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Obomba, o imperador dos EUA

Por Beto Almeida, no jornal Brasil de Fato:

A eleição de Barack Obomba, pelo voto indireto, em campanha eleitoral que, dos seis candidatos presidenciais existentes, só dois eram notícia - nos EUA , candidatos só aparecem na TV se pagarem fortunas, lá não existe horário eleitoral obrigatório como aqui - foi apresentada ao mundo, pela mídia comercial, como a expressão mais elevada da democracia mundial. Como crer nisto já que tratou- se de uma campanha eleitoral em que sobraram ameaças à soberania de outros países? Os dois candidatos, Obama e Romney, divergiram em muitas coisas, mas não sobre a manutenção dos planos de intervencionismo e do expansionismo militar imperialista contra a humanidade. Chávez recomenda a Obama que concentre-se em resolver seus problemas internos.

Embora Obama tenha obtido o apoio das comunidades negras, latinas e alternativas em geral, tal como na primeira eleição, não há nenhuma garantia de que vá cumprir qualquer uma das reivindicações programáticas por elas levantadas. Evidentemente, Romney ameaçava com medidas excepcionalmente fascistas, muito embora não tenha conseguido convencer sequer aos setores mais conservadores dos Republicanos, que querem guerra nuclear já, acerca de sua capacidade de implementá-las.

O cenário que surge com a reeleição de Obomba não aponta para a solução dos conflitos mundiais pela via pacífica. Ele já demonstrou incapacidade de resolver os problemas econômicos internos, optando pela priorização dos investimentos bélicos e a emissão de dólar sem lastro e pelo tsunami monetário que arrasa com economia das periferias, entre elas dos países emergentes. Isso é democrático? E não há nenhum sinal de que deixará de seguir a escalada de guerras e agressões, antes contra a Líbia, agora contra a Síria, as sanções ilegais contra o Irã, o bloqueio contra Cuba, a implantação de dispositivos militares no Afeganistão, no Iraque, na Polônia, a ocupação militar do mar da China.

Ou seja, não foi uma eleição para celebrar a democracia, mas para referendar as novas táticas intervencionistas do imperialismo. E nisso, venceu o imperador Obomba. O mundo continua inseguro e perigoso para a paz!
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O general da CIA e os podres poderes

Por Eliakim Araujo, no sítio Direto da Redação:

Urinar em corpos de afegãos mortos, matar inocentes aldeões daquele país pelo simples prazer de matar, metralhar do helicóptero um grupo de civis iraquianos desarmados, incluindo dois jornalistas, violentar soldadas, torturar presos... esses são os pecados cometidos pelos militares norte-americanos em suas aventuras pelo mundo. Mas tudo isso virou café pequeno perto do baita escândalo envolvendo, por enquanto, dois generais quatro estrelas dos Estados Unidos e duas fogosas mulheres, ambas ligadas à comunidade de informações.

Se deprimente por um lado, a trama é fantástica do ponto de vista jornalístico, porque envolve traição, sexo e espionagem, com poderosos personagens do militarismo americano . O mais respeitado general quatro estrelas dos Estados Unidos, ex-comandante das tropas no Iraque e no Afeganistão, em seguida, diretor-geral da CIA, caiu em tentação e sua brilhante carreira militar desmoronou como um castelo de cartas.

Casado há 37 anos, o herói fardado David Petraeus (60 anos), não resistiu aos encantos de uma mulher, Paula Broadwell (foto), casada, 40 anos e mãe de dois filhos, que durante seis anos esteve muito próxima dele, enquanto escrevia sua biografia.

Da intimidade entre personagem e biógrafa surgiu o romance inimaginável em se tratando de Petraeus, tão respeitado por sua seriedade e competência em assuntos de guerra, que chegou a ser cogitado levemente, lá atrás, para a presidência dos EUA.

Mas o romance entre o general e sua biógrafa teria ficado entre as quatro paredes do quarto em que se encontravam, nos EUA ou no Afeganistão, não fosse a aproximação de uma outra mulher, Jill Kelley, de 37 anos.

Aparentemente, Petraeus e Kelley, também casada, não tiveram um relacionamento íntimo, seriam amigos do tempo em que trabalharam juntos em um comando militar em Tampa, Flórida.

Mas, por algum motivo, Paula passou a ver em Kelley uma possível rival no coração do general. E tratou de afastá-la, mas o fez de maneira errada, através de emails ameaçadores, do tipo “afaste-se dele”, “ele é meu”. Kelley foi ao FBI e disse que alguém a estava ameaçando.

Daí em diante foi nitroglicerina pura. Os investigadores chegaram aos emails de Paula e, em seguida, aos de Petraeus. O FBI encostou o general na parede e avisou: é melhor você tomar a inicativa de se demitir, porque a bomba vai estourar na sua mão.

E lá se foi o pequeno Petraeus – repararam como é baixinho e magrinho – para o cadafalso. Confessou seu pecado e pediu desculpas pela traição “à família e ao cargo de confiança na CIA”.

Quando se pensava que o episódio estava, até certo ponto, controlado, eis que o FBI faz nova descoberta. Desta vez envolvendo outro general quatro estrelas, John Allen, comandante geral das tropas aliadas no Afeganistão, que substituiu Petraeus quando este se aposentou no ano passado e assumiu a chefia da CIA.

Allen, este sim, seria amigo íntimo de Jill Kelley. O FBI interceptou centenas de emails trocados entre os dois, por enquanto taxados apenas de “correspondência imprópria”. O FBI faz questão de afirmar que não há nenhuma acusação formal contra o general Allen, mas deixou escapar que há entre 20 mil e 30 mil páginas de documentos relacionados a emails trocados entre os dois. A Casa Branca desmente, mas Allen pode ser o proximo a cair.

O glorioso exército de Tio Sam, como visto nas produções hollywoodianas, está caindo de podre em seu comando e no comportamento de muitos de seus soldados que matam e morrem em guerras das quais nem sabem os motivos.

E pensar que, durante décadas, o falso moralismo dos militares impediu os homossexuais de entrarem nas forças armadas. Só eram aceitos se mantivessem segredo sobre sua orientação sexual, porque os generais achavam que seria uma suprema vergonha para a hierarquia militar, um soldado ser comandado por um homossexual.
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A reeleição de Obama e o Brasil

Por Frei Betto, no sítio da Adital:

A reeleição de Obama, que contou com a torcida discreta da presidente Dilma, é um alívio para o Brasil e a América Latina. Mitt Romney (que, na intimidade, chamo de Mitt "Money”) representaria a volta das políticas elitistas e intervencionistas de Reagan e George W. Bush. E, com certeza, uma forte política econômica protecionista, que afetaria as exportações brasileiras aos EUA.

Obama mereceu o apoio de 70% dos eleitores de origem hispânica. É verdade que, em seu primeiro mandato, deixou de cumprir muitas promessas que fizera na campanha anterior, como o fechamento do cárcere de supostos terroristas, na base naval de Guantánamo, em Cuba.

Porém, adotou uma política imigratória menos hostil a estrangeiros indocumentados que se encontram em território americano. Mesmo porque muitos estão de volta a seus países de origem, devido à crise financeira iniciada em 2008 e a queda da oferta de postos de trabalho nos EUA. Hoje, 7,9% da população laboral estadunidense se encontram sem emprego.

Os EUA necessitam de mão de obra barata no setor de serviços. Onde buscá-la fora da América Latina?

O democrata Obama, ao contrário do republicano George W. Bush, nunca foi muito próximo do presidente Lula, apesar de considerá-lo "o cara”. Aliás, desde o fim do mandato Reagan, a Casa Branca não se mostra muito preocupada com a América Latina. O país que lhe dá mais dor de cabeça é a Venezuela de Chávez.

Lula teve de acalmar os ânimos bélicos de George W. Bush para evitar uma intervenção no país vizinho. Embora muitos não simpatizem com Chávez, o fato é que ele resulta do jogo democrático, e a maioria pobre da Venezuela o apoia. Os EUA são obrigados a suportá-lo também por razões geoeconômicas: a Venezuela é o segundo maior exportador de petróleo para a pátria de Tio Sam. Devido à proximidade geográfica, o produto chega ali bem mais barato do que os barris comprados da distante Arábia Saudita.

O que interessa ao Brasil, no que se refere aos EUA, são as relações comerciais. De janeiro a setembro deste ano, as exportações do nosso país aos EUA somaram US$ 20,6 bilhões. E as importações dos produtos americanos pelo Brasil, US$ 24 bilhões.

A eleição não mudou a composição do Congresso americano. Os republicanos continuarão a ter maioria na Câmara e os democratas no Senado. E é o Congresso que monitora as relações de comércio exterior.

Há muitos interesses brasileiros em jogo quando se trata dos EUA. A Força Aérea daquele país recentemente cancelou a compra de 20 aviões Super Tucano, fabricados pela Embraer, devido às pressões da americana Hawker Beechcraft. Porém, nova licitação está prevista e a encomenda pode ser refeita. E a Boeing está interessada em vender caças ao nosso país.

Cerca de 10% das exportações brasileiras aos EUA são beneficiadas pelo Sistema Geral de Preferências (SGP), que estabelece tarifa zero a nossos produtos que chegam àquele país. Prevê-se uma revisão do SGP e o Brasil está ameaçado de exclusão.

No próximo ano deve ser votada a "Farm Bill”, que inclui subsídios ao algodão produzido nos EUA. O Brasil é contra e, em recente tentativa dos americanos, se queixou junto à OMC (Organização Mundial do Comercio) e ganhou a causa. Hoje, os EUA pagam compensação ao Brasil e querem, o quanto antes, suspender esse pagamento.

Já expirou a sobretaxa do nosso etanol exportado para os EUA, encarecido ainda mais pelos subsídios ao etanol produzido naquele país. Devido à crise econômica, nada indica que a sobretaxa voltará a vigorar. Porém, a bancada agrícola no Congresso estadunidense pressiona a favor de medidas protecionistas. Obama, até agora, tem se mostrado aberto no que concerne à cooperação bilateral em matéria de energia.

Tanto o empresariado brasileiro quanto o americano reivindicam o fim da bitributação. Impostos pagos em um país não deveriam ser novamente cobrados em outro. Aprovar tal medida ainda depende da criação de um sistema eficiente de intercâmbio de informações tributárias. Tal projeto está paralisado no Senado brasileiro.

Até 31 de dezembro deste ano, 1,8 milhão de turistas brasileiros terão viajado aos EUA. Obama já acenou com a possibilidade de suprimir a exigência de visto de entrada, mas isso ainda depende de modificações na legislação vigente. Há seis projetos no Congresso americano propondo o fim do visto ou facilitação no intercâmbio turístico.

Dilma e Obama coincidem em posições importantes no cenário internacional. Os dois criticaram os governos da União Europeia dispostos a enfrentar a crise econômica com o amargo e impopular purgante da austeridade fiscal e do desemprego. Dilma e Obama apelaram à Alemanha para adotar medidas de estímulo ao crescimento da economia mundial.

Um ponto de divergência entre Dilma e Obama são as relações com Cuba. O Brasil defende o fim do bloqueio imposto pela Casa Branca e a autodeterminação da ilha do Caribe. Obama mantém o bloqueio, embora adote uma política menos agressiva em relação a Cuba do que seus antecessores.

Agora, com as novas leis migratórias que liberam viagens de cubanos ao exterior, os EUA se deparam com uma batata quente: um fluxo significativo de migrantes cubanos que, graças à lei de Reagan, serão considerados cidadãos estadunidenses pelo simples fato de pôr os pés naquele país.

O Brasil mantém plenas relações com Cuba e os EUA. Contudo, o orçamento dos EUA para 2013, a ser votado, propõe endurecer o tratamento a empresas que se relacionem com países considerados inimigos de Tio Sam, como são os casos de Cuba e Irã. Uma lei semelhante já adotada na Flórida prejudicou a Odebrecht, empenhada na construção do novo porto de Cuba, em Mariel, próximo a Havana.

Há tempos o Brasil pleiteia por vaga no Conselho de Segurança da ONU e pela ampliação do número de vagas permanentes. Para atingir tal objetivo, nosso país precisa do apoio de pelo menos cinco países membros (são 15 países membros, dos quais 5 permanentes – EUA, Reino Unido, França, Rússia e China). O Brasil conta com o apoio da Casa Branca, mas até agora Obama desconversa...

Frente à crise econômica que afeta o hemisfério Norte, o Brasil se acautela, pois sabe que poderá ser duramente afetado caso os EUA e a China reduzam as importações de nossos produtos. O melhor, agora, é torcer para que Obama possa, efetivamente, melhorar as relações com o nosso país e a América Latina.
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A estranha queda do general da CIA

Por Antonio Pimenta, no jornal Hora do Povo:

David Petraeus, o general das escaladas no Iraque e no Afeganistão, e “teórico” da contrainsurgência, o militar mais paparicado pela mídia belicista dos EUA, e operador dos ataques com drones, foi sacado da direção da CIA após o FBI grampear seu computador – e o da sua amante – e se tornar público o affair, depois de meses de investigações sigilosas e do encobrimento da questão na véspera da eleição de 6 de novembro.

O episódio é revelador do profundo farisaísmo que impera em Washington: um criminoso de guerra do seu naipe, sacado, não por causa dos massacres que cometeu e dos milhares de civis que assassinou, mas de uma aventura extraconjugal, que serviu de pretexto para sua eliminação do cenário político dos EUA. Logo ele, que tinha sido considerado pela revista “Time” como “a personalidade do ano” em 2007, cantado como “gênio militar” e era visto até como “presidenciável”. Jornalões e tevês dos EUA choraram pelo decaído e lamentaram profundamente sua “tragédia pessoal”.

Formalmente, após ser informado do grampo e das investigações, Petraeus apresentou a sua renúncia a Obama, que pediu 24 horas para “analisar” e no dia seguinte confirmou a demissão. A amante é uma major que cursou West Point, e autora de uma biografia apologética do militar, “All In: the education of general David Petraeus”, inicialmente uma dissertação de doutorado. Vinte anos mais nova, ela havia passado uma temporada no Afeganistão, quando Petraeus comandava as tropas no país invadido, para preparar o livro. “Embedded”, como se diz no jargão dos puxa-sacos dos militares norte-americanos.

Como o FBI não constatou qualquer violação de segurança, não era obrigatória a sua demissão por conta de uma aventura extraconjugal. Mas foi o que Obama fez, o que denota que, ou Petraeus cometeu algum erro grave, ou se colocou como obstáculo a alguma política do presidente. Assim, ao que tudo indica, estão em questão o episódio do ataque ao “consulado” de Benghazi em que foi morto o embaixador Chris Stevens e mais três; a maior operação atual da CIA no planeta, contra a Síria; e a ameaça de guerra ao Irã.

Na reta final da campanha presidencial que acabou reelegendo Obama, republicanos e a Fox News investiram acusando o presidente e a CIA de terem mentido sobre o ataque a Benghazi e, mais grave, de terem abandonado os funcionários dos EUA à própria sorte, negando uma operação de socorro na amplitude necessária. Estava marcado no Congresso depoimento de Petraeus para esta quinta-feira (15).

Analistas denunciaram que o que havia em Benghazi era uma operação de recrutamento de mercenários (“jihadistas”) para as fileiras de mercenários na Síria. Na sua campanha eleitoral, Obama se vangloriou de que “a Líbia foi liberada”, exibindo a imagem de aviões de guerra dos EUA, mas a realidade é que o golpe sofrido em Benghazi em setembro não pode ser oculto e os autores do ataque saíram vitoriosos. Se Petraeus comandou o socorro aos seus homens em Benghazi – e deveria – foi um desastre completo.

Os jornais norte-americanos dão conta da frenética atividade de Petraeus para a intervenção na Síria, no momento a maior operação da CIA no mundo, uma guerra civil por procuração, com bandos de mercenários armados pelos EUA e apoiados pela Turquia, Arábia Saudita e Qatar tentando derrubar o governo legítimo de Bashar Al Assad. Numa manifestação de que as coisas não estão saindo a contento, o Departamento de Estado acaba de desacreditar o até então privilegiado Conselho Nacional Sírio, e pressionou pela formação de uma outra coalizão de mercenários e subordinação do CNS. Teria Petraeus fracassado também ali, ele que já foi um fiasco no Iraque e no Afeganistão?

Afeganistão

Também está sobre a mesa, agora que se decidiu a eleição nos EUA, a questão do Irã, país contra o qual os EUA já movem uma impiedosa guerra econômica, com sanções de aleijar, ao mesmo tempo em que ameaçam com guerra aberta, caso o Irã não se dobre. Não está claro qual a atitude de Petraeus no assunto, mas no caso do Iraque e do Afeganistão ele foi a favor de fazer a guerra com aumento de tropas envolvidas.

Qual foi o fator que decidiu pela derrubada de Petraeus, não é possível apontar no momento, mas se colocando a oportunidade, foi devidamente aproveitada. O que não dá para acreditar é que e-mails da amante Paula Broadwell, para uma suposta rival, Jill Kelley, com títulos como “Larga o meu cara” e “Eu sei o que você fez” teriam o poder, mesmo no país dos grampos e da Lei (In)Patriótica, para levar a uma investigação, nada menos, do chefe da maior agência de espionagem do planeta. As duas são casadas.

A própria nomeação de Petraeus, tirando-o do círculo militar, onde reinava, para ser um estranho no ninho como diretor da CIA, ao mesmo tempo em que o então diretor Leon Panetta era nomeado para dirigir o Pentágono, vista a posteriori, mais parece uma derrubada “para o alto”. A mídia inflou Petraeus, para diminuir o peso da derrota dos EUA no Iraque e no Afeganistão. Mas seu antigo comandante no Estado Maior, o almirante William Falon, o considera “um pedaço de titica de galinha mal cheiroso”. 
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Obama: ruim, mas não o pior

Por Atilio Boron, no sítio do Correio da Cidadania:

Apenas metade da população maior de 18 anos (bem acima do recorde da eleição de John F. Kennedy, em 1960: 62,8%) foi às urnas na terça para votar e enfrentar um cruel dilema: eleger quem? Deixando de lado a retórica de ambos os candidatos e as inverossímeis promessas reiteradas por seus comandos de campanha, a eleição era entre o ‘ruim’ e o ‘pior ainda’.

O ‘ruim’ porque, como demonstram implacavelmente as estatísticas oficiais, a situação dos assalariados que constituem a vasta maioria da população dos Estados Unidos não só não melhoraram como, comparando com seus concidadãos mais ricos, pioraram sensivelmente.

Um exemplo dá e sobra: segundo o Escritório do Censo, em 2010 a renda média de uma família foi de 49.445 dólares, ou seja, 7,1% abaixo da cifra de 1999. E devido ao aprofundamento da crise econômica geral, nos dois anos posteriores essa tendência, longe de se reverter, se acentuou. Se essa família quisesse, tal como as gerações anteriores, enviar um de seus dois filhos para um curso superior, por exemplo, na Harvard Kennedy School, deveria enfrentar um custo total (matrícula mais o seguro médico, alojamento e alimentação) de 70.802 dólares anuais, o que explica o fenomenal endividamento da típica família estadunidense, e o fato de que fiquem cada vez menos estudantes nas universidades de elite do país.

Mas aquela média é enganosa, porque a típica família afroamericana tem, segundo o mesmo organismo oficial, uma renda média de 32.068 dólares, e os latinos de 37.595. Se uns e outros esperavam mais de um presidente afroamericano, suas esperanças se desvaneceram durante o primeiro mandato de Obama. Por isso dizemos que elegeram o ‘ruim’, que resgatou os bancos, fundos de investimento e grandes oligopólios – cujos CEOs seguiram ganhando dezenas de milhões de dólares por ano de salários, prêmios, compensações, bônus e outras quinquilharias do tipo – enquanto o salário por hora dos trabalhadores permanecia ajustado pela inflação, nos níveis de fins da década de 70.

Em termos práticos: mais de 30 anos sem um aumento efetivo de remuneração horária! Nem vamos falar de outras ações do insólito prêmio Nobel da Paz, tais como escalar até o inimaginável a política engendrada por Bush de assassinatos seletivos mediante a utilização de drones (em países com os quais os EUA sequer estão em guerra, como Paquistão, Palestina e Iêmen); o vil linchamento de Kadafi; o mafioso assassinato de Osama Bin Laden diante de sua família, ao estilo do massacre perpetrado por Al Capone e seus capangas na noite de Saint Valentine em 1929, em Chicago; a espionagem interna e externa sem freio e a interceptação de correios, mensagens de textos e telefonemas, sem nenhuma ordem judicial, tal como denunciado pela American Civil Liberties Union, entre outras maravilhas.

Mas se Obama era a má opção, Romney era pior ainda. O primeiro é um representante do capital, mas o segundo é o capital, e em suas versões mais degradas e facínoras. Seus vínculos com os fundos-abutres, entre eles um que acossa a Argentina, são bem conhecidos; seu absoluto desprezo pela sorte dos trabalhadores de seu país foi indissimulável. Fulminou com uma crítica racista e classista 47% da população, que “não pagam impostos” e acreditam que o governo deve oferecer saúde, educação, moradia e comida gratuitamente.

Esse comentário, tão absurdo quanto incorreto, empiricamente falando, foi agravado por Paulo Ryan, seu candidato a vice, imposto pelo Tea Party. Em seu delírio reacionário, Ryan chegou a dizer que a “rede de seguridade social” que existe nos EUA tinha se transformado em uma confortável cama, onde os pobres dormiam em plácida siesta, confiantes em que o Big Government venha satisfazer suas necessidades.

Como se tudo isso não fosse suficiente, Romney se encarregou de dizer que reduziria ainda mais os impostos dos mais ricos (apesar de vários deles, como o multimilionário Warren Buffet, confessarem ser ridículo e imoral pagar, proporcionalmente, menos impostos que seus empregados) e que apoiaria sem hesitar as forças de mercado, ao passo que fez reiteradas declarações que evidenciavam um transbordante belicismo no plano internacional.

A Rússia foi caracterizada como “inimigo número 1” dos Estados Unidos, insinuou que lançaria uma guerra comercial com a China (o que provocaria uma verdadeira débâcle em seu país) e ameaçava promover ações militares mais enérgicas contra o Irã, Síria, Cuba e Venezuela. Enfim, tudo que conforma um verdadeiro monstro político, diante do qual o reticente eleitorado estadunidense optou, a duras penas, pelo apenas ‘ruim’, convencido de que o outro representava o ‘pior ainda’ em sua forma quimicamente pura.
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A luta política e o caminho do meio

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Desmantelado por seu anacronismo, o Tea Party provavelmente se tornará mais uma seita norte-americana, como tantas outras há, com seus militantes cultivando nas sombras o ódio, e o adubando com as utopias satânicas. Como, nos Estados Unidos, os cavalos, não montados quando passam diante da porta, se perdem depois na indocilidade das pradarias desertas, Mitt Romney pode renunciar definitivamente à Casa Branca, da mesma forma que os ateus renunciam ao paraíso celestial. O momento, sendo de Obama, é o da busca do entendimento entre os democratas pragmáticos e os republicanos moderados. Esse bom senso, depois da vitória de Obama, é o do caminho do meio, sem os escolhos das beiradas.

Os fatos, sempre soberanos, ali mais do que em todos os outros lugares, estão demonstrando que o modelo social e econômico de nossa civilização entrou em estado de caquexia, por obra e graça da ganância. O dínamo do sistema financeiro, que é a estrutura bancária, sempre foi o da confiança, uma vez que a quase totalidade de suas operações recíprocas se fazem virtualmente, com a troca de mensagens, desde que os banqueiros, do início do mercantilismo inventaram as letras de câmbio.

No passado, a violação desse princípio deontológico e dessa confiança, por um banco ou outro, significava a punição dos infratores. Hoje, como sabemos, é todo o sistema que se abastardou. Basta, para confirmar essa erosão moral, o mercado de derivativos e a manipulação da taxa Libor pelo Barclays, com a cumplicidade de outras instituições do mesmo porte – sem falar nas arcas secretas dos paraísos fiscais. E há ainda a parceria comprovada de alguns dos maiores bancos do mundo com os narcotraficantes e outros bandidos do crime organizado, como os governantes corruptos. A globalização da economia significa a globalização do crime, mediante o sistema financeiro internacional.

Faz falta, no Brasil, uma prática anglonorteamericana, que é a do contato permanente entre o governo e a oposição fora do parlamento. É normal que o poder executivo, começando pelo Presidente, negocie sempre com os líderes adversários, em busca de um entendimento nos assuntos mais graves. A idéia de fundo é a de que o partido que governa e o partido que se opõe servem a uma instituição permanente, que é o Estado, da mesma forma que o Estado está a serviço da nação. Essa idéia, óbvia em si mesma, é esquecida sempre que o ódio, o preconceito de classe e o racismo se inserem na cultura da moda, inseminada pelos meios de comunicação.

A grande revolução norteamericana, depois da Independência, foi a do fim da segregação racial, que uniu negros e brancos nas grandes manifestações de massa, e deveu primeiro a Eisenhower e, depois, aos Kennedy, o estímulo à efetiva igualdade de direitos entre todos os cidadãos. Há que se lembrar a política de bem-estar social de Roosevelt, com seunew deal, o que levou a América a ter, em seu tempo, a mais extensa e favorecida classe média do mundo. Além do fim dessa classe média, a igualdade de oportunidades vem sendo negada, em alguns estados – tal como era negada antes aos negros – aos imigrantes dos países pobres. O projeto de Obama contempla uma legislação mais liberal nesse sentido – o que contribuirá para a paz interna.

Ao mesmo tempo, desatadas do controle político, a ciência e a sua fiel executora, a tecnologia, dominadas pelo capital, não aceitam quaisquer limites do bom senso, e fornecem ao alucinado sistema de produção industrial e de consumo todos os meios a fim de destruir a Terra, embora alguns pesquisadores sensatos indiquem também os caminhos de evitar esse destino. O problema é que a razão neoliberal do capitalismo faz e desfaz governos no mundo inteiro e neles controla os meios de comunicação. Essa insensatez, assustadora nos Estados Unidos, tem sido mais estimulada nos governos republicanos.

Um bom sinal, nos Estados Unidos, é o de que nos dois lados, tanto no Partido Republicano, como no Democrata, começa a surgir uma zona de entendimento, que pode ampliar-se, na aceitação de que reformas profundas são necessárias, a fim de impedir os desastres anunciados, na natureza e na sociedade humana.
Esta atitude moderada é uma lição para os brasileiros. Combatida por alguns, e mal conduzida por outros, há, na política brasileira, desde o império, a tendência à conciliação. Nada de mais natural: o objetivo da política é administrar os conflitos, e esses conflitos não se administram sem o diálogo. O espaço natural para esse entendimento é o do Parlamento, mas a deformação do processo eleitoral, com as idéias sendo substituídas por mesquinhas razões corporativas, tem reduzido a eficácia desse processo. Os líderes do governo e da oposição, escolhidos pelas bancadas, pouco se encontram e, quando se encontram, nem sempre estão imbuídos da busca do entendimento. Discutem problemas pontuais, sem ter a visão geral do país e do tempo.

Sem menosprezar a primazia do Parlamento, como o mais importante poder republicano, é conveniente que os chefes de governo tenham encontros regulares e diretos com os líderes da oposição parlamentar, para buscar o entendimento prévio, quando se trata de decisões sensíveis, como as dos royalties – para ficar no assunto do momento. Mas para essa tarefa não servem os raivosos radicais da minoria, como os que pretendem convulsionar ainda mais o processo político, ao denunciar Lula, com indícios imaginários, ao Procurador Geral da República.

Trata-se, no caso, de desembuçada tentativa de golpe, que – não se enganem – o povo brasileiro, nessa caminhada de reconstrução democrática da República, não irá tolerar.
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Obama e o Tea Party tupiniquim

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

"América — 4 de julho de 1776 a 6 de novembro de 2012. Causa da morte: suicídio.”

É este, acreditem, um trecho da mensagem decretando a morte dos Estados Unidos enviada a seus seguidores em Cincinnati por um grupo do Tea Party, movimento de extrema-direita criado no início do governo democrata, para combater as políticas sociais do agora presidente reeleito Barack Obama.

A ira desta ala mais radical dos conservadores republicanos ajuda a explicar a derrota de Mitt Romney nas urnas e dá uma ideia de como será a oposição a Obama no segundo mandato.

Por aqui, ninguém ainda chegou a esse ponto, após as três derrotas seguidas dos tucanos paulistas nas eleições presidenciais, mas são indisfarçáveis a tristeza e o inconformismo com a vitória de Obama demonstrados pelos representantes do Tea Party tupiniquim em seus blogs e colunas.

Ainda mal refeitos do baque com a mais recente derrota do tucano José Serra em São Paulo, os porta-vozes do Instituto Millenium, versão nativa do Tea Party, gastam suas últimas energias em busca de explicações para mais essa derrota eleitoral, depois de passar meses propagando o crescimento da candidatura de Mitt Romney.

Se você quiser saber quem vai ganhar as próximas eleições, em qualquer lugar do Brasil ou do mundo, é só ver quem eles estão apoiando. Vai ganhar o outro. A última vez que comemoraram uma vitória do "seu" candidato acho que foi na eleição do papa Bento 16.

A diferença entre o que aconteceu aqui e as reações nos Estados Unidos é que lá reconheceram logo os motivos do fracasso da candidatura republicana. Ao final de um breve discurso de cinco minutos aceitando a derrota, Mitt Romney retirou-se discretamente de cena, para não mais voltar.

No Brasil, como já aconteceu em outras ocasiões, José Serra saiu da campanha derrotada dizendo-se "revigorado" e não deu nenhum sinal de que pretende largar o osso. Seus seguidores também não. Ao contrário, mostram-se cada vez mais radicais, raivosos e intolerantes.

Nos Estados Unidos, os republicanos reconhecem que um dos principais motivos da derrota foi aquela fatídica declaração de Romney capturada no YouTube por um neto do ex-presidente Jimmy Carter: "47% dos americanos dependem do governo e se recusam a assumir responsabilidade sobre suas próprias vidas".

Pois eles assumiram a responsabilidade de votar em Obama e derrotar Mitt Romney.

Não haverá aí alguma semelhança com o que costumam dizer os seguidores mais fanáticos do nosso Tea Party sobre o Bolsa Família e o conjunto de programas sociais criados pelos governos Lula e Dilma?

Eles não esquecem e não perdoam Obama até hoje por ter chamado Lula de "o cara". Poderiam fazer um estágio com os republicanos para aprender com as derrotas a não repetir sempre os mesmos erros em vez de sair por aí gritando que ganharam as eleições.
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A derrota de Mitt Romney

Por Paulo Moreira Leite, na coluna Vamos combinar:

Menos relevante por suas realizações na Casa Branca, Barack Obama merece ser festejado pela capacidade de derrotar Mitt Romney.

Foi uma vitória apertada de verdade, por uma diferença de pouco mais de 1 milhão de votos, embora até folgada do ponto de vista de delegados no Colégio Eleitoral que têm a palavra final na escolha do Presidente dos Estados Unidos.

Numa situação carregada de muitos “poréns” e “mas”, cabe reconhecer que Obama fez menos do que o possível para vencer a quase estagnação econômica norte-americana.

A questão é que, num mundo já em dificuldade para sair da pior crise depois de 1929, a vitória de Romney seria um passo atrás.

Daria ânimo para as lideranças mais retrógradas do planeta.

Ajudaria Angela Merkel em sua política de universalizar o Estado mínimo pelo corte de gastos e planos sucessivos de austeridade.

Netanyahou teria suporte completo para iniciar a prometida guerra de lsrael contra o Irã no Oriente Médio.

Residência do maior mercado interno do mundo, um colapso dos EUA jogaria o planeta numa terceira recessão desde 2008. Ou já seria uma depressão? Não sei.

No plano interno, seria uma ofensiva contra o que ainda resta do Estado de Bem-Estar Social criado durante o New Deal. Limitado, com muitas restrições, até o rudimentar plano de saúde de Obama estaria em risco.

Com ideias de um reacionário de jardim zoológico, as propostas econômicas que sustentavam o candidato republicano e seu vice seriam o golpe de misericórdia numa perspectiva de dias melhores no futuro. Não por acaso, foram tratadas com folclore – ainda que perigoso — por analistas como Martin Wolff, editor do Financial Times, que é conservador mas não irresponsável.

Reaganista nostálgico, Romney pretendia cortar benefícios sociais dos pobres e assegurar privilégios aos mais ricos em nome do mercado e da preservação da liberdade individual.

Sim: em sua visão de mundo, a cobrança de impostos é sempre uma forma de opressão. Jamais pode cumprir uma função de redistribuição de renda nem de estimular a criação de empregos e o crescimento. Já receber o salário mais baixo que o mercado pode oferecer é uma forma de liberdade, fruto de escolhas individuais — como não ter estudado na hora certa – ou ter pais que não tiveram “competência pessoal” para deixar uma boa herança para os filhos. Em qualquer caso, o Estado não deve envolver-se nisso.

Neste universo, a população pobre precisa de estímulos para trabalhar e produzir, sem preocupar-se com mordomias como jornada de trabalho, seguro de saúde, garantia de emprego. Como observou o historiador Tony Judt, referindo-se aos pensadores do capitalismo primitivo, quanto mais desesperada a pessoa estiver, mais produtiva ela será — e isso era ótimo, eles diziam. Continua ótimo, dizem os fanáticos do mercado, hoje.

A derrota de Romney foi sim a derrota de ideias conservadoras que não ousam se apresentar às claras. Não foi uma simples opção entre campanhas de publicidade e jogadas de marketing, ainda que cada concorrente tenha levantado perto de US$ 1 bilhão em suas campanhas, o que é um assombro.

O conservadorismo republicano atingiu um padrão tão descarado que estimulou uma divisão nítida entre classes sociais no país.

O New York Times observa que, na eleição, os mais ricos ficaram com Romney e os mais pobres com Obama.

O candidato democrata conseguiu vitórias importantes em estados onde sua política de estímulos e subsídios a preservação e reconstrução de empregos trouxe resultados práticos. A vantagem obtida em Ohio, sempre um local que simboliza os ventos de uma vitória nos EUA, teve relação direta com a defesa dos trabalhadores.

Embora Romney tivesse tentado culpar Obama pela tragédia econômica do país, o eleitor mostrou-se capaz de sutilezas analíticas – diz o jornal – e deixou claro que não esqueceu quem é responsável pela crise.

Pesquisas divulgadas pelo NYT mostram que o cidadão americano apoia medidas que abrem caminho para Obama fazer mais do que realizou até agora. Altar sagrado dos fanáticos do mercado, o déficit público é prioridade para 1 em 10 eleitores, apenas. Para surpresa da turma do impostômetro, 60% são favoráveis ao aumento de impostos – seja para os mais ricos, seja para todos.

Não chega a ser surpresa, num país onde Warren Buffet, bilionário e ídolo nacional, reclama que paga menos imposto do que sua secretaria.

A dúvida é saber até onde Obama pode ir em seu segundo mandato.
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O resultado das eleições nos EUA

Por Fillipe Mauro, no sítio Opera Mundi:

Na madrugada desta quarta-feira (07/11), o democrata Barack Obama não apenas foi reeleito presidente dos Estados Unidos com a maioria popular do país como também recebeu a notícia de que governará com apoio majoritário do Senado.

Embora na Câmara dos Representantes (instância legislativa equivalente à Câmara dos Deputados brasileira) republicanos tenham conquistado mais de 50% dos assentos, no Senado a conjuntura se inverte e democratas surgem como donos de 51 das 100 vagas da casa.

Republicanos elegeram 45 senadores e outros dois assentos foram preenchidos por candidatos independentes, isto é, desvinculados das siglas com representação institucional no país. Ainda estão em aberto as duas vagas pertencentes à Flórida, estado onde foi registrado o confronto mais acirrado das eleições.

O sistema eleitoral norte-americano é classificado como “colegiado indireto”, o que permite que um presidente seja eleito com a maioria dos delegados de cada estado, mas não com os votos da maior parte da população. Faltando apenas a conclusão da apuração na Flórida, democratas vivenciam o cenário ideal para o segundo mandato de Obama, isto é, uma vitória com a maioria de delegados e de eleitores.

Recuo democrata

Quando o critério é o número de Estados para cada candidato, o democrata também é líder. Foram 26 as unidades federativas que declararam voto a Obama, contra 24 a Mitt Romney. O dividido Estado da Flórida ainda não manifestou seus 29 votos, mas há leve tendência democrata.

No entanto, a larga maioria dos Estados democratas desta eleição, Obama não conseguiu manter o mesmo número de eleitores que conquistou em 2008. Apenas em Nova Jersey e Rhode Island o presidente reeleito teve mais votos que há quatro anos. Nos outros 24, ele perde parte de seu eleitorado.

Nesta eleição, Obama não conquistou nenhum Estado que em 2008 tenha votado pelo republicano John McCain. Por sua vez, Indiana e Carolina do Norte, que há quatro anos votaram pelos democratas, desta vez preferiram os republicanos.

Para os próximos quatro anos de governo, o presidente se beneficiará de um sentimento mais forte de legitimidade e deve sofrer, portanto, pressões menores por uma reforma do sistema eleitoral norte-americano. A maioria no Senado não garante que ele encontre maior facilidade para a aprovação de novos projetos de lei, dado que na câmara a presença republicana é bem superior à democrata. No entanto, é quase certo um aumento de seu poder de barganha política dentro do Legislativo.
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Obama, Romney e a democracia dos ricos

Por Altamiro Borges

A mídia colonizada está em festa! Ela montou um verdadeiro circo, com dezenas de correspondentes, para cobrir a eleição presidencial nos Estados Unidos. A toda hora os servis “calunistas” repetem que os EUA são “um exemplo de democracia no mundo”. Poucas são as críticas ao processo indireto de escolha do presidente, ao bipartidarismo totalitário do império ou às fortunas gastas na campanha eleitoral mais cara do planeta. A mídia nativa, que hostilizou os protestos do “Ocupe Wall Street”, ama a “democracia ianque”!

O escritor Marc Vandepitte, em artigo publicado no sítio espanhol Rebelión, ajuda a desmascarar esta farsa. Ele comprova que o que há nos EUA é uma “democracia” dos ricos e para os ricos. “Estas eleições batem todos os recordes de gastos em publicidade. Os dois candidatos juntos gastaram em suas campanhas cerca de US$ 5 bilhões, dos quais mais da metade em anúncios televisivos. Com esta soma daria para garantir água potável para todos os habitantes do planeta e instalações sanitários para 900 milhões de pessoas”.

O grosso desta fortuna foi doado pelas poderosas corporações empresariais e pelos maiores ricaços do país, que mandam, de fato, no país. Eles bancam a eleição do presidente da República, dos senadores e dos deputados. Vandepitte lembra que apenas 26 bilionários doaram neste ano US$ 61 milhões para os dois presidenciáveis. “Estas pessoas possuem o equivalente a 50 milhões de habitantes mais pobres dos EUA”. Elas montam grupos de pressão, os famosos lobbies, para definir os rumos políticos e econômicos do país.

“Metade dos senadores e 42% dos membros da Casa de Representantes pertencem a estes grupos de pressão”. Nesta democracia de fachada, os candidatos são joguetes. Eles têm pouca ou nenhuma autonomia para definir as políticas. O “democrata” Barack Obama, que gerou tantas esperanças, acabou frustrando a sociedade pela sua total falta de ousadia. Já o “republicano” Mitt Romney é a expressão acabada destas elites rentistas. Nas eleições de hoje, os estadunidenses optarão entre o ruim e o pior. Triste democracia!
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Visa e MasterCard como instrumentos da violência dos EUA

Agora sabemos que Visa, MasterCard, PayPal e outros são instrumentos da política externa dos EUA. Peço ao mundo que proteja meu trabalho e meu pessoal desses ataques ilegais e imorais.
-- Julian Assange, em declaração por escrito entregue à rede Network Seven, da Austrália, pela sua mãe; via Guardian
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