POLÍTICA - Campos e o escorpião.

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  • quarta-feira, 16 de outubro de 2013
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  • Campos deu carona ao escorpião?

    Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
    Mesmo na política brasileira, onde o interesse pessoal, com tanta frequência, é o centro das razões políticas, é difícil entender porque Eduardo Campos entregou sua candidatura, de maneira tão evidente, às mãos de harpia de Marina Silva.

    Porque parece evidente que não havia entre ambos, até a semana passada, sequer uma relação de proximidade, quanto mais uma identidade política, passo inicial de qualquer lealdade política.

    É certo que Eduardo Campos, com suas alianças com caiados, bornhausens e heráclitos, não mirava um “renovação ética” nos quadros da política, mas o estabelecimento de bases estaduais de que sua candidatura se ressentia.

    Marina, ao contrário, jamais as procurou e demonstrava crer que seu sucesso eleitoral poderia apoiar-se uma nova “adoção” de seu nome pelas classes médias urbanas e na confusa e algo anárquica aliança evangélica, que poderia dar-lhe os votos populares.

    A docilidade com que Campos se entrega às baboseiras de “transversalidades” e “horizontalidades” do discurso marinista e aceita deixar “em aberto” a cabeça de chapa não é, absolutamente, algo que pareça fruto de uma harmonia entre ambos.

    Antes, parece a pantomima de um trato que já está feito e que precisa de um balé para que se torne “natural” o que foi acertado entre ambos.

    E o que foi acertado?

    Parece que, além dos dois, talvez só os que promoveram o “acordo” o saibam.

    Mas, por favor, não nos peçam para engolir que é uma “relação aberta”, uma “amizade colorida”…

    Uma pista é o coro quase unânime da grande mídia de que “se Marina não for a candidata, Dilma leva no primeiro turno”.

    Esse é o objetivo possível, neste momento, e é por ele que a direita e sua ferramenta, a mídia, trabalharão.

    Eduardo, ao que parece, é o dócil veículo para este projeto.

    Aparentemente, apenas, porém, porque seu controle sobre a máquina partidária, indispensável para a formalização de uma candidatura de Marina, é dele.

    E, portanto, vale muito politicamente, e não apenas politicamente.

    O “frete” eleitoral vai ser custoso.

    Mas será pago, à vista e a prazo.

    A ambição de Campos e de Marina tem uma diferença.

    A dela tem muita pressa.
     
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