Brasil agregará mais petróleo ao mundo até 2025 do que o Oriente Médio. Vamos ser mais importantes para suprir o crescimento da demanda de petróleo do que a Arábia Saudita, do que o Iraque, do que o Irã, do que o Kuwait somados!

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  • quarta-feira, 13 de novembro de 2013
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  • Brasil agregará mais petróleo ao mundo até 2025 do que o Oriente Médio
    Fernando Brito - Tijolaço - 13 de novembro de 2013 | 10:25

    Quem quiser se iludir, que se iluda.

    Pode ficar achando que a mídia está preocupada com a receita da Petrobras ao defender o aumento – necessário, aliás – dos preços dos combustíveis.

    Ou que a turma do “vende-país” que se assanha para voltar, de carona com Aécio Neves ou Eduardo Campos – tanto faz, como diz FHC – é que sabe fazer “leilão bão”.

    Ou ainda que não insuflam os bem intencionados – mas ingênuos – que acham que se pode deixar o petróleo dormindo lá no pré-sal, esperando que o Divino Espírito Santo nos arranje o dinheiro para explorarmos sozinhos, com tudo o que isso envolve de centenas de bilhões de dólares de investimento.
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    Agora, que quiser entender, de verdade, o que está por detrás dessa história, olhe o gráfico acima, divulgado ontem pela Agência Internacional de Energia, em seu relatório anual. A Agência é um órgão da OCDE reúne os países desenvolvidos e alguns poucos em desenvolvimento, e o Brasil não é um deles.

    Sim, é isso mesmo que você está vendo lá nos dados: o Brasil vai contribuir MAIS que o Oriente Médio no crescimento da produção de petróleo mundial até 2025. E o resto do mundo tem previsão de queda na produção.

    Entendeu? Vamos ser mais importantes para suprir o crescimento da demanda de petróleo do que a Arábia Saudita, do que o Iraque, do que o Irã, do que o Kuwait somados!

    Será que você se recorda do quanto foi investido em guerra, armamento, sabotagem e intervenção nestes países nos últimos 30 anos?

    Será que aqui não vale uns tostõezinhos para quem gastou tanto, em dólares e em vidas humanas, para garantir seu suprimento de petróleo?

    A partir daí, meu preclaro amigo e minha arguta amiga, deixo por sua conta imaginar.

    Só digo ainda duas coisas, apoiado neste segundo gráfico.


    A primeira é de que previsão da AIE para o Brasil é modesta e conservadora, sobretudo no segundo período, de 2025 a 2035. O potencial de nosso pré sal é maior que esse e nem está integralmente revelado.

    A segunda é para tomar cuidado com a conversa de “fontes limpas” de energia que, embora seja correta e deva ser perseguida por todos os países – e são os ricos que mais resistem a essa obrigação – é usada, com frequência, com a mesma hipocrisia com que se fala da Amazônia, depois de terem devastado as florestas de seus próprios países.

    Nossa matriz energética para a geração de energia elétrica é e será muito, mas muito menos, poluidora do que a do restante do mundo, sobretudo a dos países desenvolvidos, que são verdes só no quintal dos outros, depois de terem cimentado os seus.

    A poluição é um fato econômico e, como todos os fatos econômicos tem um lado perdedor e um ganhador. O perdedor somos toda a humanidade, mas o ganhador sabemos muito bem quais são.

    Por: Fernando Brito

     
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