Aviões franceses e gato na tuba
como pode o presidente Lula anunciar a compra dos aviões Rafale, da França, se a Aeronáutica nem apresentou ainda o seu relatório final? Ou bem eles têm uma utilidade, ou bem aqueles documentos não servem para nada. Chegamos à conclusão de que não serviam. Horas depois do anúncio - e dada a estranheza geral -, veio a conversa mole de que nada estava decidido. Os EUA divulgaram um documento em que afirmam que também estão dispostos a fazer a tal transferência de tecnologia - e seus caças são bem mais baratos. Ouvido, Marco Aurélio Top Top Garcia sugeriu que os americanos não falam muito a sério. Pouco importam suas impressões, certo? Garcia, para não variar, deve estar equivocado, confundindo, como de hábito, seus preconceitos com a realidade.
Autoridades que conhecem o pacote afirmam que a verdade é mesmo aquela inicialmente anunciada por Lula: o governo já escolheu os aviões franceses. O glacê técnico serve apenas para disfarçar a decisão política. A França estaria disposta a ser um militante em favor do ingresso do Brasil no Conselho de Segurança da ONU - a tal da “biçeção” de Lula. Não, o governo brasileiro, mesmo tendente a fechar um pacotaço com a França que pode passar dos R$ 50 bilhões, nem tocou no protecionismo francês.
Por que a pressa? Por que o açodamento? Por que o anúncio da compra? Por que o recuo em seguida? Confesso que não estava dando a menor bola para o assunto. Mas, agora, tudo ficou bem mais interessante. Quem está me dizendo que tem gato nesta tuba é o governo federal. Agora é preciso saber qual é.
Caso Battisti - Julgamento está Suspenso
STF decide não julgar legalidade de refúgio de Battisti. Marco Aurélio pede vistas e adia o julgamento em 4 a 3 contra o TERROR!
BRASÍLIA - Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram no início da noite desta quarta-feira, por 5 votos a 4, que não julgarão o mandado de segurança em que o governo da Itália contesta a decisão do ministro da Justiça, Tarso Genro, de conceder status de refugiado político ao italiano Cesare Battisti, condenado em seu país à prisão perpétua sob acusação de envolvimento em quatro assassinatos.
A decisão de não entrar no mérito do ato de Genro foi tomada em julgamento preliminar. Há pouco, os ministros do STF iniciaram o julgamento do processo de extradição de Battisti, pedida pelo governo italiano. Na preliminar, os ministros decidiram que a avaliação do ato de Tarso Genro será feita dentro do julgamento do pedido de extradição.
Em um julgamento que já dura mais de dez horas, sete ministros já votaram, sendo quatro a favor e três contra o pedido de extradição do italiano. O ministro Marco Aurélio Mello pediu vistas do processo.
Gilmar Mendes acata e adia a sessão...