Stuart Angel, assassinado pela ditadura |
Subsequentemente
assassinado
por
agentes
da
Aeronáutica
Agentes, claro está, que recebiam do Estado brasileiro o dinheiro com que compravam o pão, o bife, a batata frita, o sundae do Bob's. Também pagavam o aluguel, a prestação do carro e da TV, geladeira. A escola do filho. O dinheiro pro lanche.
E recebiam esse dinheiro para torturar e assassinar cidadãos brasileiros que lhes pagavam salário, via impostos, e que lutavam contra a ditadura vendida aos EUA, que nos foi imposta.
Stuart, confirma o vazamento do Wikileaks, foi assassinado.
Disponibilizado pelo Wikileaks, documento da embaixada dos EUA em Brasília endereçado aos escritórios de Assuntos Interamericanos do Departamento de Estado dos EUA, em Recife, Rio de Janeiro e São Paulo, no dia 14 de março de 1973, fala sobre o assassinato do militante Suart Edgart Angel Jones, que teria sido absolvido em sessão secreta da Suprema Corte Militar dois anos após sua morte.
Assinado pelo então embaixador dos Estados Unidos no Brasil, William Manning Rountree, o telegrama narra “o capítulo final do trágico caso” de Stuart Angel. “Na última semana, em uma sessão secreta, a Suprema Corte Militar reafirmou a decisão do Tribunal da Aeronáutica em absolver Jones de sua alegada contravenção ao Ato de Segurança Nacional. Como o departamento está consciente, Jones foi detido no Aeroporto Galeão (Rio) em 1971 e subsequentemente assassinado por agentes da Aeronáutica”.
O também guerrilheiro Alex Polari deu detalhes do que ocorreu:
A versão mais conhecida e aceita de sua tortura e morte foi dada pelo ex-guerrilheiro Alex Polari, também preso na base, e que assistiu da janela de sua cela as torturas feitas contra Stuart, presenciando inclusive a cena em que ele foi arrastado por um jipe militar, com o corpo completamente esfolado e com a boca no cano de descarga do veículo, pelo pátio interno do quartel, o que causou sua morte por asfixia e envenenamento por gás carbônico. [Fonte]
A "ditabranda" da Folha era assim. E a cada dia ficamos sabendo um pouco mais de tudo aquilo que aconteceu. Do terror. Das vidas e sonhos interrompidos.
E a cada nova informação, como essa do Wikileaks, a família revive a dor dilacerante de sempre saber a verdade aos poucos e durante anos, e de nunca ter a oportunidade do último adeus ao pai, ao marido, ao irmão, à esposa, à mãe, à irmã.
A Comissão de Verdade é um primeiro passo para que o Brasil um dia chegue à situação da Argentina, que está colocando a História nas ruas e os assassinos na cadeia.
Hildegard, todos somos Hildergard Angel, enquanto o Brasil não passar a limpo a ditadura civil-militar e colocar na cadeia os canalhas, assassinos ( e seus financiadores, inclusive donos de empresas midiáticas) travestidos de nacionalistas.