Acabamos de sair de uma eleição municipal. O povo, por uma apertadíssima diferença, decidiu pelo continuísmo –nada de novo, tudo como dantes nas terras de Arantes. Ao contrário do PT, respeito a vontade popular. Mas ao olhar para a cidade, numa simples ida de casa ao trabalho e vice-versa, é triste saber que não há esperança de mudança nos próximos quatro anos; afinal, continuidade é continuidade, tudo continuará como agora, não vai melhorar nem piorar.
Se o prefeito eleito tivesse sido de oposição teríamos o alento de esperar por algo melhor ou pior. Mas vamos continuar nossas vidas no Reino Encantado da Florestania. Rio Branco tem três prefeitos (na ordem: Tião Viana, Marcus Alexandre e Raimundo Angelim), nenhum porém tem se mostrado capaz de intervir para melhorar a vida dos cidadãos.
Não se pode tirar o mérito do Ruas do Povo realizado pelo governador-prefeito Tião Viana. São milhares de família saindo da lama para ter o asfalto em frente de casa, mesmo não sabendo até quando a obra vai durar. Basta algumas chuvas para ver o caos da infraestrutura de Rio Branco.
Nossas ruas e avenidas estão tomadas pelos buracos. Nas lixeiras em frente de casa o lixo se acumula. Quem coloca o entulho no chão o vira-lata vem e espalha tudo. Não há calçadas. O povo precisa dividir o espaço com carros e motos. A lama se acumula a cada esquina, o esgoto corre à vista. A vegetação cresce, o “mato toma de conta”.
O sistema de transporte coletivo continua uma porcaria. Os ônibus sempre atrasados e lotados. Quem consegue embarcar precisa se espremer e demorar minutos preciosos num trânsito parado. A cada dia carros e mais carros entopem nossas precárias vielas –porque ruas já foram um dia. Não sei se sou pessimista demais, mas parece que tudo vai de mal a pior nessa cidade que sediará um encontro nacional de jornalista cujo tema é sustentabilidade.
Sustentabilidade numa cidade que despeja 70% de seu esgoto sem nenhum tipo de tratamento no rio Acre. Sustentabilidade numa cidade onde cada cidadão com um pouco de dinheiro compra seu veículo próprio para não depender do público. Enquanto algumas figura vão tratar de meio ambiente, nós continuamos em nosso cotidiano de caos insustentável.
Rio Branco insustentável
Posted on terça-feira, 6 de novembro de 2012 by Editor in