Colbert Martins chegou a ser preso durante investigação no Turismo
Isabel Braga, Evandro Éboli
Juramento. Denunciado pela PF, Colbert, à esquerda, participa da cerimônia de posse ao lado de Eduardo Gomes
BRASÍLIA - Denunciado e preso pela Operação Voucher, da Polícia Federal, em agosto de 2011, quando secretário nacional de Turismo, Colbert Martins (PMDB-BA) assumiu ontem novo mandato, o seu quarto na Câmara. O esquema desmantelado pelos agentes da PF desviava recursos de emendas parlamentares do Ministério do Turismo. Ao todo, 38 servidores da pasta foram presos e levados para um presídio no Amapá, onde se concentraram os desvios de convênios entre entidades e o ministério.
A denúncia sustou sua candidatura à prefeitura de Feira de Santana (BA). Ele chegou a se lançar pré-candidato um mês antes de ser preso. Colbert Martins administrou duas vezes o município.
Deputado nega desvios
Colbert foi denunciado por improbidade administrativa, por conta de um convênio no Amapá. Ele argumenta não ter cometido qualquer irregularidade e diz que assinou a última parcela do convênio, que já tinha sido preparado e concluído em outra gestão.
- O processo está em andamento. A denúncia foi recebida, fiz a defesa por escrito, mas até hoje não fui ouvido. Eu quero é que esse julgamento aconteça logo. Passaram-se um ano e cinco meses e até agora eu não fui ouvido - afirmou Colbert, logo após tomar posse em solenidade na presidência da Câmara.
Ele tomou posse no final da tarde, mas não no mesmo grupo empossado na cerimônia que incluía José Genoino.
- Tenho interesse em ser julgado logo, sou inocente. Tenho absoluta tranquilidade do que fiz. A justiça que tarda é das piores - completou Colbert Martins.
O deputado já foi filiado ao PPS, partido da oposição, e filiou-se ao PMDB recentemente, que é da base do governo.
- O Tribunal de Contas da União (TCU) já avaliou minha participação, a Controladoria Geral (CGU), também. Manifestaram-se a meu favor. Eu tinha acabado de assumir a secretaria (do Ministério do Turismo) e dei andamento aos processos que estavam parados desde dezembro.
Colbert assume como suplente na vaga do deputado Maurício de Trindade, que licenciou-se para assumir a Secretaria de Desenvolvimento Social da prefeitura de Salvador (BA).
Colbert pede reparação
Colbert quer, além do julgamento célere, reparação em relação ao constrangimento que ele e outros sofreram neste processo. Na época, foram divulgados fotos das pessoas detidas, inclusive a da identificação, sem camisa, já dentro da unidade penitenciária.
- A exposição de que fui vítima foi injusta. Quero que isso seja visto e reparado.
Fonte: O Globo