Por Altamiro Borges
Há risco do clima na região se radicalizar ainda mais, com a possibilidade de confrontos violentos. Sem provas, a CCBM acusou líderes sindicais de depredarem as instalações dos três canteiros, incendiando ônibus, lanchonete, alojamentos e colchões. Afirma, ainda, que computadores e arquivos foram destruídos. Já o comando da Polícia Militar informou, também sem provas, que houve até furtos. Com base nestas acusações, o consórcio empresarial decidiu suspender as obras até sexta-feira, concedendo folga coletiva.
A situação na usina de Belo Monte (PA) continua tensa. No final de semana, pessoas não identificadas promoveram quebra-quebra em três canteiros da obra. Já na segunda-feira, a assembleia dos trabalhadores rejeitou a proposta patronal de 11% de reajuste salarial e aprovou uma nova greve na hidrelétrica – a sexta desde o início da construção. O Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM), que reúne poderosas empreiteiras, preferiu criticar os “atos de vandalismo”, mas se mantém intransigente diante das demandas operárias.
Mais de 17 mil operários trabalham na construção da hidrelétrica de Belo Monte, numa obra com custo estimado de R$ 25 bilhões – um dos maiores em andamento no país e que tem prazo de construção previsto para 2019. A representação sindical dos trabalhadores está dividida, com uma entidade filiada à Força Sindical e outra ao Conlutas, o que dificulta ainda mais a solução do impasse. É grande a insatisfação dos operários, principalmente com os baixos salários e as folgas para visitar as suas famílias.