Da revista CartaCapital:
Um protocolo selado no início de novembro criou meios para que sejam apuradas as circunstâncias, até hoje nebulosas, da morte de Anísio Teixeira, um dos maiores educadores brasileiros, ocorrida durante a ditadura, em março de 1971.
Assinado na Universidade de Brasília (UnB), instituição idealizada e dirigida por Teixeira, o documento permite que a Comissão Memória e Verdade Anísio Teixeira, da UnB, trabalhe em conjunto com a Comissão Nacional da Verdade (CNV) para investigar os motivos que levaram à morte do educador, oficialmente classificada como “acidental”.
Anísio Teixeira era baiano, natural de Caetité, e foi um dos pioneiros na defesa do movimento da Escola Nova, cujo princípio era desenvolver o raciocínio por meio da capacidade de julgamento, não da memorização. Aos 24 anos, Teixeira assumiu o posto de secretário da Educação da Bahia e conseguiu triplicar as verbas para a educação no estado. Com 30 anos, transferiu-se para o Distrito Federal, à época no Rio de Janeiro, onde assumiu o posto de secretário de Educação e Cultura e melhorou a infraestrutura de educação da cidade. Voltou a assumir um cargo relevante no governo do presidente Juscelino Kubitschek, quando fundou a Universidade de Brasília.
Com o golpe de 1964, a universidade interdisciplinar e crítica idealizada por Teixeira havia se tornado um problema para ditadura. Em 1971, o educador baiano acidentalmente caiu no fosso de um elevador e morreu. A versão oficial apresentada pela polícia jamais foi aceita pelos amigos e familiares. Eles acreditam que o “acidente” tenha tido motivações políticas. “Não dá para a sociedade brasileira ficar sem saber o que aconteceu”, argumenta o sobrinho e ex-deputado federal Haroldo Lima.
Investigações
De acordo com a família, as investigações realizadas em 1971 estão repletas de falhas técnicas e perguntas não respondidas. Por isso, a necessidade de retomar o caso mesmo após 41 anos da morte do educador. “É um caso que completou 41 anos e, por isso, é difícil de ser investigado já que muitos dos citados já morreram”, admite Lima em uma entrevista para a EBC (Empresa Brasileira de Comunicação).
As investigações são retomadas a partir de um memorial sobre o episódio entregue tanto para a CNV quanto para a Comissão Memória e Verdade Anísio Teixeira. O documento foi redigido por Lima, com a participação de Carlos Antonio Teixeira (filho de Anísio), Mario Celso Gama (genro) e do escritor João Augusto, autor de um livro sobre o educador.
“A expectativa é que, de posse desse memorial, as duas comissões se debrucem sobre o material e investiguem”, explica o ex-parlamentar. “O memorial é um relato minucioso e objetivo dos fatos que aconteceram, sem comentários e análises”, completa.
A Comissão da Verdade para investigar a morte de Anísio Teixeira é mais uma das iniciativas que pipocam pelo País para jogar luz aos crimes políticos cometidos durante a ditadura. Ação semelhante ocorre na Universidade de São Paulo (USP), que criou uma Comissão da Verdade própria para investigar o desaparecimento de 40 funcionários, professores ou alunos da instituição.
Um protocolo selado no início de novembro criou meios para que sejam apuradas as circunstâncias, até hoje nebulosas, da morte de Anísio Teixeira, um dos maiores educadores brasileiros, ocorrida durante a ditadura, em março de 1971.
Assinado na Universidade de Brasília (UnB), instituição idealizada e dirigida por Teixeira, o documento permite que a Comissão Memória e Verdade Anísio Teixeira, da UnB, trabalhe em conjunto com a Comissão Nacional da Verdade (CNV) para investigar os motivos que levaram à morte do educador, oficialmente classificada como “acidental”.
Anísio Teixeira era baiano, natural de Caetité, e foi um dos pioneiros na defesa do movimento da Escola Nova, cujo princípio era desenvolver o raciocínio por meio da capacidade de julgamento, não da memorização. Aos 24 anos, Teixeira assumiu o posto de secretário da Educação da Bahia e conseguiu triplicar as verbas para a educação no estado. Com 30 anos, transferiu-se para o Distrito Federal, à época no Rio de Janeiro, onde assumiu o posto de secretário de Educação e Cultura e melhorou a infraestrutura de educação da cidade. Voltou a assumir um cargo relevante no governo do presidente Juscelino Kubitschek, quando fundou a Universidade de Brasília.
Com o golpe de 1964, a universidade interdisciplinar e crítica idealizada por Teixeira havia se tornado um problema para ditadura. Em 1971, o educador baiano acidentalmente caiu no fosso de um elevador e morreu. A versão oficial apresentada pela polícia jamais foi aceita pelos amigos e familiares. Eles acreditam que o “acidente” tenha tido motivações políticas. “Não dá para a sociedade brasileira ficar sem saber o que aconteceu”, argumenta o sobrinho e ex-deputado federal Haroldo Lima.
Investigações
De acordo com a família, as investigações realizadas em 1971 estão repletas de falhas técnicas e perguntas não respondidas. Por isso, a necessidade de retomar o caso mesmo após 41 anos da morte do educador. “É um caso que completou 41 anos e, por isso, é difícil de ser investigado já que muitos dos citados já morreram”, admite Lima em uma entrevista para a EBC (Empresa Brasileira de Comunicação).
As investigações são retomadas a partir de um memorial sobre o episódio entregue tanto para a CNV quanto para a Comissão Memória e Verdade Anísio Teixeira. O documento foi redigido por Lima, com a participação de Carlos Antonio Teixeira (filho de Anísio), Mario Celso Gama (genro) e do escritor João Augusto, autor de um livro sobre o educador.
“A expectativa é que, de posse desse memorial, as duas comissões se debrucem sobre o material e investiguem”, explica o ex-parlamentar. “O memorial é um relato minucioso e objetivo dos fatos que aconteceram, sem comentários e análises”, completa.
A Comissão da Verdade para investigar a morte de Anísio Teixeira é mais uma das iniciativas que pipocam pelo País para jogar luz aos crimes políticos cometidos durante a ditadura. Ação semelhante ocorre na Universidade de São Paulo (USP), que criou uma Comissão da Verdade própria para investigar o desaparecimento de 40 funcionários, professores ou alunos da instituição.