como pode o presidente Lula anunciar a compra dos aviões Rafale, da França, se a Aeronáutica nem apresentou ainda o seu relatório final? Ou bem eles têm uma utilidade, ou bem aqueles documentos não servem para nada. Chegamos à conclusão de que não serviam. Horas depois do anúncio - e dada a estranheza geral -, veio a conversa mole de que nada estava decidido. Os EUA divulgaram um documento em que afirmam que também estão dispostos a fazer a tal transferência de tecnologia - e seus caças são bem mais baratos. Ouvido, Marco Aurélio Top Top Garcia sugeriu que os americanos não falam muito a sério. Pouco importam suas impressões, certo? Garcia, para não variar, deve estar equivocado, confundindo, como de hábito, seus preconceitos com a realidade.
Autoridades que conhecem o pacote afirmam que a verdade é mesmo aquela inicialmente anunciada por Lula: o governo já escolheu os aviões franceses. O glacê técnico serve apenas para disfarçar a decisão política. A França estaria disposta a ser um militante em favor do ingresso do Brasil no Conselho de Segurança da ONU - a tal da “biçeção” de Lula. Não, o governo brasileiro, mesmo tendente a fechar um pacotaço com a França que pode passar dos R$ 50 bilhões, nem tocou no protecionismo francês.
Por que a pressa? Por que o açodamento? Por que o anúncio da compra? Por que o recuo em seguida? Confesso que não estava dando a menor bola para o assunto. Mas, agora, tudo ficou bem mais interessante. Quem está me dizendo que tem gato nesta tuba é o governo federal. Agora é preciso saber qual é.