Cursos de medicina investem em tecnologia para melhor formação

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  • quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
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  • Alunos operam paciente-robô, que se manifesta pela voz do professor. A simulação é a última tendência nos estudos de medicina.

    Depois do Jornal Nacional mostrar deficiências de cursos de medicina, os repórteres Graziela Azevedo e Marco Antonio Gonçalves apresentam, nesta quarta-feira (12), alguns exemplos bons. A soma de investimento em tecnologia com professores e alunos dedicados.
    Pendurado no pescoço ele é mais que uma ferramenta da profissão, é um símbolo, um troféu.
    “Eu passei na faculdade e, como um presente do meu irmão e minha cunhada, eu ganhei esse esteto. Aqui tem a data, foi dia 8/06/2010, quando saiu o resultado da minha aprovação no vestibular”, mostra a aluna do quinto período Paloma Zordan.
    Ah ter um futuro médico em casa...
    “O orgulho da família. Sai contando para todo mundo que a filha faz medicina na USP”, conta a estudante Pâmela Feitosa.
    Mas logo virão as reclamações...
    “Não aparece mais em casa, só aparece lá para dormir eventualmente. A gente passa muito, muito tempo na faculdade”, diz um aluno.
    As condições de ensino variam bastante, mas os seis anos e o tempo integral são exigências básicas, assim como um conteúdo que contemple o estudo do corpo humano, seu funcionamento, as doenças e seus tratamentos. A divisão é em períodos ou ciclos.
    “Existem três ciclos que eles dividem o curso: o ciclo básico, o clínico e o internato, de 2 anos cada um”, explica um estudante.
    Tem os que se apaixonam de cara.
    “Estou amando o curso”, exclama uma aluna.
    Mas nem sempre é assim. O Jornal Nacional foi a um lugar onde os alunos de medicina costumam passar por um grande teste de vocação. É um laboratório de anatomia, onde eles têm o primeiro contato com o corpo humano. Com o corpo humano de verdade.
    É em torno de cadáveres que os alunos têm aula.
    “Tem gente que não aguenta no primeiro ano de anatomia e sai. Conheço bastante gente que já desistiu”, fala a aluna do terceiro período Brenda Cordeiro.
    O professor da Gama Filho, no Rio de Janeiro, Marco Aurélio Montes defende a importância da matéria ensinada assim.
    “Se você quer operar, você tem que saber anatomia. Se você quer estudar os sintomas do paciente, uma especialidade clínica, você tem que saber anatomia”, aponta ele.
    Animais mortos também ajudam no aprendizado, como explica a aluna da São Lucas, em Porto Velho, Carla Brandalise.
    “A gente aprende a suturar em língua, em pé de porco aí, a partir do quarto e do quinto ano, é que a gente vai fazer em pessoa só”, descreve.
    Se a aula é boa, ganha aplausos. Se a escola é exigente, como a da Universidade de São Paulo, o aluno é testado o tempo todo.
    “Para gente poder aplicar um pouco do que a gente acabou de aprender. É importante porque a gente vai mexer com vida, não é uma profissão fácil”, diz uma estudante.
    “Foi emocionante. O primeiro paciente a gente nunca esquece. Meu primeiro paciente foi o seu Roberto, ele tinha tuberculose”, conta Paloma Zordan.
    Em outra faculdade a situação é de emergência. Sinais típicos de um ataque cardíaco são apresentados e o professor acompanha o atendimento na sala ao lado.
    “Um paciente que enfartou e evoluiu com uma parada cardíaca e os meninos estão reanimando agora. Durante a parada teve a entubação. Eles estão indo super bem”, avalia o professor da Faculdade de Medicina da USP Antônio Fernando de Azevedo .
    O que dá essa tranquilidade é que o paciente é um robô, que se manifesta pela voz do professor.
    “Estou com muita dor no peito, doutor. Está doendo muito, doutor. Começou faz uma meia hora”, diz a máquina.
    Ele é controlado pelo mestre. A simulação é a última tendência nos estudos de medicina.
    “A gente fica bem mais seguro. Já fez uma vez no boneco, o boneco não morre, né? “, fala uma aluna.
    É bom mesmo que isso não aconteça. Alunos de quinto ano, sexto, já estão dentro dos hospitais.
    “A gente faz o plantão de 12 horas a noite e no dia seguinte vem assistir a aula”, conta um aluno do sexto ano Paulo Caçador Alexandre.
    E pensa que os estudos vão acabando por aí? Que nada. Logo, logo vem a especialização, quase um novo vestibular.
    “Todo mundo que está se formando no sexto ano sempre também pensa na prova de residência, que é a especialização. Então essa é uma preocupação que a gente leva o ano inteiro”, diz Paulo.
     
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