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Em 2006, o colorado derrotava o Barça


Não adianta. Por mais m... que os caras façam, eu sou colorado!

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O peso da aliança com o PMDB



UAI DILMA! MOREIRA FRANCO? O CARA É UM VERME


Laerte Braga


O ex-governador do estado do Rio Moreira Franco ministro secretário de Assuntos Estratégicos é pior que piada, ou não tem nada a ver com piada. É um retrocesso sem tamanho. Sai o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, um dos mais qualificados do Itamaraty, intelectual e pensador de renome em todo o mundo e entra um verme lato senso.

Moreira Franco é ex-genro do genro de Getúlio Vargas e em 1982 foi um dos protagonistas da tentativa de fraude das eleições para o governo do Rio. O célebre escândalo PROCONSULT. Transformar os votos em branco e nulos em votos favoráveis ao candidato da ditadura militar e derrotar Leonel Brizola.

Quem era o candidato da ditadura? Wellington Moreira Franco, escolhido agora por Dilma Roussef para um Ministério da vital importância, a Secretaria Nacional de Assuntos Estratégicos.

Moreira Franco não disputa cargos eletivos desde que derrotado na última vez e imaginava-se que o ex-governador (foi eleito em 1986 em disputa com Darcy Ribeiro) estivesse posto em aposentadoria, afinal, o que amealhou com a corrupção generalizada em seu governo é mais que suficiente para uma aposentadoria às custas do povo fluminense e brasileiro.

Sai das cavernas e indicado pelo PMDB vira ministro de uma secretaria decisiva para o País.

Não conhece assuntos estratégicos, conhece “quanto é o meu”.

A presidente eleita Dilma Roussef parece ter se equivocado de caminho em seus primeiros momentos, a escolha do Ministério, a julgar por figuras sem o menor compromisso com os compromissos que Dilma assumiu em campanha.

Garibaldi Alves ministro da Previdência? É o fim da picada.

Não é possível que o PMDB não tenha quadros melhores. Edíson Lobão? Dilma perdeu o senso deve estar embriagada ainda pela vitória nas eleições de outubro.

Há um compromisso claro da presidente de continuidade das políticas do governo Lula. Não significa que seja um terceiro mandato como sugerem alguns (pelo contrário, o Ministério mostra que está mais para Serra que outra coisa). Nem significa que as políticas do governo Lula sejam todas merecedoras de aplausos.

O governo como um todo, isso sim, representou e representa um avanço se levarmos em conta o que até agora se nos foi apresentado, digamos assim.

Duas molas mestras, as políticas sociais e a política externa são o ponto alto do governo Lula. Se observarmos a lógica capitalista, a econômica também.

Dilma já dá sinais claros que vai mudar a política externa (ao sabor dos interesses de Washington), manter uma figura no mínimo traiçoeira como Nelson Jobim no Ministério da Defesa e agora anuncia Moreira Franco, Garibaldi Alves e Edison Lobão.

É trinca para desmoralizar qualquer governo antes de começar.

Há uma realidade da qual Dilma não pode escapar sob pena de se mostrar a “víbora” que Lamarca teria falado. É produto de Lula, foi eleita por isso e olhe que era o produto mais pesado que o presidente tinha. Por si não era nada.

Ou mantêm os compromissos assumidos, suas raízes, ou vai sucumbir a alianças com as forças conservadoras e teremos uma versão petista do tucanato.

Pelo Ministério até agora indicado, a maioria das figuras, não há dúvidas quanto a essa capitulação.

Se estiver muito pressionada em relação à Saúde, pode deixar a máscara cair e chamar José Serra de uma vez, aí fica claro que Lamarca estava certo.

E o PT?

Há uma semana o presidente Lula anunciou que o Brasil reconhece o Estado Palestino nas fronteiras anteriores à guerra de 1967, o que representou um avanço notável na posição do País sobre o Oriente Médio.

Na mesma semana Dilma anuncia que Celso Amorim está fora do Ministério das Relações Exteriores, que Jobim vai ficar no Ministério da Defesa e agora se livra de Samuel Pinheiro Guimarães.

Troca a inteligência, o caráter, a brasilidade pela pilantragem política, nomeia ministro um sujeito desqualificado em qualquer ângulo que se queira ver como Moreira Franco o é.

Eu, se fosse Lula, antes que lambança comece e aproveitando os dias últimos do mandato ia a uma rede nacional de rádio e tevê e diria mais ou menos o seguinte. “Companheiros e companheiras me desculpem, cai no conto Dilma Roussef, peço perdão, afinal sou humano e errar todo mundo erra”.  

A moça virou à direita, mas ligou a seta, durante a campanha, para a esquerda.

Moreira Franco é um verme, nada além disso e sua indicação é a negativa de tudo o que a presidente eleita disse como candidata.

Alianças? Tudo bem, mas pelo menos nomes respeitáveis, competentes e a turma indicada, esse trio, é pior que parada dura, é quadrilha. 
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Rede Feminista de Saúde e Campanha Ponto Final manifestam apoio ao asilo de Sakineh Ashtiani


Em carta encaminhada hoje à tarde (12/8) ao ministro Celso Amorim, das Relações Exteriores, a Rede Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos, coordenadora no Brasil da campanha internacionalPonto Final na Violência contra Mulheres e Meninas” endossou seu total apoio à oferta de asilo à Sakineh Mohammadi Ashtiani, mulher iraniana, que pode ser executada a qualquer momento pelas autoridades do Irã. A Ponto Final vem sendo desenvolvida no Brasil desde o início do ano de 2010 e busca promover uma mobilização social através de alianças intersetoriais para condenar e repudiar a violência contra as mulheres.

O manifesto, que pode ser conferido abaixo, tem o apoio da Rede de Homens pela Equidade de Gênero, Coletivo Feminino Plural, Agende Ações de Gênero e Cidadania e é respaldado pela União Brasileira de Mulheres – UBM e Associação Brasileira de Enfermagem e mais de 300 organizações de mulheres e feministas de todo o Brasil. No texto, a Rede Feminista de Saúde “propõe que o Governo Brasileiro desenvolva uma ação mais ampla em defesa dos direitos humanos das mulheres em âmbito internacional”.

O documento destaca ainda que o posicionamento das autoridades do país frente ao caso de Sakineh Ashtiani, “com certeza alerta a comunidade internacional para a necessidade de estabelecer parâmetros humanitários mínimos, o que inclui o direito das mulheres a uma vida sem violência, opressão e desigualdade”. A organização feminista lembrou que o Brasil é signatário das resoluções da Conferência de Viena, 1993, que aponta que “os direitos das mulheres são direitos humanos e que a violência contra a mulher viola os direitos humanos”.




Porto Alegre, 12 de agosto de 2010

Exmo Senhor Celso Amorim

DD Ministro das Relações Exteriores do Brasil

A Rede Feminista de Saúde Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos, coordenadora no Brasil da Campanha internacionalPonto Final na violência contra mulheres e meninas”, ao lado da Rede de Homens pela Equidade de Gênero, Coletivo Feminino Plural, Agende Ações de Gênero e Cidadania, com o apoio da União Brasileira de Mulheres e Associação Brasileira de Enfermagem, e respaldada por pelo menos 300 organizações de mulheres de todo o Brasil, manifesta seu integral apoio à oferta de proteção para que a iraniana Sakineh Ashtiani, não seja executada em seu país. E propõe que o Governo Brasileiro desenvolva uma ação mais ampla em defesa dos direitos humanos das mulheres em âmbito internacional.

Mesmo considerando a posição do Brasil de não interferência em assuntos de outras nações, compreendemos que o respeito aos direitos humanos é condição determinante para relações entre países. O posicionamento do governo brasileiro frente a esta questão, com certeza, alerta a comunidade internacional para a necessidade de estabelecer parâmetros humanitários mínimos, o que inclui o direito das mulheres a uma vida sem violência, opressão e desigualdade. Isso vai em direção à Campanha do secretário-geral das Nações Unidas, apelando para que homens e mulheres se somem para eliminar este problema em nossa sociedade mundial. E corrobora com os esforços do movimento de mulheres quecerca de 40 anos denuncia a violência contra as mulheres.

A condenação de Sakineh Ashtiani traz à luz a continuidade de práticas tradicionais que mantém vivos padrões culturais de aceitação da violência de gênero como prática consuetudinária, chamando a atenção de que o estado do Irã está diretamente vinculado e é responsável pela execução. Isso é absolutamente inaceitável, reafirmamos, condena e contamina as relações entre o nosso país e o estado iraniano.

O governo brasileiro tem demonstrado enorme tolerância, em particular com o Irã, em função de parcerias comercial e política. No entanto os direitos humanos das mulheres são absolutamente inegociáveis e indivisíveis: “Os direitos das mulheres são direitos humanos. A violência contra a mulher viola os direitos humanos”, afirmou a Conferência de Viena, em 1993. O Brasil é signatário deste e de outros documentos internacionais, com os quais se compromete a prevenir, punir e eliminar a violência contra mulheres e meninas.

As boas relações entre os países podem e devem ser revertidas em importante recurso para a defesa dos direitos humanos, de forma que essa, e todas as mulheres daquele país possam optar por continuar vivendo em sua própria terra, sem temer a morte ou violações. A sua execução, caso venha a ocorrer, será determinante para uma revisão nas relações com o Irã, assim como o contrário: anistiar Sakineh é um passo para que esse país ponha fim a essa vergonhosa prática de discriminação e violência contra as mulheres. Estamos e estaremos atentas e mobilizadas no desenlace deste episódio, que se repete naquele país.

Toda a comunidade internacional está atenta e cobrará tanto do Irã, como do Brasil, seu conhecido parceiro, obediência aos parâmetros mínimos de respeito aos direitos humanos das mulheres. Com certeza, não nos furtaremos de lutar e persistir na denúncia e condenação de práticas que devastam a consciência da humanidade.

Queremos dar um ponto final na violência contra mulheres e meninas. Isso ocorrerá com o incondicional apoio dos governos e com a manifestação clara, pela sociedade organizada, de que essa é uma questão de todas e todos.

Telia Negrão

Secretária Executiva da Rede Feminista de Saúde Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos

Coordenadora Executiva da Campanha Ponto Final na violência contra mulheres e meninas

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