Moradores da Rocinha, na Zona Sul do Rio, fazem uma manifestação em frente a um dos acessos da favela, na Autoestrada Lagoa-Barra, que está parcialmente fechada. Eles acusam policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) pelo desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo Dias de Souza, de 47 anos, que foi visto pela última vez no domingo, há três dias, após voltar de uma pescaria. De acordo com a doméstica Elizabeth Gomes da Silva, sua mulher, Amarildo foi levado a um posto da UPP para prestar esclarecimentos, mas não retornou.
(...) Segundo a assessoria de imprensa do Comando de Polícia Pacificadora, Amarildo foi levado para a base da unidade da Rocinha no domingo de manhã, por se parecer com um suspeito procurado pelos policiais. Ao constatar que não se tratava da mesma pessoa, a polícia teria liberado Amarildo. O CPP não soube informar quem era o suposto suspeita e tampouco quanto tempo Amarildo ficou na base. [Fonte]
No entanto, estranhamente, as câmeras de monitoramento da Rocinha não flagraram a saída do pedreiro. E até ontem a PM não conseguiu dizer nem com que suspeito Amarildo era parecido.
Ontem, a cúpula da Segurança Pública do Rio prometeu à família de Amarildo intensificar as investigações sobre o caso. Os GPS das viaturas da UPP da comunidade e as imagens gravadas na favela serão analisados. O coordenador do CPP decidirá hoje se irá afastar os dois soldados que fizeram a abordagem.
(...) Além do paradeiro do pedreiro, as autoridades prometeram apurar as denúncias sobre supostas arbitrariedades cometidas por policiais militares lotados na Rocinha. Filho de Amarildo, Anderson Gomes, de 21 anos, conta que está sendo ameaçado dentro da favela.
- Existe um bonde de uns 15 PMs que agem como xerifes dentro da comunidade - afirma ele. [Fonte]
A indignação contra as vitrines quebradas pelos "vândalos" encobre o possível assassinato de um trabalhador inocente por soldados da PM.