Mais uma denúncia liga Lula a Rosemary

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  • domingo, 6 de janeiro de 2013
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  • Ex-secretária faria intermediação entre Lula e o BB

    SÃO PAULO - A ex-secretária da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, intermediava pleitos do Banco do Brasil para o ex-presidente Lula. Entre 2007 e 2010, Rose, como era conhecida, teve 39 reuniões com ocupantes de postos importantes na instituição, 25 delas com vice-presidentes. As informações foram divulgadas pela edição desta semana da Veja e, segundo a revista, as reuniões constam na agenda de Rose, apreendida durante a Operação Porto Seguro, da Polícia Federal. Rose foi indiciada pela PF pelos crimes de formação de quadrilha, tráfico de influência e corrupção passiva.A atuação de Rose como intermediária entre diretoria do Banco do Brasil e Lula foi confirmada à revista pelo ex-vice presidente do Banco do Brasil, Ricardo Oliveira: "A Rose levava as demandas institucionais do banco para o presidente. Esse contato direto foi muito positivo", disse Oliveira à revista. Na agenda da ex-secretária constam 16 reuniões com Oliveira, que seria um dos aliados de Aldemir Bendine, presidente do Banco do Brasil.

    Oliveira disse ainda, segundo a revista, que Rose foi acionada, por exemplo, para convencer o presidente a aprovar a compra da Nossa Caixa pelo banco, um negócio bilionário, de R$ 5,3 bilhões.

    O Banco do Brasil informou em nota encaminhada à revista que a relação da instituição com Rose sempre foi institucional. A revista afirma que Rose cobrava, em troca, ingressos para shows, eventos em resorts e almoços em restaurantes caros, que eram pagos pelo banco.

    A Operação Porto Seguro revelou que, além de receber "pequenos agrados", Rose foi beneficiada duas vezes pelo Banco do Brasil. Seu ex-marido José Cláudio Noronha foi nomeado para o conselho de administração da Aliança Brasil Seguros, a seguradora do BB que hoje se chama Brasilprev, usando um diploma falso de curso superior.

    O atual marido, João Batista de Oliveira, dono da pequena empresa New Talent, conseguiu um contrato de R$ 1,1 milhão com a Cobra Tecnologia, subsidiária do banco, para uma obra de reforma. Também neste caso, houve documento falso: um atestado de capacidade técnica emitido para a New Talent pela Associação Educacional e Cultural Nossa Senhora Aparecida, mantenedora da faculdade Facic, que pertencia a Paulo Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Águas e também indiciado pela PF.

    A Assessoria de Imprensa do Instituto Lula informou que as informações contidas na reportagem não atingem o ex-presidente Lula. Em relação à declaração do ex-vice-presidente do BB que, segundo a revista, teria dito que Rose "levava demandas institucionais do banco para o presidente", a assessoria comunicou que essa era uma das atribuições do cargo de Rose como chefe de gabinete do escritório da Presidência em São Paulo e que não vê irregularidades nisso.

    Fonte: Jornal do Commercio (PE)
     
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