Lembrando Neruda...

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  • terça-feira, 23 de setembro de 2008
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  • Em 23 de setembro de 1973, poucos dias após o golpe que derrubou o governo da Unidade Popular, morria no Chile Pablo Neruda. Poeta, Diplomata, Senador da República e militante do Partido Comunista do Chile, Neruda teve participação ativa nos acontecimentos políticos que marcaram a história de seu país, ao longo de boa parte do século XX. No último capítulo de seu livro de memórias, "Confesso que Vivi", escrito logo após os trágicos acontecimentos de 11 de setembro de 1973, ele fez um relato emocionado do drama que havia se abatido sobre o seu país e da morte de seu amigo e companheiro de muitas lutas, o presidente Salvador Allende, tendo falecido pouco depois de colocar o ponto final em seu derradeiro livro. Após sua morte, a casa de Neruda foi invadida por agentes da repressão e todos os seus pertences foram revirados. Porém, o seu enterro, apesar de todo o aparato repressivo da ditadura do Gal. Pinochet, acabou se transformando em uma das últimas manifestações contra o regime recém-implantado, na longa noite que se abateu sobre o Chile. Este enterro foi retratado de forma pungente nos instantes finais de "Chove sobre Santiago", do diretor Helvio Soto, em uma das cenas que mais me emocionaram até hoje em um filme. Para lembrar Neruda, publico aqui um trecho de um de seus poemas mais conhecidos, "Farewell":

    Amor el amor que se reparte
    en besos, lecho y pan.

    Amor que puede ser eterno
    y puede ser fugaz.

    Amor que quiere libertarse
    para volver a amar.

    Amor divinizado que se acerca
    Amor divinizado que se va.

    ***************

    Ya no se encantarán mis ojos en tus ojos,
    ya no se endulzará junto a ti mi dolor.

    Pero hacia donde vaya llevaré tu mirada
    y hacia donde camines llevarás mi dolor.

    Fui tuyo, fuiste mía. Qué más? Juntos hicimos
    un recodo en la ruta donde el amor pasó.

    Fui tuyo, fuiste mía. Tú serás del que te ame,
    del que corte en tu huerto lo que he sembrado yo.

    Yo me voy. Estoy triste: pero siempre estoy triste.
    Vengo desde tus brazos. No sé hacia dónde voy.

    ...Desde tu corazón me dice adiós un niño.
    Y yo le digo adiós.
     
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