|                                                                      Mapa da desigualdade em 2013: 0,7% da população detém 41% da riqueza mundial Nova pesquisa revela que PIB mundial atinge maior valor da história, mas divisão segue extremamente desigual
  Dodô Calixto             Cinco anos depois do início da crise econômica mundial, marcada pela quebra do banco norte-americano Lehamn Brothers,  os indicadores financeiros seguem apontando para uma concentração da  riqueza ao redor do globo. De acordo com o relatório "Credit Suisse 2013  Wealth Report", um dos mapeamentos mais completos sobre o assunto  divulgados recentemente, 0,7% da população concentra 41% da riqueza  mundial. Em valor acumulado, a riqueza mundial atingiu em 2013 o recorde de  todos os tempos: US$ 241 trilhões. Se este número fosse dividido  proporcionalmente pela população mundial, a média da riqueza seria de  US$ 51.600 por pessoa. No entanto, não é o que acontece. Veja abaixo o  gráfico da projeção de cada país se o PIB fosse dividido pela população:
 
  
  A  Austrália é o país com a média de riqueza melhor distribuída pela  população entre as nações mais ricas do planeta. De acordo com o estudo,  os australianos têm média de riqueza nacional de US$ 219 mil dólares.
  Apesar  de serem o país mais rico do mundo em termos de PIB (Produto Interno  Bruto) e capital produzido, os EUA têm um dos maiores índices de pobreza  e desigualdade do mundo. Se dividida, a riqueza dos EUA seria, em  média, de mais de US$ 110 mil dólares. No entanto, é atualmente de  apenas US$ 45 mil dólares - menos da metade.
  Entre os países com  patrimônio médio de US$ 25 mil a US$ 100 mil, se destacam emergentes  como Chile, Uruguai, Portugal e Turquia. No Oriente, Arábia Saudita,  Malásia e Coreia do Sul. A Líbia é o único país do continente africano  neste grupo. A África, aliás, continua com o posto de continente com a  menor riqueza acumulada. Mesmo com o crescimento da riqueza mundial, a desigualdade social  continua com índices elevados. Os 10% mais ricos do planos detêm  atualmente 86% da riqueza mundial. Destes 0,7% tem posse de 41% da  riqueza mundial.  Veja no gráfico abaixo a pirâmide da riqueza. Apenas 0,7% da população detém US$ 98,7 trilhões de dólares: 
    Os pesquisadores da Credit Suisse também fizeram uma projeção  sobre o crescimento dos milionários ao redor do mundo nos próximos cinco  anos. Polônia e Brasil,  com 89% e 84% respectivamente, são os países que mais vão multiplicar  seus milionários até 2013. No mesmo período, os EUA terão um aumento de  41% do número de milionários, o que representa cerca de 18.618 de  pessoas com o patrimônio acima de 1 milhão de dólares.
 
   Em meados deste ano, a OIT (Organização Internacional do Trabalho)  divulgou um estudo sobre o crescimento da desigualdade social nos países  desenvolvidos, como consequência da crise financeira.
  A organização diz que o número de pobres cresceu entre 2010 e 2011 em 14 das 26 economias desenvolvidas, incluindo EUA, França, Espanha e Dinamarca. Nos mesmos  países, houve forte aumento do desemprego de longa duração e a  deterioração das condições de trabalho. Atualmente, o número de  desempregados no mundo supera os 200 milhões.
  Em contrapartida, entre os países do G20, o lucro das empresas aumentou 3,4% entre 2007 e 2012, enquanto os salários subiram apenas 2,2%.
  Segundo  informações da imprensa europeia, na Alemanha e em Hong Kong, os  salários dos presidentes das grandes empresas chegaram a aumentar 25% de  2007 a 2011, chegando a ser de 150 e 190 vezes maiores que o salário  médio dos trabalhadores do país. Nos Estados Unidos, essa proporção é de  508 vezes.
 
   Centro comercial em Hong Kong: um dos maiores centros empresariais e de riqueza do mundo
  América Latina
  Na  contramão das grandes potências, a situação econômica e social da  América Latina melhorou. Entre 2010 e 2011, 57,1% da população dos  países da região estava empregada, um ponto percentual a mais que em  2007, último levantamento antes da crise financeira internacional.
  Em  alguns países, como Colômbia e Chile, o aumento superou quatro pontos  percentuais. Com o aumento do trabalho assalariado, cresceu também a  classe média. Na comparação entre 1999 e 2010, a população dentro do  grupo social cresceu 15,6% no Brasil e 14,6% no Equador.
  No  entanto, a OIT destaca que a região ainda enfrenta como desafios a  desigualdade social, maior que a média internacional, e o emprego  informal. A média da região é de 50%, sendo que em países mais pobres,  como Bolívia, Peru e Honduras, supera os 70%.
  Em todo o mundo, a  organização afirma que há mais de 200 milhões de desempregados. A  expectativa é que, ao final de 2015, esse número chegue a 208 milhões.     |    |