Aécio Neves: o novo bilionário

Sem renda oficial suficiente, Aécio compra, por R$ 12 milhões, apartamento que pertenceu a seu avô Tancredo

Do Sítio do Novo Jornal, publicado dia 17 de agosto de 2009.

Ex-assessor de Tancredo se assusta ao folhear relatório sobre o crescimento patrimonial do atual governador de Minas Gerais e afirma: “Quem diria, aquele jovem vindo do Rio de Janeiro, após a eleição de seu avô ao governo de Minas em 1982, trazendo em sua mochila bermudas e camisetas. Seu primeiro terno foi comprado pronto na Mesbla, com recursos de seu avô”.

Esta realidade assusta não só aos ex-assessores de Tancredo, mas a todos que conhecem a história de Aécio Neves.

Jamais exerceu qualquer atividade empresarial, comercial ou industrial. Desde 1983 exerceu apenas cargo público, ou seja, recebeu salário, primeiro no governo de Minas como assessor de seu avô, depois diretor de loterias na Caixa Econômica Federal e deputado federal por quatro mandatos, até ser governador de Minas.

Em 2006, após seu primeiro mandato de governador, seu patrimônio já gerava desconfiança. Porém, o crescimento após 2006 ultrapassa qualquer explicação. A não ser que o governador tenha ganhado três prêmios acumulados da mega-sena sozinho.

Aécio Neves, então candidato a governador de Minas em 2006, declarou ao TRE/MG um patrimônio total de R$ 831.800,53. Apenas três anos depois de eleito para o segundo mandato, o governador mineiro, apenas em uma aquisição, conseguiu ampliar 50 vezes seu patrimônio imobiliário, adquirindo a participação de todos os herdeiros de seu avô Tancredo no luxuoso apartamento situado em Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro. O total pago foi de R$ 12 milhões, à vista.

Há um farto folclore sobre a suposta vocação dos mineiros para serem econômicos e demonstrarem conservadorismo na administração do dinheiro. É bastante provável que a fama seja inteiramente injusta, mas a declaração de bens do governador de Minas bem que dá asas à idéia de que, “uai, tem mineiro guardando dinheiro no colchão, sô”.

O economista Aécio Neves, 49 anos, informou à Justiça Eleitoral em 2006 que possuía em espécie R$ 150 mil. Declarou ainda um apartamento na cobiçadíssima Avenida Epitácio Pessoa, no bairro carioca de Ipanema, que apareceu na declaração de bens de Aécio com o preço de R$ 109,55 mil.

Ele não discrimina o número de dormitórios que tem o imóvel, mas uma rápida pesquisa em classificados de jornal mostra que o dinheiro é pouco até mesmo para comprar um “quarto/sala” por ali. O fato pode ter a ver com um hábito dos políticos. Eles costumam utilizar nas informações prestadas à Justiça Eleitoral os valores dos imóveis constantes das declarações de Imposto de Renda.

Nessas, o contribuinte é impedido de atualizar o valor do bem à luz dos preços de mercado porque o esfomeado Leão quer aumentar ao máximo a possibilidade de morder ganhos de capital elevados, aumentando artificialmente o lucro obtido pela eventual venda do imóvel. Em tese, à Justiça Eleitoral, o candidato deveria informar o valor real do bem.

Além do apartamento de seu avô, outros imóveis foram adquiridos no litoral, principalmente em Angra dos Reis. Em Angra, o preço dos imóveis ultrapassa o valor pago no apartamento de seu avô.

Até mesmo dois imóveis no exterior seriam de propriedade do governador mineiro. A maioria dos imóveis encontra-se registrado em nome de empresas, desta forma, o nome do governador não aparece.

No contrato social também consta como sócia outra pessoa jurídica, uma empresa de “participação”. Entretanto, a maior parte do patrimônio do governador de Minas está em nome de empresas registradas em paraísos fiscais e em fundos internacionais, como ficou provado na investigação realizada pela Polícia Federal nos fundos administrados pelo Banco Opportunity, de Daniel Dantas.

Nestas investigações, diversas remessas realizadas desde 2003 por doleiros da Construtora Andrade Gutierrez e Camargo Correia foram identificadas como sendo para Aécio. Estes dados já se encontram em poder do Ministério Público e Receita Federal.

Evidente que o governador mineiro encontra-se no grupo de brasileiros que estão “acima da lei”, a exemplo do senador José Sarney. Desta maneira, membros da Receita Federal entendem que dificilmente ele será punido.

Na verdade, após a redemocratização do País, estes “senhores” organizaram o novo cenário de poder no Executivo, Legislativo e Judiciário. As Cortes superiores de Justiça têm quase a totalidade de sua composição por indicação do presidente da República.

“De 1985 até hoje, no STJ e STF já se renovou desta forma uma aliança entre Sarney, Collor, Fernando Henrique, Itamar e Lula representa uma ameaça para independência e estabilidade do sistema judicial”, afirma um ex-ministro do Supremo Tribunal Federal.

Políticos próximos de Lula informam que a recente posição de Aécio e de seu “escudeiro” Itamar Franco contra o Governo Federal é em retaliação às investigações feitas pela Receita Federal.

Senador do PSOL espera a presença da ex-secretária da Receita Federal, Lina Vieira, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado para indagar a respeito da pressão feita por Dilma Rousself em relação à investigação de Aécio.

Outra questão que está sendo apurada é a participação do governador junto com o deputado Nárcio Rodrigues (PSDB) e o presidente da Assembleia Legislativa mineira, deputado Alberto Pinto Coelho (PP), no mineroduto de 525 km de extensão para transportar o minério de ferro do sistema Minas-Rio, saindo de Conceição de Mato Dentro (MG) e chegando ao Porto de Açu, no Rio de Janeiro.

Obra que inclusive está para ser suspensa pelo Ministério Público Federal por irregularidades.

A participação do governador mineiro no setor elétrico seria também através de uma empresa. No inquérito, assusta a omissão da Codemig em relação aos pedidos da empresa de Daniel Dantas para pesquisa e exploração de jazidas minerais que pertencem à empresa mineira.

As investigações comprovam ainda que a diferença entre o valor declarado como da venda de nióbio de Araxá e o realmente recebido no exterior é escandaloso e estaria sendo administrado por um fundo pertencente ao Unibanco no exterior, que, por sua vez, vem aportando recursos no fundo que coincidentemente Aécio tem cotas.

Embora publicamente demonstre pouca amizade, Aécio é amigo desde a infância do proprietário do Unibanco, pois no mesmo prédio (apartamento adquirido por Aécio recentemente) sempre morou Walther Moreira Salles e seu avô Tancredo Neves.

Um dos procuradores da República encarregados das apurações foi procurado e nada quis afirmar, apenas advertiu ao Novojornal: “Relatar a totalidade do patrimônio de Aécio Neves antes da apresentação da denúncia seria trazer descrédito para o caso”.

O procurador tem razão, o crescimento patrimonial de Aécio realmente assustará, principalmente aos mineiros. Embora o enriquecimento de governadores de Minas Gerais após o término do período militar tornou-se natural.

Basta ver o patrimônio de Hélio Garcia e Newton Cardoso. Pouco visível fica o patrimônio de Itamar e Azeredo, que sempre utilizaram “intermediários” para tratar desses assuntos.

A assessoria de imprensa do governador foi consultada, mas não retornou à reportagem.

Comentário do Blog: Texto reproduzido na íntegra.
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Cidadãos de bens

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A invenção do contemporâneo na CPFL Cultura

Teve início na terça-feira 11 de agosto, no Espaço Cultural CPFL, em Campinas, a programação Invenção do Contemporâneo / Luz na Crise, que posteriormente migra para São Paulo e outras capitais brasileiras. Juntamente com a programação do Café Filosófico CPFL, a nova série discutirá temas da contemporaneidade colocados em evidência pela emergência da crise global. Os encontros serão transmitidos ao vivo pelo site da CPFL Cultura. Vejam no final do post o playing para conexão imediata. Alguns dos encontros darão origem a programas na grade da TV Cultura e demais TVs educativas.

O Espaço Cultural é coordenado e animado por Augusto Rodrigues, diretor de comunicação empresarial da CPFL.

Às terças-feiras, farei três palestras sobre o tema "Política, para que te quero?". Às quintas-feiras, o psicanalista Jorge Forbes conduzirá a série "A Psicanálise do Século XXI - Lacan para desesperados da crise".

A CPFL Cultura em Campinas fica na rua Jorge Figueiredo Corrêa, 1632 – Chácara Primavera. É um espaço excelente, muito agradável e confortável. Os debates que ali acontecem são sempre de alta qualidade, em todos os sentidos.

A programação tem entrada gratuita e por ordem de chegada. O público poderá participar também enviando perguntas antes dos eventos para o e-mail cpflcultura@cpfl.com.br, com o tema do evento no campo “assunto”. Mais informações pelo telefone (19) 3756-8000.


Programação

11 de agosto – 19h

A política como problema
Com
Marco Aurélio Nogueira

13 de agosto – 19h

Novas subjetivações e o mal estar na contemporaneidade
Com
Joel Birman

18 de agosto – 19h
A política como vantagem
Com
Marco Aurélio Nogueira

20 de agosto – 19h
Mal-estar na globalização - Lacan e as luzes
Com
Alain Grosrichard

25 de agosto – 19h
O futuro da política
Com
Marco Aurélio Nogueira

27 de agosto – 19h
Jacques Lacan e a psicanálise do século XXI
Com
Jorge Forbes
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Sobre a Legislação Anti-Fumo.


Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Não sou fumante, embora, como quase todo mundo que foi adolescente entre os anos 60 e 80 do longínquo século XX, tenha dado as minhas tragadas, pois afinal naqueles remotos anos fumar era "cool", "cult" e "in". Ser um não-fumante era algo que, inevitavelmente, prejudicava a vida social de um indivíduo, além de – horror dos horrores – interferir negativamente em qualquer possibilidade de sucesso com o sexo oposto. Afinal, estar com um maço de cigarros no bolso era uma espécie de rito de passagem para a idade adulta. Mas, como diz aquele velho poema atribuído a Camões, “todo o mundo é composto de mudança”, e os novos tempos chegaram. Fumar tornou-se “careta” e tal ato passou a ser visto como um verdadeiro atentado à saúde pública, ao mesmo tempo em que se começou a construir uma espécie de “consenso” social contra os fumantes. Assim, estas pobres almas começaram a ser encaradas como responsáveis por boa parte dos males dos tempos (pós?) modernos (Por sinal, aproveito para recomendar o maravilhoso filme “Obrigado por Fumar”, que atira, de forma certeira, em todas direções!) e tal consenso acabou traduzindo-se, nos últimos tempos, em draconianas legislações anti-tabagismo, como as recentemente aprovadas no Rio de Janeiro e em São Paulo. Bem toda esta conversa, é para introduzir um texto que recebi por e-mail, de autoria de um querido colega, Luís Maffei, Poeta e Professor de Literatura Portuguesa da Universidade Federal Fluminense, que reproduzo aqui com a devida autorização. Mesmo sendo um não-fumante, como registrei no início desta breve introdução, o meu espírito libertário e o meu profundo senso prático – que vive a me advertir sobre como são inócuos os efeitos de qualquer legislação repressiva – me fazem concordar, na íntegra, com as palavras escritas pelo Maffei.

Nas duas principais cidades brasileiras fumar torna-se um ato proibido, a não ser em espaços cada vez mais restritos. Há quem odeie cigarro, perdendo de vista que o ódio costuma ser mais perigoso que o fumo – por exemplo, não sei se Hitler fumava, mas sei que odiava. Hoje em dia, os cidadãos sentem-se no direito de odiar também o fumante. É comum ver, no meio da rua, cenas como alguém, ao passar por outro que esteja fumando, abanar as mãos como fosse vítima de uma grande violência. Caso a violência de fato exista, que efetivamente se tomem medidas para reduzir os cigarros no mundo. O problema é que, além de a questão do fumo ser vista apenas sob o prisma médico – juro que há outros, diversos: o cultural, o econômico, o histórico etc., e o prisma médico é a grande justificativa –, será o cigarro a única violência hodierna e o fumante o único agressor?
Diante do panorama que se nos apresenta, haverá uma severa vigilância cidadã contra o fumante que eventualmente violar a lei que o impede de fumar, por exemplo, numa arena esportiva onde circula bastante ar. O indivíduo que acender seu cigarro será imediatamente alvo de uma polícia sem farda ou pistola, numa espécie de exercício saudável da lei e da intolerância. Aliás, não se tolera o cigarro, não se tolera que alguém dele goste, não se tolera esse alguém. Mas se tolera tanta coisa... Tolera-se álcool. Ainda é cool beber, seja na dimensão sofisticada do bom vinho, seja na dimensão festiva da cerveja. Algo me chama a atenção: beber excessivamente faz mal à saúde, mas se propagandeiam bebidas nas nossas mídias, e sempre num clima de festa. O único senão é dirigir automóveis, mais nenhum. Desse modo, toleram-se, em geral, os bêbados, e mais ainda num país que tanto respeita certo poeta que quer “o lirismo dos bêbedos”. Não se pode beber em arenas esportivas. O indivíduo que conseguir tomar sua cerveja num estádio decerto não será alvo de nada. “É a vida”, escreveu o mesmo poeta.
Então está tudo bem, não é? Ainda no caso da bebida, certa companhia passou a chamar seus consumidores por um adjetivo que liga os consumidores ao nome da companhia. Tudo bem. Há qualquer coisa que permite que se beba com tanta tolerância e enfrenta o cigarro de modo totalitário. Sim, totalitário, violento, monossêmico e pouco inteligente, como nossa sociedade tem costumado ser. Como é tratado o indivíduo que coloca o volume do som de seu carro em um nível insuportável e sai pela rua desfilando sua sei-lá-o-quê? Com tolerância. E isso é proibido pelas leis de trânsito, e isso se vê com cada vez mais frequência. Mas se tolera. Volto à cena do abano das mãos: o sujeito que passa por alguém que fuma é vítima de alguma violência? E o que ouve os sons a que o submete o citado motorista? Está realmente tudo bem, não é?
Há essas e outras tantas violências por aí, mas tudo bem, que se impeça maciçamente o consumo do cigarro. É realmente melhor para as consciências que uma vítima seja escolhida e executada. O resto? Tudo bem com o resto, e que se beba, se liguem sons... Nós, fumemos ou não, continuaremos, tudo bem, ouvindo o que vem (sabem o que costuma vir, não?) de certos automóveis, achando líricos os bêbados (mesmo que eles agridam gente na rua, tudo bem), pensando que odiar e banir um único hábito resolve um bocado de nossos problemas. Falta muito pouco para nossa definitiva felicidade social.
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Business, of course!

Foto: Antonio Paz / Palácio Piratini

Na abertura do 17º Festival Mundial de Publicidade de Gramado (04 de Junho de 2009), a governadora Yeda Crusius foi agraciada com a Medalha Maurício Sirotsky Sobrinho.

"A honraria é concedida a personalidades que se destacaram por suas contribuições ao segmento da comunicação e da publicidade. "(JusBrasil)

Seguindo esta lógica surreal, qual será a próxima criatura a receber tão importante comenda?

Carlos Crusius (marido da governadora), deputado federal José Otávio Germano (PP), deputados estaduais Luiz Fernando Zachia (PMDB) e Frederico Antunes (PP), presidente do Tribunal de Contas do Estado, João Luiz Vargas, Walna Villarins Meneses (assessora da governadora), Delson Martini (ex-secretário geral do governo estadual), Rubens Bordini (vice-presidente do Banrisul e ex-tesoureiro da campanha de Yeda). Todos denunciados pelo Ministério Público Federal por enriquecimento ilícito e dano ao erário público.

"se quedarán las pelotas ..."
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