Datafolha: Alckmin e Marta continuam sendo nomes mais fortes em São Paulo

A primeira pesquisa de intenção de voto realizada pelo Datafolha neste ano, mostra que, em São Paulo, o ex-governador Geraldo Alckmin, do PSDB, e a ex-prefeita Marta Suplicy, do PT, são, hoje, os nomes mais fortes na disputa. O tucano, que ganhou pontos em relação a levantamento de novembro do ano passado, leva ligeira vantagem numérica sobre a petista, mas em situação de empate técnico.

De cinco possíveis cenários apresentados aos entrevistados, Geraldo Alckmin lidera sozinho em dois, Marta é a líder isolada em um e ocorre empate entre o peessedebista e a petista em dois. Foram ouvidos 1092 moradores da cidade de São Paulo, a partir dos 16 anos de idade, na última quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008. No primeiro cenário, que considera a hipótese de que PSDB e DEM não repitam este ano a aliança feita em 2004, quando o tucano José Serra foi eleito, tendo Gilberto Kassab como vice, Geraldo Alckmin tem hoje 29% das intenções de voto, empatando, em razão da margem de erro de três pontos percentuais, para mais ou para menos, com Marta Suplicy, que atinge 25%. Em relação ao levantamento anterior, de novembro do ano passado, Alckmin oscilou três pontos para cima (tinha 26%) e Marta variou um ponto positivamente (atingia 24%). Gilberto Kassab, por sua vez, oscilou um ponto para baixo, passando de 13% para 12% das intenções de voto, e segue empatado com os ex-prefeitos Paulo Maluf, do PP, que se manteve com 10%, e Luiza Erundina, do PSB, que oscilou de 9% para 8%. Paulinho (PDT) manteve os 3%, Soninha continua com 2% e Aldo Rebelo (PC do B) permanece com 1% das preferências, mesmo percentual que atingem Ivan Valente (PSOL) e Zulaiê Cobra (PHS), incluídos pela primeira vez.

Sem Kassab na disputa, Geraldo Alckmin atinge seu melhor desempenho, chegando a 34% das intenções de voto, cinco pontos a mais do que tinha em novembro (29%). Marta tem 28% nesse cenário, percentual que representa oscilação de um ponto para cima em relação ao levantamento anterior, quando a petista atingia 27%. Nesse cenário, Alckmin lidera, embora ocorra um empate entre ele e Marta, no limite da margem de erro: a petista pode ter, no máximo, o percentual mínimo que o tucano pode realmente atingir (31%). Nesse caso, é mais provável estatisticamente que o ex-governador esteja à frente. Maluf oscilou de 12% para 10% e Erundina variou de 10% para 9%. Paulinho se manteve com 4%, Soninha oscilou de 3% para 2% e Aldo Rebelo continua com 1%, mesmo percentual obtido por Zulaiê Cobra. Ivan Valente foi citado, mas não atinge 1% das menções.

Alckmin também lidera quando Marta é substituída por Arlindo Chinaglia como candidato do PT. Nesse cenário, o peessedebista obtém 33%, tendo oscilado três pontos para cima em relação a novembro, quando atingia 30%. Kassab oscilou um ponto para cima nesse cenário, de 15% para 16%, e divide o segundo lugar com Erundina, que variou de 16% para 14%, e Maluf, que variou de 13% para 12%. Chinaglia fica longe de repetir o desempenho da ministra do Turismo, atingindo apenas 1% das intenções de voto, e ficando nas últimas posições, ao lado de Paulinho (4%), Soninha (3%), Aldo (2%), Zulaiê (1%) e Ivan Valente (que não chegou a atingir 1%).

Quando o nome de Geraldo Alckmin é retirado da disputa, Marta assume a liderança, com 32% das intenções de voto, quatro pontos a mais do que obtinha em novembro (28%), ficando 13 pontos à frente de Gilberto Kassab, que oscilou de 20% para 19%. Maluf e Erundina dividem o terceiro lugar, com, respectivamente, 13% e 10% das preferências. Completam este cenário Paulinho (4%), Soninha, Aldo Rebelo, Zulaiê Cobra (2%, cada) e Ivan Valente (1%).

Um quinto cenário, não testado anteriormente, exclui da disputa o nome do ex-prefeito Paulo Maluf. Nesse caso, Geraldo Alckmin obtém 30% e Marta Suplicy fica com 28%, ocorrendo assim um empate entre os dois. Gilberto Kassab, com 13%, empata com Luiza Erundina, que obtém 9%. Vêm a seguir Paulinho (4%), Soninha (2%), Aldo Rebelo, Ivan Valente e Zulaiê Cobra (1%, cada).

No que diz respeito à intenção de voto espontânea, Gilberto Kassab oscilou de 10% para 11%, Marta Suplicy variou de 7% para 10% e Geraldo Alckmin passou de 4% para 6%. O percentual dos que não sabem dizer espontaneamente em quem gostariam de votar para prefeito de São Paulo nas eleições deste ano caiu oito pontos percentuais em relação a novembro, tendo passado de 59% para 51%.
Comentário do blogueiro: Nada mudou nos cenários da eleição municipal paulistana. As alterações ficaram na margem de erro. Só que em todos os cenários o prefeito Gilberto Kassab oscilou para baixo. Será que é tendência? Também ficou claro que Kassab terá dificuldade de vencer Marta Suplicy num eventual segundo turno. Se o PSDB tiver juízio, Alckmin será candidato. Caso contrário, com as contoveladas entre a turma de Alckmin e Serra, Marta Suplicy poderá voltar à prefeitura. Maluf não deve sair candidato. Então, o melhor cenário é o último apresentado. Saindo candidatos Alckmin, Kassab e Marta, sem Maluf, a disputa será acirrada. Se Kassab escolher Marta Suplicy para bater, não irá ao segundo tuno. Se bater em Alckmin, cria um constrangimento para uma possível aliança futura, além de prestar um serviço à campanha de Marta Suplicy. O problema é que Alckmin e Kassab disputam a mesma fatia do eleitorado. E uma parte significativa do eleitorado de Marta é cativa. Kassab bater nela pode enfraquecê-la, mas dificilmente tomará seu lugar. Se quiser ganhar, terá que detonar Alckmin. É uma tarefa realmente muito difícil.
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Caso Nassif/Veja esquenta a guerra política na blogosfera brasileira

"Texto publicado no Observatório da Imprensa sobre a batalha entre Luis Nassif e a revista Veja. Este blog é solidário com o jornalista Nassif e sua corajosa luta contra o mau jornalismo praticado pela revista". Confiram abaixo.
Caso Nassif-Veja
O confronto entre o jornalista Luis Nassif e a revista Veja ganhou ares de primeira grande batalha política a ser travada no mundo dos blogs brasileiros. Noutras partes do mundo, as grandes polêmicas online já deixaram de ser uma novidade e se incorporaram à rotina política.
Nassif começou a publicar no blog Projeto Brasil, início deste ano, uma série de textos sobre o papel de revista Veja em episódios políticos recentes na história do país, especialmente durante os governos FHC e Lula. Você pode acessar a série aqui no Observatório. Nassif também publica os textos no GooglePages, no que provavelmente será o embrião de um livro.

Na verdade, a série é o mais recente episódio de uma polêmica pública, iniciada há pelo menos um ano e protagonizada, na primeira linha de tiro, pelos blogs dos colunistas Diogo Mainardi (blog com áudio) e Reinaldo Azevedo, ambos da Veja, e os também jornalistas Paulo Henrique Amorim, do blog Conversa Afiada, e o próprio Nassif.

O debate, num clima com temperatura em elevação, envolve questões político-partidárias (articulações voltadas para as eleições de 2010) e econômico-financeiras (disputa corporativa pelo controle das telecomunicações).

Como é normal neste tipo de controvérsia, ambos os lados estão sendo municiados com informações fornecidas por partes interessadas, o que deve garantir uma vida longa para a polêmica, porque o setor das telecomunicações neste país é um manancial quase inesgotável de negociatas de todos os tipos.

O episódio coloca, no entanto, em evidência o papel da internet — e em especial dos blogs — como arma política. Nos Estados Unidos isto já vem acontecendo desde 2006, tendo como principais protagonistas os blogs Instapundit (conservador) e DailyKos (liberal). Há vários outros mais ou menos radicais, mas os dois mencionados são os mais visitados e servem de referência em seus respectivos campos.

A politização na blogosfera norte-americana já invadiu também o popularíssimo site de vídeos YouTube, sem falar nos sites de relacionamento, em especial os voltados especificamente para o terreno político como o MoveOn e o MeetUp, os mais conhecidos.

O uso político da Web era inevitável porque se trata do veículo de comunicação potencialmente mais democrático entre todos os já desenvolvidos pelo homem, apesar de menos de 16% da população mundial ter acesso à rede.

Na Web, os blogs ocupam um lugar especial na comunicação política porque são uma ferramenta fácil e rápida para manifestar opiniões políticas. Hoje já são quase 80 milhões de blogs no mundo inteiro, dos quais cerca de 30% tratam de temas políticos, de atualidade informativa e de opiniões.

A polêmica Nassif/Veja sinaliza também uma outra questão relevante: a diluição das fronteiras entre o jornalismo e o ativismo. Os protagonistas deste episódio não são os primeiros e muito menos os últimos a mover-se neste terreno difuso, que tende a se tornar ainda mais nebuloso na medida em que a contextualização das informações revela a complexidade de fenômenos e processos em curso.

Está cada dia mais difícil fazer a separação entre fato e opinião. Não porque faltem fatos, mas sim porque eles já não podem mais ser vistos por uma ótica dicotômica, ou seja, certo ou errado, bom ou mau.

Isto afeta intensamente a atividade jornalística, pois a profissão é regida até hoje por códigos e valores criados nos anos 1920 e 30, quando surgiu, nos Estados Unidos, a grande reação contra a chamada imprensa marrom, que fazia abertamente o jogo dos poderosos da época.

O conceito de profissionalização foi a grande ferramenta dos jornalistas para lograr uma razoável autonomia das redações em relação aos interesses patronais. Hoje, porém, a inovação tecnológica está provocando uma nova reviravolta no ambiente jornalístico.

Conceitos como isenção e independência perdem gradualmente a sua importância diante da dificuldade em poder defini-los em termos práticos por causa da crescente complexidade informativa. Portanto fica também difícil separar fato e opinião, coisa com a qual teremos que nos acostumar cada vez mais.

São tempos de transição, onde nada ainda é definitivo, mas uma coisa parece mais provável: a importância crescente da transparência como valor e ferramenta para identificar interesses, beneficiados e prejudicados.

A exigência de transparência pode ser o único recurso a disposição do público para acompanhar o debate Nassif/Veja sem o risco de perder-se no emaranhado de denúncias publicadas por ambos lados.

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E naquele restaurante corporativo em Pinheiros


Cornelis Anthonisz, O banquete de membros da guarda de arqueiros civis, 1533, óleo sobre tela, 130 x 206,5 cm, Museu Histórico de Amsterdã.
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“Ah, mas...”

Volto hoje ao blog depois de prolongadas férias. Afinal, nesta semana o ano finalmente começou. Confesso: minha irascível alma pouco se indignou com a mídia ao largo destas parcas semanas. Menos pelo empenho em sua marcha udenista, que tentou manter-se animadinha, mais por minha falta de tesão pelas agendas previsíveis da canalha. Volto hoje lendo os blogs, curioso pela repercussão da série de Luiz Nassif sobre a Veja e seus mercenários, enquanto os jornalões perdem o gás para manter a pauta dos cartões corporativos, depois do bate-cabeça da própria oposição republiquete, apanhada na cartonagem de Serra e FH, e obviamente nada falam sobre as vísceras expostas daquela redação de coleguinhas no bairro de Pinheiros, em São Paulo.

Antes de análise do mérito do desnudamento da corja feito pelo Nassif, algo outro chamou minha atenção nos blogs, o que talvez denote um modismo, uma involução mudernete das novas gerações. Dos blogueiros aos trocentos comentários, sempre há algo como “A Veja é escrota. Ah, mas Nassif...”. E desandam em pontuar questões nem sempre claras, mas que denotam uma possível sensatez política. Muita cautela, sempre fortes reservas. A verdade, segundo eles, é sempre um cadinho de opiniões, muitas vezes divergentes. Apontam sempre o perigo do maniqueísmo, algo ignóbil e démodé. O caminho ajuizado é o da ponderação. Fazem destes critérios profissão de fé. Contraditoriamente, nas quatro paredes, na mesa de bar, nas comunidades do Orkut, impera o ódio deslavado. Há quem odeie os que usam sapatos caramelos, gente mole, cozinheiro do Spoletto, e topam qualquer encrenca pela torcida de seu time de futebol, escola de samba, mané ou cachorra do BBB. Sensatez aqui é mais embaixo.

Não há nada concreto que desabone Luiz Nassif. Muito ao contrário. Recentemente, o jornalista Leonardo Attuch, notoriamente funcionário de Daniel Dantas, publicou artigo no Comunique-se atacando Nassif e sua série, onde foi citado. Afirmou que a demissão do jornalista da Folha foi motivada pelos seus interesses empresariais, na agência Dinheiro Vivo, o que o incompatibilizava com uma coluna sobre economia. Mais disse ou insinuou sobre interesses de Nassif com fundos de pensão o que o motivava a atacar a Veja e seus acordos com seu queridíssimo patrão, Daniel Dantas. Nassif deu resposta clara e contundente, vale a leitura e a reflexão.

Trocando em miúdos, quero dizer que na política, até ouso dizer que mais do que no futebol, os campos, as camisas, são mais opostos e divergentes. A Veja representa o jornalismo mais sórdido a serviço dos interesses reacionários das oligarquias. Nassif representa a única voz de competência a denunciar esta canalhice. Isto é mais emocionante e mais claramente antagônico que um Fla-Flu.

Ps: deixando de lado a sensatez e a prudência, tenho a declarar que também odeio o cozinheiro do Spoletto.
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Que falam sobre o Brasil McCain, Obama e Hillary, do Blog do Pedro Dória

Há um ditado que diz que já que as eleições americanas têm efeito no mundo todo, cada ser humano neste Planeta deveria ter o direito de votar nos seus candidatos. É notória a influência para o bem ou para o mal das decisões de Washington sobre as vidas do mundo inteiro. Ao lado das decisões na economia (FED), o destaque fica por conta da polítca externa americana. A esse respeito, vejam o que colocou Pedro Doria em seu blog.

Do Blog do Pedro Doria, publicado em 12/02/2008.

E o que pensa o futuro presidente dos EUA a respeito de Brasil e América Latina? Os trechos foram pescados dos artigos que fizeram publicar na prestigiosa Foreign Affairs, revista do Conselho de Relações Exteriores.

Tanto McCain quanto Obama endereçam frontalmente – e favoravelmente – uma questão cara ao Itamaraty, que é poder no Conselho de Segurança da ONU ou algo semelhante. Quando se referem ao Brasil, não é no contexto ‘América Latina’ – é no contexto poder mundial. Hillary é vaga – e cita o país como estratégico apenas regionalmente.

John McCain:
John Kennedy descrevia os povos da América Latina como ‘nossos amigos mais firmes e antigos, unidos a nós pela história e experiência e pelo objetivo de levar à frente a civilização americana’. Os países do continente são nossos parceiros naturais mas a desatenção dos EUA danificou esta relação. Precisamos melhorar a relação com o México para controlar a imigração ilegal e enfrentar os cartéis de drogas. Outro cuja relação precisa atenção é o Brasil, parceiro cuja liderança perante as forças de paz da ONU no Haiti serve de modelo para o cuidado com a segurança regional. Meu governo vai dar a estas e outras grandes nações da América Latina uma voz forte da Liga das Democracias – uma voz que lhes é negada no Conselho de Segurança da ONU.

Precisamos trabalhar juntos para enfrentar a propaganda de demagogos que ameaçam a segurança e a prosperidade das Américas. Hugo Chávez desmontou a democracia venezuelana ao diminuir a importância do parlamento, do judiciário, da imprensa, dos sindicatos livres e das empresas privadas. Seu regime está comprando equipamento militar avançado. Ele deseja construir um eixo global anti-EUA. Meu governo vai se dedicar a marginalizar tais influências nefastas. Também vai se preparar imediatamente para a transição de Cuba para a democracia ao desenvolver um plano em conjunto com parceiros da região e da Europa engajados num regime pós-Fidel. Queremos mudanças rápidas naquele país que sofre há tanto tempo. Precisamos investir na passagem criada pelo CAFTA – Acordo Centro-Americano de Livre Comércio – ratificando outros acordos de comércio já negociados com Colômbia, Panamá e Peru com o objetivo de completar o processo da ALCA – Área de Livre Comércio das Américas.

Barack Obama:
Precisamos da colaboração das grandes nações para lidar com as grandes questões globais – e isto inclui os poderes emergentes como Brasil, Índia, Nigéria e África do Sul. Precisamos que eles tenham mecanismos para ajudar na manutenção da ordem internacional. Para que isto aconteça, a Organização das Nações Unidas precisa ser reformada. A gerência da Secretaria Geral da ONU é fraca. As operações das tropas de paz vão muito além de sua capacidade real de ação. O novo Conselho de Direitos Humanos da ONU passou oito resoluções condenando Israel – mas nenhuma condenando o genocídio em Darfur ou os abusos dos direitos humanos no Zimbabwe. Nenhum destes problemas será resolvido se os EUA não voltarem a se dedicar à ONU e a sua missão.

Na América Latina, do México à Argentina, falhamos ao enfrentar as questões da imigração, igualdade e crescimento econômico.

Hillary Clinton:
Impondo um risco a nós, o governo Bush foi negligente com nossos vizinhos ao sul. Presenciamos, em parte da América Latina, ao surgimento de obstáculos para o desenvolvimento de democracias e abertura econômica. Devemos tornar a uma política de negociação, questão por demais crítica para que os EUA assistam a tudo impassíveis. Devemos dar apoio às maiores democracias regionais, Brasil e México, e aprofundar nossa relação econômica e estratégica com Argentina e Chile. Precisamos continuar a cooperar com nossos aliados na Colômbia, na América Central e no Caribe para combater as ameaças interconectadas do tráfico de drogas, crimes e insurgências. Por fim, devemos trabalhar com nossos aliados para prover programas de desenvolvimento sustentado e criar oportunidades econômicas que reduzam desigualdade entre os cidadãos da América Latina.
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