutivas". Para se ter uma ideia da enormidade anunciada, o Brasil já conta com 80,6 milhões de hectares de assentamentos, segundo dados de dezembro de 2008. Chegaríamos a algo em torno de 113,6 milhões de hectares de assentamentos. Ora, o conjunto de lavouras permanentes (55 milhões), temporárias (17 milhões) e de florestas plantadas (6,5 milhões) é de 78,5 milhões de hectares - dados de dezembro de 2008. Tem-se, assim, uma ideia mais precisa do dano que está para ser causado.

O que não se diz, também, é que nos "novos" desapropriados "latifúndios improdutivos" não teremos mais produção de nada, dada a falência do processo de reforma agrária no País. Ou seja, terras produtivas serão repassadas para quem não produz, com a queda do ritmo de expansão da agricultura, que, além de atender com alimentos baratos a todo o mercado interno, tornou-se um grande polo exportador, colocando o País dentre os primeiros do mundo. Poderíamos, então, colocar a seguinte questão: quais são os índices de produtividade dos assentamentos brasileiros? Por que não vêm eles a público? Uma medida prática, de enorme repercussão, consistiria em aplicar os atuais índices de produtividade aos assentamentos, de modo que se pudesse verificar a contribuição que dão ao País. Seria não apenas uma questão de equidade, mas de transparência necessária, pois o cidadão brasileiro tem o direito de saber para onde vão os recursos destinados à dita "reforma agrária".

Observe-se, ainda, que tal iniciativa governamental se inscreve num contexto de crise mundial, com alguns produtos agrícolas sendo vendidos abaixo de seu custo de produção. Ora, de acordo com uma economia de mercado, o que deveriam fazer tais produtores e empresas? Diminuir a sua área plantada, para reduzir, nessa situação, a sua produção e os seus prejuízos. O que está, no entanto, obrigado a fazer? A produzir mais, pois se não o fizer pode perder a sua terra! O produtor rural e o agronegócio ficam expostos à seguinte situação: de um lado, a crise mundial exigindo medidas específicas de controle da produção; de outro, o MST ameaçando invadir segundo novos índices de produtividade.

O empreendedor rural e o agronegócio são punidos pelo aumento de sua produtividade. Um banco, uma siderúrgica ou uma fábrica de eletrodomésticos ganham com seus investimentos, suas inovações e os riscos assumidos. O que acontece com um empreendedor e uma empresa rurais? Os seus ganhos não revertem para si, mas estão sob a ameaça de ser transferidos para o MST se não alcançarem um determinado patamar. A que visa, na verdade, uma revisão dos índices de produtividade? A uma transferência de bens, a uma transferência de propriedade. E para quem? Para uma organização política de cunho leninista que procura inviabilizar a economia de mercado, destruir o direito de propriedade e implantar um regime socialista autoritário/totalitário.

Denis Lerrer Rosenfield
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Lula sobre o pré-sal: 'Hoje é um novo Dia da Independência'

SÃO PAULO - O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva comentou sobre o marco regulatório do pré-sal e o que ele significa Brasil durante seu programa de rádio semanal "Café com o Presidente" nesta segunda-feira. O anúncio oficial do novo modelo do setor ocorre hoje, em cerimônia pomposa. Para o evento no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, foram convidadas 3 mil pessoas.

"Eu acredito que essa segunda-feira, dia 31 de agosto, representa um novo Dia da Independência para o Brasil", declarou o presidente. "E que o Brasil precisa aproveitar, fazendo um novo marco regulatório, para que a Petrobrás possa ficar mais forte, para que a União posa ser dona do petróleo, para que a gente possa criar um fundo para melhorar a vida do povo."

Lula queria uma partilha dos royalties igual para todos os Estados. Mas os governadores do Rio, Sérgio Cabral, do Espírito Santo, Paulo Hartung, e de São Paulo, José Serra, fincaram pé na compensação aos Estados produtores. Nas áreas já licitadas por regime de concessão, as regras da distribuição dos royalties continua como estão. Os três foram chamados para um jantar com o presidente Lula, ontem, no Palácio da Alvorada, para receber informações sobre os projetos do pré-sal. Eles avisaram que voltariam para os seus Estados após o jantar e, portanto, não participariam da cerimônia de hoje.

A proposta do governo será lançada na forma de três projetos: um criando a nova estatal de petróleo do pré-sal; outro alterando o modelo de contrato de concessão para um sistema de partilha, com as regras de transição do modelo atual para o novo; e o último sobre a criação de um Fundo Social para gerir e distribuir os recursos.

As propostas seguirão para o Congresso hoje mesmo, em regime de urgência constitucional, o que dá aos parlamentares o prazo máximo de 90 dias para aprovar a matéria - 45 dias na Câmara e 45 dias no Senado.

Estadão
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SÃO PAULO - A Petrobrás anunciou nesta segunda-feira, 31, que lançará ações para financiar suas operações no pré-sal - faixa em águas ultraprofundas da costa brasileira, do Espírito Santo a Santa Catarina, que pode conter bilhões de barris de petróleo, colocando o Brasil entre os maiores produtores mundiais do produto.

Embora o documento não traga detalhes sobre o valor da subscrição (lançamento de ações sobre o capital social da empresa), a Petrobrás espera uma aprovação rápida das regras do pré-sal (marco regulatório) pelo Congresso. Com isso, a empresa dará início aos procedimentos societários necessários para a aprovação da sua capitalização, incluindo a convocação de assembleia geral extraordinária de acionistas para aprovação da medida e a observância do direito de preferência a todos os acionistas.

A Petrobrás informa, ainda, que a emissão resultante do aumento de capital obedecerá a atual distribuição das classes de ações da empresa; a negociação com a União dos termos da cessão onerosa; e a valoração da cessão de direitos, visando às negociações com a União relativas aos termos da cessão onerosa.

Essa cessão onerosa é outro ponto previsto na proposta do pré-sal. De acordo com o comunicado, uma das propostas prevê que a União possa ceder onerosamente, à Petrobrás, o exercício das atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural em determinadas áreas não concedidas do pré-sal, limitado ao volume máximo de cinco bilhões de barris de óleo equivalentes (cessão de direitos).

Na proposta, a Petrobrás e a União assinarão contrato onde serão determinados a delimitação geográfica destas áreas, o valor a ser pago pela cessão de direitos, as condições para a reavaliação do valor da cessão e as condições do pagamento a ser efetuado pela Petrobrás à União.

As atividades de Exploração e Produção, nestas áreas, serão reguladas e fiscalizadas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), que também atuará na aprovação dos acordos de individualização da produção, conhecidos como de unitização, que forem necessários.

Regime adotado pela Petrobrás

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, encaminhou propostas legislativas ao Congresso Nacional apresentando as novas regras para o setor de petróleo. Em fato relevante enviado hoje ao mercado, a Petrobrás diz que, dentre as propostas encaminhadas, encontra-se a introdução de um novo regime de contratação, o de "Partilha de Produção", para a exploração e a produção de petróleo e gás natural em áreas do pré-sal e em áreas que possam vir a ser declaradas estratégicas pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

O regime de partilha de produção introduz o conceito de "Óleo Lucro" (Profit Oil), que representa o total produzido por determinado campo, deduzidos os custos e despesas associados à produção do óleo. Outro conceito introduzido é o de "Custo em Óleo" (Cost Oil), que corresponde aos custos e aos investimentos realizados pelo contratado para a execução da atividade de pesquisa e lavra do óleo.

A Petrobrás destaca que, na proposta, será a operadora de todos os blocos explorados sob este regime e que a União poderá contratar exclusivamente a Petrobrás ou realizar licitações com livre participação das empresas. Nas áreas que vierem a ser licitadas, será assegurada à Petrobrás participação mínima de 30%, podendo ainda a companhia participar dos processos licitatórios visando aumentar sua participação nas áreas.

Além disso, a vencedora da licitação será a empresa que oferecer o maior porcentual do "Óleo Lucro" para a União. Neste caso, a Petrobrás deverá acompanhar o porcentual ofertado à União pela licitante vencedora na proporção de sua participação mínima. Se for o caso de atuação exclusiva da Petrobrás, o CNPE indicará o porcentual do "Óleo Lucro" que caberá à União.

Outro destaque será o pagamento de bônus de assinatura (que não é critério de julgamento na licitação), que será definido caso a caso pelo CNPE, e a incidência de royalties se dará nos termos da Lei 9.478, de 6 de agosto de 1997. Em proposta específica, encontra-se a previsão de criação de uma nova empresa estatal, a qual representará os interesses da União nos contratos de partilha de produção. Esta nova empresa não realizará atividades operacionais de pesquisa e lavra, tampouco fará investimentos, mas terá presença nos comitês operacionais que definirão as atividades dos consórcios, com direito a voto de qualidade e poder de veto nas decisões.

Estadão
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A VERDADEIRA FACE DA ONU

No último artigo falamos da natureza das ongues e da sua ligação umbilical com a ONU. Vejamos agora a estratégia e a tática dessas entidades.

Quando se fala na origem das Nações Unidas e na elaboração da sua Carta – celebrada como se fosse uma nova Lei Áurea mundial – é bom que o leitor tenha em mente a história tal como aconteceu. Os fundamentos e objetivos da ONU já vinham sendo ruminados desde a I Guerra Mundial por grupos de apátridas e cosmopolitas congregados em organizações, das quais a mais notória era o Council on Foreign Relations. Não se iludam: as Nações Unidas nunca foram o coroamento de algum ideal universal, nem surgiram do consenso internacional. Não houve debates entre nações, nem nada de democrático ou participativo no esquema. Praticamente tudo foi elaborado em Washington, DC, num conluio fechado entre Stalin, Roosevelt e Churchill.

A Carta, portanto, foi redigida por funcionários dos governos dos Estados Unidos, da Inglaterra e da União Soviética. Acontece, porém, que quase todos os americanos e britânicos envolvidos no trabalho eram agentes soviéticos infiltrados nos dois governos. Como se deu essa infiltração? Pelos mesmos canais utilizados no Brasil e no resto do mundo: as brechas dos regimes democráticos, a influência das universidades e da intelectualha, a demagogia populista dos políticos, etc. A traição não passava despercebida. O FBI e o Exército americano a vinham monitorando desde a década de 1920, e tentavam alertar seus superiores. Mas eram ignorados ou silenciados para não prejudicar a “causa aliada” durante a II Guerra Mundial.

A verdade só começou a vir à tona após 1947, quando o Exército pôde dar andamento ao projeto Venona, magnífico trabalho de criptografia que decifrou milhares de mensagens soviéticas captadas durante a Guerra e expôs a rede de traidores que, além de entregar a Stalin os segredos diplomáticos, militares e tecnológicos da Inglaterra e dos Estados Unidos – inclusive a bomba atômica –, manobraram a política dos Aliados no pós-Guerra, fazendo que mais da metade da Europa e a maior parte da Ásia caíssem em poder de sanguinárias ditaduras comunistas.

A ONU, portanto, não é nenhum foro neutro de nações, nem muito menos um instrumento de paz mundial.É uma entidade nascida da cumplicidade entre as oligarquias apátridas e cosmopolitas do Ocidente e o comunismo soviético, com o objetivo de usurpar a soberania dos governos, suprimir as identidades dos povos, apagar suas tradições históricas, aplainar suas diferenças e finalmente dissolver as nações do mundo, transformando-as em meras denominações administrativas, governadas por uma oligarquia plutoburocrática, anônima, invisível, não eleita e irresponsável perante os governados.

Como a ONU não pode agir abertamente na surda guerra contra a existência dos seus próprios membros, é natural que empregue intermediários nessa gigantesca operação. É essa a função das ongues. Qual o seu método de operação? Para entendê-lo, vejamos um caso similar de usurpação política, a “democracia direta” utilizada por Fidel Castro para estabelecer a ditadura comunista em Cuba. A técnica consistia em ajuntar periodicamente a multidão na praça e falar diretamente ao “povo”, o qual, com aplausos e refrões gritados em coro, aprovava as propostas do orador. Todos sabiam que não era “povo”; era um ajuntamento de militantes convocados para aquele papel, como “extras” nos estúdios de cinema. Mas funcionava. Tanto, que Fidel está lá até hoje com apoio desse “povo”, o qual pode ser tirado do armário e trazido à praça sempre que necessário. Donde se conclui que, nesses processos, não há necessidade de “povo”; basta arranjar algo que a mídia e o público confundam com “povo”, e pronto, está feita a prestidigitação.

As ongues agem do mesmo modo. Sem que ninguém as tenha nomeado, apresentam-se como representantes da “sociedade” e das suas reivindicações. E a ONU, cúmplice no esquema, transmite aos governos as exigências das ongues como se viessem diretamente dos “povos”. Desse modo, por passe de mágica, a ONU, secundada pelas ongues, assume o papel de intermediária dos povos perante os governos, invertendo as atribuições naturais de cada parte. Em vez dos governos soberanos serem os interlocutores dos seus respectivos povos perante a assembléia da ONU, a ONU age como se fosse a interlocutora dos povos perante os respectivos governos! A usurpação avançou tanto que ninguém estranha quando funcionários da ONU vêm ao Brasil e passam descomposturas nos governantes, criticam leis, condenam políticas, fazem declarações à mídia e invadem sem cerimônia os gabinetes, como se fossem fiscais do Universo em inspeção às províncias subalternas.

Se for verdade, como rezam as constituições, que “o poder emana do povo”, e se a ONU substitui o povo, então falta pouco para trocar a palavra e admitir que “o poder emana da ONU”.

A. C. Portinari Greggio*
Economista, ex-aluno da
Escola Preparatória de Cadetes de São Paulo
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Cântico Negro.

Francis Bacon - "Head VI" - 1949

"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!

("Cântico Negro". In: RÉGIO, José. Poemas de Deus e do Diabo. Porto: Brasília Editora, 1972.)

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Trilha Sonora do dia: "These Days", do Jackson Browne, na voz da Nico.


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A arquitetura getuliana do PT





Uma entrevista de Luiz Werneck Vianna, professor titular do IUPERJ, deve sempre ser saudada e lida com atenção. Imagino que muitas pessoas tenham feito isso ao abrir o caderno Aliás, do Estadão de domingo passado, dia 23/08/2009. Mesmo correndo o risco de ser repetitivo, porém, dou o link para ela aqui. Vale muito a pena.

Werneck reitera os pontos de resistência de sua análise da política brasileira recente, fortemente ancorada numa visão abrangente da história do país. Passa a limpo a trajetória errática do PT que chegou ao governo, com seus acertos e erros. O diagnóstico é duro: "2010 é para o PT de hoje questão de sobrevivência. (...) Como eu digo sempre, partidos não morrem, mas podem diminuir, se apequenar. Aquele PT pré-2002 já é um capítulo do passado". Um capítulo do passado que, na visão de Werneck, dialoga cada vez mais com o passado. Não somente porque levou ao limite a aliança com o PMDB mais oligárquico, mas porque "incorporou a arquitetura getuliana que antes criticava". Voltou-se todo para o governo, desistiu de ser autônomo em relação a ele e, pior, entregou-se por completo à presença dominante de Lula, que fez do partido um seu instrumento. É o que Werneck chama de "o Estado novo do PT".

A entrevista explora os cenários que estão a se construir para 2010. Vai fundo na análise das oportunidades e das circunstâncias com que os atores terão de lidar. Reitera o instigante convite à reflexão que tem marcado sua obra: terá o Brasil moderno força suficiente para se afirmar sem o apoio da tradição? Terá condições de comandar e dirigir a tradição?

A entrevista está aqui. Ela completa uma outra, longa e excelente, feita por Caetano Araujo e Luiz Sergio Henriques para a revista Política Democrática e reproduzida em Gramsci e o Brasil. As duas compõem um perfil precioso.

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Clássicos da Literatura, do Cinema e da Música.

“Poliana”, da escritora norte-americana Eleanor H. Porter , é um dos maiores clássicos da literatura mundial e vem encantando gerações desde 1913, ano de sua primeira publicação. Nele é contada a história de Poliana, uma pequena órfã, que enfrenta as inúmeras dificuldades e privações de sua vida, usando o “Jogo do Contente”, que havia aprendido com seu paizinho. Assim, vendo o lado positivo das coisas, ela espalha alegria para todos os moradores da pequena cidade de Beldingsville, onde havia ido morar com sua tia Paulina. O final é lindo e absolutamente comovente. Esta obra obteve tanto sucesso que gerou uma continuação, “Poliana Moça”, tão bem sucedida quanto sua antecessora.
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“A Corrente do Bem” é uma emocionante película norte-americana, preferida por dez entre dez orientadoras educacionais de Escolas de Educação Básica. Dirigida por Mimi Leder, ela conta com um elenco multiestelar, com a presença de astros como Kevin Spacey, Helen Hunt, Haley J. Osment, Angie Dickinson e Jon Bon Jovi.
Nesta pungente história, o professor de Estudos Sociais Eugene Simonet não espera que sua turma daquele ano seja diferente das anteriores. Por isso, ele sugere o mesmo trabalho de sempre no primeiro dia de aula, sem maiores expectativas quanto aos resultados: os alunos têm de pensar num jeito de mudar o mundo e colocar isto em prática.
Porém, um dos alunos, Trevor, resolve levar o trabalho a sério. Com 11 anos de idade e praticamente abandonado pelo pai, ele mora em um bairro pobre de Las Vegas com a mãe, Arlene, uma garçonete que durante dia trabalha em um cassino e, à noite, em uma boate de strip-tease. A partir da idéia de seu professor, Trevor cria a “corrente do bem”, que é baseada em três premissas: fazer por alguém algo que este não pode fazer por si mesmo; fazer isso para três pessoas; e cada pessoa ajudada fazer isso por outras três. Assim, a corrente cresceria em progressão geométrica: de três para nove, daí para 27 e assim sucessivamente.
Com um desfecho extremamente sensível, esta obra-prima do cinema americano consegue mexer profundamente com os corações mais empedernidos.
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Ao lançar seu tradicional disco de fim-de-ano, em 1980, Roberto Carlos brindou-nos com uma de suas canções mais belas e tocantes: "A Guerra dos Meninos". O bonito coral de crianças cantando "la, la, la, la, la, la, la" e versos inesquecíveis como: "De todos os lugares vinham aos milhares/E em pouco tempo eram milhões/Invadindo ruas, campos e cidades/Espalhando amor aos corações/Em resposta o céu se iluminou/Uma luz imensa apareceu/Tocaram fortes os sinos, os sons eram divinos/A paz tão esperada aconteceu/Inimigos se abraçaram e juntos festejaram/O bem maior, a paz, o amor e Deus" transformaram esta linda obra musical em um dos maiores clássicos do cancioneiro popular brasileiro
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Este post é dedicado a todos os homens e mulheres de boa vontade que, em defesa dos bichinhos, das plantinhas e da ética na política, votarão em Marina Silva nas próximas eleições presidenciais. Estes cidadãos e cidadãs de bem provavelmente votaram em Cristovam Buarque no último pleito e, em sua pureza d'alma, acreditam piamente na sinceridade de FHC, Miriam Leitão e Arnaldo Jabor, quanto estes declaram toda a sua simpatia pela candidatura da senadora acreana. Pois, como está escrito nas sagradas escrituras, Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra... Amém.
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O dia de amanhã



Seja qual for o desfecho da crise que atingiu a medula do Senado brasileiro e se esparramou pelo Planalto, ela ao menos prestou para nos lançar numa situação paradoxal.

Não é de se esperar que a solução que se consiga alcançar tenha potência suficiente para expelir por completo as toxinas que contaminaram a casa, algumas das quais produzidas ao longo de um tempo histórico dilatado e, portanto, enraizadas nas profundezas da experiência social e das práticas políticas. Não haverá potência sequer para que uma eventual “bancada do bem” – cuja existência, de resto, terá de ser explicitada – cresça como liderança e imponha, no curto prazo, o reerguimento ético e institucional de que tanto se necessita.

Exacerbemos essa impotência e veremos que o único desfecho possível tem muito mais a forma de um armistício do que de uma solução verdadeira e própria.

Mas, por outro lado, o desgaste do Senado – e, por extensão, do Legislativo, do Executivo, dos parlamentares e dos partidos – mostrou ser tão profundo, chegou tão perto do osso, que terminou por produzir uma saturação e criar um ponto de inflexão. Mesmo que não estejam presentes todas as evidências, dá para admitir que uma nova agenda está a se anunciar em meio aos escombros que se acumulam.

Muitas vezes, como se sabe, as sociedades precisam chegar à beira do precipício para reunir forças, curar suas feridas e voltar a construir o futuro. A história brasileira recente é bastante rica a esse respeito. Foi preciso, por exemplo, que a ditadura de 1964 chegasse aos extremos selvagens e arbitrários de 1975 para que se começasse a falar em distensão e a redemocratização ganhasse fôlego para aos poucos empolgar a sociedade. Foi preciso que se atingissem os 230% de inflação anual em 1985 para que tivesse início, com o Plano Cruzado, todo um esforço técnico e político dedicado à estabilização monetária, que finalmente obteria sucesso alguns anos depois. Foi preciso que a lama da corrupção, das negociatas e das camarilhas escorresse pelas frestas do Palácio do Planalto para que se delineasse o caminho do impeachment do Presidente em 1992 e se desse a largada para a inauguração de outro ciclo político no país.

Reconhecer isso não significa aceitar a existência de uma lei férrea, que se manifestaria com força inflexível,. Trata-se somente de admitir a presença de uma tendência inscrita na lógica dos fatos, de uma probabilidade. Houve momentos graves na história recente em que a ultrapassagem não ocorreu, como sabemos. Seria fácil lembrar da crise do mensalão, em 2005, por exemplo. Apesar de ter feito tremer as estruturas da Presidência e do sistema político, ela não impediu que Lula se reelegesse em 2006 nem possibilitou a eliminação dos maus hábitos que impregnam e atropelam as relações entre o Executivo e o Legislativo. Mesmo naquela circunstância, porém, não se saiu com as mãos abanando nem tudo terminou em pizza: uma certa magia se desfez e pelo menos um partido teve de enveredar por uma trilha árdua e desgastante para tentar se reencontrar com a própria história.

Na crise atual, há ingredientes explosivos e o nível do debate desceu tão baixo que dá para aceitar que alguma reação fundada no bom senso e na inteligência política se manifeste no dia de amanhã. Afinal, não estamos num barco inteiramente à deriva, nem se pode dizer que o país consumiu todas as suas reservas de iniciativa, lucidez e criatividade.

Esse, porém, não é o fator mais importante. O combustível principal está em outra parte do mapa. A crise coincide com uma fase aguda de desinteresse social pela política tal como organizada e instituída. A sociedade está se convencendo de que a vida pode ser vivida sem um sistema político ativo. Olha para o sistema atual e percebe que quando ele funciona somente aborrece e cria problemas, e quando não funciona não faz a mínima diferença. Havendo um “pouco” de Estado para prover alguns serviços básicos de segurança, saúde e educação, especialmente para os mais pobres, acredita-se que a vida até melhore.

Tal sentimento avança na sociedade. Perigosamente, aliás, pois pressiona em favor de uma vida menos coesa e solidária, mais dependente do esforço e da iniciativa de cada um, incapacitada para produzir igualdade e garantir direitos para todos, dominada por lógicas administrativas “racionais”, pouco argumentativas e refratárias ao contraditório. Uma vida onde haveria “governabilidade”, mas não democracia. Se a sociedade chegar mesmo a se soltar da política – ou seja, se a política nada fizer para voltar a dialogar de modo positivo com as pessoas e a opinião pública –, então será realmente o caso de prever que nuvens carregadas despontarão nos céus do amanhã.

A crise atual, portanto, coincide com uma extensão sem precedentes da distância entre a política e a sociedade, que ameaça chegar ao divórcio e à ruptura. Esse é o sinal de alerta, a luz vermelha que está a piscar em Brasília.

Como o cenário que se pode vislumbrar não é razoável, nem desejável, como os políticos podem ser ruins o quanto queiram mas não rasgam dinheiro nem dispensam votos, como as pessoas que vivem em sociedade precisam de política e de sistema político do mesmo modo que os corpos vivos precisam de oxigênio, dá para sustentar a hipótese de que estão sendo criadas as condições para um reencontro mais virtuoso entre o político e o social.

Contra essa hipótese pesa sobremaneira o fato de que estão ausentes os protagonistas, os sujeitos dessa transformação, aqueles que colocarão o guizo no gato. O aparecimento deles, porém, é uma questão de vontade política, de determinação, de empenho existencial. É também, evidentemente, uma questão de tempo, de maturação.

A favor dela, porém, pesa o fato de que vivemos em tempos velozes e conectados, em que articulações e movimentos surpreendentes podem irromper à cena num belo dia de amanhã como se nascessem do nada. É algo para se observar. [Publicado em O Estado de S. Paulo, 22/09/2009, p. A2].

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A mentira sobre a destruição de imagens


A última tentativa de manter o assunto Lina-Dilma na mídia passa pela tese da oposição de que a presença de Lina Vieira no Planalto foi filmada, e o material destruído. O obediente cartel da mídia segue atrás, como advogados da promotoria, tentando provar o delito. Para esta patetice até Elio Gaspari foi convocado, e deu seus pitacos em último artigo, na quarta-feira, dia 26, em vários jornais:

O GSI tem dezenas de câmeras espalhadas pelo Planalto. Supondo-se que elas sejam acionadas ao detectar movimentos e gravem 15 quadros por segundo, sua memória, comprimida, armazena 156 gigabytes por mês, ou 1,8 terabyte por ano.


O jornalista é peremptório em seus cálculos, e segue em devaneio para explicar que o custo de um HD hoje é baixíssimo, investimento que o governo não fez por incompetência ou está mentindo sobre o seu sistema. Deveria ouvir um melhor especialista. Existe no Brasil o Guia do Circuito Fechado de Televisão, onde estão reunidos os que fabricam estes equipamentos e os usam. Seu fórum tem respostas mais precisas para a elucubração do jornalista. Lá, um comerciante pergunta sobre o tamanho do HD para seu sistema. O usuário Yogi dá uma resposta bastante técnica:

Vejamos um cálculo aproximado com apenas uma câmera como este que tenho no salão comercial:
-mini camera Topway 420L color ccd Day/Night

Média de consumo por 1 min.= varia de 7 ~ 11 MB ( considerando média 9 MB)

9 MB x 60min. = 540 MB/ h como expediente tem 12 horas:

540 MB x 12 = 6480MB /12h ou seja aprox.= 6,5GB /dia

Se optar gravação contínua ainda tem 160KB/min (média) na gravação de “escuro”, aqui considerando que após fechamento o ambiente fique escuro. No meu caso ao amanhecer ambiente fica um pouco claro devido a existência de janelas, isto consumiria mais.

Se optar por detecção de mov. este gasto não terá desde que não ocorra nenhum movimento na área.

Em resumo: com apenas uma câmera ,em questão tenho no mínimo 6,5Gb por dia e tenho 4 câmeras com iguais condições teríamos:
26Gb por dia!
E se tem espaço de 250Gb no HD caberia pouco menos de 10 dias de gravação!


Uma aritmética simples mostra que 6,5 gigabytes ao dia é 2,4 terabytes ao ano. Se o Planalto usar 50 câmeras como imagina Gaspari (certamente seriam mais), chegamos a 118,6 terabytes. Agora vem a questão: como plugar mais de cem HDs em um sistema, falando com programa que busque e indexe todo este material? E isso é vendido facilmente no mercado?

Para o jornal O Globo é. Estampou em manchete interna em sua edição de terça-feira, dia 25: “Destruição de imagens após 30 dias é criticada”. Por quem? Pelo DEM, Agripino principalmente e pelo filhote de César Maia, que todos os dias aparece na TV lendo a pauta para os jornais. A reportagem tentava justificar o título, talvez já pronto. Quem entrevistam e dão destaque? Um tal de Victor Saeta, vice-presidente do Sesvesp, o Sindicato das Empresas de Segurança Privada e Eletrônica do Estado de São Paulo, que diz que “30 dias é o prazo de retenção de uma padaria”. Este é o “técnico” que o Globo achou mais relevante. Outro, o especialista em segurança predial do Sindicato de Habitação do Rio, Raimundo Castro, ficou para o pé da reportagem, certamente por dizer algo que impediria a manchete: “Os equipamentos modernos guardam as imagens por até 45 dias”.

Se o jornal desejasse fazer jornalismo, e conhecer melhor como funciona um desses sistemas, poderia pesquisar um que foi montado recentemente, o do Ministério Público da União. O contrato está na internet. O sistema, de 48 câmaras, tem vários recursos modernos, como ser acessado remotamente via TCP/IP. No contrato, o prazo de gravação é de 30 dias!

Até quando vão conseguir sustentar esta farsa?
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Receita

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As Cuecas do Senador!

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Caricaturas de uma falta de vergonha na cara!





Falta a de vários empresários e políticos locais. O Sen.Sérgio Zambiasi, é um deles.
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E naquele parlamento mascarado...


O blogueiro não sumiu. Não vou perder a festa que ainda nem começou. Pau na canalha!
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Brigada Militar assassina sem terra!


Carlos Latuff

Num governo fora da lei, a morte se faz regra
Só tratando a violência como trivialidade se mata um militante de um movimento social com um tiro de espingarda calibre 12 nas costas. Só um governo com graves problemas legais, como o governo Yeda Crusius (PSDB), torna possível um acontecimento como esse.

Katarina Peixoto

Quem estabelecer uma relação plausível entre a propaganda do déficit zero, as escolas de lata, o saque ao erário e a morte de um Sem Terra, além da tortura sobre outros, ganha um murro. Dá para se perguntar se é vingança, esse grande motor dos homicídios que tanto povoa as legislações penais, o que matou Elton Brum, o militante Sem Terra executado hoje, à queima-roupa, no Rio Grande do Sul, na presença do Ministério Público Estadual, pela Brigada Militar. Mas vingança, como se sabe desde Aristóteles, pelo menos, estabelece-se numa relação comutativa, entre iguais. A tendência ao infinito e à consequente destruição total que a prática da vingança implica é um dos fundamentos para que se tenha desenvolvido o conceito de justiça distributiva e também o de lei. É claro, a vingança não desapareceu, mas algumas de suas manifestações tornaram-se passíveis de punição, porque passaram a ser subsumidas pela lei como crime.

É então preciso que a lei seja observada, para não que não saiamos a matar as pessoas que nos roubam. Ou que mataram um companheiro, ou que saquearam o Estado, ou que perseguiram e espancaram opositores, ou que furtaram de ladrões eméritos, ou que mataram em nome de ladrões poderosos. Diante dessas coisas é que se faz necessário o respeito à lei. E se tem uma coisa que pelo menos a maioria do Movimento dos Sem Terra sempre defendeu foi uma disputa pela legalidade. Pode-se discordar do MST. Também se pode discordar de “proprietários” de terras que não conseguem tornar sua propriedade irredutivelmente legal.

Esse tipo de controvérsia vem sendo tratada como um conflito causado unilateralmente por um grupo de criminosos, organizados nos Movimentos Sociais. As famílias que mandam na grande mídia brasileira agem como se a propriedade fosse uma realidade, apesar do direito. E se não há direito, há crime? Quem junta tico e teco sabe bem que sem lei não há crime e propriedade fora da lei não é, por definição, propriedade. Logo, não precisa de aparato policial para aplicar a lei onde não há crime, como quem pensa também pode saber, sem muito esforço.

Só que há lei, a despeito desse lamentável capítulo governamental do Rio Grande do Sul, chamado Governo Yeda Crusius. Este desastre, tão avesso à lei que trata os críticos como inimigos a serem exterminados, denunciados e desqualificados. E não é apenas pela incapacidade total de dar o exemplo ou de ter autoridade, a menor que seja, para defender o direito, o legal, o legítimo.

Diante desse governo falar em violência e ilegalidade no uso do poder de polícia por parte das forças de segurança do aparato estatal parece trivial. Para os atuais ocupantes do executivo gaúcho, de fato, é. Só tratando a violência como trivialidade se mata um militante de um movimento social com um tiro de espingarda calibre 12 nas costas. Só um governo com graves problemas legais torna possível um acontecimento como esse.

Só que há lei. E Elton Brum foi assassinado. Fosse a lei respeitada, o assassino deveria ser demitido por justa causa e encarcerdo. Ganha um murro quem negar, diria o governo. Porque num governo fora da lei, a morte se faz regra. Até quando?

Katarina Peixoto é doutoranda em Filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E-mail: katarinapeixoto@hotmail.com

Agência Carta Maior
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O governo Yeda Crusius, através brigada Militar, assassinou um trabalhador rural em uma invasão simbólica de um segmento de terra, junto ao assentamento na fazenda Southal, em São Gabriel.

Não é de se espantar que o assessor para assuntos de segurança de Yeda Crusius, o governo mais corrupto de nossa história, chama-se Coronel Mendes!
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Algumas breves abobrinhas.

Nos últimos meses, temos sido bombardeados diariamente com manchetes em todos os veículos de comunicação sobre a “crise ética” do senado. Estes mesmos veículos têm dado grandes espaços para nomes como Arthur Virgílio, Heráclito Fortes, Pedro Simon, Cristovam Buarque, José Agripino Maia, Sérgio Guerra e Demóstenes Torres aparecerem como “paladinos” da ética e da moralidade pública ou como vestais em meio a um bando de putas (estas últimas todas governistas, diga-se de passagem...). Como já escrevi aqui algumas vezes, as minhas memórias e referências são quase sempre literárias ou musicais e, portanto, quando vejo estes nobres tribunos proferirem seus discursos moralistas, com ecos da velha UDN, demonstrando a pureza de suas almas, não posso deixar de lembrar de “A Igreja do Diabo”, um conto do grande Machado de Assis, publicado pela primeira vez, em 1884. Mais de um século depois, o “Bruxo do Cosme Velho” permanece perturbadoramente atual...

Clique neste link , para fazer o download de “A Igreja do Diabo”.

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O que ocorreu no Maracanã, no sábado, não foi um simples jogo de futebol, mas sim uma verdadeira catarse coletiva. Quase 80.000 pessoas em êxtase – batendo todos os recordes de público do ano – não pararam de gritar e cantar o jogo inteiro, declarando o seu amor ao Vasco. E para boa parte dos presentes – eu entre eles – a caminhada a passos largos do time para seu retorno à Série A traz uma outra alegria implícita: a certeza de que o sucesso da equipe – e da atual diretoria – calará de vez as “viúvas” do nefasto Eurico Miranda...

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Outro dia, ouvi no rádio uma bela gravação, ao vivo, da Luiza Possi para “Cantar”, de Godofredo Guedes. Esta canção é tão bonita, quanto singela e já teve algumas gravações (além desta da Luiza) muito interessantes, dentre elas a de Beto Guedes, filho de Godofredo. Porém, a que eu mais gosto é a de um músico, cantor e compositor - e um dos melhores representantes da música produzida no Vale do Jequitinhonha - não muito conhecido fora de Minas Gerais: Paulinho Pedra Azul. Estreando um novo compartilhador e player de músicas, o divshare, socializo-a com vocês.

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Neste domingo, vote contra os canalhas e os vendidos. Vote não!



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PV atrai ex-petista, mas enfrenta dissidências

Presidente da legenda rebate declarações do ministro Juca Ferreira, a quem acusa de defender projeto "retrógrado"

Adauri Antunes Barbosa, do Jornal O Globo

SÃO PAULO. Embora comemore a saída da senadora Marina Silva (AC) do PT, o PV também vive seus dias de dissidências, como apontou o ministro da Cultura, Juca Ferreira, o mais alto representante verde no governo federal e que acusou a cúpula de seu partido de ser “movida pelo fisiologismo”.
O presidente nacional do PV, José Luiz Penna, vereador em São Paulo, contraatacou e acusou Juca de defender um projeto “absolutamente retrógrado”. Disse que o ministro é “uma voz isolada dentro do PV”, esquecendose que o partido acabou de perder um deputado estadual em São Paulo, Major Olímpio.
Para Penna, Juca foi “convocado pelo Planalto” Penna, que enviou respostas por escrito ao GLOBO, disse que Juca Ferreira foi “convocado pelo Planalto” para “desqualificar” a candidatura de Marina Silva. “O ministro deveria atentar para o momento inoportuno que escolheu. Momento em que o país inteiro assiste ao desembarque das fileiras com as quais ele declara pretender fazer alianças. E isso acontece por um motivo bem simples: o projeto governista que hoje ele defende é absolutamente retrógrado, haja visto o modelo de desenvolvimento proposto”, disse o presidente do PV.
O deputado estadual Major Olímpio deixou o partido inconformado com a direção partidária, também acusada por ele de fisiologismo. Até o fim de setembro o parlamentar paulista, que se diz atualmente um representante do “MSP, o Movimento dos Sem Partido”, deverá fazer uma nova opção partidária. O deputado Olímpio concordou com o ministro da Cultura e criticou a candidatura de Marina.
— O que ele (ministro) diz é mais que verdadeiro. Marina, se assumir essa candidatura pelo PV, vai montar em um porco ensaboado, não vai conseguir se segurar e vai cair de cara na lama — disparou o deputado dissidente do PV.
Com críticas ácidas, Major Olímpio, que se elegeu com votos de funcionários públicos e setores da segurança pública, afirma que o PV em São Paulo é “patrocinado” pela prefeitura e pelo governo estadual, governos que apoia em São Paulo.
— O PV é patrocinado pelo governador Serra e pelo (prefeito Gilberto) Kassab.
Mesma coisa no Rio, onde o Gabeira (o deputado Fernando Gabeira) é Serra. Esqueça quem acha que vai se trabalhar em prol de uma candidatura de um partido — disparou o deputado.
Comentário do blogueiro: O PV ninguém merece. Quem quiser acreditar no sonho verde que não reclame depois. Afinal, um pouco de ilusão todos nós precisamos. Como bem disse o ministro da Cultura, Juca Ferreira: Penha, ao lado do ditador da Coréia do Norte, é o dirigente partidário mais velho antigo do mundo. É muito autoritarismo e lambança para um partido do tamanho do PV. Imaginem vocês se o partido precisar ser governo. Agripino, César Maia, Kassabs, é a turma do DEM rindo à toa.
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MARINA: NA ORIGEM DE TUDO, A CANDIDATURA DE DILMA!

César Maia, em seu ex-Blog, fez hoje uma análise da saída de Marina.
1. Este Ex-Blog já tratou dessa questão. Só a enorme popularidade de Lula viabilizou a candidatura de Dilma, pelo PT. Cristão novo no PT não tem vez. Dilma era do PDT, e como tal, ocupou a secretaria de minas e energia no governo Olívio Dutra, no RS. A desintegração do PDT local, com a adesão do filho de Brizola, ex-deputado federal, e suas entrevistas, terminaram por gerar uma migração ao PT (que além de estar no governo do RS, ainda detinha uma hegemonia de anos em Porto Alegre). Nessa leva, Dilma entrou.

2. Com a surpreendente ausência de quadros na formação do primeiro governo Lula, Dilma acabou indicada por Olívio e o PT-RS para ministra de Minas e Energia. Sua passagem foi, no depoimento dos especialistas, medíocre. E o PT viu sacrificar-se seu principal quadro no setor de energia (Pingueli Rosa), que tendo assumido a Eletrobrás, foi demitido por Lula, dizendo que "ele não tem votos", na verdade a pedido do PMDB. Dilma foi salva pelo "mensalão" e a queda de José Dirceu. Lula, que trabalha com símbolos, nomeou-a no lugar de Dirceu, pelo jeito de executiva vertical com que ela vendia a sua imagem (encobrindo o despreparo técnico), e pela condição feminina. Lula produzia com isso, expectativas de mudança de referência.

3. Não foi por sua performance, sempre criticada (vide o escândalo em Furnas, empresa de sua área, onde toda a diretoria caiu). E a transição do ministério se deu, para controle total do PMDB de Sarney. Os conflitos entre meio-ambiente (Marina) e energia (Dilma) (hidroelétricas, etc.) começaram aí e só se ampliaram quando o campo de influências de Dilma foi ampliado, com maiores interferências na área ambiental. Lula, provavelmente para proteger Dilma, lançou Mangabeira no conflito, indicando-o como coordenador das estratégias econômico-ambientais.

4. Quando Lula designou Dilma para candidata ad referendum do PT, as reações internas dos históricos do PT foram sentidas. Marina, Tarso Genro, etc. No caso de Marina, com intensidade dupla, pois a vitória eleitoral de Dilma significaria sua completa exclusão do processo decisório na questão ambiental. A saída de Marina do ministério, com a assunção de um ecologista urbano, foi apenas a indicação que a ruptura estava dada e que era questão de tempo e de momento. E assim foi.

5. Marina, espertamente, escolheu o melhor dia: a sustentação de Sarney pelo PT. Mas seria hipocrisia destacar a questão ética para sua decisão. Afinal de contas, não se leu, viu ou ouviu qualquer indignação da ministra Marina Silva no caso "mensalão". Onde estava, ficou. O fato novo, fermentado pelos conflitos com a ex-ministra de minas e energia foi a escolha de Dilma para candidata. Nesse momento, o futuro se somava ao passado e ao presente, e era insuportável a convivência. Por isso, ela diz na carta de saída do PT que o PT deixou de sinalizar compromisso de fato com o desenvolvimento sustentável. Na verdade, com Dilma (e não com o PT) é que esse descompromisso ficou caracterizado, e com firma reconhecida.
Comentário do blogueiro: É fato que a candidatura de Dilma representou rupturas que o PT não precisava nem deveria fazer. Uma dessas rupturas é cristanilizada pela saída da Marina Silva do PT. Embora não concorde com sua atitude, especialmente por que o PV não nenhum exemplo de compromisso ético e nem ambiental, sua bandeira inscrita em sua sigla. O próprio partido admite que a maioria de seus membros não tem qualquer compromisso com a causa ambiental. Mas o Lula poderia ter escolhido alguém que representasse melhor o PT. Se tivesse ungido alguns deles (Patrus, Haddad, Genro, etc.), qualquer um deles tinha hoje o que tem Dilma nas pesquisas. Sou Dilma, mas sou mais PT.
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Bom investimento


E o Chefe da Casa Civil acha que foi um dinheiro bem investido! O lamentável gauchinho foi dar uma banda na África do Sul, durante a Copa das Confederações. Ganhou 19 diárias de US$ 350,00. E quando não está fazendo presepadas em estádios, ele é um CC da Secretaria de Relações Institucionais. Sua importantíssima função? Fazer a interlocução com prefeitos do PMDB (?!?).
Agora, imaginem o que não poderia ter sido feito com esses 15 mil... Quantas escolas de lata, quantos porretes para surrar manifestantes...
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O andar de cima faz a festa para Marina

Tales Faria, do Blog dos Blogs
Há muito tempo não se vê uma candidatura presidencial surgir com apenas 3%dos votos e ser tão saudada pela imprensa, como o possível lançamento donome da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva. Algo parecido, talvez,tenha sido o aparecimento de Guilherme Afif Domingues em 1989, acho quepelo PL. A turma do andar de cima ficou eufórica com o Afif, mas, como elenão emplacou, tentou-se o “choque de capitalismo” do tucano Mario Covas e,depois, houve o embarque na canoa de Fernando Collor de Mello.
Neste fim de semana, mal surgiram as especulações de que Marina deverá sairdo PT para o PV, ela já foi capa das revistas Época e IstoÉ. Na primeira,adianta-se simplesmente a possibilidade de a moça ocupar o Palácio doPlanalto, sob o título Marina presidente?. Na segunda, a chamada da primeirapágina, ao lado da foto da provável candidata, festeja: O Brasil não é só PTe PSDB.
A bem da verdade, no plano regional, a candidatura de Fernando Gabeira aprefeito do Rio, curiosamente pelo PV, também teve o apoio entusiástico eimediato dos mesmos que agora comemoram o nome de Marina. E, de fato, Gabeiracresceu durante a campanha até chegar ao segundo turno. Não é improvável queMarina também cresça, embora não seja seguro apostar que ela ultrapasse ocandidato tucano, José Serra, ou a preferida do Palácio do Planalto, DilmaRousseff (PT), nem mesmo outra alternativa do campo governista, o deputadoCiro Gomes (PSB-CE).
Segundo pesquisas do Datafolha divulgadas neste fim de semana, Serra continualiderando a disputa, com 37% das intenções de voto do eleitorado; Dilma contacom 16% e Ciro, com 15%. Acima de Marina estaria ainda a ex-senadora HeloísaHelena, do PSOL, com 12% da preferência dos entrevistados. Então por quetanta festa em torno de Marina Silva?
Porque o andar de cima aposta que a entrada da candidata ecológica, antes demais nada, preenche o vazio de uma candidatura feminina na oposição, emcontraponto à governista Dilma, já que a expectativa é que Heloísa Helena sevolte para Alagoas. Uma substituição até bem mais palatável para osconservadores do que a ex-senadora alagoana. A ecologia deixou de ser um temade propriedade da esquerda, como foi nos anos 60 e 70, e passou a transitarpor todas as ideologias. O PV de São Paulo, por exemplo, é dominado porpolíticos de direita acusados de fisiologismo, Gabeira teve o apoio do DEM, olíder do partido na Câmara é o deputado Sarney Filho (MA).
Também porque a candidatura de Marina, mesmo que não chegue a lugar algum,parece ter grande potencial para conquistar votos no campo das esquerdas.Mas, principalmente, porque o aparecimento de Marina embaralha um jogo queestava se encaminhando para o desenho proposto pelo presidente Luiz InácioLula da Silva: eleições polarizadas entre Dilma e Serra apenas, o quetornaria a campanha plebiscitária. Nesse quadro, o Palácio do Planalto temapostado que o grande tema a ser posto na mesa seria a comparação entre ogoverno Lula e o governo anterior, do tucano Fernando Henrique Cardoso.
Segundo o Datafolha deste fim de semana, a avaliação do governo Lula está em67% para ótimo/bom, 25% para regular e apenas 8% para ruim/péssimo. Emoutubro de 2002, o Datafolha captou uma avaliação positiva (ótimo/bom) dogoverno Fernando Henrique Cardoso em apenas 23% dos entrevistados.
Ou seja, a polarização apontaria para uma luta desigual, uma verdadeirasurra, creem os lulistas. Mas bastou Marina Silva aparecer, e o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) voltou a colocar sua candidatura na rua, declarando queestá mesmo mais propenso a disputar a Presidência da República do que ogoverno de São Paulo, e que, se Marina “aceitar a convocação do PV, elaimplode a candidatura da Dilma”. Não é certo que imploda a candidaturaDilma, mas tem tudo para implodir a tese da polarização.
Mas fica uma pergunta no ar: e o outro lado? Marina rouba votos da esquerda,mas também rouba votos entre eleitores do PSDB e do DEM. Sua permanência nadisputa, junto com Ciro Gomes, praticamente garante que haverá um segundoturno, em que inevitavelmente a campanha se polariza. Ou seja, estaria-seapenas adiando a polarização. Mais nada.
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