Resultado é ainda mais baixo do que previa o ministro da Fazenda, Guido Mantega
Fraqueza da indústria continua a afetar resultado do PIB brasileiro (Lalo de Almeida/Folhapress)
O resultado fica abaixo também da previsão do mercado financeiro. Analistas de bancos e consultorias econômicas apostavam em elevações entre 1% e 1,2%.
Segundo o IBGE, a expansão do PIB na comparação com igual período do ano anterior foi um pouco mais expressiva, de 0,9%. No acumulado do ano até setembro, o avanço perfaz 0,7%. A projeção fixada pelos analistas ouvidos pelo Banco Central na pesquisa Focus é de que o Brasil chegará ao final de 2012 com um “pibinho” de cerca de 1,5%.
Aceleração – É preciso destacar, no entanto, que o desempenho, ainda que decepcionante para as ambições do governo, mostra uma tendência de aceleração no ritmo da economia. Nos primeiros três meses do ano, o PIB cresceu só 0,2%. No segundo, também não foi possível comemorar, haja vista que a taxa passou para apenas 0,4%.
Esta ligeira aceleração no terceiro trimestre, segundo analistas, está diretamente relacionada às medidas de estímulo, calcadas, sobretudo, numa série de desonerações fiscais promovidas pelo Palácio do Planalto – que deve encerrar 2012 abrindo mão de nada menos que 45 bilhões de reais.
Indicador antecedente – O resultado surpreendeu o mercado. Segundo relatório do Banco Pine enviado a clientes, era possível antever pelos dados do índice de atividade do banco central (IBC-Br) – considerado prévia do PIB - uma variação de pouco mais de 1% no terceiro trimestre. Como fator que ainda subtrai forças para que a economia empreenda um desenvolvimento mais vigoroso, a instituição financeira destaca no documento a fraca recuperação da atividade industrial. Os dados do IBGE divulgados nesta sexta-feira apontaram queda de 0,9% na comparação com o terceiro trimestre de 2011, mas alta de 1,1% em relação ao período de abril a junho, o que mostra uma tendência de melhora desse indicador.
Já o consumo das famílias cresceu 3,4% na comparação trimestral e 0,9% na anual. O governo também consumiu mais nos meses de julho a setembro de 2012 do que em 2011 – houve alta de 3,2% nesta base de comparação, mas de 0,1% na anual.
Mas, foi a agropecuária que mostrou o maior vigor do terceiro trimestre e se destacar dos demais indicadores do PIB, ao subir 3,6% em relação ao mesmo intervalo de 2011 e crescer 2,5% em comparação ao segundo trimestre. O setor de serviços não variou na comparação trimestral, mas teve alta de 1,4% na anual.