Bloguismo e Jornalismo, o debate !



O debate promovido pelo blog Jornalismo B Bloguismo ou Jornalismo: um novo caminhou ou mais do mesmo?, com os painelistas Marco Aurélio Weissheimer, Roger Lerina e Adriano Santos, foi um sucesso.
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Resumo

Pessoal, não sei se perceberam, mas esse post é para ser lido de baixo pra cima.

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18:54: RS Urgente surge em 2005, começou como uma espécie de hobby, onde podia exercitar o lado jornalístico que não encontrava espaço onde trabalhava.

18:51: Marco Weissheimer toma a frente e começa o debate. “É fundamental tirar o debate só da tela do computador e discutir frente a frente.”

E começa a transmissão ao viiiiiiiivo do debate “Bloguismo e Jornalismo: um novo caminho ou mais do mesmo?”!!! Haubrich apresenta um pouco do Jornalismo B ao público. As pessoas não param de chegar.

Íntegra aqui.

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E naquele antigo feudo nordestino...

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Manipilação digital...tudo a ver com ZH!



A eficiência com que a pichação no talude do Arroio Dilúvio em frente ao Jornaleco da Azenha foi apagada, impressiona. A frase “Bla...Bla...Bla...Fábrica de mentiras” não é inventada. Descreve o que se passa com a informação prestada por ZH, aos seus leitores. Fica fácil se fazer discursos de ética, responsabilidade social, credibilidade e atropelar de todas as maneiras a informação.

No dia em que desci o talude para fotografar em melhor ângulo a frase um rapaz, provavelmente funcionário de ZH, me perguntou o que eu estava fazendo ali. Com uma máquina fotográfica na mão, respondi que eu não estava cortando grama! Em seguida ele me perguntou se eu era de esquerda!

Bem, contei até 10, e respondi que estava ali para fotografar a frase que melhor descreve aquele “jornaleco olho do cu”, e que nem a direita aguentava mais.

A foto acima foi manipulada digitalmente, baseada em duas fotografias tiradas no mesmo dia...
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“Favela não gosta de miséria”, diz MV Bill

Em entrevista polêmica, MV Bill diz que quem gosta de miséria não é a favela, é intelectual, e descarta categoricamente uma candidatura para cargo eletivo. O rapper apóia a construção do muro para impedir o crescimento desordenado das favelas, mas reclama da ausência de diálogo com as comunidades envolvidas. 

Faltando pouco mais de um ano para as eleições, o Rio de Janeiro já conta com um poderoso candidato para o pleito de 2010: o rapper MV Bill, que recentemente teve sua candidatura “lançada” por Caetano Veloso - e apoiada logo em seguida pelo cineasta Cacá Diegues.
Legitimidade para tanto não falta: uma pesquisa do IBPS (Instituto Brasileiro de Pesquisa Social) realizada no mês de março mostra que 23% dos entrevistados (cerca de 1,8 milhão de eleitores) “provavelmente” ou “com certeza” votariam em Bill para deputado federal; caso se candidatasse ao Senado, contaria com o apoio de 19% da população (aproximadamente 1,4 milhão de votos).
Apesar do entusiasmo inicial, Bill diz que hoje a política formal está fora de seus planos. No entanto, fosse ele um parlamentar eleito pelo Rio de Janeiro, daria seu apoio a uma controversa intervenção em curso na cidade: a construção de muros de contenção em favelas da capital fluminense. 
A iniciativa deve construir quase 11 quilômetros de muros para conter a expansão de 19 comunidades, além de evitar a devastação de áreas de proteção ambiental. Cerca de R$ 40 milhões serão gastos na ação, bancada pela administração de Sérgio Cabral (PMDB-RJ). O governo estadual licitou seis quilômetros de muros ao redor da Rocinha e Chácara do Céu, na zona sul, e Pedra Branca, na zona oeste. 
MV Bill discorda daqueles que consideram os muros um fator a mais de segregação para as comunidades pobres da cidade. Para ele, até ajudam a conter o crescimento desordenado das favelas. “Pior que o muro de concreto, é o muro construído de preconceito. Ele que dividiu a favela”, diz a Terra Magazine. 
- Quem gosta de miséria não é a favela, é intelectual que consegue ver poesia nesse cenário de tristeza, nessa precariedade. 
Confira a entrevista com MV Bill: 
O que acha da construção de muros para conter a devastação ambiental e a expansão de favelas? 
MV Bill - Acho que tem se falado muito em contar a expansão da favela, mas também tem outra questão, que é conter o desmatamento das florestas. Se olhar para conter o desmatamento, começa a ser positiva a discussão sobre a construção, até porque a maioria dos favelados que eu conheço não querem o crescimento da favela e muito menos o desmatamento. Embora essa seja uma iniciativa impopular, ninguém teve nenhuma outra solução.   
Críticos dizem que a construção dos muros acaba por segregar os moradores dessas comunidades. Você concorda? 
Eu não sei, cara. A favela, independente do muro, já é segregada por um muro imaginário, construído à base de preconceito, distanciamento, desnível social, desconhecimento. Eu acho que depende do nosso olhar nesse momento, principalmente num momento em que está havendo muita integração entre a favela e o asfalto.   
Então os muros não são um fator a mais para segregar a favela do asfalto? 
Não. Eu acho que, pior que o muro de concreto, é o muro construído de preconceito, é visível e invisível ao mesmo tempo. Ele que dividiu a favela.   
A construção acaba sendo boa para os próprios moradores da favela… 
É, para conter o crescimento desordenado, porque cresceu demais. E esse crescimento hoje não permite que muitas das favelas tenham espaço para construção.   
Uma pesquisa do Datafolha mostrou que a aprovação ao muro é maior entre as pessoas mais pobres, da própria favela. Esse é um dado esperado? 
É esperado, porque quem gosta de miséria não é a favela, é intelectual que consegue ver poesia nesse cenário de tristeza, nessa precariedade. Até por uma questão de segurança não tem como deixar as favelas crescerem mais, porque a maioria delas já estão com todos os espaços tomados, nas encostas dos morros. Como não tem mais espaço, as construções começam a ser feitas em lugares de alto risco, para a família que constrói aqui e para as famílias que vivem embaixo. As favelas hoje não suportam mais nenhum tipo de crescimento.   
O escritor José Saramago chegou a comparar a construção dos muros no Rio de Janeiro ao Muro de Berlim e aos muros que separam Israel da Faixa de Gaza. Acha que isso é um exagero? 
Eu não cheguei a ver a declaração, mas são visões completamente diferentes. Eu fico mais com a visão de quem é de dentro (das favelas).   
Não deveria haver diálogo com os moradores dessas comunidades antes da construção dos muros? 
Essa é uma reclamação recorrente… Esse é um erro cometido pela maioria dos governos do Brasil todo: não dialogar com a comunidade que está recebendo a política pública. A falta de diálogo acaba não trazendo uma compreensão do que se precisa realmente dentro de uma comunidade. E ouvindo essas pessoas (das comunidades), é possível ter uma política pública mais embasada. Acho que isso acaba sendo um grande erro; o diálogo com a comunidade só vai ter a acrescentar. O diálogo é importantíssimo. Seria a política pública chegando para quem precisa, e orientada para quem sente na pele as necessidades do dia a dia.   
Recentementente você teve seu nome lançado como candidato. A princípio, você rejeitou entrar na política institucional. Como está amadurecendo essa idéia? 
Eu continuo pensando em não concorrer a cargo nenhum. Fico feliz com a movimentação que tá rolando, inicialmente me fizeram pensar, rever minha posição, mas hoje eu acho melhor não mexer na política. Ver os resultados me faz repensar toda hora. Saber que mais de dois milhões de jovens se identificam com o meu pensamento é uma coisa empolgante.   Eles te vêem como um representante deles mesmos… Pô, isso é uma coisa que dá uma puta satisfação. É o maior feedback que a gente pode ter para o nosso trabalho. Porém, a política formal está fora dos meus planos. Eu prefiro continuar trabalhando (junto às comunidades)

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Corrupção ou patrimonialismo?

Um ótimo artigo publicado no Blog Entrelinhas, pelo autor do blog, a ser publicado no Valor Econômico.
É público, é privado
Parlamento: Patrimonialismo, corrupção e burocracia fazem a receita de distorção sistemática de fins e meios que alimenta a vida política brasileira.
Por Luiz Antonio Magalhães, para o Valor, de São Paulo
Descoberto como patrocinador de viagens áreas de convidados seus ao carnaval fora de época realizado na cidade de Natal, em 2007, o deputado Fábio Faria (PMN-RN) acabou devolvendo o dinheiro correspondente às passagens, todas pagas pelo Congresso dentro da cota a que os parlamentares têm direito - menos as cedidas a Adriane Galisteu, sob a alegação de que, na época, ela era sua "companheira" e teria, portanto, direito ao benefício, segundo ele. Maia também fez o reembolso do valor correspondente a uma passagem usada pela mãe de Adriane em viagem aos Estados Unidos, em janeiro do ano passado.
A eleição de José Sarney (PMDB-AP) e Michel Temer (PMDB-SP) para as presidências do Senado e da Câmara parece ter destampado uma espécie de caixa de Pandora na política nacional. Depois que o PMDB assumiu, no início de fevereiro, o comando do Congresso Nacional, os brasileiros vêm assistindo a uma sucessão de denúncias de episódios pouco edificantes envolvendo parlamentares de diversos partidos e até mesmo as duas casas legislativas, na qualidade de instituições. Quase todos os personagens acusados, porém, alegam inocência e afirmam ter agido dentro dos marcos da legalidade. O fenômeno ganha, então, outros contornos, talvez aqueles definidos pelas ciências sociais no conceito de patrimonialismo.A facilidade que os parlamentares encontram para misturar a esfera pública com a privada nos atos praticados em seus mandatos é o traço comum de praticamente todos os episódios. Essa não é uma característica do Poder Legislativo, somente. Envolve toda a administração pública e tem origens históricas. Foi Sérgio Buarque de Holanda quem introduziu no país o conceito weberiano de patrimonialismo, depois aprofundado e difundido por Raymundo Faoro em "Os Donos do Poder" (1958). Buarque empregou o conceito justamente para caracterizar o tal "homem cordial" brasileiro, que na vida pública não era capaz de distinguir o interesse privado do interesse coletivo.
"O quadro familiar torna-se, assim, tão poderoso e exigente, que sua sombra persegue os indivíduos mesmo fora do recinto doméstico. A entidade privada precede sempre, neles, a entidade pública. A nostalgia dessa organização compacta, única e intransferível, onde prevalecem necessariamente as preferências fundadas em laços afetivos, não podia deixar de marcar nossa sociedade, nossa vida pública, todas as nossas atividades", escreveu Buarque em "Raízes do Brasil", obra de 1936 que se tornou um clássico da historiografia nacional.Jereissati: abatido pela acusação e com vontade de ir para casa
Voltando ao Brasil do século XXI, a lista de denunciados já é tão grande que levou o senador Tasso Jereissati (CE) a ocupar a tribuna do Senado para se confessar abatido pela acusação de ter utilizado verba de gabinete para pagar fretamento de jatinhos: "Vontade dá, de ir pra casa, por que isso aqui está ficando insustentável, insuportável", afirmou o ex-presidente nacional do PSDB.
Jereissati não foi o primeiro a se queixar, nem a alegar inocência, comportamento padrão entre os acusados. No início de março, o primeiro escândalo da série no Senado derrubou o então poderoso diretor-geral, Agaciel Maia, que omitiu na declaração de imposto de renda a sua casa, avaliada em R$ 5 milhões. Pouco antes, na Câmara, o deputado Edmar Moreira (DEM-MG) nem chegou a assumir a segunda vice-presidência, fulminado pela divulgação das fotos de seu "castelo", avaliado em R$ 25 milhões e ausente da declaração prestada à justiça eleitoral.
Foi o Senado, no entanto, o palco da maior parte dos episódios. Além de Jereissati, Roseana Sarney (PMDB-MA) e Tião Viana (PT-AC) se enrolarem com passagens de avião e contas de telefone mal explicadas, Heráclito Fortes (DEM-PI) viu Luciana Cardoso, filha do ex-presidente Fernando Henrique, assumir que é funcionária de seu gabinete sem, no entanto, dar expediente. No caso mais institucional, a divulgação da existência de 131 diretores, que depois saltaram para 136 e por fim para 181, levou Sarney a contratar consultoria da Fundação Getulio Vargas para a reestruturação dos cargos no Senado. Na Câmara, a questão foi doméstica. Ou domésticas. Dois deputados, um do DEM e outro do PPS, exoneraram as empregadas que prestavam serviços em suas residências, mas eram contratadas pelos gabinetes.
Foram várias as denúncias sobre os descaminhos do Poder Legislativo federal em período tão curto - pouco mais de dois meses - mas ainda não está clara a motivação por trás do tiroteio. Uma boa parcela das acusações divulgadas teve origem não em apuração de jornalistas, mas em dossiês já prontos para divulgação e entregues por emissários dos interessados na disputa de poder no Congresso. Os próximos passos do jogo devem deixar mais evidentes as motivações dos protagonistas da contenda. Enquanto isso não acontece, resta analisar a questão por outra ótica.
A justificativa dos acusados é sempre a de que agiram dentro dos limites legais. Não seria ilegal a nomeação de 136 ou 181 diretores no Senado, como não é proibido contratar uma filha de ex-presidente para trabalhar fora do gabinete. Tampouco é ilegal pagar hora extra em janeiro ou utilizar a verba para passagens de avião da maneira que Roseana, Jereissati e Maia fizeram. É estranho alocar uma funcionária de gabinete para trabalhar como doméstica, mas também não seria irregular. Omitir bens em declaração do imposto de renda é um delito, mas do tipo que pode ser corrigido por uma simples retificação.
Assim, a questão que emerge desses atos supostamente legais, mas nitidamente imorais, diz respeito às fronteiras entre corrupção e a tal herança patrimonialista, praga que insiste em permanecer presente na sociedade brasileira.
Professor titular de Ética e Filosofia Política na USP, Renato Janine Ribeiro concorda com a atualidade do conceito de patrimonialismo e reclama do desrespeito aos valores básicos da República. "O que mais me chama atenção é o acinte. Todos acham que não têm de dar satisfação a ninguém. Uma entrevista como a de Luciana Cardoso é recebida como algo inteiramente normal", se espanta o filósofo.
Procurado pelo Valor, o senador Heráclito Fortes informou que a orientação para Luciana não frequentar o gabinete partiu dele próprio. Negou que a filha do ex-presidente Fernando Henrique seja uma funcionária-fantasma e confirmou que ela presta serviços na catalogação de seus documentos pessoais. "Ela é casada com um funcionário do Itamaraty e precisa do salário para sobreviver. Há muitos funcionários de gabinetes que ficam nas bases [nos Estados de origem dos parlamentares] e ninguém diz nada. Se ela não fosse filha do ex-presidente nada disso teria acontecido", entende o primeiro-secretário do Senado. Fortes, no entanto, concorda com Janine Ribeiro sobre a entrevista concedida por Luciana a Mônica Bérgamo, da "Folha de S. Paulo": "Foi um desastre, há dúvida até se ela sabia com quem estava falando", disse o senador.
O sociólogo Francisco de Oliveira, professor aposentado na USP, também vê uma "linha de continuidade" da herança patrimonialista no comportamento dos parlamentares e funcionários dos altos escalões da burocracia brasileira, mas afirma que, hoje, a questão deve ser analisada sob a perspectiva "da disputa pelo acesso aos fundos estatais". Segundo Oliveira, desde o suicídio de Getúlio Vargas todas as grandes crises políticas tiveram como pano de fundo o conflito em torno do acesso aos recursos do Estado.
Para Cláudio Weber Abramo, diretor executivo da Transparência Brasil, a discussão deveria ser colocada de outra maneira. "O patrimonialismo se baseia em corrupção", diz ele. Abramo afirma que os casos denunciados desde fevereiro podem ser caracterizados como corrupção pura e simples. "A captura do Estado por interesses partidários é definida como corrupção. É tudo corrupção lascada."
"Corrupção não é só aquilo que é ilegal. Atos legais também podem incluir corrupção", diz Abramo, referindo-se às nomeações de diretores no Senado e à contratação de funcionários que prestam serviços particulares a parlamentares.
O historiador Marco Antonio Villa concorda com Abramo: "Usar o conceito de patrimonialismo, de raiz ibérica, não me parece correto para explicar a política brasileira do século XXI. A utilização dessas categorias deixaria Max Weber envergonhado."Janine Ribeiro também diz desconfiar um pouco das explicações históricas, por que podem "acabar nos 'desresponsabilizando', dando a impressão de que não somos culpados", ou ainda levar a uma lamentação estéril, expressa em frases do tipo 'que pena que o Brasil é assim' ".
Para Villa, o desvio de recursos públicos para fins diferentes do que os originalmente destinados caracteriza corrupção. "É preciso dar transparência aos gastos com os funcionários dos gabinetes, não pode ficar escondido", reclama o historiador, que defende uma diminuição no número de cargos de confiança, preservando o estritamente necessário para que os governantes possam conduzir seus planos de governo. "A máquina estatal é impermeável a mudanças, emperra as modificações. O Estado brasileiro é petrificado."
Se no mito grego de Pandora todos os males foram libertados e a Esperança permaneceu no fundo da caixa, no caso brasileiro parece ter sido a Ética a ficar presa no fundo do baú. "O Estado brasileiro não está constituído para funcionar eticamente", analisa Janine Ribeiro. O professor diz que medidas adotadas no sentido de dar mais transparência aos atos da administração pública e permitir maior fiscalização de eventuais deslizes são positivas, mas insuficientes. "É bom, mas eu acho muito triste, por que significa a renúncia a uma esperança ética."
Na mitologia política brasileira, já entrou para a história o mote de que "a esperança venceu o medo". A eleição, em 2002, de um ex-operário com passado esquerdista de fato teve esse significado. Quando a ética conseguirá sair do fundo da caixa e vencer o patrimonialismo e a corrupção, porém, ainda é questão em aberto. "Talvez a solução seja de longo prazo, envolvendo um processo educacional forte para disseminar os valores éticos nas novas gerações", afirma Janine Ribeiro.
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