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Era isso, faltava o Gabeira


Vendo as fotos das manifestações pró-Moussavi, com mulheres em elegantes véus, cartazes bem impressos em inglês, em país onde seu povo majoritariamente mal sabe ler em farsi, imaginava já ter visto algo parecido. Hoje, caiu a ficha. Fernando Gabeira escreve artigo na Folha para lembrar que está ali, junto aos protestos contra as eleições no Irã. Nada mais Gabeira, mais Morumbi-Leblon, acreditar que a teocracia iraniana é o mal do momento. A saudita, sócia dos EUA, um mal necessário.

Mas quem entende de políticos brasileiros, suas marketagens, é o Hayle Gadelha, jornalista e publicitário, que já fez muitas campanhas eleitorais, sabe como a coisa funciona e mata a mosca em seu blog:

Gabeira escreve hoje na Folha um artigo (“Pra lá de Teerã”) criticando o Brasil por “não-crítica” ao Irã. Tudo bem, está no papel e no direito dele. Quer embarcar na gritaria geral contra Ahmadinejad, aproveitando a onda onde surfa o seu eleitorado. Com isso, ele marca sua posição anti-Lula e tenta limpar a barra depois do caso das passagens. O engraçado está em sua frase, quase no final, combatendo a política externa brasileira. Diz ele que “alinhar-se aos setores mais conservadores (...) é qualquer coisa pra lá de Teerã”. Logo ele que fala! Na sua campanha para Prefeito do Rio aliou-se ao que há de mais conservador, indo do lacerdismo de César Maia ao polêmico Prefeito Zito, de Caxias. É o caso de se perguntar: que barato é esse, Gabeira?

Foto de Ana Branco, reproduzida do Blog do Gadelha
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Ali Kamel, este desconhecido

Uma leitora deste blog nos dá um correto puxão de orelha. Ela, na Paraíba, nunca ouviu falar do Kamel. Justíssimo. E erro nosso. Esquecemos que o sujeito só aparece em parte do Brasil, ajudado pela mídia mais do que amiga. Sem ela, ele não existe. Disse nossa leitora, Érica Santos:

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Meus queridos, gostei de muito do que li aqui, mas estou perdida para entender melhor quem é esse Ali Kamel. Aqui em João Pessoa, o único Ali que conheço é dono de um armarinho.
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Cara Érica. Nosso modesto blog começa a ser lido por muitos e gente de todos os lugares do Brasil. Estamos felizes. Mas precisamos aprender a não usar nossas ironias e incômodos de forma incompreensível:

Ali Kamel é o atual diretor de jornalismo da TV Globo. Foi repórter e depois diretor de redação do jornal O Globo, onde eventualmente ainda escreve artigos, sempre polêmicos, defendendo idéias conservadoras e justificando o injustificável. Segundo comentário de Mino Carta, ele não escreve para muitos, seu desejo é ser lido apenas por seus patrões. Neste objetivo, tentou defender a TV Globo dizendo que ela sempre apoiou o movimento das diretas, uma desavergonhada mentira. Que o jornalismo feito no Brasil é isento e de ótima qualidade. E publicou uma série de artigos, depois um livro, onde defendia que no Brasil não existe racismo.

Seus argumentos chegam a ser simplórios. Mas é sempre ajudado por uma mão amiga da mídia que faz repercussão de seus devaneios. A Kelly, minha sócia no blog, aponta as contradições de seu último artigo, onde ele critica o Bolsa Família por ter seus recursos desviados quando os beneficiários compram eletrodomésticos, e não comida. A crítica de Kamel é conflitante com as idéias do liberalismo, ideologia de seus patrões.

Obrigado pelo toque, Érica. E pedimos desculpas a todos pelo nosso esquecimento da total inexpressividade do senhor Ali Kamel.
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Nossos geniais escrevinhadores

Confesso um enorme prazer quando me deparo com a “genialidade” de alguns analistas que a mídia nos impõe. Fábio Giambiagi é nome do último que me deleita. Nem sabia que tal gênio existisse por aqui, mas um comentário do Luiz Nassif iluminou minha ignorância sobre a existência deste economista, que é lido pelas nossas elites liberais, que o levam à sério, pasmem! Entendam:

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Creio, honestamente, que a maioria dos brasileiros não deseja viver em um país comunista, onde todos tenham a mesma remuneração. A idéia de que o Brasil é um país capitalista, onde alguma desigualdade é natural, por expressar diferenças que de fato existem entre os atributos individuais, é, se eu não estiver errado nas minhas percepções, claramente majoritária no país. Ao mesmo tempo, não há dúvidas de que a desigualdade excessiva é vista como negativa pela grande maioria da população, que preferiria viver em um país menos desigual. Que tal, então, pensar no sistema de aposentadoria como uma esfera em que, no "terceiro tempo" das nossas vidas, iremos viver em um Brasil mais igualitário, onde a distância entre quem ganha mais e quem ganha menos continuará existindo, mas será limitada a um múltiplo razoável?
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Matutei um tempo para analisar o que seria melhor, se os argumentos ou a conclusão, mas certamente pensar em justiça social quando no “terceiro tempo” todos estarão na mesma eme é coisa para poucos iluminados.
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Carta a Diogo Mainardi



Caro senhor Mainardi, não o leio. Tão pouco sua revista que há muito percebi nada ter a dizer, pois se transformou em um veículo totalmente parcial, propaganda descarada das idéias mais conservadoras, que usa a mentira como sua principal ferramenta. Mas, aqui venho confessar que li as suas duas últimas colunas, e explico os motivos. Na penúltima, desejava entender seus argumentos sobre o tal dossiê italiano, que sua notória empáfia alardeava como definitivo para provar o envolvimento de governo e parlamentares com negociatas da Telecom Italia. No documento, nada vi. Mas na internet, ao longo de toda a semana, uma fartura de análises e as excelentes reportagens de Luiz Nassif aguçaram minha curiosidade por uma resposta sua.Imaginei que ela viesse em sua coluna seguinte, mas nada. Sobre o assunto, as críticas de que o documento foi montado no Brasil (ao contrário de suas afirmações), o fato de que ali nada provava de seus argumentos, a continuada argumentação sobre os seus interesses escusos com Daniel Dantas, tudo ficou sem resposta. Mas, o pior: o conteúdo deste texto contém manifestação clara de racismo, desmedido ódio ao povo brasileiro e hipocrisia histórica.

Todo seu trabalho nesta semana foi escrever 512 palavras para desabafar sua contrariedade em encontrar na saída de seu almoço os participantes de um show de axé na Praia de Copacabana. Para tal, faz um rebuscado e oblíquo raciocínio que o leva a comparar nosso povo ao sentimento que o escritor Elias Canetti teve ao se deparar com a massa que incendiou o Palácio da Justiça em Viena, em 15 de julho de 1927. Mais, faz uma intriga ao crer que ali, como aqui, há algo assemelhado, afirmando que o escritor viu um prenúncio do nazismo. Seu equívoco é grande. Creio que não tenha de fato lido Canetti. Se o fez, não o entendeu. Vamos a um trecho do livro “Massa e poder”, onde o escritor búlgaro faz uma reflexão sobre a massa:


Somente na massa é possível ao homem libertar-se do temor do contato. Tem-se aí a única situação na qual esse temor transforma-se no seu oposto. E é da massa densa que se precisa para tanto, aquela na qual um corpo comprime-se contra o outro, densa inclusive em sua constituição psíquica, de modo que não atentamos para quem é que nos "comprime". Tão logo nos entregamos à massa não tememos o seu contato. Na massa ideal, todos são iguais. Nenhuma diversidade conta, nem mesmo a dos sexos. Quem quer que nos comprima é igual a nós. Sentimo-la como sentimos a nós mesmos. Subitamente, tudo se passa então como que no interior de um único corpo. Talvez essa seja uma das razões pelas quais a massa busca concentrar-se de maneira tão densa: ela deseja libertar-se tão completamente quanto possível do temor individual do contato. Quanto mais energicamente os homens se apertarem uns contra os outros, tanto mais seguros eles se sentirão de não se temerem mutuamente.


Fica claro que o temor é todo seu, não de Canetti. Mais. É cínica e mentirosa sua alusão ao episódio como prenúncio do nazismo. Em um bom curso de história, se feito, ensina-se que a Áustria vivia no período uma profunda crise econômica, com massas de trabalhadores nas ruas, em greve, exigindo seus direitos e mudanças no corrupto governo. Foi em uma greve de trabalhadores naquele ano que alguns foram mortos por militantes fascistas, caso levado ao tribunal que os absolveu, gerando fortes protestos. No dia 7 de julho, mais 140 trabalhadores foram mortos na rua pela polícia, um massacre. Fato que explica o ódio das massas que a levou a incendiar o Palácio da Justiça uma semana depois.

Já o seu ódio pelas massas está claro no seguinte trecho:


Para mim, a massa bestializada que foi assistir ao espetáculo de Claudia Leitte em Copacabana, formada por uma gente embriagada, barulhenta, porca, feia e de pernas curtas, provou apenas que eu preciso sair menos de casa.


Lembro que uma das características do nazismo é ser uma visão racista, que os levam inevitavelmente a práticas como a eugenia. Seria seu desejo o de esticar as pernas dos brasileiros? Mais uma lembrança para finalizar: o que tem pernas curtas é a mentira. O senhor, que ganha a vida como conservador profissional, deveria ser mais atento com a inteligência de seus leitores. Não demora e estarão percebendo a grande fraude que é o seu pensamento.
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A culpa é de Fidel

Vou sugerir ao Mino Carta um voto no neocon Demétrio Magnoli em seu concorrido prêmio de Tartufo Nativo. É neocon novato, mas trabalha duro para merecer a glória de ser agraciado por sua hipocrisia intelectual. Autor de livros didáticos do ensino médio, é nova aposta da mídia carente de um Gustavo Corção. No recente caderno sobre Fidel, no Globo, publicou artigo onde defende que Cuba era uma nação em franco progresso quando um grupo de barbudinhos a assaltou, impedindo que chegasse a ser país com desenvolvimento de primeiro mundo. Para tal, apresenta números para sustentar que o índice de mortalidade infantil de Cuba em 1957 era o mais baixo de América Latina, e o 13º menor no mundo, posição perdida hoje. Apenas falta algo importante para um doutor em geografia: apresentar fonte, nada por ele foi citado. Basta uma consulta nos abundantes dados do relatório 2008 da Unicef para um outro olhar sobre a tese do “professor”. Charlatanice não muito diferente de seu mentor, Ali Kamel, que publicou artigo para dizer que a TV Globo sempre esteve favorável às diretas.
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