Novo prefeito de S. Paulo dependerá de ajuda do Governo Federal para conseguir cumprir promessas
Reportagem de Época Negócios:
O 61.ºprefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), de 49 anos, tomou posse na terça-feira (01/01) em São Paulo, no lugar de Gilberto Kassab (PSD). No discurso de posse ele defendeu a renegociação da dívida paulistana para obter recursos para investimento. “Esse acordo não se sustenta e temos de levar ao Congresso uma proposta de repactuação da dívida do Município.” Em seguida, destacou outras três prioridades que devem guiar a gestão: o combate à miséria, investimentos em moradia e a melhoria na eficiência dos serviços da saúde e da educação.
Sem a repactuação, Haddad afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que vai começar seu governo com os recursos orçamentários de custeio, o que é suficiente para um mês, e com as parcerias dos governos estadual e federal. “Não temos recursos para o que foi divulgado na campanha”, afirmou.
O imbróglio financeiro relacionado ao pagamento da dívida municipal obriga a cidade a pagar R$ 4 bilhões por ano à União só de juros. Para poder reduzir as parcelas e usar esse dinheiro em investimentos, Haddad pretende renegociar a dívida, que para ele é “insustentável”. A cidade também não deve apenas lutar para mudar o indexador da dívida com a União, mas também buscar parcerias com o Estado, com o governo federal e a iniciativa privada para retomar a capacidade de investimento. “A dívida é de 200% da arrecadação (de R$ 40 bilhões), o que compromete a capacidade de investimento. São Paulo, apesar do orçamento bilionário, perdeu a capacidade de investimentos.”
Com a renegociação da dívida do Município com a União, de 20% a 30% das necessidades de investimentos da capital paulista seriam retomadas. Segundo o prefeito, só com a União, o débito chega a R$ 50 bilhões, o que o levou a negociar diretamente com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. “Já tivemos algumas reuniões e ainda nesta semana teremos um novo encontro”, disse, na noite desta terça. “Há uma percepção clara da presidenta (Dilma Rousseff) e do ministro (Mantega) que a situação se tornou insustentável.”
(*Com informações do jornal O Estado de S. Paulo)
(grifos nossos)