Avanço na distribuição de renda: Classe C continua em expansão

A notícia que não ganhará as primeiras páginas dos jornais. Uma pesquisa inédita do Centro de Políticas Sociais da FGV/RJ que será lançado na quarta-feira próxima mostra que a Classe C – a classe média emergente – continua em expansão. Em dezembro, a Classe C atingiu 53,8% do total de brasileiros das seis maiores regiões metropolitanas do país, contra 51,8% no final do ano passado.

O dado é expressivo, principalmente porque as Classes A e B também ficaram maiores: eram 14,76% da população em dezembro de 2007 e passaram para 15,33%. Por óbvio, as Classes D e E ficaram menores. O desafio é manter o país crescendo em 2009, mesmo que a um ritmo menor, em razão da crise que atingiu fortemente os países centrais. O governo Lula tem sido pró-ativo nesse sentido, seja com as obras do PAC, que foi incrementado, ou com o Plano Nacional de Habitação, que pretende construir 500 mil moradias populares e facilitar a compra da casa própria pela classe média.

Além disso, para continuar avançando, é urgente a redução dos spreads cobrados pelos bancos nos empréstimos. O Banco Central passou a divulgar em seu site os juros cobrados pelos bancos, o que estimula a concorrência. O governo Lula tem forçado o Banco do Brasil e a Caixa a baixar as taxas de juros, ou seja, os spreads. É uma ação que pretende forçar os bancos privados a reduzir também seus spreads. Mas são medidas ainda tímidas. Os bancos brasileiros precisam aprender a ganhar dinheiro elevando o volume de empréstimos, o que requer redução dos spreads, e não ficar especulando ou cobrando juros exorbitantes de parcela da população que acabam precisando recorrer aos bancos. A redução dos spreads eleva o volume de empréstimos, reduz a inadimplência e mantém a roda da economia girando. Todos no final saem ganhando. É uma mudança comportamental necessária para o nosso sistema bancário. 

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Bolsa família e a qualificação de trabalhadores

Ao contrário dos que alguns pensam, a população é sábia: elege para o governo o melhor que dispõe e os demais para a oposição política. Claro que a regra vale apenas no atacado, pois no varejo pode haver erros de cálculo. A notícia de que o governo lançou um programa de qualificação para os beneficiários do Bolsa Família foi mais uma prova do compromisso político de elevar os níveis de renda dessa população, combatendo a extrema desigualdade existente no Brasil. Inicialmente, a imprensa partiu para cima do ministro Patrus Ananias, denunciando que o programa não tinha atingido seu objetivo, pois houve pouca inscrição para os cursos de qualificação. O primeiro efeito saiu pela culatra: deu visibilidade a uma ação do governo que não estava devidamente divulgada. O segundo, surge agora, o Ministério do Desenvolvimento Social começa a fechar parcerias para os cursos, reconheceu os equívocos que provocaram a baixa adesão do programa, e tudo começa a entrar nos eixos.

O resultado já começa a aparecer. Cerca de 10 mil beneficiários do Bolsa Família devem passar por um programa de capacitação para trabalharem na construção civil, operação de máquinas e em elétrica e mecânica. Isso porque o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome assinou ontem (dia 05/02) convênio com a Construtora Norberto Odebrecht (CNO) para utilizar o Programa Acreditar - que já é desenvolvido pela companhia para ensinar os trabalhadores das obras da Usina de Santo Antônio, em Rondônia - para capacitar os beneficiários do principal programa de transferência de renda do governo.

Claro, a oposição esperneia, faz barulho, tenta ganhar no grito. Não era de esperar uma reação muito diferente por quem propaga aos quatro ventos que o governo é ruim, ainda mais um elogio pela ação do governo. Também fica cada dia mais evidente que a maioria da população não está nem aí para o que diz a oposição, e o governo segue cada dia mais bem avaliado (é só ver a última pesquisa Census, Lula 84% de aprovação). Segundo a oposição, qualquer ação do governo, por melhor que seja para a população, é sempre com o objetivo para eleger o sucessor (a) do presidente Lula. Coisa mais óbvia, o estranho é se o governo preferisse ser derrotado nas próximas eleições. Mas o papel do governo é governar, é para isso que é eleito, e o papel da oposição é cobrar, ou melhor, estrondar a boca do trombone. Só que uma oposição inteligente tem que saber a hora de gritar para não dar um tiro no próprio pé. Caso o cobiçado senhor (a) eleitor (a) desconfie que o grito da oposição é sinal de que ela não preocupa com suas demandas, o eleitor (a) pode resolver deixá-la no mesmo lugar, ou seja, na oposição.

Nota: O programa de qualificação dos beneficiários do bolsa família é mais uma prova da excelente gestão do mineiro Patrus Ananias à frente do Ministério do Desenvolvimento Social. Meus parabéns ao ministro.
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O Homem do castelo

No Blog do Radialista Carlos Ferreira, foi publicado um artigo do jornalista Larte Braga sobre o novo corregedor da Câmara, o deputado Edmar Moreira (DEM-MG). A Câmara Federal deu um péssimo exemplo ao escolher esse cidadão para o cargo de Corregedor, responsável por cuidar de processos de quebra de decoro e de zelar pelos bons costumes naquela Casa. Com essa bola fora da Câmara, a vitória de Sarney e de Renan Calheiros no Senado saiu dos holofotes. Assim, Edmar Moreira serve para desviar o continuísmo velhaco no Senado Federal, mas também evidencia o pouco compromisso ético dos nossos deputados, pois foi eleito no voto (contra a indicação do próprio partido dele). Segue o artigo abaixo:


O Corregedor da Câmara - O HOMEM DO CASTELO

Larte Braga*

Os principais sites, jornais e noticiários desta quinta-feira deram destaque às críticas feitas dentro do próprio DEM – DEMOCRATAS – pela indicação do deputado edmar moreira para o exercício da função de corregedor da Câmara dos Deputados. Corregedor é uma espécie de fiscal dos bons costumes, do decoro parlamentar e do exercício digno do mandato. Procedem as críticas.

O noticiário ateve-se ao castelo de propriedade do deputado, segundo ele em nome dos filhos, na cidade de São João Nepomuceno, próxima de Juiz de Fora. Não está declarado nos bens do deputado. Consta que edmar é proprietário ali de um terreno num valor ínfimo em relação ao castelo. Esse negócio de castelo é mania de novo rico aparecer. Pendurar pneu no pescoço.

Vamos a um relato sobre o corregedor.

“Primeiros meses de 1970. A penitenciária de Linhas em Juiz de Fora lotada de presos políticos, uns trezentos homens e mulheres de todas as idades e profissões. Todos já com inquéritos concluídos e aguardando julgamento pela Auditoria da Quarta Circunscrição Militar. Poucos com sentença já definida – os guerrilheiros do grupo de Caparão e sargentos rebeldes de Brasília –.

Todas as manhãs passava pelas galerias um oficial da Polícia Militar, quase sempre um tenente. Fazia o confere, ou seja, verificar se os presos estavam em suas celas e se havia alguma anormalidade. Olhava o número da cela, verificava se o preso estava lá e pronto.

Certo dia apareceu um tenente que usava óculos tipo ray ban e que ao invés de olhar e anotar que o preso continuava preso, chutava a porta de aço e exigia que cada um se levantasse e dissesse o nome e a organização a qual pertencia.

Como foi uma coisa nova alguns fizeram isso, outros não, mas resolvemos neste mesmo dia na hora que íamos para o pátio onde podíamos conversar uns com os outros, que não iríamos mais responder ao tal tenente. Aguardamos ansiosamente o dia em que ele estaria de serviço de novo. Ele chegou, bateu na porta de aço da primeira cela perguntou pelo nome e o companheiro nem virou a cabeça. Estava como havíamos combinado, deitado na cama e voltado para a parede. Nome? Chutes na porta. Organização? Chutes na porta. Levante-se. Comunista filho da puta!

Chutes na porta e assim foi por mais algumas celas, até que percebeu o que estava acontecendo. Ninguém se levantou, ninguém respondeu nada. À noite a resposta dele – soltou os cachorros, literalmente, nos pátios, mandou tocar as sirenes e ligar os holofotes, passou a noite inteira com a tropa dando tiros para o ar. Dia seguinte entrou outro oficial de dia e tudo voltou ao que era antes. Quando o tal tenente estava de serviço era a mesma coisa. Isso aconteceu uma, duas, três vezes, ou quatro vezes, até que a notícia vazou da vizinhança da penitenciária para a cidade – estão fuzilando os presos políticos de Linhares – O comando da IV Região Militar resolveu afastar do serviço o tal tenente de óculos ray ban.

Hoje ele é dono do Castelo Monalisa (clique aqui para ver as fotos) e corregedor geral da câmara dos deputados.

Seu nome? edmar moreira.”

Anos mais tarde envolveu-se num incidente no clube D. Pedro e acabou reformado, quando já capitão.

Quando da CPI do mensalão, no depoimento do deputado Roberto Jefferson, esse saudou o deputado hoje corregedor como amigo e declarou ter sido seu hóspede em seu magnífico castelo e privado das delícias da cozinha do corregedor.

O institucional está falido. Sugiro Beira-mar para deputado. Por sinal, o traficante está preso numa prisão particular. Simples. A tal prisão de segurança máxima é propriedade do deputado – sua empresa ou uma delas – e presta serviços terceirizados ao governo.

É especialista nesse negócio

*Laerte Braga é Jornalista e ex-preso político

Clique aqui para ver uma matéria sobre o castelo do deputado publicada na revista Veja em 1999.
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Jornais, casos e seu ocaso


Nicholas Carlson do Silicon Alley Insider faz uma pensata bem interessante ao afirmar que imprimir o New York Times custa, em dois anos, o dobro do que enviar a cada assinante um Kindle de graça, o treco da Amazon. Ele usou informações do próprio NYT, que faz seu chororô de crise e abre números, apostando na compaixão do mercado. Ao multiplicar os 830 mil assinantes pelo preço de US$359 que custa a trosobinha, chegamos a pouco menos da metade do que custaria imprimir o jornal no período.

Claro, não leva em conta vários aspectos. Nos próprios comentários do texto há quem até conteste a própria análise dos números. E, fundamental, nada resolveria sem uma solução para os anúncios, fonte fundamental de renda para qualquer jornal. Mas vale a provocação, que nos ajuda a pensar sobre o fim dos jornais impressos, tema que já chegou às mesas de bar.

É certo que em um mundo já tremendamente digital, onde músicas, fotografias e cinema já são medidos em bytes, com impactos diretos em seus modelos de negócio, seria impossível não imaginar que um produto formado por letras, algumas imagens, passaria incólume pela mudança.

Vale lembrar que jornais impressos já são digitais, ao menos até a etapa anterior a sua impressão. Textos foram os primeiros a virarem bytes em jornais, as fotos são pixeis há um bom tempo e páginas são processadas por programas de editoração, tudo transformado em linguagem binária e interpretada por uma maquineta que faz a matriz da impressão. Deste ponto à frente, tudo é velharia analógica. Imagine a dificuldade de levar a cada assinante aquele peso em papel, de caminhão, no braço, casa a casa.

Perceber esta mudança, com a chegada de um novo leitor eletrônico de jornais, não é algo novo. A Knight-Ridder, uma das corporações midiáticas americanas, já nos anos 80 achou ter descoberto a pólvora. Mas, foi cedo, não rolou. Jornais ainda são impressos, mas vivem sua crise, que talvez tenha outras explicações além do fardo analógico.

Um tanto delas tenta dar Phillip Meyer, jornalista e professor nos EUA, respeitável pensador com seu livro “The Vanishing Newspaper” (O desaparecimento dos jornais). Para ele, a crise dos jornais americanos é fundamentalmente conseqüência da queda de qualidade do jornalismo que praticam, de apurações mal feitas, de pautas sem criatividade, que nada têm a acrescentar à realidade de seus leitores. E explica os motivos: as corporações vivem de influência, não de informação, e isso está relacionado diretamente à rentabilidade. Em seu livro, usa pesquisas para mostrar erros variados cometidos neste processo e os efeitos na perda de leitores para a melhor identidade de novos meios, como os blogs.

Tenho aqui minha própria e óbvia pesquisa: basta ter acompanhado os jornais americanos no governo Bush para perceber que todos estiveram unidos na mesma trama de ajudar seu presidente em guerra. Imaginaram uma guerra de todos os americanos, o que não foi. Bush representou os interesses restritos de uma elite que desejava o domínio americano sobre a Eurásia, seu petróleo, alimentando sua indústria de armas, para a destruição e depois o faturamento da reconstrução, via Halliburton. Esta idéia foi embrulhada e vendida, mas o mercado leitor percebeu a fraude, não compraram a mercadoria como se fosse uma segunda guerra, japoneses atacando seus marinheiros, com risco de terem seu país invadido. A propaganda cumpriu seu objetivo, ajudou na política, mas sofreram os jornais vendo seu mercado responder com descrédito aos engodos praticados: armas químicas de Saddam e toda a parafernália de “nossos homens estão lá fazendo o seu melhor” foi um tanto além do plausível. Por incrível que pareça, há quem pense naquela terra.

Em nosso menor mercado, algo pode ser comparado. A mídia se especializou em também demonstrar a necessidade de uma guerra, contra o governo Lula. Ficou distante de parte de seus leitores, dando espaço para a internet e seus blogs cobrirem com melhor desenvoltura e independência os fatos. Vide o noticiário da prisão de Daniel Dantas, bem analisado por Idelber Avelar em texto sobre os 200 anos de nossa jovem imprensa.

Resta imaginar o que o “regulador” mercado fará em próximos episódios por aqui, se teremos crise na mídia tal como nos EUA. Ainda não há pedidos de piedade, embora nossas corporações permaneçam com chapéus esticados, esperando a boa ajuda do BNDES para seus rombos, vício adquirido em antigas administrações. Depois de ter lido ontem uma nota de Miriam Leitão contra o PAC, desavergonhado merchandising pró-Serra virar manchete no jornal O Globo, aposto para breve o colapso nos negócios da grande mídia brasileira.

Que venha, cobrirão os blogs.
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Tucanos em guerra: baixaria no ninho tucano

A imprensa minimiza, mas a briga interna do PSDB está cada vez mais quente. Na escola do líder da bancada do PSDB, o governador mineiro Aécio Neves (PSDB) entrou em campo e garantiu a permanência de José Aníbal, do PSDB paulista, na liderança do partido na Câmara. Os deputados serristas (Antônio Carlos Pannunzio, Paulo Renato e Jutahy Magalhães, entre outros) não aceitaram a decisão da bancada e se rebelaram contra o líder da bancada eleito. 
O fato é que a disputa interna do PSDB está acirrada, e o governador Serra não quer deixar espaço para Aécio Neves e a chamada prévias partidárias. Do outro lado, Aécio não está morto, e tem alguma margem de manobra para operar, podendo inclusive forçar que o partido realize as prévias para a escolha do candidato presidencial. Prova disso é justamente a disputa pela liderança da bancada. Até 2010 muita água vai rolar. 
Imaginem se a baixaria que está ocorrendo no ninho tucano fosse no PT. Seria um escândalo, matérias de jornais sobre o tema em tom de denúncia, um verdadeiro carnaval. Como é no PSDB, a mídia minimiza e esconde a disputa fraticida travada nos bastidores entre Serra e Aécio, inclusive com lances nem sempre leais. Fica parecendo que é uma briga restrita à bancada do partido na Câmara, algo que estaria movido por simples vaidades, e não disputa de espaço de poder, como realmente é. Segue um post bastante elucidativo a esse respeito publicado no Blog da Kika Martins:

Barraco tucano. As penas voam 

Sob as acusações de "golpista", "antidemocrático" e "antiético", o deputado José Anibal (SP) foi reconduzido ontem à liderança da bancada no PSDB na Câmara. A resposta de Anibal foi à altura: "São uns falastrões". A troca de acusações entre os tucanos durou todo o dia de ontem, depois da escolha do líder, e deixou clara a divisão do maior partido de oposição na Câmara. Nos bastidores da reeleição de Anibal, os deputados apontavam a participação do governador de Minas, Aécio Neves, na disputa. 
No começo da manhã o clima entre os tucanos já era tenso. Da bancada de 57 deputados, 36 votaram a favor de Anibal; um voto foi nulo e 20 deputados decidiram não participar da escolha. Eles criticavam o fato de Anibal ter alterado o regimento da bancada na noite anterior para poder manter-se no cargo. O regimento dizia que o líder não poderia ser reeleito consecutivamente, de forma a garantir a alternância de deputados no cargo. Com a mudança das regras às vésperas da eleição, os outros candidatos ao cargo retiraram-se da disputa indignados. 
No fim da tarde, o grupo de 20 parlamentares distribuiu uma nota no plenário da Câmara, com duras críticas a Anibal. "A atitude golpista e antidemocrática da liderança do PSDB na Câmara dos Deputados levou à dissidência um grupo expressivo de deputados", escreveram na nota. Os parlamentares dissidentes, em sua maioria da bancada de São Paulo, consideraram ainda a atitude de Anibal como "típica de regimes autoritários, que fere os "princípios de boa convivência" e "é inaceitável para um tucano que tenha ética e respeito ao estatuto do partido". Um dos redatores da nota foi o ex-ministro Paulo Renato Souza, que retirou a candidatura na noite anterior. 
A briga foi relatada à direção nacional, cujo presidente é o senador Sérgio Guerra (PE). O grupo dissidente transformou-se no "Movimento Unidade, Democracia e Ética" e o deputado Gustavo Fruet foi o porta-voz dos parlamentares. "Anibal quebrou uma regra escrita, que é o estatuto, e o modificou na véspera da eleição e quebrou uma regra não escrita, que é a da convivência", declarou Fruet. "Os fins não justificam os meios e não se pode mudar as regras para manter-se no cargo". 
O deputado não deixou de ressaltar que o governador Aécio Neves orientou a bancada mineira a votar em Anibal, como aconteceu de fato, e que o governador paulista, José Serra "não participou dessa eleição". Na bancada paulista, até mesmo os políticos mais próximos do ex-governador Geraldo Alckmin - e menos chegados a Serra - não ficaram com Anibal, como Emanuel Fernandes, Julio Semeghini e Vanderlei Macris. Nem o antigo aliado paulista Edson Aparecido votou no deputado. 
Até Mendes Thame (SP), conhecido por sua calma, mostrou-se visivelmente incomodado com a atitude de Anibal. Para os dissidentes, o processo foi "ilegítimo" e eles não vão seguir a orientação do atual líder. Chegam a dizer que não vão nem participar das reuniões da bancada. "Nós somos um grupo, que vamos nos reunir todas as semanas", relatou Vanderlei Macris. 
O maior partido de oposição mostrou-se rachado e os dissidentes deram ainda mais visibilidade aos problemas. "O PSDB não tem movimento social, não tem organização de base. O único espaço que temos para debates é aqui no Congresso. Se nossa bancada se mostra dividida, que mensagem passamos à população?", questionou Fruet. 
"A atitude dele é chavista", declarou o deputado Arnaldo Madeira (SP), que disputou com Anibal a última escolha de líder, referindo-se ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez. "Ele só pensa nos seus interesses individuais". 
Os dissidentes acusam ainda Anibal de tentar manter-se na liderança para cacifar-se dentro do partido na escolha do candidato que disputará o governo de São Paulo, em 2010. O deputado é pré-candidato, assim como o ex-governador Geraldo Alckmin e o secretário estadual Aloysio Nunes Ferreira. 
As declarações dos dissidentes deixaram Anibal furioso. "Mário Covas dizia que problema interno se resolve dentro do partido. A partir de agora, só falo com a direção", afirmou. "Você acha que eu vou responder a esse pessoal? Eu já fui presidente do PSDB, líder duas vezes no governo Fernando Henrique. Sou autor do único estatuto da bancada. O que eles dizem para mim é irrelevante", disse. Anibal disse que teve respaldo da maioria do partido para alterar o estatuto da bancada. 
No DEM, a escolha do líder em nada lembrou a dos tucanos. Ronaldo Caiado (GO) assumiu o cargo de Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), aclamado por toda a bancada, que desde o ano passado havia feito um acordo para elegê-lo. ACM Neto emocionou-se e chegou às lágrimas quando transmitiu a liderança ao colega, ao lembrar-se de seu tio, Luís Eduardo Magalhães, ex-presidente da Câmara. O PDT, que no domingo havia escolhido Brizola Neto (RJ) para a liderança, ontem disse que fará rodízio entre os deputados na liderança. Em julho, Brizola Neto dará lugar a Dagoberto, que disputou o cargo com o colega.

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