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EUA e Paquistão, quem fará a reportagem?









O inglês The Guardian está dando uma bela lição de jornalismo. Recebeu o arquivo com mais de 91 mil relatórios secretos vazados para o site WikiLeaks e preparou um enorme banco de dados, com ótimas ferramentas e infográficos para pesquisa. A coisa é tão vasta e complexa que David Leigh, seu editor de investigações (sim, eles ainda fazem isso) aparece em vídeo para explicar em tutorial como usar o material. Um lorde.

Mas, do que já surgiu de informação, uma me parece maior que todas, e é claro que boa parte da mídia internacional e a nossa não deve dar a devida importância: o apoio do governo paquistanês aos talibãs. Trairagem com os americanos, diriam alguns? Talvez o buraco seja mais em cima. Caberia uma belíssima reportagem se alguém juntasse informações que a própria mídia forneceu ao longo dos últimos nove anos sobre as relações entre EUA e Paquistão. Esta poderia ter feito seu trabalho, mas não o fez. Só agora aparecem fatos graças à internet e a um provável militar descontente.

Sugiro alguns pontos:

A CIA e a ISI, a central de inteligência paquistanesa, trabalham coladinhas há anos. A última é cria da primeira, usam o mesmo modelo, é permanente a colaboração entre as duas. Quem diz é o New York Times. E a CIA já repassou centenas de milhões de dólares para sua congênere no Paquistão, diz o Los Angeles Times.

A CIA e a ISI criaram o talibã, disse Asif Ali Zardari, o próprio presidente do Paquistão, registrado no The Times of India. Interessante, não? Será que isso não dá uma bela reportagem em edição dominical? E não foi o único a dizer. Selig Harrison, um especialista em Ásia do the Woodrow Wilson International Centre for Scholars, confirmou o mesmo, com dados abundantes, no Emperor's Clothes.

E a denúncia de que a ISI estava por trás dos ataques em Mumbai em 2008? Teoria da conspiração? Há nomes envolvidos, diz o News Daily, cadê a reportagem?

E a história, de variadas fontes, que relataram que pouco antes do 11 de setembro o chefe do serviço secreto paquistanês, General Mahmood Ahmed, esteve em Washington. Lá, manteve conversas no Pentágono com o conselho de Segurança Nacional, depois com o diretor da CIA, Tenet, com pessoas da Casa Branca e com Marc Grossman, subsecretário dos EUA para assuntos externos. As mesmas fontes dizem que Mohamed Atta, um dos alegados terroristas do 11/9, recebeu pagamento no valor de 100 mil dólares de Amed Omar Saeed Sheikh, da ISI, que deposita o dinheiro em nome do general Mahmood Ahmed, diz o Asia Times.

Quem vai fazer a reportagem?
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Era isso, faltava o Gabeira


Vendo as fotos das manifestações pró-Moussavi, com mulheres em elegantes véus, cartazes bem impressos em inglês, em país onde seu povo majoritariamente mal sabe ler em farsi, imaginava já ter visto algo parecido. Hoje, caiu a ficha. Fernando Gabeira escreve artigo na Folha para lembrar que está ali, junto aos protestos contra as eleições no Irã. Nada mais Gabeira, mais Morumbi-Leblon, acreditar que a teocracia iraniana é o mal do momento. A saudita, sócia dos EUA, um mal necessário.

Mas quem entende de políticos brasileiros, suas marketagens, é o Hayle Gadelha, jornalista e publicitário, que já fez muitas campanhas eleitorais, sabe como a coisa funciona e mata a mosca em seu blog:

Gabeira escreve hoje na Folha um artigo (“Pra lá de Teerã”) criticando o Brasil por “não-crítica” ao Irã. Tudo bem, está no papel e no direito dele. Quer embarcar na gritaria geral contra Ahmadinejad, aproveitando a onda onde surfa o seu eleitorado. Com isso, ele marca sua posição anti-Lula e tenta limpar a barra depois do caso das passagens. O engraçado está em sua frase, quase no final, combatendo a política externa brasileira. Diz ele que “alinhar-se aos setores mais conservadores (...) é qualquer coisa pra lá de Teerã”. Logo ele que fala! Na sua campanha para Prefeito do Rio aliou-se ao que há de mais conservador, indo do lacerdismo de César Maia ao polêmico Prefeito Zito, de Caxias. É o caso de se perguntar: que barato é esse, Gabeira?

Foto de Ana Branco, reproduzida do Blog do Gadelha
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E naquela república, aos 45 do segundo tempo...


Eu não acredito em pactos onde um lado entra com o porrete e o outro com o mercuriocromo. Tudo bem que as milícias serão enquadradas, mas o Marcelo Itagiba, chefe do Álvaro Lins, organizador do crime carioca, continuará armando seu circo no Congresso. Vão agilizar a justiça para os pobres? Ótimo, é o que queremos, mas porque precisamos de um pacto para tal? Bastava aplicar a mesma justiça feita aos ricos, ela funciona, sem pacto. Qual o motivo histórico de um acordo neste momento? Onde está presente em sua elaboração o cidadão que paga seus impostos? Este delegou à elite e ao governo todos os seus pleitos? Que democracia é esta?

Tenho motivos para acreditar que a elite, com a polícia atenta aos seus atos pela primeira vez na história brasileira, resolveu mudar as regras do jogo. Coisa de quem é dono do campo e da bola. Todo o poder ao STF, intervenção nos estados, sem algemas, crime de colarinho branco tem que ser julgado por assembléia de juízes, normas rígidas para grampos oficiais, só serão permitidos os não vistos, feitos na encolha, por empresas contratadas por gente branca e de olhos azuis etc. Que isso?

Convenhamos, é golpe. Não vou entrar em discussão sobre quem cedeu e os porquês. Apenas digo que prezo muito cada centavo do que contribuo em impostos para este teatro democrático. Quero a prometida ação agilizada no Procon para ter meu ingresso de volta.
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Daniel, Daniels

Assistindo Sangue Negro, vi na ganância, na falta de medidas, no testempero, no egoísmo, na falta de ética, na crueldade, na sede de jogar do personagem Daniel Plainview, semelhanças inquestionáveis com o nosso homem de negócios Daniel Dantas.

But. Não acredito em idiossincrasias.
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Quem é Fernando Globeira?



Depois de um longo e estável matrimônio, o PSDB concorre às prefeituras de várias capitais sem ter o DEM como seu fiel consorte. O projeto atual é vender sua imagem de centro-esquerda, desgastada ao longo dos anos de casamento. No Rio de Janeiro, seu nome é Fernando Gabeira. Um mito da esquerda, mais pelo passado do que pela prática política recente, onde sempre esteve afinado à nata do conservadorismo político. Para esta empreitada, as organizações Globo já reservam sua melhor munição, tendo lhe dado nos últimos dias vasto espaço na TV e no seu jornal.

Mas há motivos para existir um mito sobre este passado? Uma coisa é certa, Gabeira sempre foi excelente homem de mídia. Soube como poucos aproveitar os holofotes que lhe iluminaram na volta do exílio. E criou sobre si a imagem e uma história que o bem vende, porém contestada por antigos companheiros.

Esta outra versão de Gabeira está registrada no excelente documentário “Hércules 56”, de Silvio da-Rin, de 2006, onde 5 membros das duas organizações responsáveis pelo seqüestro do embaixador americano, Charles Elbrick, rememoram aquela ação. Suas falas são misturadas aos depoimentos de vários dos 15 presos políticos que foram trocados pelo embaixador, incluindo documentos de época, como a chegada do avião Hércules 56 ao México, onde um batalhão de repórteres de todo o planeta os esperavam. O resultado é brilhante.

Mas ao final fica uma pergunta, e o Gabeira? Ela só é respondida nos extras do DVD, em um pequeno documentário sobre várias apresentações do filme seguidas de debates, com a presença de alguns protagonistas. À pergunta feita, o diretor justifica que foi escolha sua, baseado na real importância de Fernando Gabeira no episódio, o que é confirmado por outros ex-guerrilheiros presentes, que estranharam o que foi relatado em “O que é isso, companheiro?”, o horrendo filme de Bruno Barreto, baseado no livro do jornalista-deputado, que a mídia sempre louvou a importância.
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A farsa do diário da guerrilheira



O diário colombiano El Tiempo publicou, em setembro de 2007, reportagem com trechos do diário da guerrilheira “Eillen”, supostamente achado em acampamento das FARC. A jovem, de 29 anos, foi identificada pelo jornal como a holandesa Tanja Nijmeijer, graduada em filologia hispânica, de família de classe média e na Colômbia desde 2002, quando chegou dentro de programa da ONG Pax Christi, para logo em seguir entrar na guerrilha.

A versão, divulgada pelo exército e publicada pelo jornal, repercutiu em toda a mídia mundial, e com grande comoção na Holanda. Um dos trechos no alegado diário dizia o seguinte:


Estou cansada, cansada das FARC, cansada desta gente, cansada de viver em comunidade, cansada de nunca ter algo para mim.


Desde então, a mídia e o governo Uribe sustentam que ela é mais uma seqüestrada, ao ser impedida de sair da guerrilha, o que sua família não confirma. Sua mãe disse que, pouco antes do episódio, a filha garantiu estar planejando férias em casa.

Seguindo a mesma tese, em 16 de fevereiro último, a revista colombiana Semana, pró-Uribe, publica que a guerrilheira está em julgamento militar e, como castigo, está sendo obrigada a fazer um documentário, nos moldes de Guerrilha Girl. E que tal produção , de uma equipe holandesa, era patrocinada com dinheiro das FARC.

A matéria é veementemente desmentida pelo próprio diretor do documentário, Ivan vd Boer, nome de guerra, em texto na Agência de Notícias Nova Colômbia, que reafirma que em nenhum momento Tanja foi obrigada a participar e que o seu interesse é o da Nova, produtora independente de TV holandesa. Diz ele:


Finalmente, quero deixar claro ao analista que não pode haver comparação alguma com outras produções e a determinação de produzir um filme sobre a vida da guerrilheira Eillen é uma determinação pessoal e livre, o processo está em marcha, queira-se ou não, junto ao direito irrenunciável de um povo que tem empreendido o caminho de sua definitiva independência para o socialismo e a Pátria Grande, que um povo que tem cultura é um povo que luta, resiste e se liberta.


Belas palavras, promete um imperdível filme. Uribe-Bush devem estar em pânico.
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Ele não sabe o que diz, ó pai.

Leio sobre o liberalismo. Busco em Hayek os fundamentos da crítica ao bolsa-família do nosso querido Ali Kamel. Não acho.

Mas insisto. Sou chata. Cato em seu artigo Bolsa-Eletroméstico a visão que fundamentaria a dimensão de desvio de recursos. Não acho.

Não satisfeita, já que meu lado auto-crítico é exigente, busco experiências em países de tradição liberal as críticas sobre o mau uso das políticas de compensação social. Não acho.

Assim como não encontro, nas normas da compensação, nada sobre o que deveria ser comprado, consumido ou detonado, whatever it is, com tais recursos.

Não estou falando de normas brasileiras, estou falando de economias liberais. Ou ditas liberais.


Então, vamos às aulas: os Estados Unidos, a Inglaterra etc, países que professam a teoria liberal são contrários às limitações das liberdades individuais no que dizem respeito a que fazer com nossos bens e vontades, certo? E isso é o Pareto Ótimo para estas economias. O ideal está na liberdade, certo? Neca de determinar o que fazer, confere? Ainda mais pelo Estado. Isso é economia planificada, o Mal.

Então. Os países citados foram dos primeiros a ter políticas compensatórias. A partir da idéia liberal que deveríamos ter igualdade de oportunidades, não dá para pensar em um mundo onde uns têm herança e outros só têm as dívidas paternas como futuro, blá blá. Daí, impostos sobre herança e renda mínima, educação etc etc etc para todos, para que nossas potencialidades sejam julgadas e premiadas pelo ser supremo, o Mercado.

Chegamos ao terceiro mundo. Aqui, no Brasil. Ora bolas. Alguém constesta nosso pior lugar no ranking da desigualdade social? Opa. Chegamos ao quinto. De baixo para cima....

O presidente lança o bolsa-família - é pra ganhar votos! Bem, e o que não é? - e objetivamente diminui a desigualdade social. Os cabras ganham até 200 pilas para comprar o que necessitam. Ou simplesmente o que quiserem, certo? Os meus liberais dizem que sim.

Desconsideremos a pressão positiva sobre o aumento da renda causado pela Bolsa-Familia (ou sobre a distribuição de renda, eeei, liberais, aqui temos um ponto em comum!) dos trabalhadores dos canaviais, por exemplo – foi provado que já que os usineiros pagavam meia mariola para seus escravos, ops, trabalhadores, estes assim decidiram que ficar em casa era mais negócio que receber o que era oferecido, a maldita bolsa foi de fato fator fundamental para que a remuneração para cortar cana fosse aumentada - o que foi interpretada pelos nossos liberais como "preguiça de trabalhar"...


Enfim, colegas. Catei, catei e não achei. Nada na teoria liberal clássica que condene o uso LIVRE dos recursos pelos seus beneficiários. Seriam nossos liberais ignorantes pura e simplesmente ou eles querem ter um Estado – E maiúsculo – dirigido?

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A culpa é de Fidel

Vou sugerir ao Mino Carta um voto no neocon Demétrio Magnoli em seu concorrido prêmio de Tartufo Nativo. É neocon novato, mas trabalha duro para merecer a glória de ser agraciado por sua hipocrisia intelectual. Autor de livros didáticos do ensino médio, é nova aposta da mídia carente de um Gustavo Corção. No recente caderno sobre Fidel, no Globo, publicou artigo onde defende que Cuba era uma nação em franco progresso quando um grupo de barbudinhos a assaltou, impedindo que chegasse a ser país com desenvolvimento de primeiro mundo. Para tal, apresenta números para sustentar que o índice de mortalidade infantil de Cuba em 1957 era o mais baixo de América Latina, e o 13º menor no mundo, posição perdida hoje. Apenas falta algo importante para um doutor em geografia: apresentar fonte, nada por ele foi citado. Basta uma consulta nos abundantes dados do relatório 2008 da Unicef para um outro olhar sobre a tese do “professor”. Charlatanice não muito diferente de seu mentor, Ali Kamel, que publicou artigo para dizer que a TV Globo sempre esteve favorável às diretas.
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Adivinhação

Deu em:
http://www.rebelion.org/noticia.php?id=58010

Adivinanza

Michel Collon
www.michelcollon.info


El presidente A propone una nueva Constitución. La somete a la votación de su pueblo.

El presidente B propone también una Constitución. En cuanto una parte del pueblo dice no, se deja de votar. Un poco después es impuesta la misma Constitución. Sin votación. ¿Quién es el demócrata?

Se equivocan ustedes completamente. El primer presidente se llama Chávez; por lo tanto, es un populista y un dictador. El segundo se llama Sarkozy y la Unión Europea; son, por lo tanto, demócratas.

¡Viva la democracia!
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