Fonte: Instituto Humanitas Unisinos
Governo Dilma. Qual deve ser a postura do movimento popular e sindical?
Fonte: Instituto Humanitas Unisinos
Entrevista de Marcio Pochmann no Sul21
Destacamos:
Pode-se afirmar, como fazem alguns ‘especialistas’, que o sucesso do governo Lula com a política econômica se deve às ações do governo FHC?
A reforma agrária, em sua visão, está tendo a atenção devida?
A pequena propriedade tem participação importante na economia do país, mas acredito que a relevância da reforma agrária está em dois fatores diferentes e pouco discutidos. Primeiro: a reforma agrária hoje é uma questão de soberania nacional, em razão da disputa por fontes de água doce e pela própria soberania territorial para a produção alimentar. Países como a China estão hoje comprando grandes áreas de terra para sua produção, assim como grandes corporações internacionais. A África hoje é um exemplo disso. Muitos países praticamente já não possuem acesso às suas fontes de água e às suas terras produtivas. O segundo tema é a sustentabilidade ambiental. O monopólio na produção agrícola serve de vetor da degradação. O Estado tem muito mais condições de regular a degradação ambiental em relação ao pequeno e médio produtor rural. No entanto, para discutirmos a reforma agrária precisamos mudar a forma de ação do Estado para atuações integradas. O assentamento não é um tema da agricultura de maneira isolada, ele requer uma ação matricial do Estado. É necessário investir em educação, tecnologia, saúde, linhas de crédito, capacitação, enfim, ações setoriais, mas articuladas.
Leitura completa AQUI.Foto: Bernardo Rebello/ABr
MAB e Via Campesina protestam na BR 153
A Via Campesina condena a produção agrícola sob o controle de grandes proprietários de terra e empresas transnacionais, que prioriza a produção de monocultivos extensivos em grande escala e que destina a maior parte de sua produção para exportação. As entidades camponesas reiteram que é o agronegócio que recebe mais incentivos governamentais (cerca de 80% do que é destinado à agricultura), mesmo gerando desemprego no meio rural e a expulsão do camponês de suas origens. Por outro lado, os pequenos agricultores, que garantem a produção de mais de 70% do alimento que chega a casa do brasileiro e quase 40% do valor bruto da produção agrícola do país, não têm os mesmos privilégios nem na hora de renegociar suas dívidas com a União.
Veja os principais pontos da pauta de reivindicação dos movimentos sociais do campo:
- Criação de um fundo de reserva ambiental com o pagamento de um valor mensal para cada família que fizer a preservação e a recuperação ambiental em suas propriedades. Este recurso deve vir das multas por degradação ambiental e dos impostos sobre as empresas poluidoras;
- Rebate de R$ 10 mil reais das dívidas e renegociação do restante para os pequenos agricultores e assentados, como o governo já fez com outros setores da sociedade;
- Crédito subsidiado para produção de alimentos saudáveis aos pequenos agricultores que fizerem a preservação ambiental;
- Reforma Agrária e desapropriação imediata do latifúndio do agronegócio que não respeita o meio ambiente;
- Um Projeto Popular Energético, em que a energia não seja uma mercadoria e que se respeite as populações ribeirinhas e o meio ambiente;
Este ato integra a Jornada Nacional de Lutas da Via Campesina.
Informações à imprensa:
(54) 9926-7719 / 99045894
(11) 3392-2660
Fonte e fotos: MAB-
Agricultura familiar
O jornal Sul 21 traz uma ótima reportagem sobre o importante setor econômico da agricultura familiar, o qual é responsável por 11% do PIB brasileiro, produz 70% do feijão consumido no Brasil e hoje se insere nos mercados nacional e internacional com o poder de formar os preços dos seus produtos.