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Homofobia, negação e projeção
Creio que o seguinte trecho de um conhecido estudo sobre as bases evolutivas do autoengano tem relevância para a compreensão de fenômenos que circundam alguns temas que ganharam as manchetes nos últimos meses:
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Muitas vezes a negação dos próprios erros requer fortemente sua projeção nos outros. Uma vez, anos atrás, enquanto eu estava dirigindo, fiz uma curva muito fechada, daí meu bebê de um ano caiu no banco de trás do carro, e começou a chorar. Me escutei xingando sua meia-irmã de nove anos - como se ela devesse saber que eu gosto de fazer curvas em duas rodas, e abraçar sua irmã da maneira requerida. Mas a própria rispidez da minha voz serviu para me alertar de que algo estava errado. A responsabilidade da criança era, no máximo, 10%. Os outros 90% pertenciam a mim, mas ao negar meu próprio papel, algum outro deveria carregar esse peso. Isto é, a negação da minha própria responsabilidade exigiu que a responsabilidade fosse fortemente projetada em alguma outra pessoa, para balancear a "equação da responsabilidade".O trecho vem do artigo "The elements of a scientific theory of self-deception" (PDF), do antropólogo da Universidade de Rutgers Robert Trivers.
De maneira similar, se alega que a negação das próprias tendências homossexuais fará a pessoa projetar suas tendências sexuais nos outros. É como se nós estivéssemos cientes de haver algum conteúdo homossexual na vizinhança imediata e, negando nossa própria porção, começássemos a procurar nos outros a homossexualidade que falta. Um trabalho experimental impressionante sustenta essa possibilidade. Homens que se declaram completamente heterossexuais (sem comportamente homossexual, sem fantasias homossexuais) estão divididos entre aqueles que são relativamente homofóbicos e aqueles que não são. Homens homofóbicos são definidos como aqueles que se sentem desconfortáveis, têm medo ou são hostis com homens homossexuais. A homofobia é medida por uma série de 25 questões. Um .... pletismógrafo foi preso à base do pênis, o qual media mudanças na circunferência, enquanto entrevistas forneciam informação sobre a percepção consciente da tumescência e da excitação. ....
Quando os dois grupos de homens são expostos a vídeos sexuais de quatro minutos (heterossexuais, lésbicos, e homossexuais masculinos), o pletismógrafo mostra que os dois conjuntos de homens respondem com níveis similares de excitação aos vídeos heterossexuais e lésbicos, mas apenas os homens homofóbicos mostram uma resposta significativa aos vídeos homossexuais masculinos. Entrevistas posteriores mostram que ambas categorias de homens dão estimativas acuradas do seu grau de tumescência e excitação a todos os estímulos, com uma única exceção: os homens homofóbicos negam sua reação ao vídeo homossexual masculino!
Esses resultados fazem um certo tipo de sentido superficial. Dos homens heterossexuais que são, segundo seus próprios relatos, totalmente heterossexuais no comportamento e na fantasia, mas que apesar disso de fato experimentam excitação quando veem dois homens fazendo amor, seria de se esperar maior desconforto na vizinhança de homens homossexuais. Afinal de contas, esses últimos representam fontes contínuas de excitação para o afeto homossexual latente dos primeiros. Pode-se esperar que o desconforto, desgosto e raiva com relação aos homossexuais seja maior onde a ameaça homossexual é maior. Note novamente uma dinâmica entre negação e projeção. Negar os próprios sentimentos homossexuais pode forçar o indivíduo a projetar um maior perigo das mesmas tendências nos outros.
Bolsonaro não é nosso guia
O Guga Türck, do blog Alma da Geral, encontrou esta justaposição de imagens e legendas impressionante, no site ClicRBS, no dia 2011-04-05.
O que vemos?
Infelizmente, vemos homofobia.
A justaposição da imagem do casal aparentemente homo sob a rúbrica policial com a imagem do casal hétero sob a rúbrica do namoro é impressionante. Um casal, o que parece homo, e se beija, tem as palavras "excesso" e "policial" na legenda.
Beijar é um excesso?
Outro casal, claramente hétero, só se toca de maneira pudica. A legenda é mais aprovadora, fala de espera e "busca" do "amor da sua vida". Sem polícia, sem excesso.
Quem acharia que um beijo é um excesso policial? É claro, beijos são excessos, transbordes, hybris solta, mas de tesão, a mais saudável e mais necessária das energias. Mas beijar não é crime, graças a deus!
Daí vem a ação policial, no dia 2011-04-10, feita sob medida para agradar o moralista. Ele vai sorrir no dia seguinte, quando seu jornal predileto for escorrido sob a soleira da sua porta, trazendo a foto dos amantes tratados como criminosos.
Nessa data, a partir das 19h30, a polícia começou a revistar casais que se beijam, coisa que é suficiente para transformar a cidade de Porto Alegre no mico dos micos fundamentalistas, visto que, de capital do cosmopolita Fórum Social Mundial, se transformou em paróquia de um interior profundo, onde, ao estilo do Irã, a função da polícia é zelar pelos bons costumes, de acordo com o padrão de quem chama a polícia porque um cidadão tá beijando na rua.
Quer dizer que há tanta polícia disponível em Porto Alegre que alguns soldados podem ser deslocados para fazer um trabalho que é lamentável mesmo nas notícias sobre o ultraconservador Irã?
Olha o que o pessoal do grupo Somos conta:
«É comum usarmos a expressão “pra inglês ver” quando nos referimos a uma situação ou atitude encenada, que cumpre algumas regras sociais mais ou menos ritualizadas e que concretamente não tem efeito. “Pra inglês ver” são aquelas ações ou falas que procuram mostrar que alguém faz o que é mandado/a fazer, mesmo que sua prática não resulte em grandes feitos.
Foi isso o que aconteceu ontem na rua Lima e Silva, por volta das 19h30min. Três caminhonetes da Brigada Militar estacionaram em frente ao Centro Comercial Nova Olaria, e mais de 10 policiais da Brigada mandaram que as pessoas que se aglomeravam ali em frente fossem para a “parede”: todos e todas foram revistados/as – as meninas por uma policial feminina – e as mochilas foram abertas e inspecionadas, inclusive os maços de cigarro, pois talvez ali se esconderiam as buchas de cocaína que os jovens supostamente cheiram nos parapeitos das janelas dos prédios.»Três veículos táticos foram deslocados para a inócua operação iraniano-policial de revistar gente que se beija.
Três!
Quantos veículos desses há, em pleno funcionamento, em Porto Alegre? Digamos que haja 60. Deve ser menos. Se for 60, 5% dos veículos táticos estavam cuidando de reprimir o beijo. Em Porto Alegre! Dá pena dos soldados da PM, pois têm que fazer a encenação toda só porque o comando quer agradar o jornalzinho.
É claro, isto faz felizes o povo que chama a puliça pra lidar com beijo, pois eles veem a foto do casal na parede, tomando atraque. Agora eles acham que os bandalhos aprenderam a lição, e serão como eles. O jornal também fica feliz, pois o escândalo gera lucro, apesar de custar a vida, a saúde ou a propriedade de quem precisa de polícia, mas ficou sem porque os soldados tavam cuidando de beijo, não de crime.
Não devemos nos guiar pelo que faria um Bolsonaro agradecer. É claro que deve haver polícia ao redor das pessoas que se beijam, mas para protegê-las de malucos homofóbicos e de eunucos psicopatas que nunca foram tocados por ninguém, mas querem morrer pra serem tocados após mortos por homens bem limpinhos. Se há um problema em tudo isso, é o problema da escandalização moralista, a qual sempre é um péssimo guia para a ação e o interesse público.
PS - Um jornal responsável não chantagearia a polícia para fazer operações espetaculares, mas caras e inócuas, só porque isso dá lucro. Um jornal responsável, tal como um cidadão responsável, não transformaria em crime o que não é crime, pois o custo disso é vidas perdidas aonde não há mas é preciso haver, de fato, polícia. Todos sabemos que há carência de polícia para lidar com o crime de fato. Se, sabendo disso, forçamos a polícia a deixar o crime de lado, pra cuidar de nada, estamos simplesmente facilitando a vida de quem mata, agride, rouba, estupra. Simples assim.
Assassinatos motivados por homofobia serão debatidos em seminário da Comissão de Direitos Humanos da Câmara
Aumento da violência contra homossexuais, travestis e transsexuais preocupa parlamentares
CDHM, Câmara dos Deputados, Brasília(DF) - 23/11/2010
A cada dois dias, em média, um homossexual é assassinado no Brasil. Os dados constam no mais recente Relatório Anual de Assassinatos de Homossexuais (LGBT), produzido pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), apresentado em março passado.
Entre 2008 e 2009 foram registradas 387 mortes com possível motivação homofóbica entre a população LGBT brasileira. Em relação ao biênio 2006-2007, os registros indicam um incremento de 54% neste tipo de crime. A realidade da violência contra homossexuais, travestis e transsexuais, porém, é bem mais dura, por conta da subotificação dos crimes, dizem os militantes dos direitos LGBT.
Esse é o contexto do seminário “Assassinatos praticados contra a população LGBT”, promovido conjuntamente pelas comissões de Direitos Humanos e Minorias e Legislação Participativa da Câmara dos Deputados.
O seminário acontecerá nesta quarta-feira (24), a partir das 14h, no plenário 9 do Anexo 2 da Câmara, e será transmitido ao vivo pela Internet (www.camara.gov.br/cdh – link “Ao Vivo”).
A iniciativa do seminário é da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), proposta acolhida pelas comissões e pela Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT.
Para a deputada Iriny Lopes (PT-ES), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, o seminário ocorre num momento oportuno e deve fomentar a reflexão na sociedade. “Infelizmente, estamos observando um aumento da violência contra a população LGBT e é importante que o conjunto da sociedade brasileira reflita sobre isso. Creio que o seminário pode contribuir com esse objetivo e espero que possamos avançar na aprovação de leis e no fortalecimento de instituições que coibam este tipo de violência”, declarou a parlamentar.
Casos emblemáticos – Alguns casos considerados emblemáticos serão debatidos no seminário, como o assassinato do adolescente Alexandre Ivo Rajão e a agressão sofrida pelo estudante Douglas Igor Marques, ferido por um tiro disparado por um sargento do Exército, em episódio após a 15ª Parada do Orgulho Gay do Rio de Janeiro, realizada em Copacabana, no último dia 14.
Angélica Ivo, mãe de Alexandre, morto no município de São Gonçalo(RJ), em maio passado, fará um depoimento durante o seminário. “Antes do crime cometido contra o meu filho, eu e minha família não conhecíamos a enorme dimensão que esse problema tem. Nossa sociedade é hipócrita e a questão da religião e da nossa formação enquanto país influenciam demais isso. Esses crimes acontecem com frequência e continuarão acontecendo enquanto as autoridades não criarem leis e mecanismos que coibam e reprimam tais práticas com rigor”, avalia Angélica.
Confira a programação completa do seminário:
Assassinatos praticados contra a população LGBT
Promoção:
Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados
Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados
Apoio:
Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT
ABGLT e entidades parceiras
Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República
Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS)
Programação:
14h: Abertura
- Dep. Iriny Lopes (PT-ES), Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias
- Dep. Paulo Pimenta (PT-RS), Presidente da Comissão de Legislação Participativa
- Dep. Iran Barbosa (PT-SE), Representante da Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT
- Lena Peres, Secretária Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República
- Yone Lindgren, Coordenação Política Nacional da Articulação Brasileira de Lésbicas
- Keila Simpson, Vice-Presidente da ABGLT
- Toni Reis, Presidente da ABGLT
15h: Aumento dos Assassinatos praticados contra a população LGBT
Expositores:
- Cláudio Nascimento, Presidente do Conselho Estadual dos Direitos da População LGBT do RJ e Superintendente de Direitos Individuais e Coletivos da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro;
- Osvaldo Francisco Ribas Lobos Fernandez, coordenador da pesquisa “Crimes Homofóbicos no Brasil: Panorama e Erradicação de Assassinatos e Violência Contra LGBT”;
- Érico Nascimento, Urbanista, Mestrando em Arquitetura e Urbanismo pela UFBA, Pesquisador Associado ao Nugsex Diadorim;
- Sr. Luiz Mott, antropólogo, historiador, pesquisador, professor emérito do Departamento de Antropologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), fundador do Grupo Gay da Bahia e autor do livro Violação dos Direitos Humanos e Assassinatos de Homossexuais no Brasil.
17h30: Encerramento
*****
Mais informações:
Rogério Tomaz Jr. (Assessor de Comunicação)
Comissão de Direitos Humanos e Minorias – Câmara dos Deputados
Fone: (61) 3216.6578 / 8105.8747 - E-mail: jose.tomaz@camara.gov.br
Site: www.camara.gov.br/cdh
Twitter: http://twitter.com/cdhcamara
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Preconceitos não são bases para decisões, Marina
Uma maneira da candidata Marina Silva tirar o corpo fora de discussões onde ela só tem preconceitos a oferecer, como o casamento gay e o aborto, é tratá-las como questões polêmicas, propondo consultas populares.
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Mas isso é um engodo, pois um preconceito não pode ser base de uma decisão do Estado sobre garantias individuais. Preconceitos devem ficar de fora da discussão, e não podem ser bases para decisões.
Assim, a discussão sobre casamento gay deve levar em conta os direitos e garantias individuais, deixando de fora os preconceitos. Até onde vejo, a discussão assim colocada reconheceria imediatamente o direito ao casamento gay, desconsiderando o preconceito na discussão, e o punindo de acordo com a lei, em casos previstos.
O mesmo vale para o aborto. Preconceitos de fora, como deve ser, me parece claro que o direito ao aborto deve ser reconhecido imediatamente, considerando antes de tudo a garantia individual básica do direito de escolha.
Na Inglaterra, homofobia dá cadeia
Um pregador britânico foi preso depois de ter dito durante sermão na rua que homossexualismo é um pecado.
via estadao.com.br
Ricky Martin, tolerância e a riqueza das nações
Ricky Martin, Coming Out and the Health of Nations - Julia Baird - Newsweek.com:
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"Ainda assim, embora possa ter sido uma decisão dolorosa para Martin, pessoalmente, havia algo de refrescante na substituição da homofóbica pelos olhares expressivos. Devemos desejar que a sua saída do armário não seja grande coisa no país em que vivamos. Nova pesquisa mostra que a tolerância da homossexualidade é provavelmente signifique que vivemos em uma sociedade democrática, desenvolvida e rica. Deve também dizer que vivemos em um país bem-educado. E isso pode bem significar que vivemos em um país relativamente feliz.
Novos dados do World Values Survey, por exemplo, encontraram uma forte correlação entre crescimento econômico e atitudes mais tolerante com relação à homossexualidade."
Dr. Choque filmado assediando paciente, ao que parece
Psychiatrist famed for electroshock as "cure" for homosexuality busted on sex abuse charges - Boing Boing
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"O psiquiatra canadense apelidado de "Dr. Choque" pela sua propensão para o tratamento de eletrochoque como uma "cura" para homossexualidade entre recrutas militares foi acusado de ter abusado sexualmente de um paciente do sexo masculino. Não é um choque."Ver também o Guardian.
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