Polícia Federal faz esclarecimento sobre a 'operação eldorado

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  • sábado, 10 de novembro de 2012
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  • A Polícia Federal informa que deflagrou na última terça-feira, 6/11, a Operação Eldorado, com objetivo de desarticular organização criminosa dedicada à extração ilegal de ouro em terras indígenas Kayabi e garimpos ilegais na região do rio Teles Pires, estado de Mato Grosso para posterior comercialização no Sistema Financeiro Nacional (SFN).
    A operação consistiu no cumprimento de 28 mandados de prisão temporária, oito mandados de condução coercitiva e 64 mandados de busca e apreensão, os quais foram cumpridos nos estados de Mato Grosso, Pará, Rondônia, Amazonas, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
    As investigações, que tiveram início em fevereiro deste ano, verificaram que o ouro extraído das áreas indígenas e dos garimpos ilegais, era adquirido por empresas Distribuidoras de Títulos de Valores Mobiliários – DTVM's e, após dissimular a origem, era vendido como ativo financeiro para investidores em São Paulo. Em dez meses de investigação, foi possível constatar que uma das empresas distribuidoras, das três envolvidas no esquema, movimentou mais de R$ 150 milhões.
    O ouro era extraído através de balsas garimpeiras ilegais. No total, cada balsa rendia um valor de R$ 500 mil por mês, totalizando R$ 84 milhões ao ano, tendo em vista a presença de quatorze balsas na região.
    Cada balsa pagaria aos índios da aldeia o valor de R$ 30 mil, totalizando a quantia de R$ 420 mil mensalmente.
    Por determinação judicial, foi iniciado o trabalho de inutilização das mencionadas balsas na terça-feira, 6/11. Com o início da ação policial, cerca de 60 índios tentaram invadir a localidade onde se encontrava o coordenador da Operação Eldorado, ameaçando os policiais com arcos e flechas. Os índios pretendiam impedir a ação policial.
    Após quatro horas de negociação, o líder dos índios fez um acordo com o coordenador de operação, concordando com que o trabalho dos policiais fosse desenvolvido regularmente no dia seguinte.
    Na quarta-feira (7/11), os policiais, conforme acordo do dia anterior, se deslocaram para as proximidades da aldeia para dar seguimento à operação inutilizando balsa que ali se encontrava e que pertenceria ao líder dos índios. Entretanto, foi feita uma emboscada no local e o líder indígena atacou o coordenador da operação, dando um golpe de borduna em seu ombro. Mais de cem índios “pintados para a guerra” atacaram com armas de fogo e arcos e flechas cerca de 35 policiais.
    Interceptação telefônica realizada com autorização judicial comprova que havia intenção anterior do líder indígena em atacar os policiais.
    Os policiais utilizaram bombas de gás para proteção pessoal e dos servidores do IBAMA e da FUNAI que se encontravam com balsa. Posteriormente, os policiais utilizaram a força necessária para reprimir o ataque sofrido, tendo em vista o grande número de disparos de armas de fogo vindos da aldeia.
    Houve registro de seis indígenas feridos, sendo que todos foram socorridos pelos policiais federais e dois transferidos para Cuiabá/MT para devido tratamento. Além disso, três policiais (2 federais e 1 da Força Nacional de Segurança) também foram feridos.
    Dezenove índios foram detidos para prestar depoimento e posteriormente liberados. Foram apreendidas quinze armas de calibres diversos, além de bordunas, arcos, flechas e facões.
    Por fim, a Polícia Federal informa que instaurou inquérito para apurar os incidentes.
    Armas apreendidas com os índios
    Flechas, facões e outras armas apreendidas com os índios
    Projéteis disparados pelos índios e recolhidos pela PF
    Balsa que era usada para extrair o ouro, após inutilização
    Cerco dos índios aos policiais na aldeia
    Negociação no dia anterior aos incidentes
    Helicóptero usado pelos policiais para socorro aos índios feridos
     
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