Por Altamiro Borges
“Afora o onipresente líder tucano no Senado, Álvaro Dias, quem é que se opõe às nomeações impostas por Rose [Rosemary Noronha, ex-chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo], às manobras para impedir o depoimento de Paulo Vieira, à lambança da CPI? Dizem que há até presidenciáveis no Senado. Se há, não estão visíveis a olho nu. Ou não sabem fazer oposição, ou têm medo”. A queixa implícita, evidentemente, é contra o cambaleante presidenciável do PSDB, o senador mineiro Aécio Neves.
Em seu artigo na Folha de hoje, a colunista Eliane Cantanhêde, a da “massa cheirosa” do PSDB, mostra-se incomodada com a apatia da oposição demotucana. Para ela, este é o momento certo para implodir de vez a imagem de Lula, que sempre fez o parlamento de “gato e sapato”. Ela até livra a cara da presidenta Dilma, pelo menos por enquanto. Mas reclama uma postura mais firme dos deputados e senadores contra o seu antecessor, na mesma linha da patroa Judith Brito, ex-chefona da Associação Nacional de Jornais (ANJ).
A tiete de FHC não esconde seu ódio a Lula e aos que “continuam fazendo tudo o que seu mestre mandar. Daí o enorme poder de Rosemary Noronha, a Rose, que manteve imenso poder por causa de Lula, não por delegação de Dilma”. Para ela, a CPI do Cachoeira não visou “investigar e desvendar”, mas apenas “cumprir as ordens do mestre e fustigar opositores e adversários, chegando ao cúmulo de perseguirem até o procurador-geral da República, Roberto Gurgel”. Ela só não citou o seu outro ícone, o demo Demóstenes Torres.
Diante deste cenário, a cheirosa afirma que até entende por que “os governistas se adequam ao papel de gatos”. O “incompreensível”, reclama, “é como os oposicionistas se conformam em serem sapatos”. Judith Brito já havia dito que, diante da fragilidade da direita partidária, a mídia deveria cumprir o papel da oposição. A colunista segue a risca as orientações da executiva da Folha e ainda tem a ousadia de cobrar uma postura mais dura dos demotucanos. Eles realmente não prestam para nada! “Ou não sabem fazer oposição ou têm medo”.