“Todos os observadores neutros concluem que o povo palestino obteve uma vitória, com a admissão de seu estado como observador nas Nações Unidas. Foram 138 votos a favor, 41 abstenções, e 9 votos contra. Só o Canadá, entre os países importantes, ficou com os Estados Unidos e Israel. Os outros seis votos foram do Panamá, da Micronésia e de estados de idêntica importância. A Alemanha e a Grã Bretanha se abstiveram.
Por Mauro Santayana, em seu blog
Os judeus, um povo sem território desde a grande diáspora, provocada pela ocupação romana, aspiram a ter um lar nacional permanente. É natural que tentassem erigi-lo no território que ocuparam há dois milênios, ainda que grande parte deles, convertida ao judaísmo, não possa reivindicar a origem étnica semita.
Essa, no entanto, não é uma questão maior. O problema nasce da falta de negociações sérias e pacientes entre os que permaneceram na Palestina e os que, tangidos pela perseguição ou por opção, deixaram o território ancestral. Os ingleses tiveram quase meio século para administrar um acordo razoável entre os judeus e os palestinos. É de se lembrar que o “retorno” dos judeus à Palestina foi uma iniciativa dos judeus ricos da Inglaterra – entre eles o barão de Rotschild – a fim de se livrarem de seus irmãos pobres, cuja miséria os incomodava.
Os ingleses poderiam ter iniciado essas negociações com o Império Ottomano, antes da Primeira Guerra Mundial, e não o fizeram. Como vitoriosa potência administradora daquele território, a partir de 1918, o governo britânico, não só deixou de buscar o entendimento, como deu mão forte a Israel. Depois de 1945, já era tarde. Os judeus de Israel, com a ajuda de seus compatriotas do mundo inteiro já se sentiam suficientemente fortes para recusar o compromisso real de convivência com os palestinos.
O resultado está ai. Não há uma terceira solução. Israel, que se encontra circunstancialmente mais forte (mas as circunstâncias também morrem), deverá abandonar a intolerância e negociar, com espírito aberto, a convivência dos dois estados – o que lhe exigirá devolver os territórios ocupados pela força – ou insistirá na solução bélica, em que sua vitória final não está assegurada. Ao que parece, seu governo atual está empenhado nessa via arriscada. Como represália pelo êxito de Abbas, Israel mandou construir mais um bairro judaico no leste de Jerusalém [território dos palestinos] – o que mereceu nova advertência dos Estados Unidos.
A arrogante intolerância de Tel-Aviv, que vem cometendo todas as atrocidades em Gaza, e continua empurrando os palestinos para o mar e para o Jordão, é a maior ameaça à sobrevivência do Estado de Israel.”
FONTE: escrito por Mauro Santayana, em seu blog. Transcrito no portal “Vermelho” (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=200691&id_secao=9).
Por Mauro Santayana, em seu blog
Os judeus, um povo sem território desde a grande diáspora, provocada pela ocupação romana, aspiram a ter um lar nacional permanente. É natural que tentassem erigi-lo no território que ocuparam há dois milênios, ainda que grande parte deles, convertida ao judaísmo, não possa reivindicar a origem étnica semita.
Essa, no entanto, não é uma questão maior. O problema nasce da falta de negociações sérias e pacientes entre os que permaneceram na Palestina e os que, tangidos pela perseguição ou por opção, deixaram o território ancestral. Os ingleses tiveram quase meio século para administrar um acordo razoável entre os judeus e os palestinos. É de se lembrar que o “retorno” dos judeus à Palestina foi uma iniciativa dos judeus ricos da Inglaterra – entre eles o barão de Rotschild – a fim de se livrarem de seus irmãos pobres, cuja miséria os incomodava.
Os ingleses poderiam ter iniciado essas negociações com o Império Ottomano, antes da Primeira Guerra Mundial, e não o fizeram. Como vitoriosa potência administradora daquele território, a partir de 1918, o governo britânico, não só deixou de buscar o entendimento, como deu mão forte a Israel. Depois de 1945, já era tarde. Os judeus de Israel, com a ajuda de seus compatriotas do mundo inteiro já se sentiam suficientemente fortes para recusar o compromisso real de convivência com os palestinos.
O resultado está ai. Não há uma terceira solução. Israel, que se encontra circunstancialmente mais forte (mas as circunstâncias também morrem), deverá abandonar a intolerância e negociar, com espírito aberto, a convivência dos dois estados – o que lhe exigirá devolver os territórios ocupados pela força – ou insistirá na solução bélica, em que sua vitória final não está assegurada. Ao que parece, seu governo atual está empenhado nessa via arriscada. Como represália pelo êxito de Abbas, Israel mandou construir mais um bairro judaico no leste de Jerusalém [território dos palestinos] – o que mereceu nova advertência dos Estados Unidos.
A arrogante intolerância de Tel-Aviv, que vem cometendo todas as atrocidades em Gaza, e continua empurrando os palestinos para o mar e para o Jordão, é a maior ameaça à sobrevivência do Estado de Israel.”
FONTE: escrito por Mauro Santayana, em seu blog. Transcrito no portal “Vermelho” (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=200691&id_secao=9).