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Proliferação nuclear, estilo Israel

Documentos liberados após décadas de sigilo revelam que, nos anos 1970s, Israel estava empenhado em vender armas nucleares ao regime racista da África do Sul. Além disso, documentos da embaixada dos EUA no Irã capturados por estudantes, após a revolução de 1979 que derrubou o Xá, revelaram o interesse deste em comprar os mesmos produtos.

Isto sim é proliferação nuclear.

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PS - Melhor comentário à notícia, no Facebook do Haaretz.com: «All in all, israel is nuclear armed, broken countless int'l laws, occupies, kills and discriminates and it moans about Iran. Nice.» (Yousef Ali)
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O punho cerrado de Obama

No discurso de posse, com W. Bush e família saindo de cena rápido mas fininho, Obama disse algo lindo, sobre a relação que promoveria com os países em conflito com os EUA, como o Irã. Não lembro as palavras exatas, mas ele disse algo como:

Se vocês abrirem seus punhos, nós lhes estenderemos a mão.

Eu me emocionei. É tudo o que eu gostaria de ter ouvido um presidente dos EUA falar, naquele momento. Senti esperança de paz.

Agora, Obama cerra o punho. Os céticos já diziam que a coisa seria assim, e eles têm razão, infelizmente. Não há diferença entre Obama e W. Bush para nós que não votamos para presidente dos EUA.

O Brasil e outros países buscam soluções pelo diálogo, e fomos todos esbofeteados pela hybris estadunidense. Isso não quer dizer que perdemos, pois o perdedor claro é Obama, pois ele simplesmente repete a fórmula que tirou a credibilidade de W. Bush e Blair, além dos EUA e da Inglaterra. Não se pode dizer nem mesmo que Obama e os EUA ganham por ter a decisão final, no caso a opção pela guerra, dado que as sanções darão nisso. Não há vitória aqui, pois este é o beco sem saída no qual W. Bush enfiou os EUA, e do qual os estadunidenses achavam que Obama os tiraria. É um beco sem saída econômico, dados os custos trilionários da guerra. É um beco sem saída político, dada a insatisfação popular. E é um beco sem saída diplomático, por razões mais do que óbvias.

PS - É claro que a comunidade internacional tem o direito de tentar impedir a proliferação de armas nucleares, se é que isto não é um dever. A crítica é ao meio escolhido, no caso as sanções. Por duas razões. Primeiro, é inefetivo, pois maltrata a população civil, o que leva à exacerbação e extremismo internos, com consequente enfraquecimento de posições mais ao centro e liberais. No caso do Irã, isto sim é explosivo. Segundo, porque a história recente nos mostra que usualmente o passo seguinte é a guerra ou o impasse, ao invés do diálogo. Tivemos guerra no caso do Iraque, e impasse nos casos de Cuba e das Coreias. O meio escolhido tem que ser o diálogo. Esta é uma lição importante do século 20, a qual levou à criação da ONU. Pode ser caro e doloroso esquecer disto.

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Sobre o acordo nuclear com o Irã, vale a pena ler...

Levando em conta que a Globo decidiu noticiar meras reações emocionais negativas e tolices, eis uma amostra do que vale a pena ler sobre o acordo nuclear com o Irã conquistado pelo eixo Brasil-Turquia:
  • Brasil e Turquia conseguiram fazer com que o Irã aceitasse agora os termos da proposta dos EUA de oito meses atrás. Ou seja, não há conflito com os EUA. Ao contrário, há competência de Brasil e Turquia por terem conseguido fazer, pelos EUA, o que os EUA não conseguiram.
  • Para Leonam dos Santos Guimarães, consultor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o acordo conquistado por Brasil e Turquia é positivo, e não há bases nucleares para a desconfiança dos EUA e da Europa, apesar de haver bases geopolíticas que extrapolam a discussão.
Também vale a pena lembrar, e discutir, o que não está sendo discutido: o poder nuclear de Israel. Discutindo o problema do ponto de vista nuclear, ao invés de geopolítico: cadê a proposta de sanções a Israel? Israel preocupa a AIEA, e está com novos submarinos capazes de lançar mísseis com ogivas nucleares.

PS - A França apoia o acordo. Se tiver acordado e tiver paciência, troca por um instante do Studio Pampa, programa com garotas seminuas da TV Pampa, o qual é um programa relativamente sério, perto da concorrência, e coloca na Globo, canal que estará apresentando um comidiciário ou notédia (mistura de comédia com noticíario, pois as "notícias" são uma piada) só pra ver o apresentador William Waack fazendo cara feia para Sarkô, por (sic!) chutar as canelas dos EUA. Isso se o apoio da França ao Brasil for assunto para a Globo, é claro.
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Armas nucleares, EUA, e sanções internacionais (Mundo)

No discurso "O estado da União", Obama prometeu sanções internacionais ao Irã, por suposta proliferação nuclear do tipo que incomoda a Agência Internacional de Energia Atômica, no caso de Israel, a quem Obama não promete sanções. Juan Cole comenta, sobre a promessa de Obama:
Nem uma nem muitas sanções, de tipo algum, funcionarão no Irã, para provocar mudança de regime. Sanções servem para debilitar o país e dificultar, até o tormento, a vida diária de civis – o que já se viu no Iraque. Mas sanções não arrancam do poder as elites que reinam nos países do petróleo, porque petróleo que brote do chão é altamente contrabandeável e pode ser convertido em dinheiro, e o dinheiro pode ser sempre facilmente canalizado para a mesma elite governante. A arrogância com que senadores dos EUA falam de sanções contra o Irã é mera arrogância e não dará qualquer dos resultados esperados, sobretudo porque a China não imporá qualquer sanção ao Irã.

Se Washington apertar os parafusos de sanções, Obama terá ainda menos condições para fazer negociações sérias com o Irã as quais, além de necessárias, são promessa do candidato e, depois, do presidente.

O discurso de ontem foi, essencialmente, discurso de capitulação ante os neoconservadores, em relação ao Irã. Não é, de modo algum, passo adiante na agenda que Obama traçara, para manter abertas linhas de negociação com Teerã.
O raciocínio de Cole também vale para a relação entre EUA e Cuba. A promessa de Obama era estender a mão, mas o que vemos é o SourceForge fechando acesso a cubanos, por causa da política externa dos EUA.
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Israel aumenta poder nuclear com submarinos alemães

Israel pretende posicionar um submarino com a capacidade de lançar mísseis com ogivas nucleares no Golfo Pérsico.

Durante o governo de Gerhard Schroeder, a Alemanha doou para Israel três submarinos Dolphin (foto), os quais estão entre os mais avançados do mundo, e tem a capacidade de disparar mísseis Harpoon (dos EUA) com ogivas nucleares.

Provavelmente, os novos submarinos não se limitarão ao extremo oriental do Mediterrâneo, e que Israel pretende estacionar um desses submarinos no Golfo Pérsico. De acordo com o site Islâmi Davet, com a entrega dos novos submarinos Dolphin a Israel, em 2011-12, Israel se manterá presente no Golfo Pérsico.

Trata-se de um ato de proliferação nuclear muito mais concreto do que qualquer ato do Irã até o momento. Seria de se esperar que o ocidente manifestasse seu repúdio, mas só se encontra silêncio e omissão da informação, e do seu impacto.

Além dos três submarinos Dolphin doados pela Alemanha, Israel possui mais dois, e pretende adquirir mais um. Esse pode ter sido um dos temas discutidos na reunião dos governos alemão e israelense, na última segunda-feira.

Usualmente a esquadra israelense fica confinada no extremo oriental do mar Mediterrâneo. No entanto, no dia três de julho de 2009 um submarino Dolphin e duas outras naves da marinha de Israel cruzaram o Canal de Suez e entraram no Mar Vermelho (mapa), em exercício conjunto com as forças militares do Egito.

A Alemanha é o segundo maior doador de auxílio militar e econômico para Israel, perdendo apenas para os EUA.

O poderio nuclear de Israel vem preocupando a Agência Internacional de Energia Internacional Atômica (IAEA, na sigla em inglês). No dia 18 de setembro de 2009, a agência pediu que o programa nuclear israelense fosse colocado sob supervisão internacional, no comunicado "Israeli nuclear capabilities". A IAEA alega que a proliferação de armas nucleares promovida por Israel ameaça a segurança e a estabilidade do Oriente Médio.

Além de fazer proliferar armas nucleares no Oriente Médio, há evidências de que Israel está se preparando para um novo ataque aos seus vizinhos, ou às populações das terras que invadiu. O exército dos EUA está dobrando o valor do "equipamento militar de emergência" estocado em solo israelense, de US$ 400 milhões para US$ 800 milhões. Israel pode usar esse material, se houver uma "emergência", como por exemplo a falta de bombas após ter usado todas as suas atacando países vizinhos ou civis em áreas invadidas.
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