Com contrato assinado desde 22 pp. para prestar serviços de gerente administrativo do Hotel Saint Peter – Setor Hoteleiro Sul, em Brasília -, o ex-ministro José Dirceu aguarda a autorização do juiz da Vara de Execução Penal do Distrito Federal para começar a desempenhar seu trabalho externo.
O horário de trabalho será das 8h às 17h, com uma hora de intervalo de almoço. O Supremo Tribunal Federal (STF) informou que a decisão de autorizar o trabalho externo do detento caberá ao juiz da Vara de Execução Penal de Brasília, Bruno Ribeiro. O contrato do ex-ministro está homologado pela gerente geral do hotel, Valéria Linhares.
Documentos anexados ao pedido de autorização apresentado pelos advogados de defesa do ex-ministro informam que o hotel pertence ao Grupo Fenícia, que tem entre seus principais acionistas o empresário Paulo Masci de Abreu.
Autorização depende da Vara de Execução Penal de Brasília
O contrato e a carteira de trabalho do ex-ministro assinados pela empresa foram encaminhados ao Supremo Tribunal Federal (STF), que adiantou que a decisão compete, agora, ao juiz da Vara de Execução Penal de Brasília. O contrato tem vigência inicial de 45 dias de experiência, prorrogáveis pelo mesmo tempo. Ao fim da subsequente renovação, o contrato se transforma em definitivo.
Os advogados de Dirceu também encaminharam ao STF a ficha preenchida por ele solicitando emprego no hotel. Nesta ficha ele informa dados pessoais, como o nome dos pais e dos filhos e a formação escolar. Diz ainda que é católico, pratica caminhada e nas horas de folga lê e assiste a filmes.
O último item do contrato de trabalho assinala: “A empregadora tem plena ciência e anui com as condições do empregado no sentido de cumprir a atividade laboral, seja no tocante ao horário, seja por outra exigência a qualquer título, relativamente ao regime profissional semiaberto ou outro que seja determinado pelo poder judiciário para cumprimento da pena a que foi submetido em razão da condenação na ação penal 470, em trâmite perante o Supremo Tribunal Federal”.
Família perseguida
A família Abreu, proprietária do Saint Peter, foi perseguida pela ditadura militar. Irmão do Paulo Masci Abreu, dono do hotel, José de Abreu, deputado federal pelo antigo PTB, teve o mandato cassado pelo regime militar. A ditadura cassou, também, a concessão de uma emissora de sua propriedade, a Rádio Marconi de São Paulo, porque ela resistiu por várias horas após a deflagração do golpe militar de 1964 e apoiou o ex-presidente João Goulart.
Zé de Abreu foi, também, o 1º empresário de comunicação a conquistar nos anos 80, ainda durante o regime de exceção, uma indenização na justiça pela cassação de sua emissora de rádio. http://www.zedirceu.com.br