Lideranças políticas do PMDB defenderam, na manhã desta terça-feira (20), a  candidatura do ministro da Previdência, Garibaldi Filho, ao governo do  Estado em 2014. Ex-governador do Rio Grande do Norte, ex-presidente do  Senado e ex-prefeito de Natal, sempre bem avaliado por onde passou, o  nome do ministro vem se fortalecendo diante do desgaste do atual  governo, da aliada Rosalba Ciarlini (DEM).
Nesta segunda-feira, Garibaldi negou pretensão de disputar o governo.  “Não tenho pretensão, aptidão, nem qualidades para ser candidato a  governador”, afirmou ele, em entrevista ao Jornal de Hoje. 
Na manhã de ontem,  representantes do PMDB na Assembleia Legislativa, na Câmara Municipal de  Natal e no segmento de históricos e fundadores da sigla discordaram das  declarações do líder político.
“É uma declaração modesta de um político de mais de 40 anos de vida  pública, que passou pelo Executivo e o Legislativo e sempre foi bem  avaliado. Garibaldi tem, sim, bagagem e competência para ser de novo  governador ou o que for”, afirmou o deputado estadual Gustavo Fernandes  (PMDB), em entrevista ao Jornal de Hoje.
Na avaliação do deputado, em que pese o PMDB não ter definido  candidatura própria ao governo, a legenda tem o ministro da Previdência e  o futuro presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves, e, por  isso, pode sim, dependendo das circunstâncias, ter candidatura própria,  seja com Garibaldi ou com Henrique. 
“Estou dizendo que a gente tem  bagagem para ter, mas não estou dizendo que a gente vai ter. Nós temos  nomes fortes, mas esta é uma etapa por vez e o projeto número um é  Henrique ser presidente da Câmara”, afirmou.
Já o presidente do diretório do PMDB em Natal, vereador Luis Carlos, é  mais taxativo em relação ao assunto. “Eu sempre sou favorável à  candidatura própria. Temos que lançar candidato. Pelo nome que o PMDB  tem em nível de Rio Grande do Norte e nacionalmente, não podemos ficar  fora da disputa do Senado e do governo, não podemos perder esse espaço”,  afirmou.
No cerne da discussão sobre candidatura própria do PMDB, está o  desgaste da gestão Rosalba Ciarlini. Em entrevistas recentes, Garibaldi  disse que a legenda pretende discutir se permanecerá aliada ao governo  nas eleições de 2014.
“Com o descontentamento do partido pelos líderes deputados, e pela má  gestão de Rosalba, acho que PMDB vai ter que sentar o mais rápido  possível para rever essa situação e tomar uma posição definitiva. Porque  há descontentamento da forma como o governo está conduzindo, como (há  descontentamento) do próprio PMDB”, afirmou Luis Carlos.
Segundo o deputado Gustavo Fernandes, o governo Rosalba tem deixado a  desejar no que diz respeito à aliança com o PMDB. “O governo está  conversando pouco com os partidos, principalmente com o PMDB, que é o  que mais ajuda pela força de Henrique e Garibaldi”, afirmou. “Nós  estamos sendo muito pouco ouvidos, e isso atrapalha um pouco. Até porque  o governo está passando por dificuldades, e não chamar os companheiros  para conversar, atrapalha”.
Ainda segundo Fernandes, as pesquisas de opinião pública, que apontam  desaprovação de Rosalba superior a 70% em diversas regiões do Estado,  refletem este momento ruim da gestão. 
“O governo precisa de um choque de  gestão. As pesquisas refletem o desgaste elevado. E falta diálogo”,  observou o deputado, deixando claro que ao defender medidas  administrativas, não está pleiteando cargos. “O partido não está  pleiteando cargos, estamos cobrando agilidade do governo”, frisou.