Justiça chilena detém acusados de matar o cantor Victor Jara

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  • quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
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  • Compositor foi torturado e assassinado durante a ditadura de Augusto Pinochet

    SANTIAGO - A Justiça chilena deteve nesta quarta-feira um dos dois acusados de ser autor do assassinato do cantor e compositor chileno Victor Jara. Outros três acusados de cúmplices se entregaram também nesta quarta pelo crime que ocorreu há quatro décadas durante a ditadura de Augusto Pinochet.

    Depois de um julgamento longo, as investigações forenses concluíram que os então tenentes Hugo Sánchez Marmonti e Pedro Barrientos Núñez foram os autores dos 44 tiros que acertaram o trovador chileno, simpatizante do governo de Salvador Allende.

    Sánchez se entregou à polícia, e no caso de Barrientos haverá pedido de extradição, já que ele vive nos Estados Unidos, informou o juiz do caso, Miguel Vásquez.

    Jara, autor das famosas músicas “Te recuerdo Amanda” e “El derecho de a vivir en paz”, foi detido junto com professores e alunos da Universidade Técnica do Estado depois do golpe de Estado de 1973.

    Segundo testemunhas, Jara foi torturado e teve suas mãos quebradas antes de ser assassinado, em 16 de setembro de 1973. Seu corpo foi encontrado três dias depois perto de um cemitério.

    Também se entregaram nesta quarta os militares Edwin Dimpter, Nelson Hasse Mazzei e Jorge Smith Gumucio, três dos seis suspeitos de terem sido cúmplices do crime.

    Apesar da detenção dos culpados, fontes judiciais explicaram que todos têm a possibilidade de solicitar a liberdade por meio de fiança. Até agora, permanecem reclusos em um quartel.

    A ordem de detenção deve ser ratificada por um tribunal superior, em um processo que poderia prolongar por anos.

    A defesa do militar Raúl Jofré, outro dos supostos cúmplices, informou que ele deve se entregar nas próximas horas. Em relação aos outros acusados, Roberto Souper permanece internado em uma clínica psiquiátrica e Luis Bethke Wulf não foi localizado.

    A família do cantor elogiou a decisão do tribunal e considerou que o caso pode abrir precedentes para outros semelhantes.

    - Se o caso de Victor continuar como uma ponta de lança, seguiremos pedindo justiça para Victor, e com a esperança que a justiça seja feita para todos - disse Joan Jara, viúva do cantor.

    Durante o regime de Pinochet, morreram ou desapareceram cerca de 3.000 pessoas. Além disso, foram torturadas em torno de 28.000, incluindo a ex-presidente Michelle Bachelet.

    Fonte: O Globo
     
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