Shopping, hospital e grandes construtoras estão em 'lista da propina' do ISS
ROGÉRIO PAGNAN
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DE SÃO PAULO
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DE SÃO PAULO
No total são 410 nomes de empreendimentos suspeitos de terem pago propina para a redução ilegal do valor devido à Prefeitura de São Paulo, segundo o documento em poder da Controladoria Geral do Município e do Ministério Público estadual.
Essa relação foi encontrada em um dos computadores apreendidos com o auditor fiscal Luís Alexandre Cardoso de Magalhães.
A Folha teve acesso a essa lista, que aponta que o grupo arrecadou R$ 29 milhões em propina entre junho de 2010 e outubro de 2011, durante a gestão Gilberto Kassab (PSD).
A confirmação de que houve pagamento de propina, porém, ainda necessita de mais investigações.
Segundo o Ministério Público, os empreendimentos listados teriam que ter pago em torno de R$ 61,3 milhões em impostos. Porém, a planilha indica que só foram pagos R$ 2,5 milhões de ISS.
Os investigadores já descobriram que os registros de recolhimento do ISS batem com os dados da prefeitura. O documento descreve o nome de cada um dos empreendimentos e o endereço dos imóveis.
O Ministério Público já afirmou que a máfia do ISS pode ter começado a operar em São Paulo em 2005, durante gestão José Serra (PSDB).
O prefeito Fernando Haddad (PT) informou que vai rever todos os processos que passaram pelas mãos dos fiscais suspeitos de receber propina para reduzir o ISS devido por construtoras.
Haddad afirmou que, se houve um pagamento inferior ao que seria o correto, a diferença será cobrada de volta aos cofres do município.