IBOPE: MARTA AVANÇA E ABRE 8 PONTOS DE VANTAGEM SOBRE ALCKMIN

Do Blog do Josias de Souza

* Petista obtém entre 31% e 35%, dependendo do cenário
* Intenção de voto atribuída a Alckmin vai de 23% a 27%
* Kassab tem 14%; num cenário sem Alckmin, vai a 19%
* Gestão municipal é avaliada como ótima ou boa por 32%
* Tucano pede rapidez ao PSDB e busca apoio em Brasília


Sob encomenda da Associação Comercial do Estado de São Paulo, o Ibope realizou uma sondagem eleitoral na cidade de São Paulo. Captou a intenção de voto dos paulistanos entre os dias 20 e 23 de março. O resultado é, sob todos os ângulos, desfavorável a Geraldo Alckmin (PSDB).

Montaram-se três cenários. Nos dois em que Alckmin figura na lista de candidatos, Marta Suplicy (PT) o supera com uma vantagem de oito pontos: 31% a 23% ou 35% a 27%, quando são excluídos do rol de candidatos Paulo Maluf (PP) e Luiza Erundina (PSB). Gilberto Kassab (DEM), figura com 14% num cenário e com 16% noutro. Abaixo, os números colecionados pelo Ibope e obtidos pelo blog:

Cenário um, com nove candidatos:
- Marta (PT): 31%
- Alckmin (PSDB): 23%
- Kassab (DEM): 14%
- Maluf (PP): 11%
- Erundina (PSB): 5%
- Paulinho da Força Sindical (PDT): 2%
- Soninha (PPS): 2%
- Zulaiê Cobra (PHS): 0%
- Aldo Rebelo (PCdoB): 0%
- Nulos e brancos: 9%

Cenário dois, sem Maluf e Erundina:
- Marta: 35%
- Alckmin: 27%
- Kassab: 16%
- Paulinho: 4%
- Soninha: 2%
- Aldo: 2%
- Zulaiê: 1%
- Nulos e brancos: 11%

O Ibope montou também um cenário em que o nome de Alckmin foi excluído da lista de postulantes à prefeitura. O maior beneficiário da exclusão é Kassab, que vai à segunda colocação, com 19% das intenções de voto. Candidato à reeleição, o prefeito fica, neste caso, 14 pontos percentuais atrás de Marta, com 33%. Eis os números:

Cenário três, sem Alckmin:
- Marta: 33%
- Kassab: 19%
- Maluf: 13%
- Erundina: 10%
- Paulinho: 5%
- Soninha: 2%
- Zulaiê: 1%
- Aldo: 1%
- Nulos e brancos: 13%

Os dados do Ibope diferem dos que foram levantados por outro instituto. Em sua última pesquisa, o Datafolha também detectara uma subida de Marta e uma queda de Alckmin. Com 29%, a candidata petista aparecera à frente de Alckmin, com 28%. Mas o quadro configura, do ponto de vista estatístico, um empate técnico. Algo que não se verifica na sondagem do Ibope.

A oscilação das pesquisas deixou inquieto o candidato tucano. Alckmin cobra pressa na definição do PSDB. Nesta segunda-feira (7), ele desembarca em Brasília. Na terça (8), reúne-se com deputados e almoça com senadores tucanos. Na definição de um grã-duque do PSDB, a visita se insere no esforço do candidato “de mostrar que está vivo”. Alckmin quer ver e, sobretudo, ser visto.

A pretexto de levar às últimas conseqüências a tentativa de composição com o DEM de Kassab, o PSDB paulistano retarda para o final de abril a formalização da candidatura de Alckmin. O que leva impaciência à alma do candidato e de seus adeptos. Em privado, o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP), diz algo assim: “Não tem mais o que esperar. A demora só desfavorece o Alckmin e beneficia o Kassab e, principalmente, a Marta.”

A pesquisa do Ibope aferiu também a opinião do paulistano sobre a gestão de Kassab na prefeitura. Os números tonificaram na cúpula do DEM a convicção de que não há hipótese de o prefeito abrir mão de disputar a reeleição. Verificou-se que a administração municipal é considerada ótima por 5% dos entrevistados; boa por 27%; regular por 37%; ruim por 10%; e péssima por 19%. Não souberam ou não quiseram responder 2% dos entrevistados. Na avaliação do DEM, o volume de intenções de voto de Kassab tenderia a se mover rumo aos 32% de eleitores que consideram sua gestão ótima (5%) ou boa (27%).

Comentário do blogueiro:

Mais uma pesquisa para a prefeitura de São Paulo mostra o crescimento da candidatura de Marta Suplicy (PT). Enquanto continua a indefinição das candidaturas de Kassab (DEM) e Alckmin (PSDB), e segue o racha interno do PSDB, dividido entre as duas candidaturas, a ministra do Turismo aproveita o momento de crise no trânsito paulistano para subir nas pesquisas. De fato, apesar dos erros principalmente de comunicação de seu governo, Marta Suplicy fez um governo marcado por inovações na política paulistana – corredores de transporte, bilhete único, recuperação da região central da cidade, escola de tempo integral, programa de renda mínima, etc -, o que lhe garante continuar viva na memória de parcela significativa da população do município.

O símbolo da campanha anti-Marta chamado “Marta-Taxa” não é justo com seu governo. Primeiro, São Paulo de Marta Suplicy era um condomínio barato, quando comparado com outros municípios. Segundo, a tão criticada taxa de lixo existia em todos os outros lugares, a diferença é que estava escamoteada juntamente com o IPTU. Além disso, os setores de classe mais baixa da população eram isentos ou pagavam valores menores. E por fim, a gestão Serra-Kassab não reduziu as taxas, foram na verdade ampliadas e aqueles que criticavam uma suposta carga tributária excessiva da ex-prefeita não fazem o mesmo com as gestões seguintes. Ou seja, o embate era puramente político.

O que derrotou Marta Suplicy (PT) foram seus méritos, ao buscar uma sociedade mais justa e menos desigual – educação universal e de qualidade, renda mínima, transporte público de massa e de qualidade, etc. E isso a classe média paulistana não admite. Quando essa gente agora reclama dos congestionamentos no trânsito, deveriam questionar porque sempre bloquearam políticas de transporte público de massa. Sentem na pela a intransigência política. Ao não aceitarem políticas que beneficiam os pobres, ou seja, a maioria da população, levou para o caótico trânsito a classe média baixa, pois não tinha outra opção de transporte.
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Sobre farsa e um pênis escondido

A tradição golpista brasileira tem bons exemplos de engodos praticados com a cumplicidade da mídia. Dois momentos são exemplares: o Plano Cohen, arquitetado por militares integralistas, que serviu como motivo para a instauração da ditadura do Estado Novo e a Carta Brandi, enganação de Carlos Lacerda para interferir nas eleições de 1955. Nos dois casos existiram pinceladas de tragédia. O primeiro, levou a forte repressão aos comunistas, que pagaram um alto preço pela mentira a eles imputada. O segundo, mesmo que tenham descoberto a fraude meses depois, ajudou a aglutinar militares golpistas, que passaram a atuar organizadamente e no sonho do poder, concretizado finalmente no golpe em 1964.

Se antes a tragédia, agora a farsa. Basta um par de neurônios para perceber o circo armado pelos herdeiros dos velhos golpistas com a conivência da mídia. O objetivo está claro: interferir nas próximas eleições. O alvo do momento é a ministra Dilma Rousseff, nome que desponta com força para 2010. A acusação sobre um possível dossiê é totalmente farisaica. O método da mídia, um embuste, tenta até esconder a confissão de um senador das hostes golpistas.

A fraude é hipócrita. Dossiês e informações sobre possíveis gastos da presidência há muito circulam, sendo citados por parlamentares e notas em jornais. Não podemos esquecer que pouco antes do início desta mais recente campanha, a mesma mídia registrava a tentativa de acordo entre governo e oposição para evitar a baixaria com a divulgação dos gastos deste governo e do de FHC. Em 19/3/2008, o jornal Estado de S.Paulo publicou que o presidente Lula vetara o uso de informações conhecidas, como a de um pênis de borracha nos gastos do ex-presidente. Isto foi esquecido e perfeitamente escondido pela mídia golpista. Talvez com o temor que as forças aliadas ao governo usassem tal apetrecho com assemelhado simbolismo ao da tal “tapioca”. Uma compra de R$ 8 que virou exemplo no PIG de abuso de dinheiro público, ao ponto de senadores da república distribuírem sorvete de tapioca em sessão plenária, para posar para as filmagens e as fotos.

Como tudo virou uma grande farsa, eu agora discordo de Lula. Não vamos esquecer do pênis de borracha de FHC. Queremos saber detalhes. Custos, quantidade, dimensões, usos e abusos. E quero ver didlos sendo distribuídos no Senado, farão sucesso. Estou enfurecido, dane-se a república.


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ALIANÇA PT-PSDB EM BH: PIMENTEL ATROPELA PT E ALIADOS DE OLHO EM 2010

O PT tem fama de ser sectário, refratário a alianças. A fama construída ao longo da história do partido tem custado caro. Nas eleições municipais de 2004, o partido fez alianças de ganhos duvidosos com praticamente todos os partidos, inclusive DEM e PSDB. Só faltou mesmo o PSTU e o PSOL. O partido errou feio em sua estratégia eleitoral naquele ano, priorizando candidaturas de competição duvidosa – Porto Alegre e São Paulo – e deixando de lado candidaturas com chances reais de vitória – Fortaleza e Campo Grande. Nesta última o partido perdeu uma eleição praticamente ganha, pois não entrou nas prioridades do comando do partido. Há outros exemplos que poderíamos citar, mas não acrescenta muito à análise.

Novamente estamos em uma eleição municipal. E o partido não pode cometer o erro de condicionar a estratégia eleitoral deste ano com 2010. Primeiro, a eleição municipal não é termômetro para a eleição de 2010. Os vencedores serão aqueles candidatos que tratarem dos problemas de sua população, e não ficarem discutindo questões que extrapolam a administração local. Segundo, o cenário de 2010 não está dado, e não será a eleição municipal que definirá o cenário da disputa eleitoral de 2010.

Na eleição municipal de Belo Horizonte, os protagonistas (Aécio e Pimentel) querem fazer da futuridade o principal ativo em disputa. O jogo do governador mineiro tem endereço certo, mas o mesmo não pode ser dito para o PT. Mas o prefeito de BH, Fernando Pimentel, transforma o jogo de cena de Aécio numa disputa antecipada por uma candidatura a governador em 2010. E isso explica a inflexibilidade de Pimentel. O ministro Hélio Costa disse recentemente que é mais fácil negociar com Aécio, numa clara crítica à postura do prefeito.

Uma prova da maior flexibilidade do governador mineiro é que ele filiou ao PSB Ana Lúcia Gazzola, com ligações com Patrus e Luiz Dulci e outros petistas do antigo quadro do PSB na capital। O governador já sinalizou que aceitaria a troca, mas o Pimentel não aceita. Ou seja, sua disputa é outra. Ao excluir parcela do PT mineiro, o PMDB e outros aliados da negociação política em torno da aliança, a linha divisionista do bloco de apoio do governo federal pode começar a sofrer defecções. Como bem disse o ministro Hélio Costa, cabe ao prefeito consertar o estrago, mas ele se mostra reticente.

Um quadro eleitoral de Belo Horizonte teria Pimentel, Patrus, Aécio, Azeredo, João Leite e Virgílio Guimarães entre os nomes de maior densidade eleitoral na capital. Como os quatros primeiros estão fora do páreo, se deixasse o PSB decidir sozinho, provavelmente o partido sairia com João Leite com um vice do PT. Porém, desde quando Garotinho passou pelo PSB (1998), o partido em Belo Horizonte e Minas não tem nada a ver com aquele que elegeu Patrus. É apenas mais uma perna do PSDB mineiro para aglutinar as diferenças políticas. E como tal, de oposição ao governo municipal. Tem sido assim desde aquela época.

Do outro lado, Pimentel e o PT construíram uma ampla aliança: PT, PMDB, PRB, PTB, PV, PR, PC do B, etc. Tal política de alianças foi iniciada com Patrus Ananias e ampliada em muito com Célio de Castro. O DEM não tem votos na capital, o PSDB e PSB reduziram suas bancadas na Câmara nas últimas eleições. Ou seja, a base de sustentação do Pimentel contempla todos os partidos, menos PSDB e PSB. Não é que os dois partidos de oposição no município que aparecem como protagonistas. A justificativa é que a aliança se daria com um partido neutro e da base de sustentação do governo federal e estadual. Se esse fosse o critério de fato, a cabeça da chapa deveria caber ao PMDB, pois está na base de sustentação dos governos federal, estadual e municipal. E justamente o PMDB é excluído da negociação.

A manobra divisionista pode atingir Aécio indiretamente, na medida que afasta um pouco o PMDB mineiro de seu projeto político. Mas nada que não possa ser consertado futuramente. Talvez por isso que o governador mineiro seja mais flexível. Para ele interessa vender a idéia de união das forças políticas mineiras, em contraponto ao estilo mais centralizador de seu oponente dentro do partido, José Serra. Mas se os descontes lançarem uma candidatura à revelia, a cisão torna-se evidente. O copo estará meio cheio e meio vazio. Como sempre esteve.

Em qualquer aliança política deve existir algum denominador comum. Isso não tem nada a ver com ideologia partidária. Na Bahia, o PT e PSDB aproximaram-se para combater o carlismo. Faz todo o sentido. Podem manter suas diferenças ou conveniências. Qual seria esse denominador comum em Belo Horizonte? Não existe nenhum. Bom relacionamento administrativo como uns apontam não faz sentido. Porque o PSDB não aderiu ao bloco governista na Câmara Municipal? A parceira entre governo estadual e municipal só viabilizou porque era do interesse de ambos. A lógica é a mesma que Lula faz com os outros governadores do PSDB: Serra, Cássio Cunha Lima, Theotônio Vilela e Yeda Cruisius. As aparentes diferenças não existem, a não ser o estilo mais conciliador de Aécio Neves.

Dizer que o PT não tem candidato forte é mera saída política, porque ninguém vai tentar me convencer que o Márcio Lacerda é um candidato forte। Como ninguém tem candidato forte, um nome de baixa rejeição e que tem votos em Belo Horizonte como de André Quintão (PT), considerando a força do tamanho da aliança, pode desbancar qualquer candidato adversário. Na verdade, o único risco real seria João Leite (PSB), mas esse enfrenta forte rejeição.

A verdade é que o PSB e o PSDB não têm votos para levar a prefeitura, mas pode ganhá-la de bandeja। Simplesmente porque não terão competição। E com a ajuda do PT. Se o desejo é formar uma aliança mineira entre PT e PSDB, deveria primeiro rediscutir o apoio aos governos municipal e estadual. E isso, nenhum dos dois partidos querem. Se irão manter-se distante no plano estadual, e também municipal, a união atende apenas projetos políticos muito personalistas. Seria melhor para o PT fazer a aliança diretamente com o PSDB, entregando espaços políticos, mas conservando outros espaços. Corre-se o risco de ficar na berlinda. É claro que o Lacerda deverá manter alguns petistas ligados ao Pimentel, pelo menos até quando não há confronto no projeto político do Aécio e PSDB. Se no futuro o confronto não puder ser evitado, não tenho dúvidas de que lado o prefeito ficará. Não é com o PT, certamente.
Pimentel faz uma aposta de alto risco para alavancar sua candidatura ao governo do Estado. E pode destruir as relações do PT com outros partidos no Estado (PMDB, PR, PRB, PV e PTB). Em vez de buscar a unificação das forças para 2010 em Minas Gerais, o prefeito aposta na linha divisionista. Pode acabar tornando novamente o PMDB competitivo para o governo estadual e facilitar as pretensões do PSDB de manter-se no governo. Em 2010, Pimentel terá duas difíceis missões. A primeira é unificar o PT em torno de seu nome, que pode preteri-lo em favor de Patrus Ananias. A segunda será reconciliar com aliados de outros partidos insatisfeitos, pois o PSDB não estará do seu lado, a despeito do chamado bom relacionamento com Aécio.

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O condomínio da classe média

Um belo artigo do jornalista Mauro Santayana no Jornal do Brasil. Ele revela o que está por trás de reações injustificadas de setores da sociedade e da política nacional com relação ao governo do presidente Lula. Nunca o ódio esteve tão presente na cena política nacional. Jornalões, revistas e políticos de direita se unem com o apoio de parcela da classe média direitista na busca de criar crises "virtuais" ou verdadeiros "factóides". Enquanto isso, problemas reais como aqueles do congestionamento em São Paulo, carente de investimentos em transporte público de massa e nos corredores de transporte, ficam sem questionamentos. Mas vamos ao artigo.
Mauro Santayana

Os líderes da oposição conservadora – do antigo PFL, antigo PDS, antiga Arena, ainda mais antiga e golpista UDN – que hoje se identificam como democratas, argumentam que Lula faz campanha eleitoral antes do tempo e pretendem apresentar queixa ao TSE contra o presidente da República. Ao TSE cabe admiti-la, ou não, de acordo com a lei. Se, por hipótese, aceitá-la, cabe ao presidente recorrer ao STF. Seu propósito é o de buscar o desgaste do presidente, mediante ataques sistemáticos. Não a incomoda o que o presidente diz aqui ou ali, em reuniões restritas, ou em remotos municípios do Nordeste.

O que a irrita é a crescente popularidade do governo e do chefe de Estado, aferidas pelas pesquisas de opinião. Os homens públicos normalmente se acautelam com essas sondagens. Não sendo ciência exata, mas, sim, uma práxis, a atividade política está submetida às circunstâncias, e as circunstâncias mudam sem aviso prévio. Imprevisíveis dificuldades podem alterar, de uma hora para outra, a situação atual, e fazer decair o prestígio do governo e do presidente.

Para muitos observadores isentos, a popularidade do governo e do presidente não tem sido resultado de factóides – para usar o neologismo preferido do senhor Cesar Maia –, mas do início do processo de planejada redistribuição de renda, e de retomada dos investimentos públicos, como estímulo ao desenvolvimento econômico e social do país.

Os oposicionistas admitem que o presidente é socorrido pela sorte – e lhe negam as virtudes de comando. Em sua avaliação, o governo está dando certo à revelia de seu chefe. É como se as coisas surgissem por milagre, e não pela decisão do poder. Ainda que se admita a sorte como fator político, por que ver nela valor negativo? É melhor o bom governante que tenha sorte do que outro que não goze desse privilégio dos deuses ou do acaso. Outro argumento de que se valem – o de que o presidente cavalga situação internacional favorável – não o diminui. Ele, pelo menos, sabe cavalgá-la.

Lula consolida e amplia o apoio da maioria dos brasileiros a uma reforma social tanto mais ampla quanto mais pacífica. Durante séculos, as oligarquias nacionais impediam o povo de ter consciência de seus direitos. Ao negar aos pobres a educação e a informação, os oligarcas os mantinham atados ao eito e à servidão eleitoral.

Os pequenos favores, na hora da doença e da morte em família, eram depois pagos pelos pobres com votos. A literatura política brasileira é rica em estudos sobre essa opressão histórica, e tem no livro de Vitor Nunes Leal, Coronelismo, enxada e voto, a obra mais lúcida e mais bem documentada. As oligarquias mantinham o poder nas três esferas do Estado e se nutriam dos recursos públicos para a reprodução familiar dos privilegiados; nos créditos do Estado; nas carreiras burocráticas; no comando da vida nacional.

Lula, ao ampliar os programas sociais, com o cartão bancário substituindo as recomendações dos chefetes locais, rompeu a velha correia de transmissão. Os pobres dependem da entidade anônima que é o Estado, não dependem mais dos caciques municipais. Mais do que obter a segurança do almoço, eles se livraram da humilhação de pedir, e do constrangimento de receber. Não devem favores, recebem o que o Estado lhes entrega como direito. Argumenta-se com o velho provérbio que aconselha ensinar a pescar em lugar de oferecer o peixe. Mesmo para que o aprendiz possa preparar a vara e armar o anzol, é preciso comer antes. Por isso mesmo o número de novos empregos formais quase decuplicou nos últimos cinco anos. Os programas sociais dinamizaram a economia.

Os democratas devem assumir, sinceramente, que se contrapõem a essa promoção social e econômica dos pobres. É seu direito, como porta-vozes de setores minoritários da classe média, incomodados com os recém-chegados ao condomínio – que supunham fechado para sempre.
Artigo publicado no Jornal do Brasil.
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Aviso aos nossos navegantes

Alguns pequenos problemas técnicos estão atrapalhando nossas postagens no blog. Nada grave. Estamos com problemas na instalação elétrica na nossa lan house preferida. Depois, ainda agravado com a kit-gás pifado do velho Escort que servia de gerador. No final de semana estamos com esperanças de voltar a desabafar nossa ira contra esta canalhada que reinventa factóides a cada dia.
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