É racista e fascista, sim!


Na quase visita ao Brasil do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, nossa mídia só faltou convocar seus leitores a irem às ruas protestar contra sua presença. Manifestações aconteceram, com amplo destaque na mídia. Editoriais e colunistas amestrados não economizaram palavras contra o “representante do atraso”, que não respeita os direitos humanos, que defende a destruição do Estado de Israel etc.

Agora, no Brasil, temos a visita do ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Liberman, que tem tanto respeito aos direitos humanos como tinha Gengis Kahn, e nossa mídia não tem um único editorialzinho para lembrar de quem se trata. Nenhuma indignação, apenas seu jeito de fofocar e fazer intriga contra o governo, criticando declarações do secretário de assuntos internacionais do PT, Valter Pomar, que o chamou de racista e fascista. Exagerou? Nem um pouco. Vejamos um pouco de sua biografia, reproduzida do jornal Água Verde, de Londrina, por Altamiro Borges:

• Em 1998, ele defendeu a inundação do Egito através do bombardeio da Represa de Assuã;

• Em 2001, como ministro da Infraestrutura Nacional de Israel, propôs que a Cisjordânia fosse dividida em quatro cantões sem governo palestino central e sem a possibilidade dos palestinos transitarem na região;

• Em 2002 o jornal israelense Yedioth Ahronoth publicou a seguinte declaração de Liberman: “As 8 da manhã nós vamos bombardear todos os seus centros comerciais, à meia-noite as estações de gás, e às duas horas vamos bombardear seus bancos”.

• Em 2003 o diário israelense Haaretz informou que Liberman defendeu que os milhares de prisioneiros palestinos detidos em Israel fossem afogados no Mar Morto, oferecendo, cinicamente, ônibus para o transporte;

• Em maio de 2004, ele propôs um plano de transferência de territórios palestinos, anexando os territórios palestinos e expulsando a população nativa;

• Em maio de 2004, afirmou que 90% dos 1,2 milhão de cidadãos palestinos de Israel “tinham de encontrar uma nova entidade árabe para viver”, fora das fronteiras de Israel. “Aqui não é o lugar deles. Eles podem pegar suas trouxas e dar no pé!”

• Em maio de 2006, ele defendeu o assassinato dos membros árabes do Knesset (Parlamento israelense) que haviam se encontrado com os membros do Hamas integrantes da Autoridade Palestina para discutir acordos de paz na região;

• Em dezembro de 2008, defendeu o uso de armas químicas e nucleares contra a Faixa de Gaza, afirmando que seria “perda de tempo usar armas convencionais. Devemos jogar uma bomba atômica em Gaza para reduzir o tempo de conflito, assim como os EUA atacaram em Hiroshima na Segunda Guerra”, afirmou em entrevista em jornal israelense Haaretz;

• Em junho de 2009, discursou no Knesset israelense ameaçando “transformar o Irã num aterro”, através do bombardeio do país com armas nucleares.


Como se vê, é alguém a quem Joseph Goebbels bateria continência com respeito. Segue pelo país, em paz, em carro protegido e pilotado pela temida Shabak, a CIA de Israel, e nossa mídia olha para o outro lado, fazendo sua grande especialidade, o mexerico. De direita e racista, é claro.
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Recicláveis


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De volta ao Rio, mas com ecos de Fortaleza...


Depois de uma semana sob o sol de Fortaleza, entremeada por alguns improváveis – nesta época do ano – dias de chuva, volto ao Rio e encontro a cidade sob uma fina garoa e um friozinho típico de julho. Ao passar pelos velhos Arcos, veio-me aquela sutil e agradável sensação de pertencimento, de identidade: é bom estar em casa. Do Simpósio Nacional de História, guardo inúmeras coisas boas. Dentre elas, a descoberta dos novos poetas cearenses, que conheci através de uma coletânea distribuída a alguns dos participantes do evento. É uma bem cuidada edição bilíngüe (Português/Espanhol) que traça um painel bastante representativo da atual cena literária daquele estado. Reproduzo abaixo um destes poemas.

Arquivo

Eli Castro

falando em horas
aproveitando este incêndio
de faíscas
que ecoam de tua voz (garganta brônzea de sino)
também aproveito para expor
o clarão guardado
de certas imagens retorcidas –
cascas outonais,
se assim preferes.

tarefa difícil
foi reaprender
o caminho de volta,
fazer a própria comida
ocultar belezas simples como
eu puxando um isqueiro e
acendendo o teu cigarro no meio de uma noite.

cuidei destas imagens, dos teus pequenos escritos,

escoltei tua sombra
e tudo fiz esquecer

frente a teu silêncio de paciência vencida.

In: Meio-dia: alguna poesía de Fortaleza. Fortaleza/Buenos Aires, Gráfica LCR/Ediciones Vox, 2009.
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Gre-Nal Centenário

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A grande drogaria americana


Hoje no Globo:


E segue matéria chupada do El País, cúmplice na mesma armação:

Um informe do Congresso dos EUA adverte para uma forte penetração do narcotráfico na Venezuela(...) Segundo o relatório parlamentar, houve um aumento de exportação de drogas, que teria quadruplicado, e de cumplicidade no negócio entre altos funcionários civis e militares do governo, que colaborariam e protegeriam a guerrilha e as organizações criminosas colombianas.

A receita é simples: basta já ter preparado seu leitorado para algumas repetidas mentiras, como a de que a guerrilha colombiana é ligada ao narcotráfico, e o governo venezuelano é o mal na terra, repleto de péssimas intenções. Não será na grande mídia que você irá aprofundar uma análise sobre o tema, já que ela esquece até o que já foi publicado. Nunca abrirá a cortina para dizer:

1) A guerrilha colombiana combate as oligarquias e seu governo ligado ao narcotráfico. Elas estão do outro lado. Uribe representa bem o setor, que movimenta a economia colombiana. Foi eleito com ajuda de narcotraficantes, segundo até o Estadão.

2) Os EUA dominam a política e a economia colombiana. Economia, entenda, a produção de cocaína. Sim, os EUA são os principais responsáveis pela produção e o tráfico de cocaína pelo mundo. Não sou eu quem diz. É fato já ligado à história americana, está em inconteste verbete da Wikipedia, repleto de referências. O Plano Colômbia foi fachada para a eliminação de pequenos e médios produtores concorrentes e combate às Farc.

3) Os EUA dominam a cocaína e também a heroína pelo mundo há muito. Depois da invasão, o Afeganistão é hoje o maior produtor de ópio do planeta. E o vizinho Paquistão, uma espécie de quintal americano, é o grande distribuidor planetário da heroína, produzida pela papoula.

4) Ah, a maconha eles não gostam, para eles isso é coisa de pobre. Ela é produzida no mundo por pequenos produtores. Cocaína e heroína é o grande negócio, peças de um grande jogo, financiam inclusive suas guerras. Nada novo, os ingleses já haviam mostrado o caminho há muito tempo.

5) A notícia é totalmente desqualificada. Surgiu por iniciativa de parlamentares republicanos, certamente com os olhos voltados para a armação contra a Venezuela e todas as conquistas da esquerda na AL. Querem mudar o jogo. Armar um novo circo. Para inclusive vender melhor suas drogas.

Imagem: Dalton/AP Photo em Rolling Stone

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Ps: O blogueiro some, mas reaparece. É que proleta tem uma cota alta de mais-valia para distribuir às nossas elites. Vez ou outra ele cansa e vai dar uns mergulhos em praias distantes.
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