Matilde Landa, a militante comunista que preferiu a morte ao batismo na Igreja Católica franquista

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  • quarta-feira, 21 de agosto de 2013
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  • Matilde Landa


    Matilde Landa era do Partido Comunista Espanhol (PCE), na época da guerra civil. Com a vitória do exército de Franco, Landa ficou em Madri para reorganizar o PCE. Em 04 de abril de 1939 ela foi presa, quando se preparava para dar fuga a dois colegas de partido. Depois de ser submetida a uma corte marcial, foi condenada à morte.

    Após a condenação, Matilde  foi mandada à prisão Vendas Madrid, onde estavam cerca de 10 mil prisioneiras. Lá dentro, com a permissão da diretora da prisão,  montou o Escritório das Apenadas. Com uma máquina de escrever produziu recursos para livrar suas companheiras do fuzilamento.

    Logo tornou-se a presa mais carismática da prisão. A jovem comunista se tornou um símbolo da dignidade e resistência para suas companheiras.

    Um amigo da família, próximo ao regime de Franco, intercedeu para que ela não fosse executada. Em troca, o regime a condenou a 30 anos de prisão a serem cumpridos fora da península. Foi transferida para Mallorca. Era o mês de agosto de 1940.

    Em Mallorca, Landa se tornou o objetivo da propaganda da Igreja. Sua conversão ao catolicismo seria uma grande arma de propaganda para minar o moral dos derrotados. Não  oera suficiente ganhar. Era preciso humilhar e converter o derrotado.

    Matilde foi separada dos outros prisioneiros e só podia falar com Barbara Pons, da Ação Católica, responsável por tentar sua conversão ao catolicismo.


    A ditadura franquista lhe ofereceu, em troca do batismo, melhoria na alimentação dos filhos das presas de Mallorca.

    Matilde Landa preferiu a morte. No dia 26 de setembro de 1942, dia de sua cerimônia de batismo, Matilde Landa se jogou do terraço da prisão.

    Antes do suicídio, Matilde escreveu uma carta a sua filha:

    "Hoy es el gran día, dicen. Doña Bárbara, otras señoras de Acción Católica y las monjitas andarán relamiéndose con el triunfo. El dolor del pecho no me deja pensar, Carmencilla; pero no creo que el aceite alcanforado alivie mi sufrimiento, porque otro dolor, más hondo, es el que me acucia (...)".

    "No puedo ver sin llorar los rostros de esos niños a los que amenazan con dejar sin leche si yo no me convierto -prosigue la misiva- Tú sabes, Camencilla, lo mucho que me preocupan los niños, los más desgraciados, con sus corazoncitos, tan sensibles y tan a merced de los caprichos de los mayores. No puedo, no puedo aceptarlo. Sería como prostituirme. Ay, esos niños... ¿Será lo mío un capricho? (...) Quien sobra soy yo. (...) Espero que me sigas queriendo y que te acuerdes de mí a pesar de lo que te cuenten, a pesar de lo que voy a hacer. Que tú, mi niña, mi chiquitina, y esos pobres niños me perdonéis", escribió Landa antes de su suicidio en una carta que recoge Antoni Tugores en la obra Víctimes invisibles.
    Matilde Landa não morreu imediatamente, e durante os 45 minutos de sua agonia, mesmo ela estando inconsciente e contra sua vontade expressa, as autoridades eclesiásticas a batizaram.

    É como diz a frase símbolo do franquismo: ¡Viva la muerte!

    [Fonte]

    Madame Flaubert, de Antonio Mello

     
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