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Protesto denuncia o aumento do número de assassinatos de mulheres, em relação ao ano passado, sendo a crise económica atual um fator de agravamento do fenómeno da violência doméstica.
Cerca de centena e meia de pessoas marcharam este domingo em Lisboa pelo fim da violência contra as mulheres, num ano em que aumentou o número de assassinatos: 36 mulheres mortas, até dia 21 de novembro, contra 27 em todo o ano de 2011.
Pelas contas do Observatório de Mulheres Assassinadas, aumentaram igualmente as tentativas de homicídio: em 2012 houve 49, contra as 44 registadas em todo o ano de 2011. Para Maria José Magalhães, presidente da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), "a crise apresenta dois fatores de agravamento do fenómeno da violência doméstica. Por um lado, o agravamento da severidade dos atos, das agressões, e o aumento da frequência. Por outro, a falta de esperança das vítimas nesta situação. As vítimas não acreditam que possam reconstruir as suas vidas".Protesto denuncia o aumento do número de assassinatos de mulheres, em relação ao ano passado, sendo a crise económica atual um fator de agravamento do fenómeno da violência doméstica.
Cerca de centena e meia de pessoas marcharam este domingo em Lisboa pelo fim da violência contra as mulheres, num ano em que aumentou o número de assassinatos: 36 mulheres mortas, até dia 21 de novembro, contra 27 em todo o ano de 2011.
No que diz respeito à relação entre a vítima e o agressor, o Observatório de Mulheres Assassinadas constata que "continua a ser o grupo de homens com quem as mulheres mantêm uma relação de intimidade aquele que surge com maior expressividade", correspondendo a 47% do total das vítimas assassinadas, logo seguido do grupo dos homens de quem já se tinham separado, com 22%.
Luta contra todas as formas de violência
A marcha percorreu as ruas entre o Largo Camões e o Martim Moniz. "Lutaremos contra todas as formas de violência: a do assédio sexual, discriminação, preconceito, mas também da austeridade. Esta luta é tão ampla quanto a transformação do mundo que queremos fazer. É uma luta de todos os dias", disse Sofia Roque, da rede 8 de Março.
Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, e a deputada Cecília Honório participaram da iniciativa. Cecília lembrou que esta é uma luta que o Bloco assume desde sempre, fora e dentro do Parlamento, advertindo que é necessário o máximo alerta face aos números de mulheres vítimas de violência doméstica. Por outro lado, disse, a continuada "crise, quebra de apoios sociais e debilitação do Estado social" gera condições para o agravar da violência doméstica.
A marcha culminou um fim de semana de atividades de denúncia da violência contra as mulheres, que contou com um workshop de defesa pessoal, um concerto com Rita Redshoes no espaço Mob e diversas performances.