Para a 'Conspiradora Corrupta': a presidenta Dilma Rousseff será reeleita.

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  • quarta-feira, 18 de dezembro de 2013
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  • Dilma diz que no momento não está preocupada com eleições

    • Presidente ironizou proposta do PSDB sobre ‘estatização da Petrobras’ e defendeu que governo deve ser otimista
    Luiza Damé 
    Catarina Alencastro 
     A presidente Dilma Rousseff participa do café da manhã com jornalistas do Palácio do Planalto Foto: Jorge William / Agência O Globo
    A presidente Dilma Rousseff participa do café da manhã com jornalistas do Palácio do Planalto Jorge William / Agência O Globo
    BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff tratou com ironia, nesta quarta-feira, a proposta de setores do PSDB que defendem a “estatização da Petrobras”, mas disse que não está preocupada com eleições neste momento. Dilma recebeu os jornalistas que acompanham a rotina do Palácio do Planalto para um café da manhã e respondeu a perguntas sobre economia, eleições, reforma ministerial e relação com o Congresso.
    Também em tom de ironia, os tucanos – incluindo o senador Aécio Neves (PSDB-MG), pré-candidato a presidente em 2014 – dizem que a Petrobras foi privatizada pelo PT e pedem que a empresa volte a ser do Estado brasileiro. Em evento de lançamento das diretrizes do programa de governo do PSDB nesta terça-feira, Aécio fez um contraponto à gestão petista. O tucano criticou o suposto aparelhamento do Estado brasileiro, o “governismo de cooptação”, e afirmou que o PSDB é o verdadeiro partido da mudança.
    - Na minha agenda, ainda não cheguei neste momento, que é o momento eleitoral. Estou aquém dele. Não vou me manifestar - disse Dilma.
    A presidente falou por quase uma hora e meia com jornalistas, durante o tradicional café da manhã de fim de ano que faz com os profissionais que a acompanham diariamente no Palácio do Planalto. Ela estava bem-humorada, fez citações, disse que é do tempo do gênero literário Realismo Fantástico e falou que é inadmissível que um governo seja pessimista. Citou os principais programas de seu governo, mas disse que, como mãe, gosta de todos os filhos igualmente.
    Ela também destacou que é preciso ser otimista e que essa visão é a dos investidores internacionais, que estão trazendo recursos ao país.
    - É imperdoável um governo pessimista. Só os que estão em guerra são pessimistas, mas ainda assim eu prefiro a linha Churchil: sangue suor e lágrimas, vamos derrotar - disse. - Como se olha o Brasil hoje? Há uma tendência de olhar o copo meio vazio. Isso é complicado, porque uma parte da economia é expectativa. Se você instila desconfiança, isso é muito ruim - continuou.
    Ela refutou críticas sobre o leilão de exploração do petróleo do Campo de Libra, dizendo que foi o maior da área neste século; elogiou as concessões e disse que leva um tempo mesmo para que o governo aprenda o modelo, mas que já descobriu o caminho das rodovias.
    Dilma disse ainda que começará a fazer a reforma ministerial em meados de janeiro e a concluirá no Carnaval, no início de março. A presidente afirmou que ainda não decidiu os nomes que substituirão seus auxiliares que terão de deixar o governo para se candidatar nas eleições de outubro de 2014, mas que tem uma certeza: a de que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, fica onde está.
    Leia a seguir trechos da entrevista:
    Metas fiscais: O Brasil tem tido um excelente desempenho do superávit. No que se refere ao G-20, somente seis economias fazem superávit e nós estamos entre as melhores, em quarto ou quinto. Temos de valorizar isso. Temos uma economia com preocupação fiscal forte. As contas brasileiras são robustas. Agora é o momento de discutir as metas para 2014, fechar as variáveis de inflação, de superávit. É muito importante que o Brasil faça superávit. Nós somos uma economia que tem preocupação fiscal forte, isso se traduz no esforço do governo federal. Mostra que as contas brasileiras são robustas. Teremos boas notícias sobre investimentos externos. Estamos numa situação muito melhor do que muita gente esperava. Chegaram a dizer que era preciso juntar dólares, que ia ser uma catástrofe. A inflação, ao que tudo indica, vai fechar comportada. Mas é importante dizer que não controlamos entes federados.
    Crise econômica: O Brasil mostrou bastante força com o agravamento da crise. A recuperação da economia americana é boa para nós e para o mundo. A gente tem que torcer para que a economia americana melhore e não piore. Estou torcendo para a economia americana crescer, para a Europa se recuperar e para a China crescer. Isso vai criar uma situação melhor para nós.
    Intervenção na economia: Sempre há espaço para melhorar e aprimorar. Quanto mais garantir um quadro que as pessoas se sintam mais livres para investir, melhor. Não fizemos uma intervenção do porte de US$ 85 bilhões (ação do Banco Central dos Estados Unidos na economia), até porque não temos R$ 85 bilhões para jogar no mercado. Diante de uma crise, os governos são levados a agir de forma que não agem em situações normais. Tivemos medidas anticíclicas pontuais. No início das desonerações, as empresas estavam temerosas. E aí todos os setores queriam. A desoneração da folha é uma medida que tende a ser permanente.
    Orçamento: É muito importante o Congresso aprovar o Orçamento, mostra um Congresso funcionando. Para o Brasil, é muito bom. Aprovar permite que comecemos 2014 de uma forma muito organizada. Temos tido com o Congresso uma relação muito construtiva, produtiva. Não tivemos (derrubada de) veto. Aprovamos medida provisória dos portos, o programa Mais Médicos, os royalties e o óleo excedente para educação e saúde. Vivemos numa democracia, a atuação do Executivo, Legislativo e Judiciário tem que ter equilíbrio. Não tem uma relação hierárquica. O Congresso deu grandes contribuições. Estamos fazendo (com o Congresso) uma relação com outro padrão de qualidade. O Orçamento Impositivo é um avanço, destinando 50% das emendas impositivas para a Educação. Quer dizer, saúde. Estou ficando fissurada pela questão da educação.
    Responsabilidade fiscal: O compromisso dos líderes com a responsabilidade fiscal mostra uma grande maturidade. Não faremos gastos nesse período. Não vamos ampliar despesas não previstas e nem reduzir receitas fazendo benesses.
    PIB de 2014: Não faço previsões do PIB e acho que vocês não deveriam fazer também porque vocês erram. Eu caí nessa. Li no "Valor" análises de duas consultorias de revisão do PIB para 1,5% (de 2012). Temos condições de dizer que o PIB deve ficar entre 2% e 2 e pouco (este ano). Nós nos saímos até bem, mas em 2013 teremos um desempenho melhor. Não vou dizer o PIB porque se eu errar 0,2 na casa decimal, eu pago um pato louco.
    Concessões: Estamos conseguindo fazer as concessões que prometemos - aeroportos, rodovias, ferrovias, portos. No caso dos aeroportos, a Secretaria de Aviação Civil contratou o Banco do Brasil para fazer consultoria de todos os pequenos aeroportos regionais. Esses não são rentáveis. Estamos pensando em construir uma Infraero serviços e fazer parceria para administrar os aeroportos públicos. Temos aeroportos públicos, como o de Porto Alegre, o terceiro de São Paulo. Vamos autorizar o terceiro, mas não sabemos quando. Rodovias, estamos até hoje tentando arrumar aquela federalização. Acho que acertamos o caminho das rodovias. Os investimentos, desconfio que não era para fazer, era para fechar caixa.
    Otimismo x pessimismo: É imperdoável um governo pessimista. Só os que estão em guerra são pessimistas, mas ainda assim eu prefiro a linha Churchil: sangue suor e lágrimas, vamos derrotar. No primeiro ano (de governo), não foi só nós que erramos. O Brasil teve até novembro, US$ 57,5 bilhões de investimentos externos. É algo bastante significativo, Ninguém coloca US$ 57 bilhões onde acha que a situação é mito crítica. Como se olha o Brasil hoje? Há uma tendência de olhar o copo meio vazio. Isso é complicado, porque uma parte da economia é expectativa. Se você instila desconfiança, isso é muito ruim.
    Leilão de Libra: Fiquei os cinco dias do leilão pensando em que mundo vivemos eu e a imprensa. Diziam que seria uma catástrofe. Vieram duas empresas chinesas, juntou empresas fortíssimas. Isso mostra uma visão bastante equivocada da realidade. Existe uma extrema vontade de distorcer os fatos, de se autoenganar sobre o que é esse leilão. Porque é um alto negócio. O leilão de Libra é o maior leilão na área de petróleo neste século.
    PSDB x Petrobras: Fico surpresa! Ah, vão? É sério? A Petrobrax? Vai voltar a ser Petrobras? Não vou nem comentar. Esse papo de falar que vamos restatizar a Petrobras não é sério. O governo é o controlador da Petrobras. Faça o que fizer, estamos nos conselhos.
    Preço da gasolina: De fato eu sou contra indexação. A economia tem muitos problemas. Nós superamos vários deles herdados do passado. Tem um que temos sempre que olhar e cuidar: a indexação, é algo extremamente perigoso. A indexação talvez seja a memória mais forte da época inflacionária. Indexar a economia brasileira a qualquer câmbio externo é uma temeridade.
    Edward Snowden: Não acho que o governo brasileiro deva se manifestar sobre algo que um indivíduo não deixou claro para nós. A nós não foi encaminhado nada, não me pediram nada. Me dou o direito de não me manifestar sobre algo que não recebi. Não vou interpretar uma carta.
    Marca do governo: Pergunta difícil. Governo é como família, você gosta de mais de um. Você gosta de forma diferente, mas gosta de todos. Alguns programas são muito importantes. Tenho uma fixação pela educação, mas não posso deixar de dizer que tenho orgulho de termos sido capazes de focar na política de superação da pobreza. Considero importante o Mais Médicos. Se vai levar oito anos para formar um médico, temos que tomar providências para formar mais médicos, interiorizar os cursos, mas a população não pode esperar. Mudando de saco pra mala, tenho orgulho de termos feito o marco regulatório dos portos e as concessões. Gosto do Viver sem Limites. A deficiência era um Garabombo invisível, do realismo mágico. Gente, eu sou velha, sou do tempo do realismo mágico. Gosto da Casa das Mulheres e de todos os programas de cota porque vivemos a escravidão e o racismo se perpetuou. Quando tiramos 40 milhões de pessoas da pobreza, você pode saber que parte significativa, senão a maioria é negra.

    Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/dilma-diz-que-no-momento-nao-esta-preocupada-com-eleicoes-11102979#ixzz2nrKYpT4z
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