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Patrus sai na frente e ganha apoio do PCdoB

Do Jornal Hoje Em dia
Alex Capella, Belo Horizonte
Com as presenças de lideranças da legenda, o ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social e Combate à Fome), pré-candidato do PT ao Governo de Minas, recebeu ontem do PCdoB o primeiro apoio declarado à sua campanha. Aliado histórico dos comunistas, que participaram da gestão de Patrus na Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), entre 1993 e 1996, o ministro classificou o apoio como “bem-vindo” no momento de disputa interna no PT.
O PT de Minas está dividido desde a disputa pela PBH. Uma ala do partido, comandada pelo ex-prefeito Fernando Pimentel, fechou aliança com o PSDB para eleger o prefeito Marcio Lacerda (PSB) no ano passado. Na outra ponta, ficou o grupo de Patrus, contrário à dobradinha. O clima de animosidade interna continua. Tanto Patrus quanto Pimentel intensificaram os encontros com lideranças no interior do Estado. Com o apoio do PCdoB, o ministro larga em vantagem nas negociações eleitorais. “Claro que todo apoio é muito bem-vindo nesse momento. Eu recebo com muito carinho essa manifestação de confiança. Nós sempre caminhamos juntos. Quando fui candidato a prefeito de Belo Horizonte, tive o apoio do PCdoB. Governamos juntos, tivemos um diálogo histórico e firmamos compromissos comuns com os pobres e os trabalhadores”, disse.
Mesmo restando mais de um ano para as eleições, Patrus acredita que o apoio do PCdoB fortalece sua pré-candidatura, não só dentro do PT, mas também no Estado. O ministro espera ter também o apoio de outras legendas que formam a base do Governo Lula. “Sem dúvida. Estou conversando dentro do PT. A minha candidatura está colocada. E estamos conversando com nossos interlocutores históricos como o PCdoB, o PDT e o PMDB. Vou procurar também o PSB na perspectiva de fazermos uma grande aliança, que nos possibilite que ganhemos o Governo de Minas e façamos no Estado o que o presidente Lula fez no Brasil”, afirmou.
O ministro não esconde a intenção de ter o ministro Hélio Costa (PMDB), das Comunicações, como aliado na disputa no Estado. Até agora, Hélio Costa vem liderando todas as pesquisas de intenção de voto. “Temos mais de um ano para as eleições. Queremos fazer uma grande aliança na perspectiva de contar com o PMDB, como um partido que temos interlocução constante e que faz parte da base de apoio do Governo Lula. O momento é de discutirmos as bases do programa. E as alianças se darão a partir do interesse comum dos partidos”, argumenta Patrus.

Hélio Costa tenta unir o PT
Líder das pesquisas de opinião sobre a corrida à sucessão do governador Aécio Neves (PSDB), o ministro Hélio Costa (PMDB), das Comunicações, colocou-se ontem, após encontro com empresários na Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), como uma espécie de apaziguador do racha no PT, desencadeado desde as eleições municipais do ano passado em Belo Horizonte. Hélio Costa revelou que vem conversando, com frequência, com o ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social e Combate à Fome) e com o ex-prefeito Fernando Pimentel, ambos pré-candidatos do PT ao Governo de Minas. 
Com a experiência de duas derrotas (1990 e 1994) na disputa pelo cargo, o ministro lembrou que a falta de união pode custar uma eleição. “Não sou o empecilho de nenhum entendimento político. Se precisar, quero ser o primeiro a dar a palavra para conversar. A experiência que tenho ninguém me tira. Vou ajudar a fazer um grande entendimento. Temos que fazer uma proposta de união que seja boa para Minas. É totalmente desnecessário sairmos para uma batalha sem fim”, acrescentou.
Hélio Costa ressaltou que a recente disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte, quando o PT se dividiu, por causa da aliança com o PSDB, deve servir de lição, mas não determinar os rumos das negociações de agora em diante. “A aliança (PT e PMDB) está consagrada no Estado inteiro. Houve um exagero na questão da capital. Belo Horizonte serviu de exemplo. Não quer dizer que o que não deu certo em BH não dará no Estado”.
Com a liderança nas pesquisas e o assédio de petistas e tucanos, Hélio Costa se colocou numa posição privilegiada. “Temos uma ótima relação com os membros do PT e um excelente entendimento com o Governo de Estado. Acho que o que definirá a posição do PMDB no Estado é a questão presidencial. Agora, não decido pelo meu partido. Tenho o maior carinho pelo governador Aécio Neves. Acho que a dificuldade é que temos vários bons nomes. É uma eleição de amigos”, brincou o ministro.

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Movimento Vigília Democrática

Dias atrás comentei sobre esse movimento no post “No meu voto, quem manda sou eu”. Agora, encontrei mais uma divulgação do movimento no "Blog Pedreira Na Vidraça". Este blog sempre teve posição clara contra a aliança, ou seja, o arranjo político patrocinado pelo governador Aécio Neves (PSDB) e o prefeito Fernando Pimentel (PT) para eleger Márcio Lacerda (PSB), com o vice Roberto de Carvalho (PT). O cenário eleitoral de Belo Horizonte ficou dominado cacifismo político ou simplesmente “dedaço” como sugeriu o Ministro dos Esportes Orlando Silva (PC do B), em alusão à tradição autoritária mexicana.

O “dedaço” é uma referência ao Partido Revolucionário Institucional (PRI), que durante 70 anos, a escolha do candidato da legenda para concorrer às eleições se dava no “dedo”, sem qualquer discussão dentro do partido. O candidato escolhido estava praticamente nomeado, pois a competição eleitoral entre os partidos era apenas simbólica.
Os candidatos Sérgio Miranda (PDT), Jô Moraes (PC do B) e Leonardo Quintão (PMDB) declararam apoio ao movimento. O Movimento Vigília Democrática envolve integrantes do PT, PMDB, PC do B, PDT e personalidades da sociedade civil sem filiação partidária.

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Patrus admite apoiar Jô e rejeita Lacerda

Do Hoje Em dia, publicado em 21/08/2008

O ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias (PT), disse ontem, em entrevista exclusiva ao HOJE EM DIA, que poderá apoiar outro candidato em Belo Horizonte, e não Marcio Lacerda (PSB), que tem como vice o petista Roberto Carvalho, caso haja desrespeito à decisão do Diretório Nacional do PT, que proibiu a aliança formal entre o partido e o PSDB.

Segundo ele, a participação do governador Aécio Neves (PSDB) no programa eleitoral de Lacerda, no rádio e na televisão, seria um motivo para reavaliar sua posição. "Se a decisão do Diretório Nacional não for cumprida, é claro que me reservo o direito de reavaliar. A participação do Aécio no programa do Marcio Lacerda merece um exame maior. A decisão do Diretório Nacional é muito clara: o PSDB não pode participar formalmente da aliança. A gente teria que considerar se a participação do Aécio no horário eleitoral representa um desrespeito à decisão”, apontou.

Patrus confirmou que não participará da campanha de Lacerda, independentemente se a decisão for descumprida ou não. "O processo da aliança foi ruim. Não posso apoiar o candidato, porque não participei do processo. Assim como outras lideranças de Minas do PT e fora do PT, fui excluído do processo. Fiquei sabendo pela imprensa da candidatura. Segundo, porque não conheço o candidato. Fui apresentado a ele recentemente. Não posso pedir ao povo de Belo Horizonte para votar numa pessoa que não conheço. Tenho até boas referências dele, mas, pela maneira como o processo foi conduzido, não sei quais são suas idéias e projetos para a cidade”, disse.

O ministrou voltou a criticar as decisões dos diretórios do PT de Minas e de BH, que aprovaram a aliança com os tucanos. "Questiono a decisão do diretório municipal, porque foi tomada por uma maioria circunstancial. Mas como não tomamos nenhuma posição oficial naquele momento, é uma questão julgada. A decisão foi confirmada por uma reunião muito equilibrada do diretório estadual. Penso que uma maior sensibilidade política levaria uma negociação naquele momento. Uma decisão por 29 votos a 26, com três abstenções, mostra que o melhor caminho seria a busca de consenso”, sustentou.

Patrus ressaltou que não tem nada pessoal contra Aécio nem contra o prefeito Fernando Pimentel, os dois articuladores da aliança. "Tenho uma boa relação com o Aécio e uma relação fraternal de muitos anos com o Fernando Pimentel. Faço um questionamento político em relação ao processo. Também não sou contra alianças com o PSDB. Apenas considero que elas devem ser discutidas pelos respectivos partidos. Lideranças importantes do PSDB têm se queixado comigo que também que não foram ouvidas”, observou.

Na sua avaliação, a aliança deveria ter sido feita em torno de um programa para Belo Horizonte. "O PT e o PSDB são partidos diferentes, que disputaram a eleição presidencial. Para fazer uma aliança numa cidade importante como Belo Horizonte, faltou conteúdo. Foi uma aliança em torno de projetos pessoais e que não teve dimensão programática”, condenou.

Patrus disse que ter sido excluído da negociação deixou nele uma "dor no coração”. "Belo Horizonte é minha cidade. É um dos grandes amores da minha vida. A cidade que me acolheu no início dos anos 70, onde participei da luta contra a ditadura, do movimento estudantil, das comunidades eclesiais de base, fiz faculdade de Direito, constituí minha família e me fiz profissionalmente como advogado, me fiz politicamente, como vereador, relator da Lei Orgânica da cidade, prefeito e deputado federal”, disse ele, que teve 500 mil votos para deputado em Minas, do quais 300 mil em BH.

O ministro informou ainda que, por coerência, também não participará da campanha em Bocaiúva, no Norte de Minas, sua terra natal, onde PT e PSDB estão coligados. "Embora considere que é uma situação diferente de Belo Horizonte, por coerência, também não participarei da campanha. Lá também não participei do processo e não fui ouvido”, admitiu.

Comentário do blogueiro:
Na entrevista com o ministro Patrus Ananias ao Hoje em Dia, ficou claro o processo de escolha do candidato-laranja, Márcio Lacerda (PSB), da dupla Aécio-Pimentel. Como já tenho dito, lideranças importantes da política mineira com laços com Belo Horizonte foram excluídas da “união mineira” envolvendo PT e PSDB. Tem mais gente de fora da aliança que dentro dela. Do governo federal, foram excluídos o vice-presidente José Alencar e os ministros Patrus Ananais, Luiz Dulci e Hélio Costa. Todavia, certamente Aécio também não consultou seu colega de partido, o senador Eduardo Azeredo (PSDB). O próprio senador assinalou recentemente que a aliança de BH acabou gerando exclusão de políticos com base eleitoral no município. E obviamente, o deputado João Leite (PSDB) também não participa da aliança.

Ao contrário que mostra a mídia, o descontentamento não é só dos petistas. Porém, é o PT que mais perde com a aliança. Ademais, o PSDB já ganhou, independente do resultado da eleição. Isso porque rachou seu principal adversário, além de abrir espaço para o governador Aécio Neves (PSDB). O triste é observar a cara-de-pau da candidatura Lacerda de mencionar no programa eleitoral do partido os nomes de Patrus e Célio de Castro. Ontem, o candidato à vice, o petista Roberto de Carvalho, tentou associar-se sua trajetória com a de Patrus Ananias. Um disparate que dispensa comentários.
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ONZE CONTRA UM… POR CAUSA DE UM GOL CONTRA

O Blog do Bruno que, assim como este blog, apóia a candidata Jô Moraes em Belo Horizonte, postou uma matéria sobre a disputa eleitoral na cidade. O PT, com sua bancada na Câmara dos Deputados, proporcionou horário eleitoral para a aparição de um adversário político, o governador mineiro Aécio Neves (PSDB). É o resultado de aliança esdrúxula sob a batuta do PT de Belo Horizonte e de seu prefeito, o atucanado Fernando Pimentel (PT).

Se alguém tinha dúvidas de que Aécio representa oposição ao governo Lula, basta ver suas críticas às ações do governo federal, em que ataca as obras do PAC (Programa de Aceleração Econômica) que tanto beneficia os mineiros e Belo Horizonte em particular. Segundo o governador, o governo Lula seria gastador, e também gastaria mal os recursos. De fato, o governo Lula comete um pecado para os padrões políticos dos tucanos: gasta com os pobres. Por isso, o governador clama por um choque de gestão federal, ou seja, corte de recursos de programas sociais, saúde, etc. Para comprovar tal assertiva, é só observar a revolta do PSDB com a possibilidade do governo utilizar os recursos extras do pré-sal para a melhorar a vida dos brasileiros, elevando os investimentos em educação e programas de combate à pobreza e redução das desigualdades sociais. Mas essa é outra discussão, que será objeto de um post posterior.

Do Blog do Bruno

Começou ontem na TV o horário eleitoral gratuito dos candidatos a Prefeito. Em Belo Horizonte, o tempo destinado ao candidato indicado pelo Governador Aécio Neves foi de pouco mais de onze minutos. Já a candidata Jô Moraes, que lidera as pesquisas de opinião pública, teve pouco mais de um minuto de espaço para se apresentar ao eleitor e expor suas propostas.

E por que o tempo do candidato do Governador Aécio Neves foi tão extenso? A resposta é simples: o critério de divisão do tempo entre os candidatos leva em conta o número de deputados federais que tem cada coligação. O PT, como é sabido, tem uma grande bancada na Câmara dos Deputados em Brasília (tanto é que fez o Presidente da Câmara) e está na coligação que apoia o candidato indicado pelo Governador Aécio Neves, juntamente com vários outros partidos.

Como já era esperado, o Governador Aécio Neves apareceu e ocupou parte mais do que significativa no programa eleitoral de seu candidato, embora o PSDB “formalmente” não componha a coligação PSB-PT.

Assim, graças ao grande tamanho da bancada do PT na Câmara dos Deputados em Brasília, o Governador Aécio Neves, do PSDB, teve bastante tempo no programa eleitoral gratuito.

O PSDB é um partido que faz oposição ao Governo Lula. E essa oposição, é bom dizer, é programática. Aliás, recentemente, o próprio Governador Aécio Neves fez pesadas críticas aos “gastos” do Governo Lula. Essas críticas foram rebatidas pelo Deputado Estadual André Quintão (PT), em pronunciamento na Assembléia Legislativa na 3ª feira (dia 19), ao citar os investimentos do PAC em saneamento e habitação do Governo Federal em Belo Horizonte. Nada mais natural: a diretita é contra gastar dinheiro com pobre.

Não é preciso ser nenhum gênio para concluir que o tamanho da bancada de deputados federais do PT proporcionou, em Belo Horizonte, o grande tempo no horário eleitoral gratuito de que hoje dispõe, na prática, o Governador Aécio Neves.

E é assim porque o PT de Belo Horizonte decidiu compor a coligação encabeçada pelo candidato indicado pelo Governador Aécio Neves. Na minha terra (que, por coincidência, é Belo Horizonte), isso tem nome: gol contra.

E o Diretório Nacional do PT, o que fez? Não vetou a esdrúxula aliança, limitando-se a se manifestar contra a participação “formal” do PSDB na coligação. Talvez tenha achado que isso seria suficiente para alijar o Governador Aécio Neves da campanha, inclusive do tempo na TV.
O PT e o Governo Lula agora pagam o preço dos atos cometidos.

Mas nem tudo está perdido. A candidata Jô Moraes, do PCdoB, com pouco mais de um minuto na televisão, está em primeiro lugar em todas as pesquisas realizadas. Trata-se, realmente, da campanha afinada com as propostas que hoje norteiam o Governo Lula. Não é por acaso que vários dirigentes e militantes do PT estão apoiando abertamente a candidatura Jô Moraes.

Aliás, não só gente do PT, mas também pessoas comuns, que, exatamente porque estão de acordo com a política do Governo Lula, entendem que o mais adequado é apoiar Jô Moraes. É o meu caso, e também do Blog do Jefferson Marinho, http://blogjefferson.blogspot.com/

Por fim, não posso deixar de notar: a campanha de Jô Moraes se parece muito com as campanhas do PT dos anos 80: pouco dinheiro, pouco espaço na TV, mas muita militância e muita criatividade para combater os economicamente poderosos. Para quem sente saudades daquele tempo, a candidatura Jô Moares é um colírio…
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Jô Moraes (PC do B) recebe novos apoios para sua candidatura em BH

A candidata Jô Moraes continua recebendo apoios de segmentos políticos descontentes com os rumos da eleição em Belo Horizonte. São políticos ligados ao PT, PMDB e PTB, que ingressam nas fileiras em prol de sua candidatura. Além dos descontentes, outros apoios espontâneos de figuras com história de vida na cidade surgem como reforço para sua campanha.

É preciso destacar o apoio dos familiares do ex-prefeito Célio de Castro que compareceram à inauguração de seu novo comitê de campanha para somar apoio à candidatura de Jô Moraes. Maria Heloísa, irmã do ex-prefeito, disse o seguinte: “Estamos com a Jô, pois ela sempre pautou sua vida pessoal e profissional pela ética, luta e compromisso popular que nosso irmão sempre defendeu”. A outra irmã de Célio de Castro, Maria da Conceição, afirmou que o voto da família é para Jô. "Ela representa o projeto do prefeito Célio de Castro e sempre pensou e divulgou para BH, o projeto do Lula, do Alencar, do Dulci e do Patrus", assinalou.
Outro apoio à sua candidatura veio durante a concentração de sua campanha na Praça Sete. A irmã do vice-presidente José de Alencar, a freira Célia Peres, de 71 anos, aproximou-se da candidata e apresentou-se: “Sou Célia Peres da Silva Freitas, irmã do vice-presidente da República José de Alencar”, e abraçou a candidata. Logo em seguida, discursou para o público: "Nunca gostei de política nem de políticos. Mas respeito o meu irmão demais, confio nele, sei que é um homem de bem, um homem honrado. Se ele apóia a Jô eu também apóio. Mas voto nela não só porque o meu irmão avaliza. Mas porque moro há 50 anos na periferia, no bairro Primeiro de Maio e conheço o trabalho dela".
A chamada “união mineira” de Aécio e Pimentel é sinal do predomínio do cacifismo político das duas lideranças. Porém, parece ter muito descontentes que apoiadores. Se incluirmos na lista de descontentes do PT, PMDB e PTB, os descontentes mudos do PSDB (Azeredo e João Leite), do PV, entre outros, é difícil advogar a tese de que em Minas os contrários se unem. Aécio e Pimentel denominam de “sectarismo” a existência de setores políticos que não apóiam a candidatura do laranja Márcio Lacerda (PSB). Tal posição é uma amostra da arrogância dessas lideranças, que querem colocar um cabresto no eleitor de Belo Horizonte. A democracia precisa triunfar sobre o cacifismo.
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O fenômeno da transferência de votos e a eleição para a prefeitura de Belo Horizonte

Há um mito em torno da idéia de transferência de votos por lideranças políticas cuja discussão está em voga nesse momento. Uma razão para que o tema esteja na moda é a sucessão de Lula em 2010. Com o quadro atual, o governo Lula ostentando altos índices de aprovação, o PT sem candidato natural e o principal partido de oposição com dois fortes postulantes – Aécio e Serra -, a expectativa é que Lula possa eleger seu sucessor com base em sua incrível capacidade de transferência de votos. O fato de ser uma liderança política carismática reforça essa crença. Dessa forma, mesmo possuindo bons candidatos, a oposição ao governo Lula poderia morrer na praia, vendo Lula eleger um aliado para sucedê-lo. Um teste atual para a força do fenômeno da transferência de votos acontece na eleição para a prefeitura de Belo Horizonte, em que duas figuras políticas de peso - Aécio Neves (PSDB) e Fernando Pimentel (PT) -, com administrações bem avaliadas, tentam eleger um candidato-poste para a prefeitura do município. Havendo êxito na empreitada, estaria comprovado o tal fenômeno da transferência de votos.
Todavia, o que realmente importa para o eleitor é saber se o candidato representa a continuidade administrativa ou a mudança. Como tendência geral, o eleitor deseja continuidade de governos bem avaliados. De outro lado, se o mandatário tem alto índice de rejeição, a tendência é que a eleição seja dominada pelo desejo de mudança. No primeiro caso, o candidato governista tem ampla vantagem. No segundo, a vitória eleitoral é uma tarefa bem mais tranqüila para a oposição. Somente circunstâncias muito especiais podem alterar esse quadro. Essa tendência do eleitorado pode ser verificada na maioria das eleições (seja municipal, estadual ou federal), sendo uma regra. Os casos excepcionais são a exceção que confirmam a regra. Em 2010, caso o governo Lula obtenha os índices de avaliação obtidos hoje, é natural que o eleitor deseje continuidade administrativa. Uma candidatura de oposição – Serra ou Aécio – para ter sucesso deverá preservar o governo Lula, inclusive adotando algumas de suas bandeiras – isto é, dialogar com o eleitorado de Lula. Um candidato do governo terá maior facilidade de associar-se ao governo Lula, e é uma vantagem que não pode ser menosprezada. Porém, o desejo de continuidade não pode ser confundido com transferência de votos.
Em Belo Horizonte, os governos municipal e estadual têm aprovação alta. No entanto, não devemos conferir o mesmo peso para as avaliações da esfera municipal e estadual, pois o que está em jogo é a administração local. Nesse caso, a eleição de Belo Horizonte é claramente de continuidade administrativa. Significa dizer que o candidato que identificar com maior êxito à administração municipal tem alta chance de sair vitorioso. Assim, a figura do Pimentel é muito importante. Quanto mais Márcio Lacerda (PSB) identificar-se com o prefeito Pimentel, maiores serão suas chances de vitória. Aécio, bem mais conhecido do eleitor do município, pode fazer pouco com sua imagem associada ao candidato Márcio Lacerda (PSB). Há o risco de trazer alguma confusão na cabeça do eleitor, na medida em que o PSDB sempre atuou como oposição à administração petista de Belo Horizonte. Assim, o mesmo eleitor que avalia positivamente o governo Aécio, deseja a continuidade da administração local. Tanto é verdade que o partido de Aécio, o PSDB, não possuía nenhum candidato competitivo nessa eleição, a despeito da popularidade elevada de seu governo. Para a maioria dos eleitores, bom relacionamento entre esferas administrativas não tem o mesmo significado de continuidade.
Para complicar o cenário, o candidato da aliança Aécio-Pimentel enfrenta uma candidata que desde 1993 está associada à administração municipal. É praticamente impossível emplacar em Jô Moraes (PC do B) a pecha de oposição (ou de mudança administrativa), mas o mesmo não pode ser dito com relação à candidatura de Márcio Lacerda (PSB). Se o eleitor identificar que Jô Moraes (PC do B) representa a continuidade administrativa, enquanto Márcio Lacerda (PSB) a mudança (ou oposição), a articulação de Aécio-Pimentel pode não funcionar. Não é que a transferência de votos não funcionou, é que o poder da liderança política de transferir votos para seu candidato tem óbvias limitações.
Mas como representar a mudança (ou oposição) com o apoio do prefeito? Em 1996, Patrus Ananias (PT), então prefeito de Belo Horizonte, fez de tudo para o PT apoiar a candidatura de seu vice, Célio de Castro (PSB). O partido lançou Virgílio Guimarães (PT), juntamente com outros tradicionais aliados na administração municipal, tendo o prefeito respeitado a decisão do seu partido e apoiado a candidatura petista. Célio de Castro (PSB) saiu candidato com apoio de outros partidos, alguns de oposição à administração, mas com uma proposta de continuidade, e saiu-se vencedor. Naquela época, a administração de Patrus era bem avaliada, e a população queria um governo de continuidade. Virgílio Guimarães (PT) apresentou um projeto de mudanças com relação à administração Patrus, entrando em choque com o desejo do eleitor do município.
O eleitor na época entendeu que o candidato Célio representava a continuidade, sendo que Virgílio ficou como candidato da mudança. Não era o caso de representar oposição ao partido do poder, que era o PT, mas à administração vigente na época, que também era PT. No mesmo pleito, o governo de Eduardo Azeredo (PSDB), na esfera estadual, obtinha índices de aprovação elevados no município. Todavia, o seu candidato à prefeitura, Almicar Martins (PSDB), ficou na lanterninha como terceiro colocado, muito abaixo dos principais postulantes ao cargo. Ou seja, a população aprovava o governo Azeredo (PSDB), bem como a administração de Patrus Ananais (PT), e como a eleição era local, queria uma continuidade da administração do município, não um candidato de oposição que simbolizava a mudança. O elevado índice de aprovação de Azeredo não serviu de nada para seu candidato.
Não é intenção comparar a liderança política de Azeredo à época com Aécio de hoje, e o cenário atual é bastante distinto, pois o candidato do prefeito é o mesmo do governador. É claro que há um complicador relevante nessa eleição: a desproporcional vantagem da campanha Márcio Lacerda (PSB) com relação a seus concorrentes, tanto no quesito de recursos econômicos quanto de máquina política, e ainda de horário eleitoral gratuito. Porém, a vitória ou derrota de sua candidatura deverá ser explicada pela capacidade de associação ou não com a continuidade da administração municipal. De todo modo, a importância do fenômeno de transferência de votos é mensurada com exagero, na medida em que não leva em consideração o desejo de continuidade ou de mudança do eleitor.
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Os fatos e a cena

Da Coluna de Rosângela Bittar, no Valor Econômico

Pode ser já o esperado vale-tudo para prospectar agora a campanha de 2010; ou, que seja, então, uma pré-aliança, uma espécie de desenho formal do que ficou apenas subentendido em encontros anteriores que vêm ocorrendo há pelo menos dois anos; talvez, ainda, uma maneira de criar fato que provoque e exaspere o candidato a presidente melhor situado no PSDB, que aparenta não se abalar com nada. Pode ser qualquer coisa. Mas o que a cena dos braços dados de Aécio Neves (PSDB), Ciro Gomes (PSB), Fernando Pimentel (PT) e Márcio Lacerda, em foto dos jornais de ontem, menos parece, é uma competente investida de campanha para levantar este último, o candidato do PSB à prefeitura de Belo Horizonte.

Márcio Lacerda não se move nas pesquisas de intenção de voto feitas em maio, em junho, em julho e neste início de agosto. A transferência de votos, no caso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para seu candidato a presidente, hoje a ministra Dilma Rousseff, seria automática, mas não no caso do governador de Minas, Aécio Neves, e do prefeito da capital, Fernando Pimentel, que ainda não conseguem movimentar a candidatura Lacerda .
Pesquisa do Instituto Vox Populi, feita para o PT, mostra que a transferência esperada para a sucessão de Lula não é aquela prevista para qualquer um que detenha a caneta de nomeação e concessão de verbas. O cientista político Marcos Coimbra, presidente do Instituto, diz que, no caso do presidente Lula o eleitorado concede-lhe quase um “cheque em branco”. À pergunta se o entrevistado votaria em qualquer um que fosse candidato do presidente, independentemente de saber o nome, 20% respondem que sim. Ou seja, um em cada cinco eleitores está disposto a seguir Lula, de olhos fechados. No Nordeste, então, passa de 30% o percentual dos que votariam em qualquer um que fosse escolhido por Lula. Aqui, não é mais um em cada cinco, mas um em cada três eleitores informando que votariam em que seu mestre mandasse.
Além deles, passam dos 30% os dizem que poderiam votar no candidato do presidente dependendo de quem fosse. Assim, somando-se os dois tipos de seguidores, o presidente teria o potencial de influenciar a opinião de mais da metade dos eleitores.
O tipo de popularidade do presidente, que leva emoção ao eleitor e cria a adesão espontânea, não se repete nos estados, mesmo onde governadores ou prefeitos obtêm adesões maiores que as de Lula. As disputas nas cidades, porém, não estão definidas. Marcos Coimbra acredita ser impossível dizer, no momento, se Aécio Neves e Fernando Pimentel, com popularidade mais alta que a do presidente Lula, conseguirão ou não transferir votos para Márcio Lacerda, que amarga o terceiro lugar nas pesquisas em que pontua abaixo dos 10%. Menos ainda se sabe sobre em que Ciro Gomes poderá ajudar seu candidato neste momento.
Marcha dos mosqueteiros nada diz ao eleitorado
O quadro de informações do eleitor, no país inteiro, ainda é insuficiente, afirma Coimbra. Por esta razão as pesquisas feitas no fim de julho não foram em quase nada diferentes das pesquisas do final de junho, e essas quase nada diferentes do final de maio. ” O quadro de informação do eleitor só vai mudar mesmo a partir do começo da propaganda eleitoral, seja dos programas gratuitos, seja dos comerciais, das inserções. Só quando tivermos uma mudança nesse quadro de informação é que faz sentido imaginar mudança na intenção de voto do eleitorado”.
O caso de Belo Horizonte é completamente diferente do caso de uma eleição como a de São Paulo, compara o presidente do Vox Populi. Em SP, os quatro principais adversários são conhecidos por 100% dos eleitores, afirma. “O atual prefeito (Kassab), dois ex-governadores (Alckmin e Maluf), e dois ex-prefeitos (Marta e Maluf) estão disputando. Num quadro como esse, as pesquisas seriam capazes de dar, hoje, uma boa sinalização do cenário de setembro, quando já terá começado a propaganda pela televisão e, com ele, divulgação de mais informações sobre os candidatos.
Sobre Márcio Lacerda, candidato a receber a incontestável popularidade do governador de Minas e do prefeito de BH, apenas 5% dizem hoje que o conhecem bem. E apenas 10% informam que sabem alguma coisa sobre ele. “Inversamente, isso quer dizer que 85% dos eleitores da cidade sequer podem considerá-lo como opção, pois não sabem quem é”, afirma Coimbra. Não será a marcha-passeio dos quatro mosqueteiros o canal eficiente desta informação ao eleitorado.
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Este blog apóia Jô Morais em Belo Horizonte


A experiência popular iniciada com a eleição de Patrus Ananias em Belo Horizonte ao lado de Célio de Castro deve prosseguir. Não podemos cair na armadilha costurada pelo prefeito petista Fernando Pimentel e pelo governador mineiro Aécio Neves (PSDB). Embora sejam duas figuras com altos índices de aprovação dos governos, a candidatura por eles proposta para o povo de Belo Horizonte possui um projeto político bastante distinto do projeto que governa a cidade há 16 anos. O governo Aécio é um governo que não guarda qualquer relação com compromissos populares. Pimentel também não é o melhor exemplo nesse quesito.

Não é uma questão de deixar de reconhecer méritos administrativos do governo Aécio, mas isso não significa que ele seja popular. É só olhar para seu desempenho na área de saúde, em que investe menos de 6% do orçamento estadual, bem distante dos 12% de investimento mínimo. E nem precisamos entrar na forma que o governo trata seus trabalhadores e os movimentos populares. Mas esse não é um post para analisar o governo Aécio, mas apenas para pontuar que seu compromisso político é bem diferente do sonhado por Patrus e Célio.

Da mesma forma, o governo petista de Fernando Pimentel afastou do modelo de administração popular que governava Belo Horizonte desde 1993. O orçamento participativo foi esvaziado e os movimentos populares deixaram de ter voz na sua administração. O privatismo e a terceirização sem critério tornaram-se regra. Todavia, beneficiado por vultuosos recursos federais em diversas obras viárias do município, o prefeito da capital mineira ostenta elevados índices de aprovação.

Precisa-se retomar o projeto popular em Belo Horizonte. O povo da cidade em diversas ocasiões mostrou apoio a candidaturas comprometidas com o ideário de maior justiça social. Não podemos admitir que projetos personalistas de algumas figuras políticas coloquem o município na contramão de sua história recente. Pimentel, aliando-se a setores do partido que nunca tiveram compromisso com o projeto político de Patrus e Célio – lembrar-se do papel que Virgílio Guimarães protagonizou em 1996 -, e com setores políticos que sempre foram oposição à administração municipal – PSDB, PPS e o próprio PSB após a saída de Célio do partido -, tentam acabar de vez com aquilo que restou de uma visão política comprometida com setores populares. É isso que está em jogo nessa eleição.

A militância política de Jô Moraes (PC do B) no município de Belo Horizonte a credencia com muita honra para a continuidade de um projeto popular. Sua luta ao lado de movimentos populares, habitação, ensino de melhor qualidade, salário dos professores, mostra o valor de sua biografia. Enquanto isso, o candidato da dupla Aécio-Pimentel estava ganhando dinheiro. Tudo bem. Não há nenhum pecado nisso. Mas a população de Belo Horizonte não o conhece, não sabe o que pensa e quem ele representa. A gente desconfia, mas isso é outra história. Escolhido como candidato de gabinete pelo cacifismo político de Aécio e Pimentel, sem qualquer compromisso com a população de Belo Horizonte. A cidade não merece um “prefeito laranja”, de um partido que em Belo Horizonte também é laranja. É isso mesmo, é o que o PSB em Belo Horizonte transformou-se desde a passagem de Garotinho em 1998 (Célio de Castro e outros saíram do partido na época). Um partido-laranja e auxiliar do PSDB. Nada mais.

Márcio Lacerda (PSB), candidato da dupla Aécio-Pimentel, não sabe diferenciar Venda Nova de Barreiro. Nessa semana, em comício em Belo Horizonte, chamou a região Nordeste de região Noroeste. É um candidato que não passa de um pau-mandado do governador mineiro, que não tem a menor idéia dos problemas que a população do município enfrenta. E mesmo assim se julga melhor preparado para ser prefeito. Resta saber quais seriam os segmentos da população que se beneficiariam com sua eleição. Só falta voltar aos tempos do prefeito-contorno. Isso mesmo. Um prefeito que não consegue ver além dos limites que cercam a Avenida Contorno.

A batalha será dura. É o candidato mais rico, com uma aliança política que reúne o maior número de partidos. Ademais, é a candidatura com maior previsão de gastos de campanha. Por fim, o candidato Márcio Lacerda (PSB) terá 12 minutos no horário gratuito, contra apenas 2 minutos de Jô Moraes (PC do B). A vitória de Jô Moraes é uma oportunidade para a população de Belo Horizonte mostrar que o cacifismo político não pode vencer a democracia.
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