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Em entrevista ao jornal Valor nesta quinta-feira (28), Giancarlo Civita, presidente do Conselho de Administração do Grupo Abril - que edita a asquerosa revista Veja - anunciou que a empresa está mudando o foco das suas atividades. Num linguajar tipicamente patronal, ele informou que o objetivo é montar uma estrutura "mais enxuta" - o que significa, na prática, mais demissões e arrocho salarial. "O que eu venho defendendo é que a editora é um pilar, mas temos também outros pilares, que valem ser desenvolvidos", afirmou. Seu plano empresarial visa fortalecer o setor de livros didáticos e cortar os investimentos na área das revistas - o que deve fazer tremer os adoradores da Veja.
Neto de Victor Civita, o direitista importado dos EUA na década de 1950, Giancarlo aposta tudo na Abril Educação e na DGB, que opera na distribuição e logística. "No grupo Abril nós temos mais de 80 empresas. Estamos fazendo uma reestruturação para que essa estrutura fique mais simples, mais limpa, para que seja uma estrutura mais eficiente do ponto de vista fiscal", explica. Enquanto estes dois setores crescem, o Valor informa que a divisão das revistas tem um desempenho preocupante. "A receita deste ano, que deve chegar a R$ 2,7 bilhões, vai ser 'flat' [sem crescimento]", afirma Fábio Barbosa, que comanda esta divisão. "Estamos tentando adiar a queda da curva da receita".
A entrevista dos dois chefões do Grupo Abril ao jornal Valor confirma a violenta crise no setor de revistas deste império midiático. Nada indica, porém, que a abjeta revista Veja esteja com seus dias contados. Ela pode até dar prejuízo, mas é um instrumento indispensável das elites dominantes para interferir nos rumos políticos do país. Além disso, ela conta com os bilionários anúncios publicitários dos governos tucanos e com a ajudinha da Secom (Secretaria de Comunicação) da Presidência da República, que deve ter alguma complexo masoquista.
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