Escândalo: CIA vai intervir no plebiscito da Venezuela

Foi publicado hoje na Counterpunch, importante revista americana sobre política, artigo assinado por James Petras que revela uma operação da CIA para atuar, militarmente, na desestabilização do plebiscito no próximo domingo na Venezuela. Segundo um memorando de Michael Middleton Steere, funcionário da embaixada americana venezuelana, a Michael Hayden, diretor da CIA, cerca de US$ 8 milhões serão usados para cooptar partidários da Chávez, falsificar votos, preparar manifestações pelo não e, caso derrotados pelo sim, organizar ações violentas contra prédios do governo, incluindo o palácio presidencial. O documento divulga pesquisa própria, com a previsão de vitória do sim com 57% dos votos, mas com uma alta abstenção de 60%, o que daria margem para uma posterior contestação do resultado.

É grave a denúncia e deve ser acompanhada por todos os democratas.
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As notícias e o meu asco

Ainda retomo o cotidiano depois de férias. Confesso a irritação com a enfadonha leitura das notícias. Preciso de tempo para me readaptar. Um pouco de tanto já tenho opinião para compartilhar:

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A campanha contra a reforma constitucional na Venezuela em nossa mídia beira o ridículo. O jornal O Globo decidiu ser didático. Para cada item da constituição é chamado um especialista para “explicar” ao populacho o quão Chávez é anti-democrático. Sobre o artigo 318, que cuida das atribuições do Banco Central, chamaram Gustavo Franco, que afirmou estarem inventando algo ridículo, “não há nada parecido no mundo”. Muito esclarecedor. Mas ridículo mesmo é terem chamado um sábio das finanças deste quilate, alguém que à frente do nosso BC no governo FH supervalorizou o real, quase quebrando o país. Claro, não podemos dizer que tudo foram perdas: sua conta pessoal e a de André Lara Rezende engordaram muito. Imagina se Chávez fizesse algo assemelhado. Paredão, no mínimo. Mas nosotros somos diferentes, mais “ajuizados”. Li no Blog do Mello.

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Lula deu entrevista ao Globo, publicada no domingo. Ainda não li. Mas já tomei conhecimento de que nada apareceu de novidade. Como não, trataram hoje de publicar um grande editorial sobre o dito, tentando dizer o que pensa esta mídia e, por incrível coincidência, os liberais do PSDB e afins. Começam por um leve elogio aos resultados do governo, creditando em grande parte a sorte e a “conjuntura internacional incrivelmente favorável”. Logo, no quarto parágrafo, vem o recado: a falta de austeridade nos gastos públicos. Lula disse que para governar é preciso gastar. O editorial o chama de perdulário. Em confuso raciocínio, seguem adiante lembrando as dificuldades financeiras do estado para explicar o controle dos gastos: “temos municípios com renda insuficiente para justificar sua existência”. Citam números para dizer que sobra pouco para investimentos, este estado toma “35% ou 36% da riqueza nacional”, muito acima de outros países, mas deveria “estar investindo 25% do PIB para acompanhar o avanço dos nossos concorrentes. Mal chegamos hoje a 17% ou 18%”. Interessante a precisão de centésimos. Falta uma maior exatidão, mais esclarecedora, que indicaria que o custo, em grande parte, pertence ao pagamento de juros de dívidas passadas. Falta dizer que o jornal, e seus coincidentes partidos políticos amigos, fazem campanha contra a prorrogação da CPMF, um imposto mais democrático que os vários embutidos em cada mercadoria, que independem da renda de quem os compra. Mais ainda, embora não claramente dito, desejam um estado para seus favores, motivo que tanto os unem para retomar o poder, sem concessões ao andar de baixo, certamente aí um desperdício de recursos na sua ótica de classes.

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Uma pérola surreal a do João Ubaldo: “Paranóia ou não, delírio ou não, está na cara que o presidente quer o terceiro mandato”. Quer dizer, está na cara que o escritor, baba-ovo das elites, está delirando. Juntinho aos seus mecenas da mídia, que fazem de tudo para emplacar esta provocação, na falta de maiores notícias. Li no ótimo Óleo do Diabo.

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Ali Kamel voltou. Demorou a achar um tema à sua altura. Enfim, agora fala sobre Deus. O propósito é o livro “Deus, um delírio” do biólogo Richard Dawkins, já resenhado há várias semanas por diversos jornais e revistas. Sua crítica é sobre a falta de rigor científico do autor, seus argumentos pouco plausíveis, “que não levam a lugar algum”. Interessante tal crítica de quem já defendeu a isenção da rede globo na campanha das diretas. Deve ser inveja. Ali adoraria uma encomenda da família Marinho para um artigo sobre Deus. Certamente perguntaria: contra ou a favor?

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Haja saco!
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Triste Brasil

Estive por mais de uma semana afastado de internet, jornais, notícias. Emendei dois feriados com mais alguns merecidos dias de férias para, em caravana carioca, estar com familiares no interior deste país.

Retomo a labuta cotidiana ainda com o gosto das costelas com canjiquinha e da boa prosa, sem atentar para o que nossa mídia está fabricando de novo. Nos dias passados em rincão distante, Brasil pobre, vi algo instigante: na estrada, em meio a vilarejo de casas de tijolo aparente, outras de pau-a-pique, um posto de gasolina de rede nacional, todo moderninho, com sua oferta de salgadinhos industrializados, bebidas de marcas internacionais. Bem à porta, uma placa anunciava ali haver uma rede wi-fi para o notebook dos viajantes.

Matutei um tempo sobre aquilo, tentando entender o que estava acontecendo com nosso Brasil, que futuro tal visão apontava. A ficha caiu quando vi o Jornal Nacional, no único dia que tomei conhecimento das notícias. Lá estava o PSDB reunido, discursando, a Globo afirmando que o partido negava a infâmia de ser um partido das elites. Pronto. Era isso. O Brasil deles, dos liberais, destes tão queridos da mídia, é o de um país onde há Fandangos em ambiente wi-fi. Basta isso. Uma economia de grandes monopólios. Donos de postos de gasolina são empregados. Onde tudo é padronizado, igualzinho, sem surpresas. Lá, de dentro do vidro forte, mal podemos ver as casas de pau-a-pique. Afinal, elas são de um Brasil velho, de gente mal-educada, sem cultura, tal como disse o FH em discurso naquele dia.
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Cultura?!

Leio no blog do Mino a referência a uma carta, de quem já virei "fã", Maria Izabel Brunacci, desde sua maravilhosa resposta à uma crônica da Danuza Leão de uns meses atrás.

Por estes dias, a professora chama atenção para um generoso carimbo que o Ministério da Cultura concedeu, no valor de R$ 5.717.385,94 ao Instituto Fernando Henrique Cardoso, para um projeto de Preservação, Catalogação, Digitalização e Acervo Presidente FHC, referente ao PRONAC 045808”.

Gostaria de fazer minha a indignação da professora. Qual é a relevância deste acervo? Por que o Instituto do dito cujo, apoiado com pompa e circunstância por grandes empresários precisa de apoio do governo para realizar tal preservação? Eles precisam de renúncia fiscal?!

Há um tempo fiz um post sobre um trabalho que o tal Instituto deveria fazer: A Casa de Cultura Efiagá. Reforço a sugestão.
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A Revolução Russa e a imprensa brasileira

Não é de hoje que a nossa imprensa comete equívocos grosseiros ou maldades intencionais com os fatos ligados a Revolução Soviética. Um excelente texto de Augusto Buonicore relata que desde Rui Barbosa a principal tarefa da mídia era desinformar.
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