Os submergentes da classe A/B

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  • sexta-feira, 30 de novembro de 2012
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  • Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

    Muito tem se dito sobre a ascensão da classe C, mas ninguém observou até agora um movimento paralelo: o estranho fenômeno do descenso das classes mais altas. Não em termos financeiros, mas de empobrecimento do espírito dos que ocupam o topo da pirâmide, nos modos, nas atitudes, na maneira de viver. Os bem-nascidos já não são mais os chiques de outrora, os elegantes, os finos. Parece que, à medida que os emergentes sobem, acontece uma certa novo-riquização dos ricos, como se estivessem… submergindo. Os principais sintomas:


    – Em vez de se orgulhar de ter chegado em ótima forma à idade madura por ser bem-cuidada, colecionar silicone, plásticas e botox.

    – Em vez de automóveis clássicos como Mercedes e Jaguar, SUVs e carros velozes.

    – Em vez de dirigir o próprio carro, ter motorista.

    – Em vez de respeitar as leis do trânsito, transferir as multas para o motorista ou segurança.

    – Em vez de férias em praias exclusivas do Nordeste, Cancún.

    – Em vez de Paris, Miami.

    – Em vez de ser chique por atitude, não importando a marca de roupas e acessórios, gastar uma fortuna em bolsas e sapatos de grife.

    – Em vez de livros, bugigangas eletrônicas.

    – Em vez de boa educação, trabalho –nas empresas da família.

    – Em vez de arquitetura moderna, edifícios neoclássicos.

    – Em vez de tomar vinho, harmonizar.

    – Em vez de festas seletas, megaeventos (a palavra “mega”, aliás, não combina com gente fina).

    – Em vez de clean, over.

    – Em vez de obras de arte, jóias.

    – Em vez da atitude blasé, chiquérrima, diante do mundo, o incômodo com as classes emergentes nos aeroportos e na vida social em geral.

    – Em vez de discrição, ostentação.

    – Em vez de fortuna, fama.
     
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