Advogado do deputado Perrella muda versão, admite que seu cliente mentiu e gera suspeita de caixa 2

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  • quarta-feira, 27 de novembro de 2013
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  • O senador Zezé Perrella (PDT-MG), Senador Aécio Neves (PSDB-MG)
    e filho do senador Gustavo Perrella (SDD-MG)
    Quando o helicóptero da empresa do deputado estadual Gustavo Perrella (SDD-MG), filho do senador Zezé Perrella (PDT-MG) e amigo de Aécio Neves (PSDB-MG), foi apreendido com 445Kg de cocaína no Espírito Santo, o deputado disse que não sabia que o aparelho seria usado no fim de semana e até disse que denunciaria o piloto por "roubo" da aeronave.
    Ontem o advogado do piloto Rogério Almeida Antunes desmentiu o deputado. Disse que teve autorização de Perrella e que tinha como provar quebrando o sigilo telefônico de seu cliente.
    Agora é o advogado do próprio deputado, Antônio Carlos de Almeida Castro, o famoso Kakay, quem confirma que Gustavo Perrella mentiu com a história do roubo e de que fora informado que o helicóptero estaria em manutenção no fim de semana.
    Kakay disse que o piloto realmente enviou ao deputado um “torpedo” via celular informando que faria um frete e Gustavo respondeu dando um ok. Segundo ele, isso serviria de prova para retirar de Perrella a suspeita de envolvimento no tráfico da droga apreendida.
    “Ele (o piloto) era um funcionário de confiança do deputado, óbvio, e trabalhava com ele há quase um ano e já tinha feito dois ou três outros fretes, levando pessoas, e o deputado disse ok quando comunicado na sexta-feira”, disse o advogado, ressalvando que Perrella não esperava que “irresponsavelmente, ele (o piloto) estaria carregando cocaína”.
    Suspeitas de Caixa 2
    Em depoimento à polícia no dia da prisão, o piloto disse que quem teria tratado o frete foi o co-piolto, sem que ele tivesse conhecimento da carga, e que ambos ganhariam R$ 60 mil.
    Ao confirmar que já houveram dois ou três vôos fretados para terceiros usando o helicóptero, o advogado pode ter antecipado a defesa em relação a outra encrenca. Caso o dinheiro recebido pelo frete não seja declarado, poderia caracterizar caixa 2 da empresa dona do helicóptero. Kakay afirmou que os fretes foram feitos para pagamento da manutenção do helicóptero e que esse tipo de expediente é comum entre proprietários de aeronaves para reduzir custos. A questão a esclarecer é se o valor do frete era declarado ou ficava clandestino, o que complica mais as coisas.
    Polícia Federal interrogará deputado Perrella
    O deputado Perrella, sua irmã Carolina Perrella Amaral Costa e um primo, André Almeida Costa, todos sócios da Limeira Agropecuária Ltda, dona do helicóptero, serão chamados a depor na Polícia Federal.
    O delegado da PF em Vitória (ES) Leonardo Damasceno informou que além de escutar os representantes da família Perrella vai rastrear o trajeto do helicóptero, para tentar descobrir o caminho da droga. A PF já sabe de quem é as terras onde ocorreu a apreensão, mas não divulgou os nomes.

     
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